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GAU Paisagem da Cidade e Projetos Urbanos

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Técnicas construtivas para 
elementos paisagísticos
Apresentação
Para criar projetos paisagísticos e conseguir executá-los, é importante considerar as condições da 
área, sua topografia, o clima, o solo, entre outros elementos. Com a proposta definida, parte-se 
para a execução de cada elemento previsto, que pode ser mais simples ou mais complexo, 
dependendo do tamanho da área. Em jardins, ou seja, em projetos paisagísticos de pequeno porte, 
existem algumas técnicas que possibilitam o plantio correto das mudas e a criação de caminhos e 
desenhos de canteiros.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você entenderá quais são as maneiras de executar os elementos 
paisagísticos de um projeto, identificando, também, quais as opções de materiais que podem ser 
utilizados nos espaços abertos. Você ainda vai reconhecer formas de conter as vegetações e o solo 
em projetos de paisagismo.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer técnicas construtivas utilizadas em jardins.•
Identificar os materiais mais adequados a áreas externas.•
Relacionar elementos próprios para contenção de vegetação.•
Infográfico
Diversos elementos paisagísticos compõem um jardim, tornando-o um local agradável e acolhedor. 
Para que esses elementos estejam adequados, sua execução deve ser pensada de acordo com uma 
ordem lógica que permita o uso de técnicas de construção que facilitem a conclusão do jardim. 
Neste Infográfico, veja alguns elementos que compõem os jardins e de que maneira eles podem ser 
executados.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/3813b9a8-4dd7-429d-a288-25c483025cc5/8d0265af-876f-43e6-82bc-04fea609e5d5.png
Conteúdo do livro
Os jardins são espaços abertos de valor singular, pois permitem o contato com a natureza e podem 
melhorar a qualidade de vida das pessoas. Esses espaços podem ser mais detalhados ou 
simplificados, dependendo do seu tamanho e da sua função. Mesmo que seja um jardim pequeno, 
existem alguns elementos paisagísticos e algumas técnicas para executá-los que podem facilitar a 
execução desse espaço, garantindo que o mesmo seja organizado, acolhedor e esteja em harmonia 
com o espaço natural.
No capítulo Técnicas construtivas para elementos paisagísticos, da obra Projetos de paisagismo e de 
construções rurais, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai entender quais são os 
elementos paisagísticos utilizados nos jardins, além das vegetações, compreendendo a maneira de 
executá-los nos espaços abertos. Você ainda vai aprender sobre alguns dos materiais mais 
adequados para o uso em espaços externos, bem como possibilidades de contenções de solo que 
podem ser utilizadas nessas execuções paisagísticas.
Boa leitura.
PROJETOS DE 
PAISAGISMO E DE 
CONSTRUÇÕES 
RURAIS
Vanessa Guerini Scopell
Técnicas construtivas para 
elementos paisagísticos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer técnicas construtivas utilizadas em jardins.
  Identificar os materiais mais adequados a áreas externas.
  Relacionar elementos próprios para contenção de vegetação.
Introdução
O paisagismo é uma área que trata do projeto e do planejamento de es-
paços abertos compostos por vegetações, caminhos, mobiliários e outros 
elementos. Esses espaços podem ser pequenos, se conformando como 
jardins, ou mais extensos, como as praças e os parques. Independendo 
do tamanho do espaço verde, existem algumas técnicas construtivas 
que facilitam a execução do paisagismo nessas áreas, bem como alguns 
materiais que complementam esses espaços.
Neste capítulo, apresentaremos algumas técnicas construtivas utilizadas 
em jardins e explicaremos como elas podem ser executadas. Além disso, 
mostraremos quais são os materiais adequados para o uso em espaços 
externos e os elementos utilizados para as contenções das vegetações.
1 Técnicas construtivas utilizadas em jardins
As áreas abertas de uma cidade, sejam públicas ou particulares, fazem muita dife-
rença na qualidade de vidas das pessoas. Esses espaços, que podem se conformar 
como praças, parques ou pequenos jardins nos recuos das edifi cações, junto com a 
arquitetura, formam a paisagem urbana ou rural e, portanto, devem ser pensados de 
forma harmoniosa com o todo. Fenianos (1996) destaca a importância da paisagem 
formada também pelos elementos paisagísticos, que vão muito além da estética, 
pois apresentam distintas funções. Tabacow (2004, p. 34) complementa que:
O conceito de paisagem às vezes é distorcido, entendido como um conjunto 
de elementos naturais, moldando uma vista, geralmente distante e nada mais 
do que isso, porém paisagem é o domínio do visível, onde o espectador é 
conduzido através de elementos diversos, de forma a se sentir dentro de um 
todo, onde a riqueza de detalhes se apresenta como numa música, em tempo 
e em espaço. Ela é formada não só por volumes, mas também por cores, 
odores, movimentos e sons.
Assim, nada é mais importante do que propor projetos paisagísticos 
adequados a cada situação, levando em conta os usos das edificações e as 
atividades humanas, a fim de beneficiar a vida. Esses projetos, quando bem 
elaborados e executados, potencializam as áreas, tendo funções recreativas, 
de lazer e contemplação, melhorando a relação entre o homem e o espaço 
natural.
Executar um jardim pequeno em uma residência rural, por exemplo, não é 
uma tarefa extremamente complexa, uma vez que é uma atividade instintiva, 
que pode ser executada por apenas um profissional, por meio de uma asses-
soria pontual. A importância do profissional consiste no fato de que pensar 
em um jardim requer algum conhecimento sobre as espécies de plantas mais 
adequadas a cada porção e solo, bem como entendimento sobre composições de 
espécies para criar uma atmosfera interessante e sobre o uso de complementos, 
além das plantas, para deixar o jardim agradável e funcional. Tratando-se de 
jardins em áreas maiores e complexas, é sempre importante buscar ajuda de 
um grupo de profissionais, cujos conhecimentos se complementam para a 
realização da atividade.
Tratando-se da execução de um projeto paisagístico, existem duas escalas: a do mi-
cropaisagismo e a do macropaisagismo. A do micropaisagismo se refere a espaços 
bem pequenos ou, até mesmo, pontuais, como pequenas hortas, pomares e jardins 
residenciais. Para esses espaços, um só profissional ou, até mesmo, os moradores do 
local, por meio de pesquisas e algum conhecimento, podem executar limitadores, 
caminhos e elementos simplificados. Por outro lado, no caso de projetos em escala do 
macropaisagismo, são necessários, tanto para a projetação do espaço quanto para a 
execução, diversos profissionais, como arquiteto, agrônomo, jardineiro, topógrafo, etc. 
A escala macro trata de grandes espaços livres, como bosques, parques e arborização 
urbana (FARIA, 2005).
Técnicas construtivas para elementos paisagísticos2
Para iniciar a execução de um jardim, segundo Waterman (2011), é funda-
mental ter um projeto, ou esboço da área, o qual indica quais serão as espécies 
plantadas, onde serão plantadas, se essas áreas serão delimitadas por alguns 
elementos e onde serão os caminhos e os locais de passagem nesse jardim. 
Essas porções delimitadas, segundo o autor, podem ser demarcadas in loco 
por meio de linhas, tendo como referência algum elemento que já esteja nesse 
espaço, como uma árvore que se destaque ou, até mesmo, uma edificação. 
Com isso, é possível criar referências e delimitar as porções do jardim. 
Luedeman (2010) explica que um procedimento que deve ser adotado ao 
executar um jardim é a inserção de nutrientes no solo para que ele se torne 
bastante fértil. Para o controle de pragas, ainda na fase da execução, Valente 
(2000, p. 16) sugere soluções da própria natureza, como, por exemplo, “[...] o 
uso de uma caldade fumo, de boldo ou de ervas (manjericão, louro, malaguetas) 
que podem afastar insetos, iscas de batatas ou chuchu para afastar lesmas, 
camomila no caso de doenças no vegetal causadas por fungos”.
Nas áreas já delimitadas para as vegetações escolhidas, pode-se iniciar 
a execução dos buracos (Figura 1) para o plantio. Esses buracos podem ser 
feitos com pás ou pequenas máquinas, dependendo do porte das espécies 
escolhidas. É importante destacar que esses buracos devem ser proporcionais 
às vegetações, para que elas possam se sustentar e crescer.
Figura 1. Realização dos buracos para plantio das espécies.
Fonte: Juice Flair/Shutterstock.com.
3Técnicas construtivas para elementos paisagísticos
Com os locais delimitados, o solo fértil e os buracos realizados, pode-se 
iniciar o plantio das mudas e espécies. Após, deve-se regá-las, conforme as 
especificidades de cada planta.
Em jardins ornamentais, Araújo (2008) destaca que as divisões do solo 
podem ser feitas por marcações com linha e fixadas com outros elementos 
naturais, como tocos de madeira e pedra, ou, até mesmo, mangueiras divisoras. 
No caso das pedras, deve-se apenas locá-las nessas porções, e após o plantio 
das mudas. Já para os tocos ou mangueiras, é necessário escavar um pouco 
para que esses elementos fiquem firmes no solo.
O autor complementa que, para a execução de pomares (Figura 2), é 
importante delimitar a área de cada espécie frutífera para que, quando cres-
cerem, não prejudiquem umas as outras (ARAÚJO, 2008). Essa delimitação 
pode ser somente no solo; ou seja, não é necessário haver um divisor físico 
para entendimento do espaço de que elas precisarão. Para isso, deve-se 
deixar o espaço necessário entre elas, ao marcá-las na porção do espaço 
pensada para isso.
Figura 2. Exemplo de pomar.
Fonte: Creative Travel Projects/Shutterstock.com.
Técnicas construtivas para elementos paisagísticos4
Os jardins ainda podem contar com trepadeiras, cercas vivas e, até mesmo, 
os chamados jardins verticais. Casagrande (2011) explica que, para o uso de 
trepadeiras ou cercas vivas, é necessário locar pontos verticais, a fim de que 
essas espécies possam se desenvolver da forma projetada. No caso de grandes 
fechamentos, pode-se locar cercas metálicas ou de algum outro material 
(Figura 3), as quais vão dar a forma que ser quer, para que a vegetação possa 
contorná-la.
Figura 3. Exemplo de cerca.
Fonte: Ludmila Batakova/Shutterstock.com.
Os jardins verticais (Figura 4) se diferem das trepadeiras e das cercas 
vivas porque as trepadeiras são elementos mais pontuais e individualizados, 
enquanto as cercas vivas são pensadas para delimitar espaços. Os jardins ver-
ticais, por sua vez, podem ser executados em superfícies grandes ou pequenas, 
mas caracterizam-se por “[...] constituírem todas as formas de uma superfície 
delimitada verticalmente” (CRUCIOL BARBOSA; FONTES, 2016, p. 114). 
Loh (2008), complementa que esse tipo de elemento paisagístico se refere à 
vegetação que cresce diretamente na parede da construção ou em um sistema 
estrutural separado, que pode ser independente e adjacente, ou fixo na parede.
5Técnicas construtivas para elementos paisagísticos
Figura 4. Exemplo de jardim vertical.
Fonte: Gardens by Design/Shutterstock.com.
Para executar esse elemento, é preciso escolher um local, que pode ser 
uma parede existente ou um plano vertical novo. Nesse plano, é necessário 
acrescentar algum elemento em que as plantas possam permanecer fixadas, 
como, por exemplo, ripas de madeira, cercas, telas metálicas, cabos de aço 
ou, até mesmo, arames. Com essa estrutura vertical, será possível fixar os 
vasos de plantas, que podem ser de tamanhos variados, ou fixar estruturas 
industrializadas já projetadas para essa finalidade.
Outro elemento paisagístico que pode ser executado em projetos de 
jardins são os caminhos. Lucchesi (2006) aponta que os caminhos podem 
ser de elementos naturais, como pedras (Figura 5a), por exemplo, ou po-
dem ser feitos de concreto, revestidos ou de paver (Figura 5b), que são os 
materiais mais facilmente encontrados. Para usar a brita ou outros tipos 
de pedra, é necessário colocar esse material no local delimitado para o 
caminho, socando um pouco para que as pedras não saiam facilmente do 
lugar. É possível, ainda, fazer pequenas valas ao redor para determinar ainda 
Técnicas construtivas para elementos paisagísticos6
mais esses espaços, colocando a própria brita ou, até mesmo, vegetações 
ou tocos. Pode-se, também, utilizar mangueiras plásticas ou blocos de 
concreto para a delimitação.
Figura 5. (a) Caminho de pedra e (b) caminho de paver.
Fonte: Happy window/Shutterstock.com; (b) Vladimir Trynkalo/Shutterstock.com.
No caso de fazer caminhos de concreto, pode-se utilizar os blocos prontos 
ou pavers, assentando-os em pós de brita, na área delimitada, ou então executar 
um concreto, acima de lastro de brita e com uma malha metálica, e, poste-
riormente, revestir com algum porcelanato ou cerâmica, rejuntando as peças.
Nesta seção, vimos que as técnicas construtivas para jardins são bem 
simples e fáceis de executar. Com os materiais adequados, capricho e cuidado 
no momento da execução, os resultados podem ser de qualidade, resultando 
em espaços harmoniosos e agradáveis.
2 Materiais adequados às áreas externas
Quando ouvimos falar de projetos paisagísticos, imediatamente lembramos 
de vegetações. Porém, é preciso ir um pouco mais a fundo, uma vez que os 
projetos paisagísticos e sua execução vão além da composição de espécies 
naturais. Os jardins e demais projetos de paisagismo são compostos por outros 
elementos, que são complementares às plantas e de fundamental importância 
para o sucesso do projeto.
A conformação dos jardins, segundo Casagrande (2001), varia muito, 
podendo ser pequenos, grandes, planos, com desníveis, ornamentais, con-
7Técnicas construtivas para elementos paisagísticos
templativos, aromáticos, etc. No entanto, independentemente de seu tipo, 
existem alguns materiais que colaboram para que esses espaços fiquem ainda 
mais agradáveis e para que seja possível criar propostas diferenciadas, com 
personalidade.
A partir do projeto, é possível escolher os materiais complementares mais 
adequados para apoiar a composição e a execução do jardim. Esses materiais 
devem ser escolhidos não apenas com base no projeto, mas também segundo 
suas características de manutenção, disponibilidade, durabilidade, etc., além de 
com base no clima do local. Alguns materiais muito recorrentes na execução 
dos projetos incluem os listados a seguir (LUCCHESI, 2006).
1. Cercas. Elemento cujo objetivo é delimitar determinadas áreas do 
espaço a ser trabalho, podendo conter vegetações, quando necessário. 
As cercas podem ser de materiais variados, sendo as metálicas e as de 
madeira (Figura 6) as mais comuns e resistentes, mas também existem 
as cercas plásticas. Além de para limitar áreas, as cercas podem ser 
utilizadas para compor o local onde serão inseridas, tornando o jardim 
ainda mais harmonioso. 
Figura 6. Cercas de madeira compondo com o mobiliário e as flores.
Fonte: Thananun Leungchaiya/Shutterstock.com.
Técnicas construtivas para elementos paisagísticos8
2. Divisores. Esse elemento também é uma opção para realizar divisões 
na área; porém, como é baixo, não serve para limitar os acessos 
de pessoas ou animais, mas, sim, para dividir áreas de canteiros 
e delimitar caminhos, por exemplo. Outra função dos divisores é 
impedir que a vegetação rasteira invada os canteiros. Os divisores 
podem ser utilizados por meio de diferentes materiais, sendo o 
plástico f lexível uma boa opção, pois se adapta facilmente às dife-
renças de desnível e aos desenhos de canteiros curvos (Figura 7). 
Por essa característica, permitem que variadas formas de canteiro 
e caminhos sejam criadas.
Figura 7. Exemplo de divisores flexíveis de jardim.
Fonte: Trekkathon/Shutterstock.com.
Ainda, é possível utilizar outros materiais para delimitar e dividir áreas, 
como, por exemplo,tijolos (Figura 8), pedras, blocos de concreto e madeira. 
Esses materiais podem ser alocados lados a lado, socados em pequenas valas, 
ou, até mesmo, utilizados com argamassa, para não saírem do lugar. 
9Técnicas construtivas para elementos paisagísticos
Figura 8. Divisor de canteiro feito com tijolos.
Fonte: SingjaiStocker/Shutterstock.com.
A madeira também pode ser utilizada em decks (Figura 9), pisantes, per-
golados e outros elementos que compõem um jardim. Há uma infinidade de 
madeiras que podem ser utilizadas em seu estado natural, envernizadas ou 
pintadas, oferecendo uma gama de opções. Esse material natural combina muito 
bem com espaços externos — a única ressalva é que necessita de cuidados e 
manutenção constantes. 
Figura 9. Deck em madeira compondo o jardim.
Fonte: Artazum/Shutterstock.com.
Técnicas construtivas para elementos paisagísticos10
Os caminhos podem ser executados tanto com pedras (Figura 10), tijolos e ma-
deira quanto com materiais mais industrializados, como porcelanatos e cerâmicas. 
Esses revestimentos apresentam muitos formatos, cores e texturas. Podem ser utili-
zados em áreas abertas e até imitar materiais naturais como as pedras e a madeira.
Figura 10. Caminho revestido em pedra.
Fonte: Extarz/Shutterstock.com.
Todos os elementos paisagísticos citados, além das vegetações, são muito 
importantes para a composição formal de espaços abertos. Ainda, o uso desses 
elementos e materiais permite que os jardins sejam locais mais seguros, com acessos 
delimitados, e, por isso, estejam mais adequados para o uso por muito mais tempo.
3 Elementos próprios para contenção vegetal
O paisagismo conta com diversos tipos de jardins, com diferentes escalas e 
graus de complexidade. Em algumas áreas, é preciso trabalhar com desníveis 
no terreno, e isso, muitas vezes, exige a contenção de porções de terra, para 
evitar que ela invada outras partes do espaço. A contenção, segundo Cardoso 
e Shimizu (2002), é uma solução estruturadora, que permite a estabilidade 
de porções de terra. Essa solução pode ser executada utilizando diferentes 
materiais, gerando segurança aos espaços.
Segundo Alheiros et al. (FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO MUNICI-
PAL FIDEM, 2004), a contenção de pedra é uma solução recorrente em jardins, 
11Técnicas construtivas para elementos paisagísticos
já que a pedra é um elemento que combina muito com a vegetação e é usada em 
canteiros e caminhos. Os autores destacam que a pedra como contenção é usada em 
blocos talhados de forma regular, em um tamanho que fique bom para trabalhar, 
dependendo do projeto, mas em pedaços de, aproximadamente, 20 a 40 cm. Segundo 
os autores, os blocos de pedra são arrumados no talude limpo e regularizado, ou 
seja, no desnível do terreno, e, após, são rejuntados com argamassa. Essa superfície 
se torna estável e impermeável, protegendo o talude da erosão.
Em desníveis bem pequenos ou em canteiros que ficam acima do nível mais 
baixo do solo, a contenção pode ser feita por meio de muros de pedra (Figura 
11). Nesse caso, Alheiros et al. (FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO 
MUNICIPAL FIDEM, 2004) explicam que as pedras são colocadas umas 
em cima da outras, e não apoiadas no talude, como no modelo anterior. Em 
áreas de jardim onde há pouco desnível, é possível realizar a contenção com 
tijolos, que podem ser deixados em seu estado natural ou ser rebocados e 
pintados, ou revestidos. Dependendo da altura do desnível, pode ser preciso 
utilizar armaduras nos muros, a fim de que haja a sustentação necessária. 
Figura 11. Canteiro com muro de pedra.
Fonte: Vintagepix/Shutterstock.com.
A pedra pode ser utilizada para contenção também de outra forma, por 
meio do gabião. Os gabiões, segundo Santos Junior (2018), são uma espécie 
de container, ou seja, um recipiente, que pode apresentar diferentes tamanhos. 
Técnicas construtivas para elementos paisagísticos12
São feitos de telas metálicas, mas, normalmente, apresentam a forma de um 
retângulo regular. No interior desses recipientes, são colocadas as pedras, que 
dão o peso ao elemento. 
Segundo Santos Junior (2018), os muros de contenção em gabiões são 
estruturas que trabalham em função do seu peso próprio e, por essa razão, são 
dimensionadas como um muro de gravidade. Os gabiões, portanto, são posi-
cionados de forma escalonada ou na vertical, formando um talude e contendo 
a terra. Gerscovich (2010) acrescenta que as vantagens do muro de gabiões 
(Figura 12) incluem sua flexibilidade, permitindo que a contenção se acomode 
no solo, e sua permeabilidade, possibilitando a drenagem da área contida.
Figura 12. Muro de gabião.
Fonte: Cre8 design/Shutterstock.com.
Há, ainda, opção de contenção em concreto, seja com blocos prontos 
(Figura 13), quando são locados na vertical ou de forma escalonada, ou com 
concreto ciclópico, que preenche uma forma feita in loco para conter a terra. 
A especificação do muro com faces inclinadas ou em degraus pode causar 
uma economia significativa de material. Para muros com face frontal plana e 
vertical, deve-se recomendar uma inclinação para trás (em direção ao retroa-
terro) de pelo menos 1:30 (cerca de 2 graus com a vertical), de modo a evitar 
a sensação ótica de uma inclinação do muro na direção do tombamento para 
a frente (GERSCOVICH, 2010, p. 4).
Gerscovich (2010) ressalta que esse tipo de muro não é viável para grandes 
alturas e que deve ser previsto considerando um sistema de drenagem. 
13Técnicas construtivas para elementos paisagísticos
Figura 13. Muro de contenção em bloco de concreto.
Fonte: Jen Petrie/Shutterstock.com.
Por fim, existe outro tipo de contenção, que é realizada por meio do reapro-
veitamento de pneus (Figura 14). Além de ser sustentável, pela reutilização de um 
material, Gerscovich (2010) acrescenta outros pontos positivos, como a flexibili-
dade desse tipo de contenção, sua elevada resistência mecânica e o baixo custo do 
material, em comparação com as opções. “Os muros de pneus são construídos a 
partir do lançamento de camadas horizontais de pneus, amarrados entre si com 
corda ou arame e preenchidos com solo compactado” (GERSOVICH, 2010, p. 8).
Figura 14. Uso de pneus como contenção.
Fonte: Stor24/Shutterstock.com.
Técnicas construtivas para elementos paisagísticos14
Nesta seção, vimos que há diversas alternativas para a contenção dos 
elementos de paisagismo, voltadas tanto para contenções maiores quanto para 
contenções menores. Essas alternativas devem ser analisadas caso a caso, em 
conformidade com as especificidades do projeto. 
O plano de projeto de um jardim é indissociável das características de cada 
área, podendo ser mais simplificado ou mais complexo. Independentemente da 
dificuldade, materiais complementares a plantas muito agregam ao resultado 
almejado.
ARAÚJO, R. (coord.). Manual natureza de paisagismo: regras básicas para implantar um 
belo jardim. São Paulo: Europa, 2008. 
CARDOSO, F. F.; SHIMIZU, J. Y. Sistemas de contenção. 2002. Disponível em: http://wwwp.
feb.unesp.br/pbastos/concreto4/Muros%20Arrimo/Sistemas_contencao.pdf. Acesso 
em: 16 out. 2020.
CASAGRANDE, V. (coord.). Tira-dúvidas do jardim. São Paulo: Europa, 2011. 
CRUCIOL BARBOSA, M.; FONTES, M. S. G. de C. Jardins verticais: modelos e técnicas. 
Pesquisa em Arquitetura e Construção, v. 7, nº. 2, p. 114–124, jun. 2016.
FARIA, R. T. de. Paisagismo: harmonia, ciência e arte. Londrina: Mecenas, 2005. 
FENIANOS, E. E. Jardim Botânico: só para não dizer que eu também não falei das flores. 
Curitiba: UniverCidade, 1996.
FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL FIDEM. Manual de ocupação dos morros 
da região metropolitana do Recife. Recife: Ensol, 2004.
GERSOVICH, D. M. S. Estruturas de Contenção: muros de arrimo. 2010. Disponível em: 
http://www.eng.uerj.br/~denise/pdf/muros.pdf. Acesso em: 16 out. 2020.
LOH, S. Living walls — a way to green the built environment. environment design 
guide, TEC, v. 26, 2008. Disponível em: https://eprints.qut.edu.au/28172/1/28172.pdf. 
Acesso em: 16 out. 2020.
LUCCHESI,C. 15 regras de ouro. Revista Natureza, ano 19, nº 222, p. 18–28, jul. 2006.
LUEDEMAN, G. As transformações da paisagem e as alterações biogeoquímicas. In: 
ALVAREZ, R. A.; MOTA, J. A. (ed.). Sustentabilidade ambiental no Brasil: biodiversidade, 
economia e bem-estar humano. Brasília: Ipea, 2010. p. 441–453. (Série Eixos Estratégicos 
do Desenvolvimento Brasileiro. Sustentabilidade Ambiental, 7).
15Técnicas construtivas para elementos paisagísticos
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
SANTOS JUNIOR, P. J. dos. Gabiões e estruturas de arrimo: análise teórico-numérico-
-experimental do comportamento mecânico. 2018. 213 f. Tese (Doutorado em Enge-
nharia Civil) — Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade 
Estadual de Campinas, Campinas, 2018.
TABACOW, J. W. Arte e paisagem: Roberto Burle Marx. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2004.
VALENTE, R. Por um jardim saudável. Revista Paisagismo e Jardinagem, nº. 38, p. 16–19, 
2000.
WATERMAN, T. Fundamentos de paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2011.
Técnicas construtivas para elementos paisagísticos16
Dica do professor
Um jardim é composto de diversos outros elementos além das vegetações, como a madeira, a 
pedra, o concreto e os porcelanatos. Esses materiais são apropriados para o uso externo e são boas 
opções porque permitem variadas composições paisagísticas.
Nesta Dica do Professor, veja alguns exemplos de materiais que podem ser usados em jardins.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/fbfe36bff8465abb685a010b159443e0
Na prática
Na execução de jardins, quando há desnível no terreno, a fim de aproveitá-lo, é necessário 
construir elemento de contenção do solo, tornando a área segura quanto a erosões. Essas 
contenções podem ser de diferentes materiais, e sua complexidade varia conforme a altura dos 
desníveis. 
Neste Na Prática, veja uma alternativa de contenção de solo utilizada na execução de um jardim.
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Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Projeto de jardim universal para a UFSC
Ao projetar um jardim, deve-se pensar também nos materiais que serão utilizados no espaço. No 
capítulo 4 deste caderno, veja algumas opções de pisos, caminhos e materiais utilizados nessa 
proposta.
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56 tipos de jardins muito fáceis de fazer no seu quintal
Os jardins podem ser adequados aos gostos e às necessidades dos usuários, podendo variar muito 
por meio de seus elementos e vegetações. Confira, neste link, ótimas ideias para a execução de 
jardins.
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Como fizemos nosso jardim do zero + piso do pergolado com 
tijolinho
Jardins pequenos podem ser facilmente executados com um pouco de conhecimento e algumas 
técnicas bem simples. Veja, neste vídeo, algumas ideias para execução de jardins.
http://www.bu.ufsc.br/petarquitetura/Caderno_Jardim_Universal1.pdf
https://www.homify.com.br/livros_de_ideias/3296289/56-tipos-de-jardins-muito-faceis-de-fazer-no-seu-quintal
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https://www.youtube.com/embed/bbMyasqmA9A
Técnicas de manutenção para 
paisagismo
Apresentação
O paisagismo é uma atividade que requer o conhecimento de diversas áreas e demanda o serviço 
de vários profissionais e suas especialidades. Além de pensar em composições, paleta de plantas, 
analisar o solo, o clima, a topografia e os demais elementos, é fundamental pensar na manutenção 
dessas áreas abertas. Isso porque não basta ter um espaço interessante e de qualidade se ele não 
puder ser mantido facilmente ao longo do tempo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá entender o que é irrigação e quais métodos podem ser 
utilizados para a manutenção de jardins. Você irá compreender também por que é mais vantajoso 
optar por espécies nativas das regiões onde o paisagismo será inserido, bem como materiais 
complementares que não necessitam de manutenção.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever os sistemas de irrigação mais usados em projetos de paisagismo.•
Identificar vantagens das espécies nativas em relação à manutenção.•
Descrever materiais compositivos que não demandam manutenção.•
Infográfico
No mercado, existem os mais variados tipos de sistemas de irrigação que foram se desenvolvendo 
ao longo do tempo e se tornando mais adequados para cada contexto. Nesse sentido, para o uso 
em jardins e gramados, indica-se os sistemas de microirrigação.
Veja, neste Infográfico, exemplos de microirrigação por gotejamento e aspersão, os quais podem 
ser utilizados para a manutenção dos projetos de paisagismo.
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Conteúdo do livro
A fim de manter os projetos paisagísticos de acordo com o que foi projetado e com qualidade para 
que permaneçam bonitos, saudáveis e se desenvolvendo por muito tempo, existem formas e 
sistemas de facilitar sua manutenção.
Por serem espaços livres, sujeitos a mudanças climáticas, intempéries e ações do tempo, pensar 
nessas alternativas já no momento de realização do projeto garante que esses locais tenham uma 
vida útil mais longa. Para isso, deve-se pensar nos sistemas de irrigação mais adequados, nas 
espécies que serão plantadas nesse local e nos outros materiais que complementarão a proposta.
No capítulo Técnicas de manutenção para paisagismo, da obra Projetos de paisagismo e de 
construções rurais, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, conheça diferentes tipos de 
sistemas de irrigação, manuais e automatizados, que podem ser utilizados em diferentes contextos 
paisagísticos. Identifique os benefícios de implantar espécies nativas nos jardins e quais materiais se 
comportam bem nesses espaços, facilitando a manutenção da área.
Boa leitura.
PROJETOS DE 
PAISAGISMO E DE 
CONSTRUÇÕES 
RURAIS
Vanessa Guerini Scopell
Técnicas de manutenção 
para paisagismo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever os sistemas de irrigação mais usados em projetos de 
paisagismo.
  Identificar vantagens das espécies nativas em relação à manutenção.
  Descrever materiais compositivos que não demandem manutenção.
Introdução
A manutenção é uma atividade cujo objetivo é reparar algo, a fim de 
que o elemento esteja sempre em boas condições. Assim, jardins e ele-
mentos paisagísticos também requerem manutenção, que pode se dar 
de diferentes formas, como, por exemplo, pela irrigação das vegetações, 
pela limpeza dos canteiros e caminhos, pela revisão dos mobiliários, etc. 
Porém, para facilitar a manutenção desses espaços, é importante pensar 
sobre isso quando da elaboração do plano de projeto.
Neste capítulo, vamos descrever diferentes técnicas de irrigação que 
podem ser aplicadas nos projetos de paisagismo. Além disso, vamos 
analisar os motivos pelos quais utilizar plantas nativas nesses espaços traz 
benefícios e facilita a manutenção e o desenvolvimento das vegetações. 
Ainda, vamos mostrar alguns materiais complementares para jardins que 
demandam baixa manutenção.1 Sistemas de irrigação para projetos 
de paisagismo
O paisagismo é uma área da arquitetura voltada para o projeto e a execução 
de espaços externos abertos, com vegetações e outros elementos. Essa área, 
segundo Waterman (2011), preocupa-se com a qualidade de vida das áreas 
rurais e urbanas, valorizando os espaços, e tem o poder de transformar áreas 
simples em locais cheios de signifi cado. O autor complementa que o paisa-
gismo não está relacionado somente ao momento do projeto e à execução dos 
espaços, mas também se refere à proposição de elementos que facilitem a 
manutenção desses espaços, a fi m de que estes permaneçam vivos e bonitos 
por muito tempo.
Nesse sentido, Gatto, Paiva e Gonçalves (2002) destacam que o arquiteto 
paisagista consegue, por meio de seu trabalho, recuperar as áreas verdes, 
conservar os espaços existentes e, ainda, criar locais de convivência, 
aliando conceitos estéticos, técnicos e funcionais. Assim como jardins bem 
cuidados melhoram o humor das pessoas e as fazem se sentir acolhidas, 
jardins descuidados e com plantas secas têm o efeito contrário, causando 
sensação de desconforto e, assim, afetando as emoções das pessoas de 
forma negativa. 
Uma das maneiras de garantir a manutenção nos jardins e gramados são os 
sistemas de irrigação, que se diferenciam por tipos e tecnologias. Frizzone 
(2017) destaca alguns principais tipos de irrigação para esses espaços: 
  irrigação por aspersão;
  microirrigação, ou irrigação localizada;
  irrigação por superfície. 
O autor ressalta que, com a irrigação adequada, as espécies conseguem se 
desenvolver em seus meios, garantindo sua vitalidade, e que não existe um 
sistema de irrigação ideal, mas aquele que se torna mais adequado diante das 
características de cada jardim e gramado (FRIZZONE, 2017).
Irrigação por aspersão
A irrigação por aspersão (Figura 1), segundo Frizzone (2017), é um tipo de 
irrigação que surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial, pois foi quando 
houve a produção dos equipamentos necessários para fazerem esse sistema 
funcionar. 
Técnicas de manutenção para paisagismo2
Figura 1. Irrigação por aspersão.
Fonte: itsajoop/Shutterstock.com.
Ao longo do tempo, esse tipo de irrigação foi se desenvolvendo por meio 
de diferentes tipos e tamanhos de aspersores, de modo que pode ser resumido 
entre os sistemas convencionais e os sistemas mecanizados. Há ainda, dentro 
desses sistemas, algumas divisões.
Os sistemas de irrigação convencional “[...] são constituídos por linhas 
principal, secundárias e laterais e, sobre estas, são acoplados os aspersores. 
As linhas secundárias muitas vezes são dispensáveis”. (FRIZZONE, 2017, p. 
2). O autor complementa que eles podem ser fixos permanentes, quando as 
tubulações ficam enterradas, e somente os registros e as hastes dos aspersores 
ficam visíveis no lote. Esse tipo de irrigação tem um custo mais alto e, por 
isso, é indicada apenas para áreas pequenas. Já os sistemas convencionais 
denominados fixos temporários são semelhantes aos fixos permanentes; a 
diferença é que as tubulações ficam fixas, mas na superfície do terreno, e, 
por esse motivo, podem ser retiradas mais facilmente. 
Segundo Frizzone (2017), ainda há os sistemas denominados semifixos, 
que são aqueles nos quais as linhas principais e secundárias podem ser fixas, 
enterradas ou sob a superfície, e as laterais se deslocam para se posicionarem 
nas porções da área. Essas laterais podem ser modificadas manualmente ou 
ser relocadas por meio de um sistema de rodas.
3Técnicas de manutenção para paisagismo
Há, também, os sistemas convencionais denominados portáteis, nos quais, 
segundo Frizzone (2017), todas as linhas, sejam elas principais, secundárias 
ou laterais, são móveis e podem se deslocar sobre a área irrigada. Elas são 
feitas de materiais leves, como, por exemplo, PVC (policloreto de vinila) e 
alumínio. Segundo Frizzone (2017, p. 4):
Até mesmo a unidade de bombeamento pode ser deslocada. São casos típicos 
em que se procura substituir o custo inicial de aquisição do equipamento por 
custo operacional, em função da maior quantidade de mão de obra requerida 
no deslocamento das tubulações. São normalmente projetados com até quatro 
linhas laterais operando simultaneamente.
Além dos sistemas convencionais, menos custosos, existem os sistemas de 
aspersão mecanizados. Frizzone (2017) explica que esses sistemas são mais 
indicados para áreas grandes e são escolhidos quando se pretende minimizar 
a mão de obra. A mecanização desse sistema pode se dar por meio de turbinas 
e pistões hidráulicos, que podem utilizar tanto mecanismos elétricos quanto a 
própria força da água como energia, ou por meio tratores agrícolas, que podem 
colaborar para a mudança de posição dos elementos. 
Microirrigação
Lamm e Camp (2007, tradução nossa) explicam que a microirrigação é um 
sistema indicado para áreas pequenas, onde a água é um recurso limitado, o 
solo é mais arenoso ou pedregoso e a topografi a é irregular. Segundo os autores, 
é um sistema que permite economia de água e de energia. Nesse sistema, é 
possível introduzir a automação, diminuindo a mão de obra. A microirrigação 
pode ser classifi cada por meio de sistemas que se relacionam à vazão, sendo 
os de alta vazão os de microaspersão, e os de baixa vazão, os de gotejamento 
superfi cial ou subsuperfi cial.
De acordo com Frizzone (2017), microaspersão se trata de pequenos 
aspersores de água (Figura 2) que são acionados pela própria pressão, 
pulverizando e distribuindo a água. Conforme explica o autor, esse sis-
tema surgiu como opção ao gotejamento, a fim de aumentar a superfície 
de área molhada.
Técnicas de manutenção para paisagismo4
Figura 2. Microirrigação por aspersão.
Fonte: Kamil Jany/Shutterstock.com.
Já o gotejamento, segundo Frizzone (2017, p. 10), consiste em um sistema 
de tubos ou microtubos gotejadores (Figura 3), projetados para “[...] dissipar 
a energia de pressão da água e aplicar uniformemente pequenas vazões na 
forma de gotas”.
Figura 3. Microirrigação por gotejamento.
Fonte: AJCespedes/Shutterstock.com.
5Técnicas de manutenção para paisagismo
Irrigação por superfície
Há, ainda, uma terceira forma de irrigação que se destaca e que pode 
ser utilizada em jardins e gramados: a irrigação por superfície. Segundo 
Frizzone (2017), esse sistema também pode ser chamado de irrigação por 
gravidade, por distribuir a água por meio do escoamento gravitacional 
pela superfície do solo, de maneira que haja um escoamento contínuo 
sem que cause uma erosão. “Essa condição pode ser conseguida por 
sistematização do terreno ou por simples uniformização da superfície. 
Estes sistemas, em geral, são os de menor custo por unidade de área” 
(FRIZZONE, 2017, p. 12).
O autor explica que existem diversos sistemas que se enquadram nessas 
características. Um deles é a irrigação por sulcos, quando a condução da 
água pela superfície acima do solo é realizada por meio de sulcos ou canais, 
que são executados e locados paralelamente aos canteiros (Figura 4). Esses 
sulcos devem ser proporcionais à litragem de água necessária para a irrigação 
do local. Esse sistema se comporta bem em áreas grandes e de topografia 
adversa, adaptando-se a diferentes locais.
Figura 4. Irrigação por superfície: sulcos.
Fonte: Andrii Yalanskyi/Shutterstock.com.
Técnicas de manutenção para paisagismo6
É importante compreender que cada jardim e espaço aberto tem suas 
especificidades, e os sistemas de irrigação devem ser pensados considerando 
a mão de obra que demandarão, os custos de implantação, bem como de água 
e energia, e se serão sistemas automatizados, e ainda devem estar de acordo 
com a topografia, o solo e as espécies vegetativas. Todos esses aspectos devem 
ser analisados ao escolher o sistema, a fim de que ele contribua efetivamente 
para facilitar a manutenção da área.
2 Vantagens das espécies nativas em relação 
à manutenção
Projetos paisagísticos são capazes de melhorar a qualidade dos espaços 
abertos e, por isso, sãode grande importância para as áreas urbanizadas e 
rurais. Além de considerar os aspectos estéticos, funcionais, técnicos e, até 
mesmo, psicológicos para compor esses espaços, Leenhardt (2006) acres-
centa que o paisagista deve compreender e amar a natureza, respeitando 
seus ecossistemas, buscando preservá-la e conservá-la. Assim, projetos 
paisagísticos associam diferentes aspectos e devem buscar as espécies 
mais adequadas para cada contexto, visando a seu desenvolvimento e a 
sua manutenção:
A escolha de espécies deve ter por base levantamentos florísticos e fitos 
sociológicos feitos na região, próximos e em condições similares ao futu-
ro local de implantação, com o objetivo de deixar a nova paisagem o mais 
próximo possível do original. É essencial, para tal, conhecer a autoecologia 
das espécies e sua relação com as características do meio, como clima, solo, 
e também realizar testes de procedência para a seleção do melhor material 
genético (BENTES-GAMA et al., 2008, p. 9).
Diante dessa intenção, trabalhar o paisagismo por meio de espécies nativas 
é uma forma de facilitar essas questões. Segundo o Instituto Brasileiro de 
Florestas ([2020]), as espécies nativas são aquelas consideradas naturais e 
são originárias da região onde se encontram. 
7Técnicas de manutenção para paisagismo
Além do termo espécies nativas, que se refere às espécies nativas do ecossistema onde 
se encontram, também existem, conforme o Instituto Brasileiro de Florestas ([2020]), 
as espécies denominadas exóticas, ou introduzidas, e as espécies exóticas invasoras.
As espécies exóticas, ou introduzidas, são aquelas que ultrapassam os limites de 
sua região e estão presentes em outras áreas, pois foram levadas para outro local e 
introduzidas de forma intencional ou, até mesmo, acidental pelo homem.
Já as espécies exóticas invasoras são aquelas que avançam sobre outras áreas e 
acabam ameaçando esses habitats naturais, ocasionando impactos de caráter social, 
cultural, econômico e ambiental. Nesse caso, essa invasão ocorre sem a intervenção 
direta do homem (INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS, [2020]).
Priorizar essas espécies traz diversos benefícios para o espaço aberto, 
como os elencados abaixo (MASCARÓ; MASCARÓ, 2010).
  É uma forma de sustentabilidade, já que utilizar plantas nativas permite 
o uso eficiente do solo e que possibilitar essas boas condições é uma 
forma de garantir o desenvolvimento das vegetações que colaboram 
para o ecossistema.
  Tem um bom custo-benefício, já que, por serem nativas do local onde 
serão inseridas (e, portanto, terem disponibilidade e serem fáceis de 
encontrar), as plantas nativas têm um custo muito mais acessível, se 
comparado a outras espécies.
  As espécies nativas de uma região são muitas, apresentando grande 
variedade de tamanho, de tons e de texturas, podendo se adequar ao 
projeto e as condições de cada lote.
  As plantas nativas são resistentes a pragas, porque já estão adaptadas 
ao meio e conseguem se desenvolver com mais eficiência.
  As espécies nativas melhoram o microclima local, evitam erosão do solo, 
eliminam os poluentes do ar e servem de abrigo para animais da região.
Outro ponto importante que os autores ressaltam sobre o uso de plantas 
nativas em projetos de paisagismo é o de que essas espécies já foram expostas 
às mais variadas condições climáticas dessa região; por esse motivo, elas estão 
totalmente adaptadas às temperaturas e ao solo do local, sendo muito mais 
resistentes, o que facilita seu mantimento.
Técnicas de manutenção para paisagismo8
Bentes-Gama et al. (2008) também expõem que as espécies nativas 
(Figura 5) estão de acordo com o ecossistema do local, então são elas que 
fornecem os alimentos mais apropriados para a fauna da região. Ainda, as 
espécies colaboram entre si de diversas formas, protegendo umas as outras, 
e os nutrientes dos quais elas precisam para se desenvolver estão presentes 
nas áreas, pois é seu habitat natural. 
Figura 5. Exemplo de espécie nativa do Brasil: Ipê Branco.
Fonte: Rafael Martos Martins/Shutterstock.com.
Isso significa, conforme Kageyama e Castro (1989), que, ao utilizar espé-
cies nativas, o êxito do projeto será maior. Quanto mais próximas as espécies 
forem de seu habitat natural, melhor será o resultado do paisagismo e mais 
fácil será de mantê-lo ao longo do tempo.
Conforme Golfari (1978), por outro lado, a utilização de espécies inadequa-
das pode acarretar diversos prejuízos. Segundo o autor, o desenvolvimento de 
uma espécie que é plantada em um clima adverso ao de sua origem pode ser 
muito prejudicado, e ela pode sofrer alterações em seu porte, em sua floração 
e em sua frutificação. Ou seja, ao utilizar espécies não nativas, o resultado do 
paisagismo pode não chegar ao esperado, visto que uma espécie que não está 
em seu habitat natural pode se desenvolver de forma diferente do esperado. 
Além disso, essas espécies poderão perecer, o que acarretará um desperdício 
do investimento.
9Técnicas de manutenção para paisagismo
Com relação à opção por espécies exóticas, Bentes-Gama et al. (2008) 
alertam para algumas situações que podem ocorrer na área, como, por exem-
plo, a multiplicação sem controle das espécies, tornando-se uma praga. Além 
disso, como elas não foram desenvolvidas nesses ambientes, podem acabar 
competindo pelo espaço de forma desigual, prejudicando as espécies nativas 
e o solo do local, tornando-o pobre. 
Nesse sentido, não basta pensar na composição do espaço: é fundamental 
relacionar essa composição a espécies adequadas às características do local. 
Dessa forma, os espaços abertos podem ser mantidos mais facilmente e per-
manecer vivos com o passar dos anos.
3 Materiais compositivos que não demandam 
manutenção
A manutenção dos jardins e dos demais espaços abertos deve ser pensada sob 
diversos âmbitos. Waterman (2011) destaca que o arquiteto paisagista também 
deve ter conhecimento sobre a execução de cada porção do projeto, optando 
por materiais compositivos que não prejudiquem as espécies, sejam duráveis 
e de fácil conservação. Tudo o que for colocado no espaço, de uma forma ou 
de outra, requer manutenção; porém, com a aplicação de alternativas bem 
pensadas, é possível diminuir consideravelmente esse trabalho.
Uma das formas de garantir uma baixa manutenção nas áreas verdes é a 
utilização de materiais duráveis e que se comportam bem sob as intempéries e 
variações de climas. Entre os materiais que mais se destacam, estão as pedras, 
os plásticos e a madeira tratada.
Pedras
A pedra é um material muito resistente e durável, que pode ser utilizado de 
diversas maneiras no projeto e na execução de jardins. Niemeyer (2019) explica 
que esse elemento se destaca muito nos projetos de paisagismo e que pode 
aparecer por meio de diferentes formas, com função decorativa, como forração 
de porções ou em pisos. “As pedras podem apresentar-se de diversas maneiras, 
sejam processadas ou in natura e ainda sob a forma de seus subprodutos: seixo, 
cascalho ou pedrisco” (NIEMEYER, 2019, p. 43).
O autor acrescenta que a composição com esse material caracteriza uma 
ideia mais naturalista, a qual associa-se muito bem com as diferentes espé-
cies vegetais (NIEMEYER, 2019). Sua aparência mais rústica e sua textura 
Técnicas de manutenção para paisagismo10
antiderrapante permitem que esse material seja uma ótima opção para pisos 
(Figura 6), garantindo a segurança dos usuários. Além disso, suas tonalidades 
e formas variam, possibilitando composições diferenciadas para cada local.
Figura 6. Caminhos em pedra.
Fonte: Maria Evseyeva/Shutterstock.com.
Além disso, as pedras podem ser utilizadas de forma solta nos caminhos e 
canteiros (Figura 7), e são boas para essa função porque permitem a drenagem 
do solo.
Figura 7. Pedras soltas.
Fonte: HildaWeges Photography/Shutterstock.com.
11Técnicas de manutenção para paisagismo
Ainda, as pedras podem estar presentes em fontes (Figura 8), em pequenos 
lagos ou em elementos que utilizam a água, comportando-semuito bem em 
contato permanente com esse recurso natural.
Figura 8. Pedras em fontes.
Fonte: Everyonephoto Studio/Shutterstock.com.
Pedras não necessitam de manutenção, requerendo poucos cuidados 
para permanecerem sempre fixas nos locais estipulados, evitando aci-
dentes. Niemayer (2019) acrescenta que uma alternativa atual é o uso da 
pedra artificial, chamada de pedra ecológica. Esse material é uma opção 
produzida e permite um projeto mais sustentável, porque evita a extração 
das pedras naturais:
Sua maior vantagem é ser produzida em qualquer tamanho e formato, ao 
contrário das naturais, cujo tamanho aleatório exige manipulação complicada 
e onerosa. As pedras artificiais favorecem o planejamento devido a tamanhos 
facilmente produzidos encaixando-se em qualquer espaço. Outras vantagens 
referem-se à leveza, às distintas cores e texturas que permitem imitar com 
perfeição pedras naturais pré-existentes no ambiente, além de sua larga du-
rabilidade. Por fim, seu custo 50% menor é um atrativo a qualquer orçamento 
(NIEMEYER, 2019, p. 43).
Técnicas de manutenção para paisagismo12
Plásticos
Os plásticos são materiais resistentes e, por isso, podem ser utilizados em 
áreas externas. É importante, porém, sempre optar por elementos plásticos 
reutilizados. Por exemplo, o plástico pode estar presente em vasos (Figura 9), 
que possibilitam diversas composições, em cercas ou em mobiliários, como 
bancos e lixeiras.
Figura 9. Vasos de plástico.
Fonte: fotohunter/Shutterstock.com.
Segundo Niemeyer (2019), atualmente o mercado também oferece a madeira 
plástica, que, na realidade, trata-se de material resultado de um processo de reci-
clagem, sendo bastante resistente, prático e ecologicamente correto. “Seu benefício 
maior é ser um produto 100% reciclável e, portanto, completamente sustentável. A 
madeira ecológica é um material de altíssima resistência e de tamanhos variados, 
sendo imune à umidade e à corrosão” (NIEMEYER, 2019, p. 44).
O material é produzido para imitar a madeira, sua cor e suas ranhuras, sendo 
uma opção interessante porque não exige manutenção, não possui farpas e não 
racha, e sua manutenção é bastante simplificada, exigindo apenas limpeza 
comum com água e sabão. Ainda, esse material pode ser utilizado em decks 
(Figura 10), pergolados, bancos, entre outros mobiliários de uso externo.
13Técnicas de manutenção para paisagismo
Figura 10. Construção de um deck em madeira plástica.
Fonte: ronstik/Shutterstock.com.
Madeira
A madeira também é um elemento compositivo que se harmoniza com o 
ambiente externo e pode ser utilizada também em vasos, mobiliários, pisos, 
pergolados, jardins verticais, etc. Niemeyer (2019, p. 44) complementa que 
a madeira também pode ser utilizada “[...] em forma de troncos, bolachas, 
placas, raspas, tábuas ou dormentes, tem uma função bem defi nida: junto com 
as pedras, propicia um clima natural ao ambiente exterior”. Esse material, 
em seu estado natural, exige grande manutenção, além de a extração não 
ser ecologicamente correta. Então, sugere-se que se use a madeira refl ores-
tada para compor os jardins, porque esse tipo de madeira é plantado com 
a fi nalidade de ser extraído. Dessa forma, não há o prejuízo para árvores 
nativas das regiões.
Niemeyer (2019) destaca que uma boa opção é utilizar o eucalipto tratado. 
Na pavimentação, pode ser utilizado como dormente e tábuas, ou por meios 
e bordas e canteiros, para função decorativa. Independentemente do tipo de 
madeira, ela deve ser tratada, passando por um processo que aumenta sua 
vida útil e sua durabilidade: de cerca de três anos para 20 anos, aproxima-
damente. Seu custo também é muito menor, se comparado ao custo de uma 
madeira nativa, tornando-se ecologicamente correta.
Técnicas de manutenção para paisagismo14
Com base nos diversos materiais e sistemas aqui apresentados, é pos-
sível entender por que os projetos paisagísticos são complexos. Além de 
serem pensados por meio da estética e da funcionalidade, e deverem estar 
adequados ao contexto e às características locais, devem considerar sua 
vida útil ao longo do tempo, garantindo meios para serem mantidos de 
forma fácil por muitos anos.
BENTES-GAMA, M. et al. Espécies arbóreas nativas com potencial para recuperação de 
paisagens alteradas em Rondônia. Porto Velho: Embrapa Rondônia, 2008. Disponível 
em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/709716/1/doc128espe-
ciesarboreas.pdf. Acesso em: 14 out. 2020.
FRIZZONE, J. A. Os métodos de irrigação. Piracicaba: ESALQ/USP, 2017. Disponível em: 
http://www.leb.esalq.usp.br/leb/disciplinas/Frizzone/LEB_1571/TEXTO_COMPLEMEN-
TAR_1_-_METODOS_DE_IRRIGACAO.pdf. Acesso em: 14 out. 2020.
GATTO, A.; PAIVA. A. N.; GONÇALVES, W. Implantação de Jardins e áreas verdes. Viçosa 
MG: Aprenda Fácil, 2002.
GOLFARI, L. Zoneamento ecológico para reflorestamento de regiões tropicais e subtropicais: 
método utilizado. Brasília, DF: IBDF/FAO, 1978.
INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS. Árvores nativas e exóticas. [2020]. Disponível 
em: https://www.ibflorestas.org.br/conteudo/arvores-nativas-e-exoticas. Acesso em: 
14 out. 2020.
KAGEYAMA, P. Y.; CASTRO, C. F. A. Sucessão secundária, estrutura genética e plantações 
de espécies arbóreas nativas. IPEF, n. 41/42, p. 83-93, 1989. Disponível em: https://www.
ipef.br/publicacoes/scientia/nr41-42/cap11.pdf. Acesso em: 14 out. 2020.
LAMM, F. R; CAMP, C.R. Subsurface drip irrigation. In: LAMM, F.R.; AYARS, J.E.; KAKAYAMA, 
F.S. Microirrigation for crop production: design, operation, and management. Amsterdam: 
Elsevier, 2007. p. 473- 551.
LEENHARDT, J. (org.). Nos Jardins de Burle Marx. São Paulo: Perspectiva, 2006.
MASCARÓ, J. L.; MASCARÓ, L. Vegetação Urbana. Porto Alegre: Masquatro, 2010.
NIEMEYER, C. A. C. Paisagismo no planejamento arquitetônico. 3. ed. Uberlândia : EDUFU, 
2019. Disponível em: http://www.edufu.ufu.br/sites/edufu.ufu.br/files/ebook_paisa-
gismo_no_planejamento_arquitetonico_3_edicao-_2019.pdf. Acesso em: 14 out. 2020.
WATERMAN, T. Fundamentos de paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2011.
15Técnicas de manutenção para paisagismo
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Técnicas de manutenção para paisagismo16
Dica do professor
A utilização de espécies nativas no projeto e na execução de paisagismo traz muitas vantagens e 
diversos benefícios não apenas para a área trabalhada, mas também para todo o ecossistema, 
garantindo o desenvolvimento e a vida útil desse local. O Brasil é um país rico em espécies nativas, 
tendo uma flora muito variada.
Nesta Dica do Professor, veja alguns exemplos de espécies nativas que podem ser utilizadas em 
projetos de paisagismo.
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Na prática
Ao pensar em um paisagismo para determinada área, é necessário prever quais materiais deverão 
ser utilizados no espaço, visto que os jardins não têm coberturas e estão sujeitos a mudanças 
climáticas.
Neste Na Prática, veja algumas alternativas de materiais que uma arquiteta utilizou em um jardim, 
com o intuito de facilitar sua manutenção.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja as sugestões do professor:
Como fazer uma irrigação residencial
Atualmente, há diversos equipamentos que colaborampara uma irrigação com eficiência em jardins 
e gramados. Veja mais sobre esse assunto neste vídeo.
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Por que utilizar madeira tratada?
A madeira é um material interessante para o uso em projetos paisagísticos, porque mantém o 
aspecto natural do local. Para isso, recomenda-se o uso da madeira tratada. Veja mais sobre esse 
assunto neste link.
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Madeira plástica: uma revisão conceitual
A madeira plástica é uma opção de material que traz diversos benefícios para a substituição da 
madeira tradicional. Saiba mais sobre o assunto neste artigo.
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Tipologias urbanas e suas 
representações
Apresentação
A evolução das cidades e suas representações tem início na Antiguidade, quando os homens 
utilizavam, de forma rudimentar, placas de argila e pele de animais para registrar seus 
conhecimentos e, conforme os períodos históricos avançavam novas formas surgiram. O 
Renascimento (XV-XVII) foi o período que rompeu com o modelo da sociedade cultivado na era 
medieval, o qual, por dominância da igreja, teve várias áreas científicas proibidas de serem 
pesquisadas. Propôs uma mudança de paradigma atribuindo importância à figura humana e aos 
valores da burguesia como o racionalismo e o individualismo, prezando a lógica e a valorização dos 
clássicos.
Já a Idade Moderna foi uma fase de grandes transformações e de resoluções sociais, tanto na 
economia quanto na religião, e também descobertas de novos territórios. Os Movimentos Moderno 
e Pós-Moderno alteraram significativamente as cidades com seus conceitos. De um lado, o 
Modernismo com tipos de edifícios que não consideravam a localização e o aspecto contextual 
histórico; e de outro, o Pós-Modernismo, que retomou o conceito de espaço, transformando-o em 
lugar, resgatando as histórias locais e sociais.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá sobre o registro dos mapas e o surgimento das 
primeiras cidades; verá como surgiu o urbanismo renascentista e as considerações do urbanismo 
neoclássico. Além de ver uma comparação entre o urbanismo moderno e o pós-moderno, e assim 
verificar a evolução das ferramentas de desenho desde a Antiguidade até os dias atuais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o histórico dos mapas das cidades.•
Analisar o urbanismo renascentista e o neoclássico.•
Comparar o urbanismo moderno com o pós-moderno.•
Infográfico
O Modernismo foi um movimento artístico e cultural que surgiu entre os séculos XIX e XX, 
cujo objetivo era romper com as ideias da época que seguiam os preceitos da Revolução Industrial. 
Os artistas modernistas sentiam a necessidade de mudar o meio em que viviam e de experimentar 
novos conceitos. Antes da Revolução Industrial, os grandes destaques arquitetônicos eram as 
construções ligadas à alta elite, como palácios, igrejas e catedrais. A partir do século XVII, com a 
Revolução Industrial, materiais como ferro, aço e concreto passaram a ser produzidos em escala 
industrial, permitindo o avanço nas construções de diferentes obras urbanas.
Nesse contexto, as cidades sofreram grandes transformações com edificações em concreto, aço e 
vidro, evidenciando novas tipologias funcionais, orgânicas e, acima de tudo, humanas.
No Infográfico a seguir, conheça um pouco mais sobre o Modernismo.
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Conteúdo do livro
As cidades foram evoluindo conforme as conquistas de novos territórios. Essas intervenções no 
território foram descritas inicialmente em formas rudimentares, como placas de argila na 
Antiguidade e, posteriormente, mapas foram reproduzidos em materiais de manuseio mais prático. 
Hoje em dia, a tecnologia permite integrar informações ilimitadas dos mapas gráficos com imagens 
reais de satélites e informações dinâmicas, tornando o espaço geográfico muito acessível.
No capítulo Tipologias urbanas e suas representações, da obra Planejamento urbano e regional: 
elementos urbanos, você verá assuntos referentes às origens das cidades e suas representações dos 
mapas; sobre a evolução da arquitetura e urbanismo nos períodos do Renascimento e no 
Neoclassicismo, bem como a arquitetura moderna e pós-moderna. 
Boa leitura.
PLANEJAMENTO 
URBANO E REGIONAL: 
ELEMENTOS 
URBANOS 
Enaira Hoffmann de Oliveira 
Tipologias urbanas e 
suas representações
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer o histórico dos mapas de cidades.
  Analisar o urbanismo renascentista e o neoclássico.
  Comparar o urbanismo moderno com o pós-moderno.
Introdução
Acredita-se que o espaço geográfico começou a ser registrado em meados 
do Período Neolítico, por volta de 4.000 a.C., quando se formaram as 
primeiras civilizações, principalmente, nas regiões dos vales férteis. Com 
o aumento da população, também foi necessário pensar a expansão do 
território, limitar as áreas já dominadas e prever quais seriam possíveis 
de se conquistar. Dessa forma, os registros por meio de mapas tiveram 
muita importância, pois armazenavam conhecimento sobre orientações 
e localizações das regiões ocupadas.
Neste capítulo, você estudará sobre o registro dos mapas e o surgi-
mento das primeiras cidades. Analisará o início do urbanismo renascen-
tista e as considerações do urbanismo neoclássico. Você também vai 
comparar o urbanismo moderno com o pós-moderno e, assim, verificar 
a evolução das ferramentas de desenho desde a antiguidade até os dias 
atuais.
Mapas de cidades
A evolução dos mapas é um assunto entrelaçado com a própria história da 
humanidade. Desde muito tempo, os homens utilizam meios gráfi cos para 
representar seus conhecimentos de forma rudimentar, incialmente, utilizando 
materiais disponíveis como placas de argila ou, até mesmo, pele de animais 
e rochas. Segundo CASTRO (2012, p. 19):
Um dos mapas mais antigos que se tem notícia foi descoberto nas escavações 
das minas da Ga-Sur, localizadas a 300 km ao norte da Babilônia. Repre-
sentando o vale de um rio (provavelmente o rio Eufrates), tal mapa consiste 
em uma placa de barro cozido datada de 2500 a.C., na qual as montanhas 
são representadas por um símbolo semelhante a uma escama de peixe, o rio 
desemboca por um delta de três braços em um lago ou mar, e o Norte, o Leste 
e o Oeste estão indicados por círculos com inscrições.
Mesmo com tantos detalhes, os mapas nunca registram completamente a 
realidade, segmentando a localização dos elementos das paisagens no espaço 
geográfico. As informações inseridas são priorizadas conforme o objetivo 
e interesse do momento. Podem ser classificados em mapas topográficos e 
temáticos. Nos mapas topográficos, o espaço geográfico é representado com 
maior precisão, com a posição das cidades, dos campos, das florestas, dos 
rios, das montanhas, entre outros. Esse tipo de mapa serve como base para os 
mapas temáticos, que seguem um tema específico, com aspectos naturais ou 
sociais, e que priorizam os dados quantitativos ou qualitativos.
Origem dos mapas
Os primeiros mapas desenhados na Grécia no século VI a.C. ocorreram em 
função das expedições exploratórias e militares que os gregos efetuavam, 
levando-os a elaborar um sistema cartográfi co detalhado para a época. Cláudio 
Ptolomeu (100 d.C.–170d.C.), matemático e astrônomo grego, estudou e desen-
volveu um extenso trabalho sobre o espaço geográfi co, que foi mencionado por 
muito tempo. Ele compilou todas as informações dos exploradores e viajantes, 
e é considerado o primeiro cartógrafo do mundo ocidental.
Com o passar do tempo, muitos conhecimentos se perderam ou foram 
esquecidos. As representações cartográficas na Idade Média passaram do 
conceito matemático (gregos) para o conceito religioso. Sobre influência da 
Igreja, a representação da Terra foi planificada, e os mapas medievais ficaram 
conhecidos como TO. O disco de Isidoro representa o mapa-múndi do século 
XIII e considerava Jerusalém como o centro mapa: o T refere-se ao Mediter-
râneo, enquanto o O, ao Oceano que circundava os continentes Europa, Ásia 
e África (Figura 1). Nessa época, os mapas seguiam apenas o nome dos locais, 
não se importando com as latitudes e longitudes reais.
Tipologias urbanas e suas representações2
Figura 1. O disco de Isidoro representa o mapa-múndi do século XIII.
Fonte: Mapa T e O (2006).
Com o início das grandes navegações lideradas pelos portugueses no século 
XV, a produção cartográfica foi retomada como forma de documentação e segu-
rança para os exploradores. No entanto, os mapas eram considerados tesouros, 
e somente a elite e os grandes navegadores tinham acesso a esses documentos. 
Com a invenção da imprensa, após a segunda metade do século XV, os mapas 
puderam ser acessados pelo restante da população (INSTITUTO BRASILEIRO 
DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA [IBGE], 2019a). Em 1507, o alemão Martin 
Waldseemüller (1475–1522) produziu o primeiro planisfério com base nas des-
cobertas feitas por Américo Vespúcio sobre o Novo Mundo (Figura 2). 
Figura 2. Mapa-múndi de Martin Waldseemüller.
Fonte: Um mapa-múndi conforme o método tradicional de Ptolomeu... (2017).
3Tipologias urbanas e suas representações
O mapa de Waldseemüller foi o primeiro a utilizar o termo América ho-
menageando Vespúcio e representava o mundo em dois hemisférios: oriental e 
ocidental. Esse documento foi reproduzido em mil cópias, das quais apenas uma 
sobrevive até hoje, na Biblioteca do Congresso Norte-americano. No século XVI, 
as cidades comerciais da Holanda eram ponto de encontro de diversos povos e 
navegantes que trocavam informações sobre o mundo por onde andavam. Em meio 
a essa movimentação de informações de viagens, descobertas e mapas antigos, 
Gerardus Mercator (1512–1594) criou a projeção do primeiro mapa-múndi em 
1569 (Figura 3). Esse documento facilitou a navegação por grandes distâncias, 
porque mostrava os meridianos e os paralelos em forma de linhas retas que, 
como no globo, cortavam-se em um ângulo de 90°. Esse tipo de projeção, que 
mantém os ângulos entre os meridianos e paralelos no globo, conserva a forma 
de qualquer pequena área, porém deforma grandes áreas nas altas latitudes.
Figura 3. Projeção de Mercator.
Fonte: IBGE (2019b, documento on-line).
Como cita Wintle (1999), a projeção de Mercator deformava o mundo em 
favor da Europa, criava uma imagem hegemônica na percepção das pessoas e 
permaneceu como base da visão ocidental do mundo por muito tempo. No século 
XVII, a preocupação com a veracidade das informações e com a representação 
topográfica foi instigada pelos países europeus. Os mapas elaborados tinham 
maior precisão de escala — relação de tamanho entre a região e sua represen-
tação no mapa —, produzidos com instrumentos como o hodômetro (indicação 
de distância) e bússolas, resultando em melhores levantamentos topográficos.
Nos séculos XVIII e XIX, época da Revolução Industrial, os mapas começa-
ram a ter caráter temático, com um volume maior de informações adicionais de 
Tipologias urbanas e suas representações4
população e clima sobre as bases já levantadas de topografia. Segundo Castro 
(2012), o período pós-Revolução Industrial, no século XX, foi marcado pela 
influência da tecnologia na cartografia. Após o surgimento de sensoriamento 
remoto por satélite e com o uso de computadores, a cartografia foi totalmente 
transformada. Elaborada por meio digital, com maior precisão de detalhes 
e associada à banco de dados — Sistema de Informação Geográfica —, a 
cartografia passou a contar com imagens e informações em tempo real, que 
permitem dinamismo e confiabilidade aos dados levantados.
Origem das cidades 
No Período Neolítico (5000 a.C.–3000 a.C.), os povoados começaram a se 
organizar em função da sobrevivência e subsistência. O ambiente das socieda-
des neolíticas é um fragmento de natureza transformado, o que compreendia 
terrenos cultiváveis, abrigos dos homens e dos animais domésticos, depósitos de 
alimentos produzidos ao longo das estações e utensílios para os cultivos, para 
as criações, para a defesa e para a ornamentação. As cidades da Antiguidade 
Mesopotâmia e Egito localizavam-se quase sempre próximas à beira de uma 
fonte de água potável e a grandes corpos de água, como rios e mares, para 
facilitar o transporte de carga de uma região para outra, bem como para a 
obtenção de água potável. A Figura 4 traz uma representação de Tebas, no Egito.
Figura 4. Tebas, no Egito. A necrópole à esquerda do Rio e a cidade dos vivos à direita.
Fonte: Benevolo (2015, p. 46).
5Tipologias urbanas e suas representações
Grécia e Roma tinham como objetivo a expansão do comércio e a busca 
por terras férteis, depois transformadas em Estados independentes. Impu-
nham suas leis e cultura aos povos conquistados, destruindo grande parte das 
infraestruturas e construindo novas com características próprias. Conforme 
cita Coelho (1997), as cidades desenvolvidas pelos árabes ao longo do tempo 
apresentam-se de forma bem mais simplificada do que aquelas edificadas 
sob influência das culturas helenística e romana (Figura 5). Ao incorporarem 
uma nova região aos seu império, os muçulmanos utilizavam uma política de 
tolerância, respeitando os usos, os costumes, a cultura, as línguas regionais, os 
métodos administrativos e, até mesmo, a estrutura religiosa, de onde tiravam 
o conhecimento necessário à sua própria organização.
Figura 5. Expansão árabe sobre antigo domínio romano: século VII d.C., os árabes invadem 
a costa do mediterrâneo.
Fonte: Benevolo (2015, p. 224).
Assim, a origem das cidades tem em comum sua demarcação a partir 
da existência de uma ou mais funções urbanas, que podiam ser industriais, 
comerciais, culturais, entre outras. Elas nascem de uma necessidade humana 
que deseja organizar determinados espaços para se integrar (CARLOS, 1992).
Tipologias urbanas e suas representações6
A origem das cidades é um tema rico em discussões. Para saber um pouco mais, leia 
o artigo Cidades: (re) definindo seus papéis ao longo da história, escrito por Karla Rosário 
Brumes.
Entendemos que a origem das cidades e a origem dos mapas estão dire-
tamente vinculados. A necessidade de representar o território conquistado 
levou ao desenvolvimento de técnicas para armazenar dados, informações 
e características singulares dos espaços, além das culturas, permitindo que 
fossem repassados a outras gerações.
Urbanismo renascentista e neoclássico
O Renascimento (XV–XVII) é o período que marca o fi m da Idade Média e 
o início da Idade Moderna. Tem origem, historicamente, em 1453, marcando 
o fi m do Império Romano no oriente e provocando uma grande modifi cação 
cultural e econômica na sociedade europeia. As rotas marítimas mudam para 
o oceano Atlântico, incentivando a navegação entre o continente europeu e as 
novas colônias. O Renascimento é tido como uma ruptura dos modelos cultu-
rais, econômicos, políticos e religiosos cultivados na Era Medieval atingindo 
também a arte, a fi losofi a e as ciências. 
Como características do período podemos citar o propósito sobre o co-
nhecimento da Antiguidade Clássica em que foram retomadas as teorias 
elaboradas por Vitrúvio, no século I, em De Architectura. Pode-se citar também 
o Humanismo como importante movimento filosófico e cultural que propu-
nha uma nova formade ver o mundo, destacando o homem como elemento 
primordial e também as questões da ciência e razão acima da fé, buscando 
explicações racionais para os fenômenos da natureza, utilizando técnicas de 
experimentação e perspectiva. 
7Tipologias urbanas e suas representações
Marcus Vitruvius Pollio (c. 90–c. 20 a.C.), mais conhecido como Vitrúvio, foi um enge-
nheiro militar romano e arquiteto que escreveu De Architectura (Na arquitetura), um 
tratado que combina a história das antigas arquitetura e engenharia e sua experiência 
e conselhos sobre o assunto.
Cidades no Renascimento
O período das grandes descobertas marítimas tem início com Portugal e 
Espanha, no século XVI, e Holanda, Inglaterra e França no século seguinte. 
Em relação à civilização europeia, Goitia (1992, p. 10) afi rma que a principal 
“[...] atividade urbanística durante os séculos XV e XVI consiste, em grande 
parte, em alterações no interior das velhas cidades que, geralmente, modifi cam 
muito pouco a estrutura geral”.
Desse modo, ocorre a transformação do núcleo anterior das cidades e a 
formação ao redor desse núcleo de uma nova faixa construída: a periferia. 
As ruas eram muito estreitas para acolher o trânsito e não havia espaço para 
alargamentos viários. As classes trabalhadoras que, em geral, vinham do 
interior com famílias numerosas, ocuparam as residências do núcleo central, 
casas pequenas que abrigavam muitas pessoas, devido à facilidade de acesso às 
fabricas e ao comércio. Assim, como o núcleo central se tornou sobrecarregado 
com muitas pessoas, as classes mais abastadas retiraram-se para a periferia, 
iniciando uma nova forma de moradia.
Nessa direção, Benevolo (2015, p. 425) cita que:
[...] as cidades criadas na Idade Média bastam para as necessidades da so-
ciedade renascentista e são modificadas só em parte; no resto do mundo, ao 
contrário, os conquistadores e os mercadores europeus encontram um enorme 
espaço vazio onde podem realizar novos grandes programas de colonização 
e urbanização.
O conceito do espaço urbano renascentista abandonou a ideia de crescimento 
orgânico, passando para um ideal de perfeição formal pura.
De modo geral, a busca pelo modelo ideal levou à repetição de alguns 
motivos geométricos arquetípicos, principalmente, o quadrado e o círculo. No 
Tipologias urbanas e suas representações8
Renascimento, a concepção urbana aspirava uma geometrização geral de toda 
a cidade, na qual ruas e praças passaram a ser definidas pelos edifícios que 
pareciam ser constituídos por idênticas unidades (formas geométricas puras). 
O Renascimento viu-se hipnotizado por um tipo de cidade representada nos 
textos de Vitrúvio e que, por um século e meio — de Filarete a Scamozzi —, 
caracterizou todos os planos utópicos: a cidade em forma de estrela.
A cidade estelar foi concebida pela primeira vez por Florentine Filarete, 
que escreveu Trattato d’Architettura entre 1451 e 1464, quando trabalhava 
para Francesco Sforza. Daí o nome da cidade de Sforzinda, que foi proposta 
e descrita em detalhes, desde o palácio do príncipe e a catedral até as áreas a 
serem alocadas aos mercadores e artesãos, sem esquecer as prisões. A cidade 
radial estrelada possui dezesseis ruas principais que irradiam a partir da 
piazza central em direção aos oito portões da cidade e as oito torres situadas 
nas pontas da estrela (Figura 6).
Figura 6. Sforzinda: a cidade radial estrelada. 
Fonte: Benevolo (2015, p. 425).
9Tipologias urbanas e suas representações
Conforme cita Abreu e Lima (2012, p. 8), 
[...] a cidade de Sforzinda imaginada por Filarete no seu tratado é um modelo 
ideal, no qual a relação entre arquitetura e poder político se evidencia de 
acordo com as características do novo príncipe italiano para o qual a cidade 
é a manifestação de sua magnificência e da sua capacidade de contribuir ao 
bem-estar dos cidadãos (munificentia). É importante tanto a realização quanto 
a imagem da forma urbana como manifestação material do poder. 
Enquanto o pensamento utópico elaborava cidades geométricas ideais, 
a vida decorria nos velhos ambientes medievais, nas praças irregulares e 
pitorescas e nas estreitas e tortuosas ruelas de outros tempos. A abertura de 
algumas ruas novas, com edifícios solenes e uniformes e, sobretudo, a criação 
de novas praças, regulares ou quase regulares, para enquadramento de um 
monumento destacado, de uma estátua para honrar um rei ou para represen-
tações e festejos públicos são os empreendimentos urbanos mais apoiados, 
que o Período Barroco daria continuidade em maior escala.
No início do século XV, em Florença, foi descoberta a perspectiva. No 
decorrer dos cinco séculos seguintes, a perspectiva seria um dos fatores 
constituintes da história da arte. São os pintores que constroem primeiro o 
espaço urbano (ALONSO PEREIRA, 2010; LAMAS, 1993). O novo método 
de projeção — estabelecido desde os princípios do século XV — passou a ser 
aplicado, teoricamente, a todo gênero de objetos, dos espaços arquitetônicos 
à cidade e ao território. Entretanto, por limitações práticas, não conseguiu 
produzir grandes transformações nos organismos urbanos antes do Período 
Barroco, a partir do século XVII.
Em uma representação em perspectiva, cada elemento acha-se relacionado 
com um único ponto de vista: o do espectador. A arte renascentista confundiu-se 
com a de projetar cidades, fazendo com que as leis de perspectiva se tornassem 
as regras de construção de vias, praças e conjuntos urbanos, segundo princípios 
universais de simetria e proporção. A transição do Período Renascentista para 
o Barroco é caracterizada pelo aumento da importância das cidades, principal-
mente, das capitais dos Estados e daquelas ligadas ao grande comércio, com 
destaque para as portuárias. Essas cidades passaram a ser também as capitais 
políticas, além de fontes do poder econômico do Estado Barroco.
Motivado pela contrarreforma e pela interpretação pessoal dos artistas 
maneiristas — entre eles, Michelangelo (Piazza del Campidoglio) — e sob 
o domínio dos papas, a cidade tornou-se barroca, e sua fisionomia medieval 
sofreu alterações radicais com o Papa Sixtus V (1521–1590). Os diversos planos 
de remodelação, de Nicolau V (c.1450) a Sisto V (c.1590), traçaram grandes 
Tipologias urbanas e suas representações10
eixos monumentais na cidade, mas que não foram suficientes para exterminar 
a malha urbana medieval. O plano de Sisto V, com base nos grandes eixos 
e nos obeliscos trazidos e copiados do Egito, remodelava algumas áreas, in-
troduzindo praças públicas monumentais, revestidas por fachadas contínuas, 
coroadas centralmente por fontes ornadas e acessadas por grandes vias axiais. 
A Figura 7 traz a representação da piazza del popolo, em Roma.
Figura 7. Piazza del popolo (Roma).
Fonte: Ficacci (2000, p. 689).
O barroco difunde princípios do urbanismo renascentista, mas com um 
caráter mais cenográfico. A avenida é símbolo da cidade barroca. As avenidas 
possuem um traçado retilíneo, ladeadas por edifícios uniformes. Sua dimensão 
permite que, nelas, realizem-se paradas militares, que servem para demonstrar 
o poder absoluto do rei.
Cidades coloniais na América
A América foi vista por vários países como um território propício para coloni-
zação. Dispunha de grandes espaços vazios e riquezas até então desconhecidas. 
Para tomar posse desses novos espaços com o intuito de exploração e de defesa, 
foi necessária a criação de colônias. O modelo em tabuleiro, idealizado pelos 
11Tipologias urbanas e suas representações
espanhóis no século XVI para traçar as novas cidades da América Central e 
Meridional, foi também aplicado pelos franceses e pelos ingleses no século 
XVII e no século XVIII para a colonização da América Setentrional. Segundo 
Benevolo (2015, p. 494), “[...] as cidades coloniais americanas são as realizações 
mais importantes do século XVI”. 
No Renascimento, tem início a expansão mundial da civilização europeia. As 
realizações urbanísticas e de construção nos territórios de

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