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Modelos Inovadores em Negócios Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Marcos Crivelaro Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Introdução ao Modelo de Negócios • Introdução; • Modelo de Negócios; • Tipos de Modelos de Negócios. • Estudar sobre o Modelo de negócio que é uma ferramenta que abrange um conjunto de elementos e suas relações e que permite expressar a lógica de uma empresa es- pecífi ca. É uma descrição de valores que uma companhia oferece para alguns ou vários segmentos de clientes para a construção da empresa e sua rede de parceiros de criação. OBJETIVO DE APRENDIZADO Introdução ao Modelo de Negócios Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Introdução ao Modelo de Negócios Introdução A revolução digital, a era do cliente, a globalização e a velocidade das mudanças em todas as áreas do conhecimento – educação, ciência, arte, tecnologia – vêm afetando diretamente o mundo dos negócios. A ciência da administração de em- presas, que ganhou força a partir do início do século XX, vem precisando incorpo- rar uma série de novos conceitos para atuar em meio a essas mudanças. O amplo progresso da TI (Tecnologia da Informação) abriu caminho para o sur- gimento da Internet, levando a tecnologia a se tornar o principal pilar da revolução digital. Embarcando no novo conceito de comunicação, a interação entre indivíduos e organizações sofreu uma mudança radical. Recursos analógicos mudaram para um formato digital, permitindo uma troca de informações mais rápida, segura e eficiente. O ponto crucial para essa revolução foi o desenvolvimento de computadores di- gitais avançados. Eles denotam a transição fenomenal dos meios de comunicação, mídia e dispositivos, que usavam um formato analógico, para uma forma expressa em unidades de bits, levando a virtualização para um novo patamar e, por fim, à revolução digital. Depois que os celulares foram adequados para acessarem a internet, tornando-se smartphones, o uso de dispositivos móveis logo superou os desktops (computadores de mesa) e a revolução digital ganhou ainda mais força. Se você considerar a rotina de trabalho das indústrias, a digitalização colabora para reduzir significativamente o esforço braçal dos operários. Em outros segmen- tos, como comércio e serviços, a revolução digital impactou no poder de coleta, armazenamento e uso dos dados para análises e tomadas de decisões. Isso ajudou as empresas a serem mais rápidas e certeiras em suas escolhas. Uma vez que a em- presa se torna digital, os gestores descobrem que podem compartilhar a tecnologia e experiências com os outros departamentos sem muito esforço, pois as barreiras à implementação são mais fáceis de serem superadas. Figura 1 – Linguagem de computação Fonte: PXHere 8 9 Um dos pontos fundamentais da era do cliente é que, agora, ter foco no clien- te não é mais suficiente. Essencial, hoje, é ter foco do cliente. Ter foco no cliente significa que você olha para o cliente imaginando o que seria bom para ele, do que ele gostaria, quais seriam suas preferências e necessidades, seus problemas e interesses. É uma visão de fora para dentro. Pelo contrário, foco do cliente significa que você colocou os sapatos dele e descobre onde aperta o calo, isto é, você se põe no lugar dele e passa a sentir suas necessidades, interesses e motivações. Você está sintonizado com a realidade dele. Sua visão é de dentro para fora. É assim que as empresas bem-sucedidas estão conseguindo fidelizar seus clientes e consumidores. Outra questão importante é o binômio consumidor-mercado, que adquiriu nova fisionomia. Já não é mais o jargão tradicional “O custo faz o preço”. Agora é: “O preço faz o custo”. Na economia tradicional, o preço, isto é, a margem de lucro, é estabelecida com base no custo do produto ou serviço. Na nova economia, em função da concorrência acirrada, o preço está condicio- nado ao valor que o mercado consumidor está disposto a pagar pelo seu produto ou serviço. É o que ocorre, por exemplo, com as empresas de telecomunicações, de cartões de crédito ou de informática, que, além de reduzirem constantemente seus preços, ainda oferecem vantagens e brindes para manterem os clientes ou conquistarem novos. A menos que sua empresa tenha um diferencial competitivo extraordinário, se quiser sobreviver, ela terá que adequar e reduzir seus custos ao valor aceito e praticado pelo mercado, caso contrário é candidata séria a quebrar. O terceiro ponto, e também o mais crítico, é o atendimento deficiente praticado pela maioria das empresas. A triste realidade é que, em vez de melhorar, temos a impressão de que o atendimento piora a cada dia que passa, não importa a área ou segmento em que a empresa atua. Tratam o cliente como se ele fosse um incômodo ou um mal necessário – apenas tolerando-o -, e parecem ignorar que o cliente é a própria razão da existência da empresa. Esta só existe porque tem clientes. Sem clientes não há lucro, não tem emprego, não tem serviço ou produto, nem empresa. Figura 2 – A era do cliente Fonte: Pixnio 9 UNIDADE Introdução ao Modelo de Negócios Lembre-se: é o cliente que paga a prestação ou aluguel de sua casa, é ele que paga o alimento que você consome, a roupa que você veste, o colégio de seus filhos, o carro que você dirige, os medicamentos que você compra, os impostos e tributos da organização etc. Não é a empresa que paga você; é o cliente que paga e sustenta a companhia. O que toda empresa faz é simplesmente repassar aos funcionários, aos proprietários, aos acionistas – ou a quem mais for -, parte do dinheiro que ela recebeu por comercializar determinados produtos ou serviços. O cliente sempre é, e será, o fator-chave do crescimento ou falência do seu negócio. “Quem garante todos os empregos não são os empresários, os sindi- catos ou os governantes. São os consumidores.” - John Hicks, prêmio Nobel de Economia, 1992. Tratar consumidores como números se tornou uma estratégia perigosa, já que esse tipo de pensamento exclui a personalização e não antecipa necessidades. An- tigamente, durante a expansão dos negócios, as empresas optavam pelo ‘ou’: ou vendiam de uma forma ou de outra. Com o avanço dastecnologias, esse modelo de negócios se tornou inviável e a inclusão de canais de venda ganhou espaço. Dois passos são cruciais para aprimorar a assistência ao consumidor: a cultura organizacional e o estabelecimento de processos com o uso da tecnologia. A cor- poração deve genuinamente atender bem o seu cliente e passar essa mensagem para todos os colaboradores. As empresas têm que treinar todos os funcionários para atender de maneira personalizada, sabendo as preferências de compra do consumidor e como ajudá-lo. É importante também que gestores acompanhem e monitorem os colaboradores, garantindo o bom atendimento e sabendo o que fazer em cada caso. A partir disso, vem a tecnologia para automatizar processos e criar instrumentos para que a equipe exerça um trabalho satisfatório. Assim, dois passos devem ser priorizados na transformação digital da empresa. Primeiro é integrar os sistemas e os dados. O segundo é usar a tecnologia para fornecer um excelente atendimento ao cliente em qualquer canal (telefone, internet, e-mail, chat etc.). Segundo ele, esses canais devem estar integrados, em uma experiência omnichannel, concei- to que integra lojas físicas, virtuais e o comprador, misturando os mais diferentes meios de compra em um único contato. Um Modelo de Negócios descreve a lógica de como uma organização cria, en- trega e captura valor, em contextos econômicos, sociais, culturais ou outros. O pro- cesso de construção e modificação do modelo de negócio também é chamado de inovação de modelo de negócio e faz parte da estratégia de negócios. Na teoria e na prática, o Modelo de Negócios do termo é usado para uma escala larga de descrições informais e formais para representar aspectos principais de um negócio, incluindo a finalidade, o processo de negócio, os clientes-alvo, as ofertas, as estratégias, a infraestrutura, estruturas organizacionais, fornecedores, práticas comerciais e processos e políticas operacionais, incluindo a cultura. 10 11 O Plano de Negócio é um documento essencialmente textual. Seu tamanho varia entre 30 e 50 páginas e é baseado num modelo descritivo bastante formal. Durante muitos anos, o plano de negócio dominou o mercado enquanto ferramen- ta preferida para criação de novas empresas e desenho de estratégia empresarial. O modelo de negócios é uma ferramenta visual, que evita excesso de textos e páginas, focando em um quadro que pode ser visualizado em uma única folha de papel. Nele é possível que ideias ou estratégias ainda em fase embrionária sejam prototipadas e avaliadas mais facilmente por diferentes pessoas. Design de modelo de negócios geralmente se refere à atividade de projetar o modelo de negócios de uma empresa. É parte do processo de desenvolvimento de negócios e estratégia de negócios e envolve métodos de design. Design de modelo de negócios inclui a modelagem e descrição de uma empresa: • proposições de valor; • segmentos de clientes; • canais de distribuição; • relacionamentos com clientes; • configurações de valor; • capacidades do núcleo; • rede comercial; • rede de parceiros; • estrutura de custos; • modelo de receita. Um modelo de design de modelos de negócios pode facilitar o processo de projetar e descrever o modelo de negócios de uma empresa. O processo de design do modelo de negócios faz parte da estratégia de negócios. Design de modelo de negócios e inovação referem-se à forma como uma empresa (ou uma rede de empresas) define a sua lógica de negócios em nível estratégico. Em contraparti- da, as empresas implementam seu modelo de negócio no nível operacional, por meio de suas operações comerciais. Isso se refere às suas atividades de nível de processo, capacidades, funções e infraestrutura (por exemplo, seus processos de negócios e modelagem de processos de negócios), suas estruturas organizacionais (por exemplo, organogramas, fluxos de trabalho, recursos humanos) e sistemas (por exemplo, arquitetura de tecnologia da informação, linhas de produção). Con- sequentemente, um modelo de negócios viável, e viável operacionalmente, requer alinhamento lateral com as operações de negócios. O modelo é definido pela visão, missão e valores da organização, bem como conjuntos de limites para a organização — quais produtos ou serviços ele fornece- rá, quais clientes ou mercados serão direcionados e quais canais de fornecimento e entrega ele usará. Enquanto o modelo de negócios inclui estratégias de alto nível 11 UNIDADE Introdução ao Modelo de Negócios e direção tática de como a organização implementará o modelo, ele também inclui os objetivos anuais que definirão as etapas específicas que a organização pretende realizar no próximo ano e as medidas para a sua realização esperada. Cada um deles é susceptível de ser parte da documentação interna que está disponível para o auditor interno. Figura 3 – Modelagem de negócios Fonte:PXHere O Modelo de Negócio ou Canvas, como também é conhecido, é um instru- mento que ajuda a iniciar bem um empreendimento. Os conceitos, forma de uti- lização e exemplos estão reunidos no livro Business Model Generation. O nome do livro foi mantido em inglês na publicação brasileira, com o subtítulo Inovação em Modelos de Negócios. Foi desenvolvido pelo suíço Alex Osterwalder para facilitar o entendimento completo de um negócio. Assim, o modelo tem o objetivo de descrever todos os elementos e fases que compõem um empreendimento, pro- porcionando a integração da organização. De acordo com o criador da ferramenta, os componentes centrais de um empre- endimento são: segmento de clientes, proposta de valor, canais de distribuição, re- lacionamento com clientes, fontes de receita, recursos principais, atividades-chave, principais parcerias e custos. Baseado em um quadro com blocos organizados, como demonstrado na Figura 4, o Modelo de Negócio proporciona a visualização das principais funções de uma orga- nização, possibilitando, assim, que empreendedores reflitam a respeito de cada função da empresa para, então, descobrir o que precisa ser feito a fim de conquistar clientes e aumentar os resultados do empreendimento. 12 13 Figura 4 – Canvas Fonte: Wikimedia Commons Modelo de Negócios O Modelo de Negócios pode ser uma estratégia única ou um conjunto de estra- tégias. Pode ser uma estratégia simples ou complexa. Não importa. O que importa é que seja uma estratégia permanente. Que ela seja parte integrante do funciona- mento da empresa. Mas se a empresa adota uma estratégia temporária, não faz parte do seu modelo de negócio. Um preço promocional de dia dos pais não é uma estratégia permanente e, portanto, não define o modelo da empresa. Uma empresa pode adotar inúmeros modelos de negócios ao mesmo tempo e inovar ao organizar a melhor combinação de estratégias dentro do seu segmento. No fundo, é dessa combinação de estratégias que negócios disruptivos nascem e dominam seus mercados. O modelo de negócio que você escolhe para a sua empresa determina sua estrutura de capital no futuro. Nesses anos de experiência como empreendedor, descobri que isso não só é importante, como direciona os negócios de um jeito que pode ser impossível voltar atrás. Ao proporcionar uma visualização completa dos processos da organização, o Modelo de Negócio possibilita inovar, estabelecendo uma proposta de valor única para o empreendimento. A marca é uma consequência do modelo de negócio e 13 UNIDADE Introdução ao Modelo de Negócios tem uma relação simbiótica com ele, porque o modelo de negócio determina a promessa da marca, e a equidade da marca torna-se uma característica do modelo. Gerir esta é uma tarefa de marketing integrado. A terminologia padrão e exem- plos de modelos de negócios não se aplicam à maioria das organizações sem fins lucrativos, uma vez que suas fontes de renda geralmente não são as mesmas que os beneficiários. Figura 5 – Reunião semanal de negócios Fonte: PXHere O principal benefício do modelo é a sua simplicidade e rápida implementação. Comuma caneta, alguns post-its e uma boa mesa, o empresário vai poder traba- lhar com uma metodologia criativa para melhoria dos negócios. Ele deve responder às seguintes perguntas: • O que vou fazer?: A resposta é a proposta de valor; • Para quem vou fazer?: A ideia é definir o público consumidor e as melhores maneiras de se relacionar com ele; • Como vou fazer?: O objetivo é descobrir quais são os principais recursos, atividades e parceiros; • Quanto vou gastar?: A finalidade é saber quais são as receitas e qual será a estrutura de custo para viabilizar o negócio. Para aproveitar bem a ferramenta, o empreendedor precisa saber que cada um desses blocos está relacionado com os demais e que os ajustes em cada fase podem ser feitos a qualquer momento, quantas vezes forem necessárias, para que seja possível perceber o negócio como um todo. Esse é, portanto, o caminho para descobrir como se diferenciar, conquistar clientes, reduzir custos e obter receitas. 14 15 Figura 6 – Detalhamento do modelo de negócio Fonte: PXHere O Business Model Canvas ou “Quadro de modelo de negócios” é uma ferramenta de ge- renciamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar modelos de negócio novos ou existentes. É um mapa visual pré-formatado contendo nove blocos do modelo de negócios. O Business Model Canvas foi inicialmente proposto por Alexander Osterwalder, baseado no seu trabalho anterior sobre Business Model Ontology. Ex pl or O Canvas trata-se de um modelo de planejamento estratégico, que pode ser usado tanto para quem já tem uma empresa e precisa reestruturá-la, quanto para quem está começando do zero. Você deve responder às nove perguntas abaixo e montar um mapa, como se fosse um quadro com post-its. As hipóteses devem ser testadas sempre pela empresa e alteradas, caso seja necessário. • Proposta de valor: o que você oferece e é único no mercado? • Potenciais segmentos-alvo: quem é o cliente final? • Atividade principal: o que exatamente você realiza e que irá consistir no pro- duto ou serviço ofertado para entregar a Proposta de Valor? • Parcerias estratégicas: que empresas (terceiros) ajudarão a compor melhor essa oferta? • Fontes de receita: como você cobra por sua proposta de valor? • Estrutura de custos: quais são os custos para o negócio rodar? • Principais recursos: qual a infraestrutura, recursos ou serviços de base? • Canais de comunicação e distribuição: como o produto ou serviço chega até o cliente? • Relacionamento com o cliente: como a empresa e marca se comunicam com ele? 15 UNIDADE Introdução ao Modelo de Negócios Importante! A ferramenta Canvas permite visualizar a totalidade do negócio e organizar graficamen- te as ações para cada um. Por exemplo, na segmentação de clientes é importante que você defina muito bem essa área. Deve ser o primeiro passo quando se começa a elabo- rar um modelo de negócio. Pegue um post it (papel adesivo), pegue esse Canvas, cole na parede e, para cada novo segmento de cliente, você vai colocar uma cor diferente. Com isso você vai conseguir identificar propostas de valor específicas para um cliente que é diferente do outro. Figura 7 – Adesivos sendo colados no Canvas Fonte: US Embassy Madrid Trocando ideias... Tipos de Modelos de Negócios A diferença básica entre modelo e plano de negócios reside no fato de que o plano de negócios é um documento mais detalhado, envolvendo o estudo de várias métri- cas que vão influenciar a sua empresa, a exemplo de análise do mercado, dos concor- rentes e a viabilidade financeira. Além disso, há o fato de que, na maioria das vezes, o plano é estruturado antes mesmo de haver a concepção do empreendimento. Agora que você já conhece os detalhes tanto do plano quanto do modelo de negócios, vamos falar um pouco mais sobre os tipos, observando o que pode se encaixar no perfil da sua empresa. Franquias Estamos vivendo um momento de inflexão na história da humanidade, no qual observamos uma completa mudança no modo de vida das pessoas. Um dos pontos relevantes é que as pessoas estão vivendo mais. Nesse sentido, no sistema de franchising, franquias que atendam ao público da terceira idade – seja no segmento de educação, saúde, alimentação, dentre outros – 16 17 tendem a ocupar cada vez mais espaço. Nessa mesma linha, os negócios voltados à saudabilidade, focados na alimentação natural e no bem-estar das pessoas, também continuarão a crescer. Outra grande tendência de negócios está relacionada à matriz energética dos países em todo o mundo. Estudos demográficos indicam que o planeta poderá ter 10 bilhões de habitantes em 2050. Com tamanho crescimento da população mundial, a utilização de fontes renováveis de energia impulsionará os negócios ambientalmente sustentáveis. Vemos, por exemplo, redes de franquia de energia solar já em operação e ou- tras tendem a surgir, como de energia eólica. Esses negócios aliados à economia do compartilhamento, que está na essência das redes de franquias, promoverão grandes oportunidades em franchising. Franchising corresponde à venda da licença de uma marca já existente. Nesse modelo, há dois elementos principais — o franqueador e o franqueado. O fran- queador é o proprietário do negócio que já foi estabelecido e possui uma fórmu- la testada do seu empreendimento, procurando crescer geograficamente para novas regiões. Assim, ele oferece o treinamento adequado para que o franqueado replique esse modelo. Por isso, as fran- quias possuem uma taxa de sucesso maior do que os empreendimentos que começam do zero. Há inúmeros estabelecimentos que trabalham com essa estratégia. Conforme dados da Associação Bra- sileira de Franchising (ABF), existem mais de 142 mil franquias em operação no país. Modelos disruptivos Startups — termo em inglês para empresas emergentes inovadoras. Ou seja, são aquelas que superam modelos dominantes no mercado. A corporação que utiliza métodos disruptivos procura atender a um nicho específico de mercado ou sobrepor práticas já existentes. Exemplos não são escassos para ilustrar esse modelo. Por exemplo, o Uber — que conecta motoristas e passageiros a um serviço de “carona remunerada”. Não obstante, há a Netflix, que oferta filmes e séries no serviço de streaming — forma de distribuição de conteúdo digital. Apesar de certa complexidade em conseguir uma grande inovação, você pode implementar práticas disruptivas no seu negócio. Avalie quais setores podem passar por um “choque de gestão” e modificar os processos tradicionais de de- senvolvimento. Assim, sua empresa tornará mais competitiva e visível no amplo mercado brasileiro. Figura 8 – Franquia de fastfood Fonte: Wikimedia Commons 17 UNIDADE Introdução ao Modelo de Negócios Modelo Online-to-Offline (O2O) Uma plataforma que conecta serviços e produtos ofertados offline — empresas do mundo real —, essa é a definição do O2O. Tal estratégia de negócios procura trazer consumidores em potencial para as lojas físicas. Você pode selecionar os produtos que deseja adquirir, comparar preços e, até mesmo, realizar a troca em lojas próprias do marketplace. Se você pensa em adotar esse modelo no seu negócio, é preciso que haja o de- senvolvimento do perfil de consumidores que pretende atender e prospectar. Com isso, será possível realizar uma comunicação otimizada e eficiente. Faça perguntas. Por quais categorias meu cliente navegou? Por que a compra não foi efetivada? Quais as palavras-chave mais utilizadas? Qual o ticket médio nas compras? Desse modo, o O2O poderá ser aplicado de maneira eficiente no seu empreendimento. Modelo de assinatura A ideia é simples: em vez de vender itens ou pacotes pontuais, as empresas passam a oferecer seus serviços ou produtos mediante um pagamento recorrente. O cliente não precisa mais investir uma quantia alta para ter aquilo que deseja e se sente atraído pelo fato de ter acesso instantâneo a bons/produtos serviços com um custo baixo de entrada. A Netflix é um bom exemplo do impacto que essemodelo de negócio cria no mercado. Com um preço acessível e facilidade tanto para assinar como para can- celar, o serviço de streaming de vídeos foi um sucesso e ajudou a reduzir conside- ravelmente as compras/aluguéis de filmes. Hoje os serviços de assinaturas mais tradicionais (como jornal e TV a cabo) já ganharam a companhia de vários outros serviços de assinatura, como clubes de vinhos e cervejas, entregas de meias e cuecas, rações para cachorro. A venda de forma contínua e periódica caracteriza esse modelo de negócio. Essa estratégia, apesar de estar bem difundida nos meios online, já ocorria no mercado comum, por exemplo, com a assinatura de jornais e revistas. Receitas mensais, bimestrais ou trimestrais são os tipos mais usuais desse servi- ço. Para adotá-lo, é importante que você defina qual a melhor fonte de receita e a periodização da sua oferta de produtos. Invista, também, em campanhas de marketing para fidelizar o seu cliente e divulgar a sua marca perante os seus consumidores. Assim, seu empreendimento será escalável e poderá crescer no longo e curto prazos. 18 19 Assinaturas no mundo digital As assinaturas no mundo digital mantêm as mesmas vantagens do mundo físico, mas conseguem eliminar ou reduzir boa parte das desvantagens do mundo físico. Na internet, onde o custo de distribuição é próximo de zero, as assinaturas são geralmente ligadas a serviços – digitais ou não. Nos casos em que existe entrega de produtos, como em clubes de assinatura de vinhos, toda a conta é gerenciada online, permitindo que a empresa gerencie boa parte da sua operação como um serviço. O mundo digital permite que a tecnologia assuma boa parte das automações que facilitam a entrega recorrente de produtos e serviços. Por exemplo, a rescisão de uma assinatura pode ser processada em tempo real, de modo que, assim que um cartão de crédito expirar ou quando o cliente solicitar o cancelamento, os serviços possam ser suspensos imediatamente. Há muito mais controle no mundo digital do que no mundo físico. Como o modelo de assinatura ganha dinheiro O Modelo de Assinatura ganha dinheiro ao cobrar uma taxa recorrente pelo produto ou serviço fornecido de forma contínua. Figura 9 – Receita com assinatura digital Fonte: PXHere Forças e fraquezas do modelo de assinatura • Forças: o modelo de assinatura sofre com a menor variação das receitas em seu fluxo de caixa. Por causa das renovações automáticas e da oferta de pro- dutos e serviços de maneira contínua, empresas já iniciam os meses contábeis com previsão de receita mais precisa e, portanto, podem programar seus cus- tos diretos, gastos e investimentos; • Fraquezas: o modelo de assinatura sofre com as altas taxas de cancela- mento, principalmente se o equilíbrio entre valor agregado e assinatura não estiver otimizado. 19 UNIDADE Introdução ao Modelo de Negócios Como obter sucesso com o modelo de assinatura Para obter sucesso com o modelo de assinatura, é necessário trabalhar ao máxi- mo estratégias de redução de cancelamentos e perda de clientes. Apesar de muitas empresas adotarem estratégias de contratos com prazo míni- mo e multas de rescisão, os clientes de hoje em dia estão menos dispostos a entrar em relações comerciais com esse tipo de imposição. Portanto, o ideal é que as estratégias estejam voltadas para criar um vínculo de de- pendência do valor agregado pelo serviço ou produto fornecido no dia a dia do cliente. 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Modelo de assinatura https://goo.gl/rhHkW4 Franquias do futuro: as tendências do setor para os próximos 30 anos https://goo.gl/YpgR9R Startup: o que é e como fazer um modelo de negócios https://goo.gl/DKtcvE Como construir um modelo de negócio para sua empresa https://goo.gl/UV9Q3c 21 UNIDADE Introdução ao Modelo de Negócios Referências JOIA, L. A.; FERREIRA, S. Modelo de negócios: constructo real ou metáfora de estratégia? Cadernos EBAPE.BR, vol. III, n. 4, dez. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cebape/v3n4/v3n4a02>. Acesso em: 04 jan. 2019. OSTERWALDER A.; PIGNEUR, Y. Business model generation: a handbook for visionaries, game changers, and challengers. New York: Wiley, 2010. SEBRAE. Cartilha o quadro de modelo de negócios. 2013. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/ES/Anexos/ES_ QUADROMODELODENEGOCIOS_16_PDF.pdf>. Acesso em 04 jan. 2019. 22
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