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Fisiologia controle hormonal da reprodução e das características sexuais masculinas


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Fisiologia controle hormonal da reprodução e das características sexuais masculinas. 
O encéfalo controla a reprodução
 O sistema reprodutivo tem uma das vias de controle mais complexas do corpo, na qual vários hormônios interagem em um padrão que muda continuamente. 
As vias que regulam a reprodução começam com a secreção de hormônios peptídicos pelo hipotálamo e pela adeno-hipófise. 
Esses hormônios tróficos controlam a secreção gonadal de hormônios esteroides sexuais, incluindo androgênios, e os chamados hormônios sexuais femininos, estrogênio e progesterona. 
Esses hormônios sexuais são intimamente relacionados entre si e são provenientes dos mesmos precursores esteroides. 
Ambos os sexos produzem os três grupos de hormônios, porém os androgênios predominam nos homens, e os estrogênios e a progesterona são predominantes nas mulheres.
No homem, a maior parte da testosterona é secretada pelos testículos, mas cerca de 5% vem do córtex da glândula suprarrenal. 
A testosterona é convertida nos tecidos periféricos no seu derivado mais potente, DHT.
Alguns dos efeitos fisiológicos atribuídos à testosterona são, na verdade, resultado da atividade da DHT. 
Os homens sintetizam alguns estrogênios, mas os efeitos feminilizantes desses compostos, em geral, não são evidentes nos homens. 
Testículos e ovários possuem a enzima aromatase, que converte androgênios em estrogênios, os hormônios sexuais femininos. 
Uma pequena quantidade de estrogênio também é formada nos tecidos periféricos. 
Na mulher, o ovário produz estrogênios (especialmente estradiol e estrona) e progestogênios, particularmente progesterona.
 O ovário e o córtex da glândula suprarrenal produzem pequenas quantidades de androgênios.
Vias de controle 
O controle hormonal da reprodução em ambos os sexos segue o padrão básico hipotálamo-hipófise anterior (adeno-hipófise)-glândula periférica. 
O hormônio liberador de gonadotrofinas1 (GnRH, do inglês, gonadotropin- -releasing hormone) liberado pelo hipotálamo controla a secreção de duas gonadotrofinas da adeno-hipófise: hormônio folículo-estimulante (FSH, do inglês, follicle-stimulating hormone) e hormônio luteinizante (LH, do inglês, luteinizing hormone). 
Por sua vez, FSH e LH atuam nas gônadas. 
O FSH, junto com os hormônios esteroides gonadais, é necessário para iniciar e manter a gametogênese.
 O LH atua principalmente sobre células endócrinas, estimulando a produção dos hormônios esteroides gonadais. 
Apesar de o principal controle da função gonadal se originar no encéfalo, as gônadas também influenciam a sua própria função. 
Ovários e testículos secretam hormônios peptídicos que exercem retroalimentação diretamente sobre a hipófise. 
As inibinas inibem a secreção do FSH, e os peptídeos relacionados, chamados de ativinas, estimulam a secreção do FSH. 
As ativinas também promovem a espermatogênese, a maturação do ovócito e o desenvolvimento do sistema nervoso do embrião. 
Estes peptídeos gonadais são produzidos também por tecidos não gonadais, sendo que suas outras funções ainda estão sendo investigadas. 
O AMH, apresentado também é sintetizado por células dos ovários e dos testículos após o nascimento. 
Inibinas, ativinas e AMH são parte de uma superfamília de fatores relacionados à diferenciação e ao crescimento, conhecidos como fatores de transformação do crescimento β
Vias de retroalimentação 
As alças de retroalimentação do sistema reprodutivo também são muito complexas. As vias de retroalimentação dos hormônios tróficos seguem os padrões gerais da retroalimentação negativa. 
Os hormônios gonadais atuam sobre a secreção de GnRH, de FSH e de LH em uma retroalimentação de alça longa. 
Quando os níveis circulantes dos esteroides gonadais estão baixos, a adeno-hipófise secreta FSH e LH. 
Conforme a secreção de esteroides aumenta, a retroalimentações negativa geralmente inibe a liberação das gonadotrofinas. 
Os androgênios sempre mantêm uma retroalimentação negativa sobre a liberação de gonadotrofinas: quando os níveis de androgênios aumentam, a secreção de FSH e de LH diminui. 
Entretanto, em um mecanismo incomum, altas concentrações de estrogênios podem exercer retroalimentação negativa ou positiva. Baixos níveis de estrogênio não exercem retroalimentação. 
Concentrações moderadas de estrogênio possuem efeito de retroalimentação negativa. Contudo, se os níveis de estrogênio sobem rapidamente até um nível limiar e permanecem altos por pelo menos 36 horas, a retroalimentação muda de negativa para positiva, e a secreção de gonadotrofinas (particularmente LH) é estimulada. 
Os cientistas ainda não compreenderam completamente o mecanismo subjacente a esta mudança de retroalimentação negativa para positiva, mas as evidências indicam que o estrogênio influencia a liberação de GnRH pelos neurônios hipotalâmicos.
Liberação pulsátil do GnRH 
A liberação tônica do GnRH pelo hipotálamo ocorre em pequenos pulsos a cada 1 a 3 horas tanto nos homens quanto nas mulheres. 
A região do hipotálamo que contém os corpos celulares dos neurônios GnRH tem sido chamada de gerador do pulso de GnRH, pois aparentemente coordena a secreção pulsátil periódica do GnRH. 
Os cientistas se perguntavam por que a liberação tônica do GnRH ocorria em pulsos, em vez de em um padrão contínuo, mas diversos estudos têm mostrado a importância desses pulsos. 
As crianças que apresentam deficiência de GnRH não amadurecem sexualmente na ausência de estimulação das gônadas pelas gonadotrofinas. Se tratadas com infusão contínua de GnRH, por meio de uma bomba de infusão, essas crianças não amadurecerão sexualmente. 
No entanto, se as bombas forem ajustadas para liberar o GnRH em pulsos similares aos que ocorrem naturalmente, as crianças entrarão na puberdade.
 Aparentemente, altos níveis contínuos de GnRH causam uma regulação para baixo dos receptores de GnRH nas células produtoras de gonadotrofinas, fazendo a hipófise não ser capaz de responder ao GnRH. 
Esta regulação para baixo dos receptores é a base para o uso terapêutico do GnRH no tratamento de certas disfunções. 
Por exemplo, pacientes com cânceres de próstata e de mama estimulados por androgênios ou estrogênios podem receber agonistas do GnRH para diminuir o crescimento das células cancerosas. 
Parece paradoxal dar a esses pacientes um medicamento que estimula a secreção de androgênios e de estrogênios, porém, após um breve aumento no FSH e no LH, a hipófise torna-se insensível ao GnRH. 
Então, a secreção de FSH e de LH diminui, e a liberação gonadal dos hormônios esteroides também diminui. Em essência, o agonista do GnRH gera uma castração química que é revertida quando o medicamento não é mais administrado
A reprodução é influenciada por fatores ambientais 
Os efeitos ambientais estão entre as influências menos entendidas sobre os hormônios reprodutivos e a gametogênese. 
No homem, os fatores que influenciam a gametogênese são difíceis de serem monitorados, uma vez que requerem contagens periódicas de espermatozoides. 
REPRODUÇÃO MASCULINA 
O trato genital masculino é constituído de testículos, genitália interna (glândulas acessórias e ductos) e genitália externa. 
A genitália externa consiste no pênis e no escroto, uma estrutura em forma de saco que contém os testículos. 
A uretra atua como uma via comum de passagem para o esperma e a urina, embora isso não ocorra simultaneamente. 
A uretra está situada ao longo da parte ventral do eixo do pênis e é circundada por uma coluna de tecido esponjoso, chamada de corpo esponjoso. 
O corpo esponjoso e duas colunas de tecido, denominadas corpos cavernosos, constituem o tecido erétil do pênis. 
A ponta do pênis é alargada em uma região chamada de glande que, ao nascimento, é coberta por uma camada de pele, chamada de prepúcio. 
Em algumas culturas, o prepúcio é removido cirurgicamente em um procedimento denominado circuncisão. Nos Estados Unidos, a circuncisão em recém-nascidos passa por ciclos de popularidade. Os oponentes da circuncisão alegam que submeter bebês a esse procedimento cirúrgico é desnecessário.Os seus proponentes argumentam que é necessária para uma boa higiene e citam evidências que sugerem que a incidência de câncer de pênis, doenças sexualmente transmissíveis e infecções do trato urinário é menor nos homens circuncisados. Estudos realizados na África mostraram que a circuncisão em homens adultos heterossexuais auxilia na prevenção da infecção pelo vírus HIV, que causa a Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida [do inglês, acquired immunodeficiency syndrome]). 
O escroto é um saco externo para dentro do qual os testículos migram durante o desenvolvimento fetal. 
A sua localização externa à cavidade abdominal é necessária, pois o desenvolvimento normal dos espermatozoides requer uma temperatura de 2 a 3°C inferior à temperatura corporal. 
Os homens que possuem quantidade limítrofe ou baixa de espermatozoides são aconselhados a substituir as cuecas que deixam o escroto próximo do corpo por aquelas que permitem o resfriamento dos testículos. 
A falha na descida de um ou de ambos os testículos é conhecida como criptorquidismo e ocorre em 1 a 3% dos recém- -nascidos masculinos. Em cerca de 80% dos casos de criptorquidismo, o testículo descerá espontaneamente mais tarde. 
Aquele que permanecer no abdome durante a puberdade se torna estéril e não será capaz de produzir espermatozoides 
Ainda que os testículos criptorquídeos percam o seu potencial de produzir espermatozoides, eles podem produzir androgênios, indicando que a produção de hormônios não é tão sensível à temperatura quanto a produção de espermatozoides. 
Como os testículos que não descem são propensos a se tornarem cancerígenos, a saúde pública recomenda que sejam levados para o escroto via tratamento com testosterona ou, se necessário, cirurgicamente. 
As glândulas acessórias masculinas incluem a glândula prostática, as vesículas seminais e as glândulas bulbouretrais (glândula de Cowper). 
As glândulas bulbouretrais e as vesículas seminais liberam as suas secreções na uretra através de ductos. 
As glândulas individuais da próstata abrem-se diretamente no lúmen da uretra. A próstata é a glândula mais bem conhecida das três glândulas acessórias por seu significado clínico.
 O câncer de próstata é a forma mais comum de câncer em homens, e a hiperplasia prostática benigna (BPH, do inglês, benign prostatic hyperplasia) traz problemas para muitos homens após os 50 anos. Como a próstata envolve completamente a uretra, seu aumento causa dificuldade em urinar devido ao estreitamento da uretra prostática. 
O desenvolvimento fetal da próstata, como o da genitália externa, está sob o controle da DHT. 
A descoberta do papel da DHT no crescimento da próstata levou ao desenvolvimento da finasterida, um inibidor da enzima 5-redutase, que bloqueia a produção de DHT. Esse fármaco foi o primeiro tratamento não cirúrgico para a hiperplasia prostática benigna. 
O Teste de Prevenção do Câncer de Próstata (PCPT, do inglês, Prostate Cancer Prevention Trial) foi um estudo controlado por placebo realizado com o intuito de confirmar se a finasterida também poderia prevenir o câncer de próstata. Cerca de 19 mil homens participaram, sendo que metade recebeu o fármaco e a outra metade recebeu um placebo. O estudo foi interrompido um ano mais cedo, após as análises demonstrarem que o risco de desenvolver câncer de próstata caiu 25% nos homens que tomaram o medicamento.
Os testículos produzem espermatozoides e hormônios 
Os testículos humanos são estruturas pares ovoides com cerca de 5 cm por 2,5 cm. 
A palavra testis (testículo) significa “testemunha” em latim, mas a razão pela qual é utilizada no órgão reprodutor masculino não é clara. 
Os testículos possuem uma cápsula externa fibrosa resistente que envolve uma massa de túbulos seminíferos enrolados, agrupados em cerca de 250 a 300 compartimentos. 
Entre os túbulos seminíferos existe um tecido intersticial, onde ficam os vasos sanguíneos e as células intersticiais de Leydig produtoras de testosterona. 
Os túbulos seminíferos constituem aproximadamente 80% da massa testicular de um homem adulto. 
Cada túbulo individual tem 0,3 a 1 metro de comprimento, e, se todos fossem esticados e colocados ponta a ponta, o comprimento total seria de cerca de dois campos e meio de futebol. 
Os túbulos seminíferos deixam os testículos e se unem, formando o epidídimo, um ducto único que forma um cordão firmemente enovelado na superfície da cápsula testicular. 
O epidídimo origina o vaso deferente, também conhecido como ducto deferente. Esse ducto passa para dentro doabdome, onde finalmente desemboca na uretra, a passagem da bexiga urinária para o meio externo
Túbulos seminíferos 
Os túbulos seminíferos são o local de produção de espermatozoides e contêm dois tipos de células: espermatogônias, em diversos estágios de desenvolvimento de espermatozoides e as células de Sertoli, que são células de suporte. 
O desenvolvimento dos espermatócitos ocorre em colunas, da borda externa do túbulo em direção ao lúmen. 
Entre cada coluna existe uma única célula de Sertoli que se estende da borda externa até o lúmen do túbulo. 
Circundando o lado de fora do túbulo existe uma lâmina basal (Fig. 26.7e) que atua como uma barreira, impedindo que certas moléculas grandes do líquido intersticial entrem no túbulo, mas permitindo que a testosterona entre facilmente. 
As paredes basolaterais das células de Sertoli repousam sobre a lâmina basal, criando um compartimento basal entre as células e a lâmina. 
As extremidades apicais das células de Sertoli estão voltadas para o lúmen. 
As células de Sertoli adjacentes de um túbulo são unidas umas às outras por junções oclusivas que formam uma barreira adicional entre o lúmen do túbulo e o líquido intersticial que fica do lado de fora da lâmina basal. 
Essas junções oclusivas algumas vezes são chamadas de barreira hematotesticular porque funcionalmente se comportam como os capilares impermeáveis da barreira hematencefálica, restringindo o movimento de moléculas entre compartimentos.
 A lâmina basal e as juncões oclusivas criam três compartimentos funcionais: o lúmen tubular, o compartimento basal na face basolateral da célula de Sertoli e o líquido intersticial externo à lâmina basal. 
Devido às barreiras entre esses compartimentos, o líquido luminal tem uma composição diferente do líquido intersticial, com baixas concentrações de glicose e altas concentrações de Ke de hormônios esteroides
Células de Sertoli 
A função das células de Sertoli é regular o desenvolvimento dos espermatozoides. Outro nome das células de Sertoli é células sustentaculares, pois elas dão sustento, ou nutrição, às espermatogônias em desenvolvimento. 
As células de Sertoli produzem e secretam proteínas que vão desde hormônios, como a inibina e a ativina, a fatores de crescimento, enzimas e a proteína ligadora de androgênios (ABP, do inglês, androgen binding protein). 
A ABP é secretada no lúmen dos túbulos seminíferos, onde se liga à testosterona. 
A testosterona ligada à proteína é menos lipofílica e não pode se difundir para fora do lúmen tubular.
Células intersticiais 
As células intersticiais (células de Leydig), localizadas no tecido intersticial entre os túbulos seminíferos, secretam testosterona. 
Elas tornam-se ativas inicialmente no feto, quando a testosterona é necessária para determinar o desenvolvimento das características masculinas. 
Após o nascimento, as células tornam-se inativas. Na puberdade, elas retomam a produção de testosterona. 
As células intersticiais também convertem parte da testosterona em estradiol.
Produção de espermatozoides 
As espermatogônias, células germinativas que sofrem divisão meiótica para dar origem ao espermatozoide, são encontradas agrupadas próximo à extremidade basal das células de Sertoli, no lado interno da lâmina basal dos túbulos seminíferos. 
Neste compartimento basal, elas sofrem mitose para dar origem a células germinativas adicionais. 
Algumas espermatogônias permanecem aqui para da origem a futuras espermatogônias.
Outras espermatogônias inciam a meiose e se diferenciam emespermatócitos. À medida que os espermatócitos se diferenciam em espermatozoides, eles movem-se em direção ao lúmen do túbulo seminífero, sendo continuamente circundados pelas células de Sertoli. 
As junções oclusivas da barreira hematotesticular se rompem e se formam novamente ao redor das células que estão migrando, assegurando que a barreira permaneça intacta.
Quando os espermatócitos alcançam a extremidade luminal das células de Sertoli, eles sofrem duas divisões e se tornam espermátides. 
As espermátides permanecem inseridas na membrana apical das células de Sertoli enquanto completam a sua transformação em espermatozoides, o que envolve a perda de grande parte do seu citoplasma e o desenvolvimento de uma cauda flagelada. 
A cromatina nuclear se condensa em uma estrutura densa que preenche grande parte da cabeça, ao passo que uma vesícula semelhante ao lisossomo, chamada de acrossomo, achata-se para formar uma capa que cobre a ponta do núcleo. 
O acrossomo contém enzimas essenciais à fertilização. 
As mitocôndrias produzem energia para o movimento do espermatozoide e se concentram na peça intermediária do corpo do espermatozoide, junto com os microtúbulos que se estendem para dentro do flagelo. 
O resultado é a formação de um gameta pequeno e móvel que tem pouca semelhança com a espermátide que o originou. 
Os espermatozoides são liberados dentro do lúmen dos túbulos seminíferos, junto ao líquido secretado. 
A partir daí, estão livres para se mover para fora dos testículos. O processo todo de desenvolvimento – da divisão da espermatogônia até a liberação do espermatozoide – ocorre em cerca de 64 dias. 
Em qualquer momento, regiões diferentes dos túbulos contêm espermatócitos em diferentes estágios de desenvolvimento. 
O escalonamento dos estágios de desenvolvimento permite que a produção de espermatozoides permaneça praticamente constante, a uma taxa de 200 milhões de espermatozoides por dia. 
Pode parecer um número extraordinariamente alto, mas este é o número aproximado de espermatozoides liberados em uma única ejaculação. 
Os espermatozoides recém-liberados a partir das células de Sertoli ainda não estão maduros e são incapazes de nadar. 
Eles são empurrados para fora do lúmen tubular por outros espermatozoides e pelo fluxo de massa do líquido secretado pelas células de Sertoli. 
Os espermatozoides completam a sua maturação durante os cerca de 12 dias de transporte no epidídimo, auxiliados por secreções proteicas das células epididimais.
A espermatogênese requer gonadotrofinas e testosterona 
O controle hormonal da espermatogênese segue o padrão geral descrito previamente: o hormônio hipotalâmico GnRH promove a liberação de LH e FSH da adeno-hipófise. 
O FSH e o LH, por sua vez, estimulam o testículo. As gonadotrofinas foram originalmente denominadas por seus efeitos nos ovários, porém os mesmos nomes foram mantidos nos homens. 
A liberação do GnRH é pulsátil, com picos a cada 1,5 hora, e a liberação do LH segue o mesmo padrão. 
Os níveis de FSH não são tão obviamente relacionados à secreção do GnRH, uma vez que a secreção do FSH também é influenciada pela inibina e pela ativina. 
O FSH tem como alvo as células de Sertoli. 
Diferentemente dos ovócitos, as células germinativas masculinas não possuem receptores de FSH. 
Em vez disso, o FSH estimula nas células de Sertoli a síntese de moléculas parácrinas, que são necessárias à mitose das espermatogônias e à espermatogênese. 
Além disso, o FSH estimula a produção da proteína ligadora de androgênios e da inibina. O alvo principal do LH é a célula intersticial (célula de Leydig), que produz testosterona. Por sua vez, a testosterona faz retroalimentação e inibe a liberação de LH e de GnRH. 
A testosterona é essencial para a espermatogênese, porém as suas ações parecem ser mediadas pelas células de Sertoli, que possuem receptores de androgênios. 
Os espermatócitos não possuem receptores de androgênios e não podem responder diretamente à testosterona. 
A espermatogênese é um processo bastante difícil de ser estudado in vivo ou in vitro, e os modelos animais disponíveis não refletem com precisão o que ocorre nos testículos dos seres humanos. Por essas razões, será necessário algum tempo para que possamos dizer com certeza como a testosterona e o FSH regulam a espermatogênese.
As glândulas acessórias masculinas secretam o sêmen 
O trato genital masculino possui três glândulas acessórias – glândulas bulbouretrais, vesículas seminais e próstata – cuja função primária é secretar diversos líquidos. 
Quando os espermatozoides saem do ducto deferente durante a ejaculação, eles juntam-se a essas secreções, resultando em uma mistura de líquido e espermatozoides, denominada sêmen. 
Cerca de 99% do volume do sêmen é o líquido adicionado pelas glândulas acessórias. 
O sêmen fornece um meio líquido para o transporte dos espermatozoides. 
As glândulas bulbouretrais contribuem com muco para a lubrificação e tampões para neutralizar o meio geralmente ácido da vagina. 
As vesículas seminais contribuem com prostaglandinas, que parecem influenciar a motilidade e o transporte dos espermatozoides tanto no trato genital masculino quanto no feminino. 
Originalmente, acreditava-se que as prostaglandinas vinham da próstata, e este nome já estava bem estabelecido quando a sua verdadeira fonte foi descoberta. 
A próstata e as vesículas seminais contribuem com nutrientes para o metabolismo dos espermatozoides. 
Além de fornecer um meio de transporte para os espermatozoides, as secreções das glândulas acessórias ajudam a proteger o trato genital masculino de patógenos do meio externo que podem subir pela uretra. 
As secreções lavam fisicamente a uretra e fornecem imunoglobulinas, lisozima e outros compostos com ação antibacteriana. 
Um componente interessante do sêmen é o zinco. O seu papel na reprodução ainda não está claro, mas concentrações de zinco abaixo de um certo nível estão associadas à infertilidade masculina
Os androgênios influenciam as características sexuais secundárias 
Os androgênios têm diversos efeitos no corpo além da gametogênese. Esses efeitos são divididos em características sexuais primárias e secundárias. 
As características sexuais primárias são os órgãos sexuais internos e a genitália externa, que distinguem os homens das mulheres
Os androgênios são responsáveis pela diferenciação da genitália masculina durante o desenvolvimento embrionário e pelo seu crescimento durante a puberdade. 
As características sexuais secundárias são outras características que distinguem os homens das mulheres. A forma do corpo do homem é algumas vezes descrita como um triângulo invertido, com ombros largos e quadris estreitos. 
O corpo da mulher, em geral, tem forma de pera, com quadris largos e ombros estreitos. 
Os androgênios são responsáveis por traços masculinos típicos, como o crescimento de barba e de pelos corporais, desenvolvimento muscular, espessamento das pregas vocais tornando a voz mais grave e efeitos comportamentais, como o desejo ou impulso sexual, também chamado de libido. 
Os androgênios são hormônios anabólicos que promovem a síntese proteica, o que dá a eles o nome comum de esteroides anabolizantes. 
O seu uso ilícito por atletas ocorre amplamente, apesar dos possíveis efeitos colaterais adversos, como tumores no fígado, infertilidade e agressividade excessiva (“raiva esteroide”). 
Um dos efeitos colaterais mais interessantes é a dependência dos esteroides anabólicos. 
Os sintomas relacionados à interrupção da sua ingestão estão associados a mudanças comportamentais, que incluem depressão, psicose ou agressividade. 
Esses transtornos psiquiátricos sugerem que a função encefálica humana pode ser modulada pelos esteroides sexuais, assim como ocorre com a função encefálica de outros animais. 
Felizmente, muitos efeitos colaterais dos esteroides anabólicos são reversíveis assim que seu uso é descontinuado
GUYTON 
Efeito da Testosterona no Desenvolvimento das Características Sexuais Adultas Primárias e Secundárias 
Após a puberdade, quantidades crescentesde secreção de testosterona fazem com que o pênis, o saco escrotal e os testículos aumentem de tamanho, em aproximadamente oito vezes antes dos 20 anos de idade. 
Além disso, a testosterona causa o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas, começando na puberdade e terminando na maturidade. 
Essas características sexuais secundárias, além dos próprios órgãos sexuais, distinguem o macho da fêmea
Efeito na Distribuição dos Pelos Corporais.
 A testosterona induz o crescimento de pelos
· no púbis; 
· para cima ao longo da linha alba do abdome, algumas vezes até o umbigo ou acima; 
· na face; 
· geralmente no tórax,
· menos frequentemente, em outras regiões do corpo, como as costas. 
A testosterona também faz com que os pelos de outras partes do corpo sejam mais abundantes. 
Padrão da Calvície Masculina. 
A testosterona reduz o crescimento de cabelos no topo da cabeça; homem que não tem os testículos funcionais não fica calvo. 
Entretanto, muitos homens viris nunca ficam calvos porque a calvície é resultado de dois fatores: primeiro, a herança genética para o desenvolvimento de calvície e, segundo, sobreposta a essa herança genética, grandes quantidades de hormônios androgênicos. 
Uma mulher que tem a herança genética apropriada e desenvolve tumor androgênico de longa duração fica calva do mesmo modo que o homem. 
Efeito na Voz. 
A testosterona secretada pelos testículos ou injetada no corpo produz hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe. 
Inicialmente, esses efeitos causam voz relativamente dissonante, “rachada” mas esta, gradualmente, transforma-se na voz masculina típica do adulto.
A Testosterona Aumenta a Espessura da Pele e Pode Contribuir para o Desenvolvimento de Acne. 
A testosterona aumenta a espessura da pele de todo o corpo e a rigidez dos tecidos subcutâneos. 
A testosterona aumenta também a secreção de algumas, ou talvez de todas, glândulas sebáceas do corpo. 
A secreção excessiva pelas glândulas sebáceas do rosto é de especial importância, porque pode ter como resultado a acne. 
Assim, a acne é uma das características mais comuns da adolescência masculina, quando o corpo está sendo exposto pela primeira vez a quantidades elevadas de testosterona.
 Após muitos anos de exposição à testosterona, a pele em geral se adapta à presença desse hormônio, de modo a superar a acne.
A Testosterona Aumenta a Formação de Proteínas e o Desenvolvimento Muscular. 
Uma das características masculinas mais importantes é o desenvolvimento da musculatura após a puberdade, com aumento de cerca de 50% da massa muscular em relação às meninas. 
Esse aumento da massa muscular está associado à elevação da quantidade de proteína também em regiões não musculares do corpo. 
Muitas das alterações da pele se devem à deposição de proteínas, e as alterações na voz também resultam, parcialmente, dessa função anabólica proteica da testosterona. 
Devido ao grande efeito da testosterona e de outros androgênios na musculatura corpórea, androgênios sintéticos têm sido muito utilizados por atletas para aumentar seu desempenho muscular. 
Essa prática tem sido severamente desaprovada, devido aos efeitos prejudiciais prolongados do excesso de androgênios, como discutido no Capítulo 85, em relação à fisiologia do esporte. 
A testosterona ou os androgênios sintéticos são usados, ocasionalmente, também em idosos como “hormônio da juventude” para aumentar a força muscular e o vigor, mas com resultados questionáveis.
A Testosterona Aumenta a Matriz Óssea e Induz a Retenção de Cálcio. 
Após o grande aumento da testosterona circulante que ocorre na puberdade (ou após a injeção prolongada de testosterona), os ossos crescem consideravelmente mais espessos e depositam grandes quantidades adicionais de sais de cálcio. 
Assim, a testosterona aumenta a quantidade total de matriz óssea e promove a retenção do cálcio. 
Acredita-se que o aumento na matriz óssea seja resultado da função geral da testosterona, no anabolismo proteico, e da deposição aumentada de sais de cálcio, em resposta ao aumento das proteínas. 
A testosterona tem efeito específico na pelve de 
· estreitar a passagem pélvica; 
· alongá-la;
· dar-lhe forma afunilada, em vez da forma larga e ovoide da pelve feminina; 
· aumentar muito a força de toda a pelve para que possa suportar pesos.
 Na ausência da testosterona, a pelve masculina se desenvolve de forma semelhante à feminina. 
Devido ao fato de a testosterona aumentar o tamanho e a força dos ossos, ela é, às vezes, usada em homens idosos para o tratamento da osteoporose. 
Quando grande quantidade de testosterona (ou de qualquer outro androgênio) é, anormalmente, secretada na criança em desenvolvimento, o crescimento ósseo aumenta acentuadamente, provocando aumento abrupto na altura total do corpo.
Entretanto, a testosterona também faz com que as epífises dos ossos longos se unam à parte longa dos ossos em idade precoce. 
Assim, apesar da rapidez do crescimento, essa união precoce das epífises impede a pessoa de crescer até a altura que ela teria, caso a testosterona não tivesse sido secretada. 
Mesmo no homem normal, a altura adulta final é ligeiramente menor do que a que ocorre em homens castrados antes da puberdade.
A Testosterona Aumenta a Taxa Metabólica Basal. 
A injeção de grande quantidade de testosterona pode aumentar o metabolismo basal em até 15%. 
Mesmo a quantidade normal de testosterona, secretada pelos testículos durante a adolescência e no início da vida adulta, aumenta o metabolismo em 5% a 10% acima do valor esperado, caso os testículos não fossem ativos.
O metabolismo elevado possivelmente é resultado do efeito da testosterona no anabolismo proteico, aumentando a quantidade de proteínas — especialmente enzimas — e, assim, aumentando a atividade de todas as células.
A Testosterona Aumenta as Hemácias. 
Quando quantidades normais de testosterona são injetadas em adulto castrado, o número de hemácias por milímetro cúbico de sangue aumenta de 15% a 20%.
Além disso, o homem médio tem aproximadamente 700.000 hemácias por milímetro cúbico a mais do que a mulher média. 
Apesar da forte associação da testosterona ao hematócrito aumentado, a testosterona não parece elevar diretamente os níveis de eritropoetina ou ter efeito direto na produção das hemácias. 
O efeito da testosterona no aumento da produção de hemácias pode ser devido, pelo menos em parte, indiretamente ao metabolismo aumentado que ocorre após a administração de testosterona
Efeito no Equilíbrio Hídrico e Eletrolítico. 
Muitos hormônios esteroides podem aumentar a reabsorção de sódio nos túbulos distais renais.
A testosterona também tem esse efeito, mas em menor grau, quando comparada aos mineralocorticoides adrenais. No entanto, no homem, após a puberdade, os volumes de sangue e líquido extracelular aumentam de 5% a 10% em relação ao peso corporal.
MECANISMO INTRACELULAR BÁSICO DE AÇÃO DA TESTOSTERONA 
A maioria dos efeitos da testosterona resulta basicamente do aumento da formação de proteínas nas células-alvo. 
Isso tem sido estudado extensamente na próstata, que é um dos órgãos mais afetados pela testosterona. 
Nessa glândula, a testosterona entra nas células prostáticas, em poucos minutos após a secreção. 
Então, ela é, principalmente, convertida sob influência da enzima intracelular 5a-redutase, em di-hidrotestosterona, e esta, por sua vez, liga-se à “proteína receptora” citoplasmática. Esse complexo migra para o núcleo da célula, onde se liga a uma proteína nuclear e induz a transcrição do DNA em RNA. 
Em 30 minutos, a RNA polimerase fica ativa, e a concentração de RNA começa a aumentar nas células prostáticas, em seguida ocorre aumento progressivo das proteínas celulares.
Após muitos dias, a quantidade de DNA na próstata também aumenta, e ocorre elevação simultânea do número de células prostáticas. 
A testosterona estimula a produção de proteínas praticamente em todo o corpo, embora, de modo mais específico, afete as proteínas nos tecidos ou órgãos “alvos”, responsáveis pelo desenvolvimento das característicassexuais masculinas primárias e secundárias.
Estudos recentes sugerem que a testosterona, assim como outros hormônios esteroides, também pode exercer alguns efeitos rápidos, não genômicos, que não requerem síntese de novas proteínas.
No entanto, o papel fisiológico dessas ações não genômicas da testosterona ainda precisa ser determinado
CONTROLE DAS FUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS PELOS HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS E DA HIPÓFISE ANTERIOR 
A maior parte do controle das funções sexuais, tanto dos homens quanto das mulheres, começa com a secreção do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo.
 Esse hormônio, por sua vez, estimula a hipófise anterior a secretar dois outros hormônios chamados hormônios gonadotrópicos: (1) hormônio luteinizante (LH); e (2) hormônio foliculoestimulante (FSH). 
Por sua vez, LH é o estímulo primário para a secreção de testosterona pelos testículos, e FSH estimula, principalmente, a espermatogênese
O GnRH e seus Efeitos em Aumentar a Secreção do Hormônio Luteinizante e Hormônio Foliculoestimulante 
O GnRH é um peptídeo com 10 aminoácidos, secretado pelos neurônios, cujos corpos celulares estão localizados no núcleo arqueado do hipotálamo. 
As terminações desses neurônios encontram-se, principalmente, na eminência mediana do hipotálamo, onde liberam GnRH no sistema vascular portal hipotalâmico-hipofisário. 
Então, o GnRH é transportado para a hipófise anterior, na circulação portal hipofisária, e estimula a liberação de duas gonadotropinas, o LH e o FSH. 
O GnRH é secretado durante poucos minutos, intermitentemente, a cada 1 a 3 horas. 
A intensidade desse estímulo hormonal é determinada de duas maneiras: 
(1) pela frequência desses ciclos de secreção; 
(2) pela quantidade de GnRH liberado em cada ciclo. 
A secreção de LH pela hipófise anterior é também cíclica, seguindo quase fielmente o padrão de liberação pulsátil do GnRH. 
Ao contrário, a secreção de FSH aumenta e diminui apenas ligeiramente a cada flutuação da secreção do GnRH; ela muda mais lentamente em um período de muitas horas, em resposta às alterações em longo prazo no GnRH. 
Por causa dessa relação mais estreita entre a secreção de GnRH e a secreção de LH, o GnRH é também conhecido como hormônio liberador de LH.
Hormônios Gonadotrópicos: Hormônio Luteinizante e Hormônio Foliculoestimulante 
Os dois hormônios gonadotrópicos, LH e FSH, são secretados pelas mesmas células da hipófise anterior, chamadas gonadotropos. 
Na ausência de secreção de GnRH pelo hipotálamo, os gonadotropos da hipófise quase não secretam LH ou FSH. O LH e o FSH são glicoproteínas. 
Eles exercem seus efeitos nos tecidosalvo dos testículos, principalmente por ativar o sistema de segundo mensageiro do monofosfato de adenosina cíclico que, por sua vez, ativa sistemas enzimáticos específicos nas respectivas células-alvo.
Regulação da Produção de Testosterona pelo Hormônio Luteinizante. 
A testosterona é secretada pelas células intersticiais de Leydig nos testículos, mas apenas quando estas são estimuladas pelo LH proveniente da hipófise anterior. 
Além disso, a quantidade de testosterona secretada aumenta, aproximadamente, em proporção direta à quantidade de LH que está disponível. 
As células de Leydig maduras são encontradas normalmente nos testículos de criança, durante poucas semanas após o nascimento, mas, então, desaparecem até a idade de 10 anos, aproximadamente. 
No entanto, injeção de LH purificado em criança de qualquer idade ou secreção de LH na puberdade faz com que as células intersticiais testiculares, que se assemelham aos fibroblastos, evoluam para células de Leydig funcionais.
Inibição da Secreção de LH e FSH da Hipófise Anterior pela Testosterona — Controle por Feedback Negativo da Secreção de Testosterona. 
A testosterona secretada pelos testículos em resposta ao LH tem o efeito recíproco de inibir a secreção de LH pela hipófise anterior. 
A maior parte dessa inibição, provavelmente, resulta de efeito direto da testosterona no hipotálamo, reduzindo a secreção de GnRH. 
Esse efeito, por sua vez, produz redução correspondente na secreção de LH e de FSH pela hipófise anterior, e a redução no LH diminui a secreção de testosterona pelos testículos.
Assim, sempre que a secreção de testosterona fica muito elevada, esse efeito automático de feedback negativo, operando por meio do hipotálamo e da hipófise anterior, reduz a secreção de testosterona para os níveis de funcionamento desejados. 
Ao contrário, pequenas quantidades de testosterona induzem o hipotálamo a secretar grande quantidade de GnRH, com o correspondente aumento da secreção de LH e FSH pela hipófise anterior e o consequente aumento da secreção testicular de testosterona.
Regulação da Espermatogênese pelo Hormônio Foliculoestimulante e pela Testosterona 
O FSH liga-se aos receptores específicos associados às células de Sertoli nos túbulos seminíferos. 
Isso faz com que essas células cresçam e secretem várias substâncias espermatogênicas. Simultaneamente, a testosterona (e a di-hidrotestosterona) que se difunde das células de Leydig nos espaços intersticiais para os túbulos seminíferos também tem efeito trófico intenso na espermatogênese. 
Assim, para iniciar a espermatogênese, é necessário tanto o FSH quanto a testosterona
Papel da Inibina no Controle da Atividade dos Túbulos Seminíferos por Feedback Negativo.
Quando os túbulos seminíferos deixam de produzir espermatozoides, a secreção de FSH pela hipófise anterior aumenta acentuadamente. Inversamente, quando a espermatogênese ocorre muito rapidamente, a secreção de FSH pela hipófise diminui.
Acredita-se que a causa desse efeito de feedback negativo na hipófise anterior seja a secreção de outro hormônio pelas células de Sertoli, chamado inibina . 
Esse hormônio tem efeito inibidor direto intenso na hipófise anterior. 
A inibina é uma glicoproteína, como o LH e o FSH, com peso molecular entre 10.000 e 30.000. 
Foi isolada das células de Sertoli em cultura. Seu potente efeito de feedback inibitório na hipófise anterior fornece importante mecanismo de feedback negativo para o controle da espermatogênese, operando simultaneamente, e em paralelo, ao mecanismo de feedback negativo, para o controle da secreção de testosterona.
A Gonadotropina Coriônica Humana, Secretada pela Placenta durante a Gravidez, Estimula a Secreção de Testosterona pelos Testículos Fetais 
Durante a gravidez, o hormônio gonadotropina coriônica humana (hCG) é secretado pela placenta e circula na mãe e no feto. Esse hormônio tem quase os mesmos efeitos que o LH nos órgãos sexuais. 
Durante a gravidez, se o feto for do sexo masculino, a hCG da placenta faz com que os testículos do feto secretem testosterona. 
Essa testosterona é crítica para promover a formação dos órgãos sexuais masculinos, como mostrado anteriormente.
Puberdade e Regulação de seu Início O início da puberdade tem sido um mistério. 
Mas atualmente sabe-se que, durante a infância, o hipotálamo não secreta quantidades significativas de GnRH. 
Uma das razões para isso é que, durante a infância, a pequena secreção de qualquer hormônio esteroide exerce efeito inibitório intenso na secreção hipotalâmica de GnRH.
Também, por motivos ainda não compreendidos na época da puberdade, a secreção de GnRH hipotalâmico supera a inibição infantil, iniciando a vida sexual adulta
Vida Sexual Masculina Adulta e Climatério Masculino. 
Após a puberdade, os hormônios gonadotrópicos são produzidos pela hipófise masculina pelo restante da vida, e, pelo menos, alguma espermatogênese geralmente continua até a morte. 
No entanto, a maioria dos homens começa a exibir, lentamente, redução das funções sexuais em torno dos 50 a 60 anos. 
Existe uma variação considerável nesse declínio, e alguns homens mantêm a virilidade após os 80 ou 90 anos.
Esse declínio gradual na função sexual está relacionado, em parte, com a redução da secreção de testosterona.
A redução da função sexual masculina é chamada climatério masculino. 
Ocasionalmente, o climatério masculino está associado aos sintomas de ondas de calor, sufocaçãoe distúrbios psíquicos, semelhantes aos que ocorrem na menopausa feminina.
Esses sintomas podem ser abolidos pela administração de testosterona, androgênios sintéticos ou mesmo de estrogênios, que são usados para o tratamento dos sintomas da menopausa na mulher.
Anormalidades da Função Sexual Masculina
 A Próstata e suas Anormalidades 
A próstata permanece relativamente pequena na infância e começa a crescer na puberdade, sob estímulo da testosterona. 
Essa glândula atinge tamanho quase estacionário em torno dos 20 anos de idade e permanece assim até, aproximadamente, os 50 anos. 
Nessa época, em alguns homens ela começa a regredir, paralelamente à redução da produção de testosterona pelos testículos.
 O fibroadenoma prostático benigno frequentemente se desenvolve na próstata de muitos homens idosos e pode causar obstrução urinária. 
Essa hipertrofia não é causada pela testosterona, mas, sim, pelo crescimento anormal do tecido prostático. 
O câncer da próstata é problema diferente e responde por, aproximadamente, 2% a 3% de todas as mortes masculinas. 
Se ocorre câncer da próstata, as células cancerosas são estimuladas, em geral, a crescer mais rapidamente pela testosterona e são inibidas pela remoção de ambos os testículos, de modo que a testosterona não pode ser formada. 
O câncer prostático, na maior parte das vezes, pode ser inibido pela administração de estrogênios. 
Mesmo alguns pacientes com câncer prostático, com metástase em quase todos os ossos do corpo, podem ser tratados com sucesso, durante poucos meses a anos, pela remoção dos testículos, pelo tratamento com estrogênio ou por ambos; após o início desse tratamento, as metástases frequentemente diminuem de tamanho, e os ossos curam-se parcialmente. 
Esse tratamento não detém o câncer, mas o torna mais lento e, algumas vezes, diminui muito a dor óssea grave.
Hipogonadismo no Homem 
Quando os testículos de feto do sexo masculino não são funcionais durante a vida fetal, nenhuma das características sexuais masculinas se desenvolve no feto. Em vez disso, órgãos femininos são formados. 
Isso ocorre porque a característica genética básica do feto, ou masculino ou feminino, é a formação de órgãos sexuais femininos, no caso de não haver hormônios sexuais. 
No entanto, em presença de testosterona, a formação de órgãos sexuais femininos é suprimida e, em vez destes, são formados órgãos sexuais masculinos. 
Quando o menino perde seus testículos antes da puberdade, o resultado é o estado de eunuquismo, em que ele continua a ter órgãos sexuais infantis e outras características sexuais infantis, por toda a vida. 
A altura de um eunuco adulto é ligeiramente maior do que a de um homem normal, porque as epífises ósseas demoram a se unir, embora os ossos sejam mais finos e os músculos sejam consideravelmente mais fracos do que os de um homem normal.
 A voz é infantil, não ocorre perda de cabelos na cabeça, e não ocorre a distribuição normal de pelos no rosto e por todo o corpo. 
Quando o homem é castrado após a puberdade, algumas de suas características sexuais secundárias masculinas revertem para as de uma criança, e outras permanecem com características masculinas adultas. 
Os órgãos sexuais regridem ligeiramente em tamanho, mas não para o estado infantil, e a voz regride ligeiramente de sua qualidade grave. 
Contudo, há perda da produção masculina de cabelos, perda dos ossos espessos masculinos e perda da musculatura masculina viril. 
Também a castração do homem adulto faz com que os desejos sexuais fiquem diminuídos, mas não perdidos, uma vez que as atividades sexuais já tinham sido praticadas previamente. 
A ereção ainda pode ocorrer como antes, embora com menos facilidade, mas a ejaculação raramente ocorre, principalmente porque os órgãos que formam o sêmen se degeneram e ocorre perda do desejo psíquico induzido pela testosterona. 
Alguns casos de hipogonadismo são provocados por incapacidade genética do hipotálamo de secretar quantidades normais de GnRH.
 Esse distúrbio, geralmente, está associado à anormalidade simultânea do centro da fome no hipotálamo, fazendo com que a pessoa coma excessivamente. 
Consequentemente, a obesidade ocorre com o eunuquismo; a condição é chamada síndrome adiposogenital, síndrome de Fröhlich ou eunuquismo hipotalâmico.
Tumores Testiculares e Hipergonadismo no Homem 
Os tumores das células intersticiais de Leydig raramente se desenvolvem nos testículos.
Esses tumores produzem até 100 vezes a quantidade normal de testosterona. Quando tais tumores se desenvolvem nas crianças jovens, eles causam o crescimento rápido dos músculos e dos ossos, mas também causam a união precoce das epífises, de modo que o tamanho do adulto é realmente muito menor do que poderia ter sido atingido em condições normais. 
Tais tumores das células intersticiais também provocam o desenvolvimento excessivo dos órgãos sexuais masculinos, dos músculos esqueléticos e de outras características sexuais masculinas. 
No homem adulto, os tumores pequenos das células intersticiais são difíceis de diagnosticar porque os aspectos masculinos já estão presentes. 
Muito mais comuns dos que os tumores das células intersticiais de Leydig são os tumores do epitélio germinativo. Uma vez que as células germinativas são capazes de se diferenciar de quase todos os tipos de célula, muitos desses tumores contêm tecidos múltiplos, tais como tecido placentário, cabelo, dente, osso, pele e outros, todos encontrados juntos na mesma massa tumoral, chamada teratoma. 
Geralmente, esses tumores secretam poucos hormônios, mas se uma quantidade significativa de tecido placentário se desenvolve no tumor, ele pode secretar grande quantidade de hCG com funções semelhantes às do LH. 
Hormônios estrogênicos também são secretados algumas vezes por esses tumores e causam a condição chamada ginecomastia (crescimento excessivo das mamas).
Disfunção Erétil no Homem 
A disfunção erétil, também chamada “impotência”, é caracterizada pela incapacidade do homem de desenvolver ou manter uma ereção de rigidez suficiente para relação sexual satisfatória. 
Problemas neurológicos, como trauma nos nervos parassimpáticos devido à cirurgia de próstata, níveis deficientes de testosterona e alguns fármacos (p. ex., nicotina, álcool e antidepressivos), podem também contribuir para a disfunção erétil. Em homens com idade acima dos 40, a disfunção erétil é mais frequentemente causada por distúrbio vascular adjacente. 
O fluxo sanguíneo adequado e a formação de óxido nítrico são essenciais para a ereção peniana. 
Distúrbios vasculares, que podem ocorrer como resultado de hipertensão, diabetes e aterosclerose não controlados, reduzem a capacidade de dilatação dos vasos sanguíneos do corpo, incluindo os no pênis. 
Parte dessa vasodilatação comprometida é devido ao decréscimo da liberação de óxido nítrico.
A disfunção erétil causada por distúrbios vasculares pode frequentemente ser tratada com sucesso com inibidores da fosfodiesterase 5 (PDE-5), tais como sildenafil (Viagra®), vardenafil (Levitra®) ou tadalafil (Cialis®). 
Esses fármacos aumentam os níveis de GMPc no tecido erétil pela inibição da enzima fosfodiesterase 5, que rapidamente degrada o GMPc. 
Assim, pela inibição da degradação de GMPc, os inibidores de PDE-5 melhoram e prolongam o efeito de GMPc de causar a ereção 
A Função da Glândula Pineal no Controle da Fertilidade Sazonal em Alguns Animais 
Desde o conhecimento da existência da glândula pineal, várias funções foram atribuídas a ela, como 
(1) aumentar a sexualidade; 
(2) prevenir infecções; 
(3) promover o sono; 
(4) aumentar a disposição; 
(5) aumentar a longevidade (até 10% a 25%). 
Sabe-se da anatomia comparada que a glândula pineal é um órgão vestigial remanescente do que foi um terceiro olho em alguns animais inferiores, localizado no alto da parte posterior da cabeça. 
Muitos fisiologistas estão satisfeitos com a ideia de que essa glândula é remanescente não funcional, mas outros têm afirmado que ela tem papéis importantes no controle da atividade sexual e da reprodução. 
Atualmente, apósanos de pesquisa, parece que a glândula pineal, de fato, tem papel regulador na função sexual e reprodutiva. 
Em animais que se reproduzem em certas estações do ano e nos quais a glândula pineal foi removida ou os circuitos neurais que inervam a glândula foram seccionados, os períodos normais de fertilidade sazonal são perdidos. 
Para esses animais, tal fertilidade sazonal é importante, por possibilitar que o nascimento da prole ocorra em determinada época do ano, geralmente na primavera ou no começo do verão, quando a sobrevivência é mais provável. 
O mecanismo desse efeito não é totalmente compreendido, mas parece ser o seguinte. Primeiro, a glândula pineal é controlada pela quantidade de luz ou “padrão temporal” da luz percebida pelos olhos a cada dia. Por exemplo, no hamster, mais de 13 horas de escuridão por dia ativam a glândula pineal, enquanto duração menor do que 13 horas de escuridão deixa de ativá-la, com equilíbrio crítico entre ativação e não ativação. 
A via neural envolve a passagem dos sinais luminosos dos olhos para o núcleo supraquiasmático do hipotálamo e deste para a glândula pineal, ativando a secreção pineal.
Segundo, a glândula pineal secreta a melatonina e muitas outras substâncias semelhantes. Tanto a melatonina quanto essas outras substâncias passam por meio da circulação sanguínea ou do líquido do terceiro ventrículo para a hipófise anterior, reduzindo a secreção do hormônio gonadotrópico. 
Assim, na presença de secreção da glândula pineal, a secreção do hormônio gonadotrópico é suprimida em algumas espécies de animais, e as gônadas ficam inibidas e mesmo parcialmente involuídas. 
Isso é o que provavelmente ocorre nos primeiros meses de inverno quando a duração do escuro está aumentando. 
Contudo, após quatro meses de disfunção, a secreção do hormônio gonadotrópico supera o efeito inibitório da glândula pineal, e as gônadas voltam a ficar funcionais novamente, prontas para a plena atividade da época da primavera
Mas a glândula pineal tem função semelhante no controle da reprodução em humanos?
A resposta a essa questão é desconhecida. 
Entretanto, frequentemente ocorrem tumores na região da glândula pineal. Alguns desses tumores secretam quantidades excessivas de hormônios da pineal, enquanto outros são tumores dos tecidos adjacentes e pressionam a glândula pineal, destruindo-a. 
Ambos os tipos de tumores estão associados frequentemente ao hipogonadismo ou ao hipergonadismo. 
Assim, talvez a glândula pineal tenha algum papel no controle do impulso sexual e na reprodução em humanos.
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