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GESTÃO ECONÔMICA AMBIENTAL

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Prévia do material em texto

E-BOOK
GESTÃO ECONÔMICA 
AMBIENTAL
Introdução à gestão ambiental
APRESENTAÇÃO
A preocupação com as questões ambientais é recente, o crescimento populacional trouxe 
grandes consequências e maiores demandas de recursos naturais. Gestão ambiental é um 
princípio de gerência empresarial que dá destaque na sustentabilidade. Assim, a gestão 
ambiental visa o uso de métodos e processos administrativos que visam reduzir ao máximo o 
impacto ambiental das atividades econômicas no meio ambiente. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o sistema conceitual básico da gestão 
ambiental e a evolução das questões ambientais ao longo da história, que motivaram as medidas 
de gestão atuais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir o significado da gestão ambiental.•
Reconhecer o surgimento e a evolução das questões ambientais, e a gestão empresarial.•
Diferenciar os conceitos de gestão e gerenciamento ambientais.•
DESAFIO
Atualmente existem problemas ambientais em todos os níveis, desde o local até o global. Estes 
problemas também se manifestam nas organizações empresarias, e nelas devem ser resolvidos. 
Este seria o primeiro momento para a solução de todos os níveis. 
Numa empresa que presta consultoria na área de engenharia, verificou-se a geração de grande 
quantidade de resíduos sólidos que poderiam ser reciclados em suas atividades diárias, porém, 
nada era feito. Caso você fosse o responsável pelo setor de meio ambiente da empresa como 
enfrentaria esse problema?
Para responder essa questão, considere os seguintes aspectos:
1. Quais práticas, que geram resíduos, poderiam ser evitadas? 
2. Quais atitudes os funcionários da empresa poderiam tomar para a solução do problema? 
3. Quais são os recursos que disponho para solucionar o problema? 
INFOGRÁFICO
A gestão ambiental e o gerenciamento ambiental são as formas mais importantes de se 
administrar os problemas ambientais. Elas têm como foco dois grandes grupos de problemas: os 
relacionados à gestão pública e os chamados organizacionais, que estão relacionados aos 
empreendimentos privados. 
Veja como isso pode ser representado de forma gráfica.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
O processo de gestão ambiental surgiu como uma alternativa para buscar a sustentabilidade dos 
ecossistemas antrópicos, harmonizando suas interações com os ecossistemas naturais. Para se 
obter essa harmonização, por meio da gestão ambiental, é necessário lidar com situações 
extremamente complexas. Isso envolve, na maioria das vezes, lidar com interventores ou 
agentes que apresentem interesses conflitantes em relação à forma de utilização de um 
determinado bem ambiental. Em virtude disso, foi necessária a criação, ao longo dos anos, de 
instrumentos de gestão ambiental de várias naturezas, como uma forma de medir essa 
complexidade.
Leia trecho do capítulo 12 do livro Ambiente, organizado por Cibele Schwanke, e aprofunde 
seus conhecimentos sobre gestão ambiental.
Boa leitura.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
Este vídeo define gestão e gerenciamento ambientais, apresenta os instrumentos da política 
nacional de meio ambiente, além de abordar a gestão ambiental pública e organizacional.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
EXERCÍCIOS
1) Um dos primeiros modelos que visaram resolver alguns dos problemas ambientais foi 
o chamado sistema aberto. Para que tal modelo tenha sucesso, algumas premissas 
devem ser consideradas. Assinale a alternativa que NÃO indica uma dessas 
premissas.
A) Suprimento inesgotável de matéria.
B) Suprimento inesgotável de energia.
C) Capacidade infinita do meio para reciclar matéria.
D) Incorporação do reuso e a reciclagem.
E) Capacidade infinita do meio para absorver energia.
2) O problema dos poluentes foi, historicamente, um sério problema ambiental, embora 
não existisse consciência deste fato. Na evolução das ideias acerca desta situação 
aparecem diferentes paradigmas em diferentes épocas. Um deles foi o da dispersão 
dos poluentes produzidos o mais longe possível da fonte geradora, como forma de não 
"sentir" as consequências desta poluição. Em que época este paradigma foi o 
imperante?
A) Até 1970.
B) Anos 1970.
C) Década de 1980.
D) Década de 1990.
E) A partir do ano 2000.
3) A Lei no 6.803 dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas 
áreas críticas de poluição. Segundo tal legislação, as zonas de uso estritamente 
industrial destinam-se, preferencialmente, à localização de estabelecimentos 
industriais que emitem materiais que possam causar prejuízo à saúde. Tal emissão 
refere-se APENAS aos:
A) resíduos líquidos e sólidos perigosos.
B) ruídos e emanações gasosas nocivas à saúde humana.
C) radiações, emanações perigosas e ruídos.
D) resíduos sólidos e líquidos, gases, ruídos, emanações, vibrações e radiações perigosas.
E) resíduos sólidos, líquidos e gasosos.
“Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do 
reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou 
uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio 
ambiente”. (WWF Brasil. O que é desenvolvimento sustentável). 
4) 
Assinale a alternativa que NÃO aponta uma maneira correta de promover o 
desenvolvimento sustentável:
A) Optar por recursos naturais renováveis, tais como os ventos e a energia solar.
B) Praticar a agricultura orgânica com maior freqüência, sem o uso de agrotóxicos.
C) Redução da queima de combustíveis fósseis.
D) Ampliação da área de cultivo agrícola em larga escala.
E) Conservação das florestas e reflorestamento.
5) Entre os instrumentos definidos pela PNMA e aplicados à gestão ambiental pública, 
destaca-se o zoneamento ambiental que é um instrumento pontual e regional, cuja 
finalidade é, justamente, dividir a porção territorial em zonas, conforme os padrões 
característicos do ambiente e sua aptidão de uso. 
Sobre o zoneamento ambiental, analise os itens a seguir: 
I. Pode impedir a ocupação anárquica dos espaços territoriais, fazendo estes se 
enquadrarem em determinado padrão de racionalidade (socioeconômico-ambiental). 
II. Estabelece zonas climáticas que influenciam o meio ambiente brasileiro. 
III. Delimita geograficamente áreas territoriais, definindo diretrizes para uso da 
propriedade e dos recursos naturais nela existentes. 
IV. Estabelece normas para a seleção de áreas protegidas. 
V. Permite reconhecer os impactos ambientais nas diferentes regiões do país. 
Estão CORRETAS apenas as afirmativas:
A) I e II
B) I e III
C) III e IV
D) I e V
E) IV e V
NA PRÁTICA
Veja a seguir uma situação em que é necessário aplicar os princípios de gerenciamento 
ambiental na gestão pública.
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Gestão de resíduos sólidos
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Meio ambiente e sustentabilidade
Para compreender melhor o assunto, leia no capítulo 16, o trecho que vai da página 375 até a 
381.
Sistemas de Gestão Ambiental na Indústria Alimentícia
Para entender mais sobre a Percepção Ambiental acesse as páginas 11 a 30.
Consciência Ambiental
Veja por meio deste vídeo porque é importante prezar pela conservação do meio ambiente.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Princípios de um sistema de gestão 
ambiental
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem conheceremos os princípios de um sistema de gestão 
ambiental (SGA), o qual se constitui em um conjunto de procedimentos a serem adotados pela 
empresa com o objetivo de resolver e prevenir impactos ambientais. Para tanto, utiliza-se como 
base a série de normas ISO 14.000, que fornecemdiretrizes técnicas para o SGA. Estudaremos 
seus objetivos, sua importância e as principais normas que compõem a série ISO 14.000. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conceituar auditoria, certificação e selos ambientais.•
Definir os princípios da auditoria de acordo com a norma ISO 19.011.•
Identificar selos ambientais utilizados no Brasil.•
DESAFIO
O mercado da construção civil passa, no momento atual, por uma desaceleração, resultado da 
situação econômica do País. Um dos desafios da engenharia é buscar tecnologias, materiais e 
insumos alternativos e sustentáveis, a fim de atrair novos clientes que buscam adquirir imóveis 
com diferenciais. A adoção de certificações ambientais de construção é uma das alternativas que 
visam dar destaque à obra, uma vez que garante que se trata de uma construção com padrões 
sustentáveis.
 
Como forma de identificar as potencialidades das certificações nos projetos construtivos, realize 
um levantamento das principais características de três selos ambientais para construções 
sustentáveis: LEED, AQUA e Selo Azul da Caixa
INFOGRÁFICO
A auditoria ambiental deve estar baseada em princípios definidos na normatização. 
CONTEÚDO DO LIVRO
A certificação ambiental é um diferencial para as empresas. No livro Meio ambiente e 
sustentabilidade, capítulo 16, são apresentados conceitos sobre certificação e selos ambientais. 
Boa leitura. 
André Henrique Rosa
Leonardo Fernandes Fraceto
Viviane Moschini-Carlos
Organizadores
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] / 
 Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes 
 Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. – 
 Porto Alegre : Bookman, 2012. 
 Editado também como livro impresso em 2012. 
 ISBN 978-85-407-0197-7
 1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André 
 Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini- 
 Carlos, Viviane. 
CDU 502-022.316
Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150
400 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
produto, desde a extração do material 
até a disposição final do produto; e en-
coraja a exploração de alternativas mais 
econômicas e o desenvolvimento de 
produtos e tecnologias mais limpas.
n Princípio do controle democrático: a pro-
dução limpa envolve todos aqueles afeta-
dos pelas atividades industriais, como os 
trabalhadores, consumidores e comuni-
dades. Por esse motivo, o acesso à infor-
mação e envolvimento na tomada de de-
cisões sobre questões que dizem respeito 
à segurança e ao uso de processos e pro-
dutos, por todos os interessados, ajudará 
a garantir o controle democrático.
n Princípio da integração: a sociedade tem 
de adotar uma abordagem integrada para 
o uso de recursos naturais e o consumo. 
Nesse aspecto, torna-se importante o en-
tendimento do conceito de avaliação do 
ciclo de vida dos produtos e ter acesso a 
informações sobre materiais, energia e 
pessoas envolvidas na sua fabricação.
Produção Limpa (PL) implica evitar 
(prevenir) a geração de resíduos, com pro-
fundos reflexos no comportamento da em-
presa quanto ao processo, produto, embala-
gens, descarte, destinação, manejo de lixo 
industrial e restos de produtos, comporta-
mento de consumidores e política ambien-
tal da empresa (Tomazela, 2007). Os demais 
princípios têm maior objetividade e efetivi-
dade do que o compromisso de aprimora-
mento da conduta ambiental proposto pela 
ISO 14001. Apesar de distintas quanto a de-
terminados princípios, Produção Limpa (PL) 
e Produção Mais Limpa (P+L) defendem a 
prevenção de resíduos na fonte, a explora-
ção sustentável de fontes de matérias-pri-
mas, a economia de água e energia e o uso 
de outros indicadores ambientais para a in-
dústria. Tecnológica e gerencialmente, o sis-
tema produtivo baseado em P+L e PL supe-
ra a Série ISO 14000 (Tomazela, 2007).
Rotulagem ambiental
A rotulagem ambiental surge com o objetivo 
de atender a uma demanda do mercado con-
sumidor ou de usuários desejosos de infor-
mações sobre os impactos ambientais de 
produtos e serviços específicos, como biode-
gradabilidade, retornabilidade, uso de mate-
rial reciclado, eficiência energética e outros 
(Barbieri, 2007). Ela faz parte do conjunto de 
normas da série ISO 14000, expresso pela 
ISO 14020, e está relacionada à avaliação do 
ciclo de vida do produto (ACV).
A ACV, também referenciada pela ex-
pressão do berço ao túmulo (cradle to 
grave), é um instrumento de gestão am-
biental que considera todos os estágios de 
produção, identificando os aspectos am-
bientais e os impactos potenciais associados 
de todos os componentes e processos envol-
vidos, desde a retirada da natureza das ma-
térias-primas elementares que entram no 
sistema produtivo (berço) até a disposição 
do produto final (túmulo) (Valle, 2009).
Nessa avaliação, são considerados: a 
produção de energia; os processos que en-
volvem a manufatura; as questões relacio-
nadas com as embalagens; o transporte; o 
consumo de energia não renovável; os im-
pactos relacionados com o uso ou aprovei-
tamento e o reuso do produto ou mesmo 
questões relacionadas com o lixo ou recu-
peração/reciclagem.
Os rótulos ambientais não certificam 
processos, como a ISO 14001, mas linhas de 
produtos que devem apresentar caracterís-
ticas específicas (Valle, 2009). Esses rótulos 
ambientais são classificados em três tipos:
a) Rotulagem tipo I (ISO 14024): rótulos ou 
selos verdes concedidos por terceiras 
partes credenciadas;
b) Rotulagem tipo II (ISO 14021): autode-
clarações ambientais pelas quais o pro-
dutor identifica seu produto por decla-
Meio ambiente e sustentabilidade 401
rações como reciclado, reciclável ou bio-
degradável. Essa norma faz parte do 
cotidiano do consumidor, por sua sim-
plicidade, e apresenta grande capacida-
de de crescimento no seu uso (Nakahira 
e Medeiros, 2009).
c) Rotulagem tipo III (ISO 14025): identifi-
ca e descreve informações quantitativas 
do produto rotulado, baseadas na ava-
liação do ciclo de vida. A ISO 14025 sur-
giu para estabelecer dados quantificados 
sobre categorias e parâmetros preesta-
belecidos por uma terceira parte qualifi-
cada. Ela se assemelha muito com a de 
Tipo I (ISO 14024), porém, seu grande 
diferencial está na inclusão da avaliação 
do ciclo de vida, que também deve ser 
conferido por esta ou outra entidade ha-
bilitada (Nakahira e Medeiros, 2009)
Seiffert (2007) aponta que a rotula-
gem ambiental também tem sido designada 
por uma série de outros termos como: ecor-
rótulos, rótulo ambiental, rótulo ecológico, 
selo ecológico, selo verde, ecosselos, etique-
ta ecológica, selo ambiental entre outros.
Os referidos selos representam marcas 
ou símbolos criados para orientar o consu-
midor sobre a qualidade ambiental de um 
produto e os impactos ambientais provoca-
dos por ele durante o seu ciclo de vida e, 
portanto, devem ser concedidos por orga-
nismos de certificação independentes, que 
tenham credibilidade e atuem com isenção.
Apesar dessa diversidade de termos 
para designar a rotulagem ambiental, exis-
tem distinções que devem ser consideradas 
com relação à rotulagem ambiental e certi-
ficação ambiental.
A certificação ambiental é um meca-
nismo que ajuda a identificar a origem e 
qualidade de um produto ou processo de 
produção e trata-se da confirmação de que 
determinada empresa está de acordo com 
os padrões previamente estabelecidos pelo 
órgão certificador (Nakahira e Medeiros, 
2009).
A partir do momento em que a certifi-
cação é concedida à empresa, fica a seu cri-
tério a forma de divulgação, seja na embala-
gem, ou em veículos de comunicação quais-
quer. Já os rótulos ambientais fornecem 
informações sobre o produto ou serviço, 
usando expressões relevantes e compreensí-
veis ao usuário. As características do produ-
to podem ser explicitadas mediante símbo-
los, declarações ou gráficos marcados sobre 
o produto ou embalagem (Valle, 2009). A 
rotulagempode ser fornecida por uma ins-
tituição de terceira parte ou mesmo pelo 
produtor/fabricante, por meio de autode-
claração.
Dois aspectos devem ser destacados 
sobre a adoção da rotulagem ambiental. O 
primeiro se refere ao aumento da competi-
tividade do produto e a melhoria do seu de-
sempenho financeiro e mercadológico de-
vido à crescente exigência do consumidor 
estrangeiro. Por esse motivo, observa-se 
uma variedade de produtos buscando e 
apresentando algum tipo de rotulagem am-
biental ou selo verde, como o setor movelei-
ro (Jacovine et al., 2006), de cosmético 
(Nakahira e Medeiros, 2009), entre outros. 
O segundo aspecto é a contribuição da ro-
tulagem para a conscientização ambiental, 
pelo incentivo à adesão dos demais concor-
rentes às práticas socioambientais respon-
sáveis, contribuindo para o estimulo à ino-
vação e melhoria ambiental contínua de 
todo um setor (Nakahira e Medeiros, 2009).
Segundo Seiffert (2007), o primeiro 
selo verde foi criado na Holanda em 1972; 
todavia o de maior repercussão surgiu na 
Alemanha, no ano de 1978, chamado Blue 
Angel (Anjo Azul), concebido pelo governo 
alemão. Dez anos depois, em 1988, é criada 
a segunda rotulagem ambiental, o Environ-
mental Choice Program, conhecido popu-
larmente como EcoLogo, pelo Ministério 
402 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
do Meio Ambiente canadense, (Seiffert, 
2007).
No Brasil, a primeira iniciativa para se 
estabelecer um selo verde nacional foi fruto 
de uma parceria da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) e o Instituto Bra-
sileiro de Proteção Ambiental, em 1990. 
Esse selo, denominado ABNT – Qualidade 
Ambiental teve como objetivo estabelecer 
um esquema voluntário de certificação 
ambiental, a ser iniciado com uma catego-
ria de produtos previamente selecionados 
(papel, calçados, eletrodomésticos, etc.), 
exercendo um papel de instrumento de 
educação ambiental no mercado interno, 
compatível com modelos internacionais. 
Além disso, apoiaria os exportadores brasi-
leiros (Seiffert, 2007). Todavia, ele pratica-
mente não tem sido utilizado no Brasil 
(CEMPRE, ABRE, 2008).
O Quadro 16.6 apresenta selos e rotu-
lagens ambientais adotados por diferentes 
segmentos como os agrícolas, industriais e 
de serviços:
QUADRO 16.6
Exemplos de selos ambientais
Selo ABNT 
Qualidade 
Ambiental
Selo Blaue 
Engel Anjo 
Azul
Green Seal
Eco Label 
Europeu 
(Flor)
Selo 
ecológico 
francês
Selo 
Energy Star
Rótulo Ecológico ABNT, iniciado em 1993, esse selo identifica produtos com 
menor impacto ambiental em relação a outros compatíveis, disponíveis no 
mercado. Está estruturado de acordo com o esboço das versões das normas 
ISO 14020 e ISO 14024. É um programa de terceira parte, positivo, que 
concede selo do Tipo I (Siqueira, 2009).
Rótulo concebido pelo Ministério do Meio Ambiente, Conservação da Natu-
reza e Segurança Nuclear da Alemanha em 1978. Esse selo considera o ciclo 
de vida do produto e contém a descrição da razão pela qual o selo foi con-
cedido (Seiffert, 2007).
Criado em 1989, corresponde à rotulagem de produtos e educação ambien-
tal nos Estados Unidos. Entre os produtos e serviços avaliados, encontram-se 
lâmpadas fluorescentes, refrigeradores e freezers, produtos de limpeza, cos-
méticos, entre outros (Green Seal, 2010).
Rótulo ecológico da União Europeia (UE), criado em 1992, gerenciado pela 
Comissão da União Europeia para o Rótulo Ecológico (CREUE). Todos os 
produtos que ostentam a “Flor” foram auditados por organismos indepen-
dentes quanto à sua conformidade com os critérios ambientais e critérios 
rigorosos padrões de desempenho (EC, 2010).
É uma certificação voluntária emitida pelo AFAQ AFNOR Certification. 
Criada em 1991, a marca distingue os produtos que têm um reduzido 
impacto ambiental, sendo o selo oficial francês de certificação ecológica. Na 
avaliação se incluem os impactos ambientais em todo ciclo de vida do pro-
duto. (NF Mark, 2010).
Criado em 1992 pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) e Departamento 
de Energia dos Estados Unidos. O selo é conferido a produtos capazes de 
manter o mesmo desempenho economizando de 20 a 30% de energia. Atu-
almente possui parceria com mais de 17.000 empresas do setor público e 
privado (Energy Star, 2010).
 
Meio ambiente e sustentabilidade 403
QUADRO 16.6
Exemplos de selos ambientais
Green 
Building
Certificação 
Forest 
Stewardship 
Council (FSC)
Selo IBD de 
certificação 
orgânica
Selo americano da construção civil, de terceira parte, reconhecido interna-
cionalmente. Alguns requisitos dos empreendimentos para a obtenção 
desse selo: o uso de iluminação natural; gestão de perdas e resíduos; admi-
nistrações do consumo de água e energia elétrica; uso de materiais renová-
veis, redução na emissão de CO2, a qualidade interna do ambiente e ideias 
inovadoras (USGBC, 2010).
O selo FSC indica a certificação de empreendimentos e produtos da floresta. 
Essa certificação pode ser referente ao manejo florestal ou cadeia de custó-
dia. No Brasil, o Imaflora verifica a adequação dos empreendimentos flores-
tais conforme os critérios do FSC (Imaflora, 2010).
Esse selo indica que a empresa certificada está em conformidade com as leis 
sanitárias, ambientais e trabalhistas nacionais, e que essa garantia se estende 
aos fornecedores de matéria-prima certificados pelo IBD. Entre os produtos 
orgânicos que podem ser certificados encontram-se: sucos, geleias, laticí-
nios, óleos, doces, palmito, extratos vegetais secos, camarão, frango e car-
nes, entre outros (IBD, 2010).
 
ESTUDO DE CASO
Redução da geração de resíduos na fabricação e montagem do arco de serra (alumínio, borracha, tinta e 
retrabalho) pela introdução de conceitos da qualidade (pontos de inspeção).
Disponível em <http://www.senairs.org.br/cntl/>
NOME DA EMPRESA: Metalúrgica Fundisul Ltda.
FUNDAÇÃO: 1973
Nº DE FUNCIONÁRIOS: 18
PRINCIPAIS PRODUTOS: Peças injetadas de alumínio e zamak.
MERCADO: Nacional e internacional.
LOCALIZAÇÃO: Caxias do Sul / RS.
Caso
A empresa fornecia cerca de 500 peças/semana de Arcos de serra em alumínio injetado montados e pinta-
dos com tinta epóxi para um cliente em São Paulo, que exporta para os Estados Unidos, Espanha, França 
e Alemanha.
Muitas dessas peças apresentavam diversos defeitos de fabricação (que variavam de 10% a 94,13% da 
produção) que só eram detectados em São Paulo, na inspeção que o cliente fazia. As peças defeituosas 
eram devolvidas pelo cliente.
Avaliando-se a quantidade de peças defeituosas que retornavam, conversou-se com a empresa sobre 
a necessidade de introduzir pontos de inspeção na linha de montagem, a fim de evitar o desperdício de 
produção.
404 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
REFERÊNCIAS
AFNOR CERTIFICATION. The NF Environnement 
Mark. Paris: AFNOR, [200-]. Disponível em: <http://
www.marque-nf.com/pages.asp?ref=gp_reconnaitre_nf_ 
nfenvironnement&Lang=English>. Acesso em: 3 jul. 2010. 
Apresenta informações sobre procedimentos e produtos 
relacionados à certificação francesa NF Environment.
BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, 
modelos e instrumentos. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: 
Saraiva, 2007.
BITAR, O. Y.; ORTEGA, R. D. Gestão ambiental. In: OLI-
VEIRA, A. M. dos S.; BRITO, S. N. A. de (Ed.). Geologia de 
engenharia. São Paulo: ABGE, 1998. p. 499-508, cap. 32.
BOLSA DE MERCADORIAS E FUTUROS E BOLSA DE 
VALORES DO ESTADO DE SÃO PAULO. Sobre a bolsa. São 
O cliente solicitou um aumento de produção para avaliar a capacidade produtiva da empresa. A em-
presa conseguiu produzir 1.500 peças/semana, gerando de 91% à 97% de defeitos. Com esse índice de 
rejeição, o cliente veio verificar in loco as condições da produção. Nessa visita, veio a solicitação do cliente 
para que esse fornecimento passasse para 2.000 peças por semana, (em função das exportações).
PROCEDIMENTO ADOTADO: Realizou-se um controle de qualidade das peças fornecidas, por meio do 
início de um trabalho de categorização e quantificação de defeitosque possibilitou a identificação dos 
pontos cruciais de produção com redução da geração de rejeitos.
INVESTIMENTO: Não houve investimento.
BENEFÍCIO ECONÔMICO ANUAL: R$ 58.560,00.
BENEFÍCIO AMBIENTAL ANUAL:
n eliminação de resíduo de borracha: 1.080 kg de borracha/ano;
n redução de resíduo de alumínio: 2.199 kg alumínio/ano;
n redução de consumo de tinta em 1,65%;
n redução do uso de energia elétrica (por não necessitar de refundir as peças) – não medido.
ESTUDO DE CASO
Rotulagem ambiental no setor de cosméticos (Nakahira e Medeiros, 2009)
A Natura S/A é uma empresa brasileira de produtos cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal. Além de 
no Brasil, essa empresa está presente na Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela, México, Bolívia e 
França. A Natura realiza diversos programas voltados à minimização dos impactos ambientais, sobretudo 
nos locais de extração da matéria-prima, por meio da certificação de práticas de manejo florestal sustentá-
vel e outros procedimentos, como o uso de embalagens recicláveis, redução da emissão de CO2, avaliação 
do ciclo de vida das embalagens no processo de desenvolvimento de produtos, etc. (Nakahira e Medeiros, 
2009). A Tabela Ambiental da empresa é um tipo de autodeclaração divulgada pela Natura, na qual são 
demonstrados dados sobre a origem e o destino do produto. Essa tabela foi inspirada naquelas relaciona-
das a informações nutricionais de produtos alimentícios. Ela possui caráter neutro, uma vez que as informa-
ções fornecidas nem sempre são favoráveis, o que, com frequência, não reflete o que o consumidor espe-
ra. A linha Ekos apresenta as seguintes informações no contrarrótulo dos produtos:
n Origem vegetal renovável: parte da formulação teve sua origem de fonte vegetal e, se cultivada ou ex-
traída de forma sustentável, é renovável.
n Vegetal natural: parte da formulação que teve sua origem de fonte vegetal e que não sofreu modifica-
ções em processos químicos.
n Com certificação de origem: parte da formulação que teve sua origem certificada e verificada por insti-
tuição independente. Tal certificação comprova que as condições de plantio e extração são realizadas 
de forma sustentável.
n Material reciclado: parte da embalagem onde foi utilizado material reciclado pós-consumo, ou seja, ma-
terial que fora utilizado em algum produto e que, posteriormente, foi reprocessado;
n Material reciclável: parte da embalagem que é possível reciclar depois do seu uso;
n Número recomendado de refilagens: indica o número de vezes que a embalagem original pode ser re-
filada.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
Assistindo ao vídeo a seguir, poderemos analisar os princípios e os tipos de auditoria ambiental! 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Sobre auditoria ambiental, é CORRETO afirmar que:
A) A auditoria ambiental consiste em processo sistemático de inspeção, análise e avaliação 
das condições de uma empresa em relação a fontes de poluição.
B) O sistema de gestão ambiental não depende da auditoria para poder evoluir em melhoria 
contínua.
C) A auditoria ambiental visa a melhorar práticas gerenciais e reduzir o risco de processos 
judiciais, mas não diminui os custos ambientais da empresa.
D) O termo "auditoria ambiental" é usado somente para a auditoria interna independente.
E) A auditoria ambiental constitui um critério de análise de investidores e acionistas sobre o 
passivo ambiental da empresa e, dessa forma, pode fazer projeções emergenciais.
2) O objetivo da auditoria ambiental define sua classificação. Dentre as categorias 
apresentadas, aponte a INCORRETA. 
A) Auditoria de conformidade legal: avalia a adequação à legislação e aos regulamentos 
aplicáveis.
B) Auditoria de desempenho ambiental: verifica a conformidade com a legislação, os 
regulamentos e os indicadores de desempenho ambiental.
C) Auditoria de Sistema de Gestão Ambiental: avalia o cumprimento dos princípios 
estabelecidos no SGA.
D) Auditoria de cadeia produtiva: avalia toda a cadeia produtiva.
E) Auditoria pontual: objetiva avaliar as causas e os responsáveis de acidentes ambientais.
3) A certificação ambiental é concedida a empresas que, nos processos de geração de 
produtos, respeitam os dispositivos legais referentes às questões ambientais e 
apresentam determinados procedimentos exigidos pelo órgão certificador. Sendo 
assim, assinale a alternativa CORRETA. 
A) A certificação ambiental pode ser concedida apenas para empresas que geram produtos.
B) Depois de concedida a certificação, a empresa não precisa se preocupar com sua renovação 
e reavaliação.
C) A certificação ambiental visa ao uso de práticas e métodos administrativos que reduzem ao 
máximo o impacto ambiental das atividades econômicas.
D) Para ser concedida a certificação ambiental, basta os funcionários estarem de acordo com 
todas as normas.
E) O objetivo principal a ser alcançado por empresas que pretendem conseguir a certificação 
ambiental é com a qualidade ambiental de todo seu processo de produção, transporte e 
comercialização.
Diretrizes básicas de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Para a maior parte das 4) 
empresas, obter esta certificação é suficiente para demonstrar o comprometimento 
com práticas sustentáveis e mesmo exportar seus produtos para o exterior. Ao 
permitir o estabelecimento de um SGA, torna-se uma importante ferramenta em 
busca do desenvolvimento sustentável na empresa, além de ser um excelente auxiliar 
no cumprimento de legislações ambientais. A afirmação anterior se refere a: 
A) ISO 14.001. 
B) Logística reversa. 
C) ABNT NBR 16.001. 
D) Lei nº 12.651/2012 Política Nacional do Meio Ambiente. 
E) A Lei nº 12.305/2010.
5) O selo verde auxilia a comunicar as ações de responsabilidade ambiental tomadas por 
uma empresa para clientes e fornecedores. Sobre o Selo Verde, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
A) É uma certificação de produtos que apresentam menor impacto no meio ambiente em 
relação a outros produtos disponíveis no mercado.
B) O selo verde/rotulagem ambiental podem ser Rotulagem Tipo I (ISO 14024), em que os 
ro ́tulos ou selos verdes são concedidos por terceiras partes credenciadas.
C) Na Rotulagem Tipo II (ISO 14021), o produtor identifica seu produto por declarações 
como reciclado, reciclável ou biodegradável.
D) O selo verde identifica os produtos que causam mais impacto ao meio ambiente em relação 
aos seus similares.
E) A Rotulagem Tipo III (ISO 14025) identifica e descreve informações baseadas na 
avaliação do ciclo de vida.
NA PRÁTICA
A rotulagem ambiental busca informar aos compradores sobre os impactos ambientais causados 
pelos produtos e serviços que adquire. 
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Auditoria ambiental
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Cidades e soluções - certificação ambiental
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Inmetro cria programa de rotulagem ambiental
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Comparação entre os critérios de avaliação envolvidos nos sistemas de certificação de 
edificações AQUA e LEED for Schools
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Uma análise das práticas de Green Supply Chain Management e certificação ISO 14001 no 
setor automobilístico brasileiro
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Percepções de gestores sobre as contribuições do processo de certificação ISO 14001 nas 
práticas de gestão ambiental
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Avaliando impactos ambientais
APRESENTAÇÃO
As atividades humanas produzem impactos no meio ambiente. Muitas vezes, achamos que esses 
impactos sempre são negativos e, realmente, estes são os mais preocupantes. Noentanto, 
também produzimos impactos positivos, como a recuperação de uma área degradada, a geração 
de emprego em um novo empreendimento, etc. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os impactos ambientais em geral, tema muito 
importante na gestão ambiental.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as etapas do processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA).•
Apontar as características do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto 
Ambiental (EIA/RIMA).
•
Reconhecer os métodos utilizados para avaliar os impactos ambientais.•
DESAFIO
Pode-se dizer que há impacto ambiental quando uma atividade produz uma alteração no meio ou 
em qualquer um de seus componentes. 
Analisar os impactos ambientais é qualificar e quantificar estas alterações, avaliando a qualidade 
ambiental com e sem determinada ação ou empreendimento.
Para resolver este desafio, considere a seguinte situação: 
Uma oficina mecânica é, evidentemente, um empreendimento pequeno. Ela não precisa realizar 
Estudo de Impacto Ambiental para começar a funcionar, mas, sem dúvidas, provoca alguns 
impactos (físico, biológico e social) no meio ambiente, mesmo que de baixa magnitude. 
Determine alguns desses impactos e responda se existe alguma medida mitigatória, ou seja, 
uma medida que tente, pelo menos, minimizá-los. Lembre-se de que os impactos também 
podem ser positivos.
INFOGRÁFICO
Observe neste infográfico uma síntese das características das licenças ambientais necessárias à 
execução de um projeto.
CONTEÚDO DO LIVRO
Para saber mais sobre a avaliação de impactos ambientais, leia no Capítulo 8, do livro Ambiente: 
tecnologias, organizado por Schwanke, os seguintes aspectos: 
• Política Nacional do Meio Ambiente. 
• Características das licenças ambientais. 
• Processo de avaliação de impacto ambiental. 
• Utilização de métodos de avaliação de impactos ambientais. 
• Utilização de indicadores para o diagnóstico e/ou monitoramento.
Boa leitura.
DICA DO PROFESSOR
O vídeo da Dica do professor apresenta os aspectos principais que compõem a avaliação de 
impacto ambiental, principalmente revisando o que é um impacto ambiental e quais os tipos de 
impactos ambientais, e aborda conceitos importantes, como o licenciamento ambiental 
(incluindo as principais licenças).
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EXERCÍCIOS
1) (ENEM 2006). A produção industrial de celulose e de papel está associada a alguns 
problemas ambientais. Um exemplo são os odores característicos dos compostos 
voláteis de enxofre (mercaptanas) que se formam durante a remoção da lignina da 
principal matéria-prima para a obtenção industrial das fibras celulósicas que 
formam o papel: a madeira. É nos estágios de branqueamento que se encontra um 
dos principais problemas ambientais causados pelas indústrias de celulose. Reagentes 
como cloro e hipoclorito de sódio reagem com a lignina residual, levando à formação 
de compostos organoclorados. Esses compostos, presentes na água industrial, 
despejada em grande quantidade nos rios pelas indústrias de papel, não são 
biodegradáveis e acumulam-se nos tecidos vegetais e animais, podendo levar a 
alterações genéticas. (Celênia P. Santos et al. Papel: como se fabrica? In: Química 
nova na escola, n. 14, nov./2001, p. 3-7 - com adaptações). 
Para diminuírem os problemas ambientais decorrentes da fabricação do papel, é 
recomendável:
A) A criação de legislação mais branda, a fim de favorecer a fabricação de papel 
biodegradável.
B) A diminuição das áreas de reflorestamento, com o intuito de reduzir o volume de madeira 
utilizado na obtenção de fibras celulósicas.
C) A distribuição de equipamentos de desodorização à população que vive nas adjacências de 
indústrias de produção de papel.
D) O tratamento da água industrial, antes de retorná-la aos cursos d'água, com o objetivo de 
promover a degradação dos compostos orgânicos solúveis.
E) O recolhimento, por parte das famílias que habitam as regiões circunvizinhas, dos resíduos 
sólidos gerados pela indústria de papel, em um processo de coleta seletiva de lixo.
2) O processo de licenciamento estabelece três licenças ambientais: a licença prévia, a 
licença de instalação e a licença de operação. Das seguintes proposições, assinale a 
alternativa INCORRETA sobre a licença prévia:
A) É solicitada na fase preliminar de planejamento do empreendimento.
B) Estabelece os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de instalação e operação.
C) Estabelece as condições para o empreendedor seguir adiante com a elaboração do projeto.
D) É indispensável para solicitar financiamentos e incentivos fiscais.
E) Autoriza o início da obra/empreendimento.
3) Uma das classificações dos impactos ambientais os define como permanentes e 
temporários. Entre as alternativas, marque aquela que apresenta um impacto que 
pode ser considerado permanente:
A) Geração de ruídos em uma exploração mineral.
B) Geração de resíduos líquidos poluentes.
C) Alagamento de uma área para a construção de uma hidrelétrica.
D) Geração de emprego e renda.
E) Destruição da vegetação em uma exploração mineral.
4) A elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA) são exigências para o licenciamento de diversas atividades 
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do 
meio. Sua obrigatoriedade foi fixada pela Constituição Federal de 1988, artigo 225, 
inciso IV. 
Analise os empreendimentos a seguir: 
I. Ferrovias. 
II. Projetos urbanísticos em áreas de até 50 hectares (ha). 
III. Linhas de transmissão elétrica de qualquer intensidade. 
IV. Empreendimento potencialmente lesivo ao patrimônio espeleológico. 
V. Oleodutos, gasodutos e minerodutos. 
Segundo as leis brasileiras, assinale a alternativa que indica, dos itens mencionados, 
aqueles que estão sujeitos ao EIA/RIMA:
A) Apenas I, II, e III.
B) Apenas I, III e IV.
C) Apenas I, IV e V.
D) Apenas II, III e V.
E) Apenas III, IV e V.
5) (ENEM 2000) No ciclo da água, usado para produzir eletricidade, a água de lagos e 
oceanos, irradiada pelo Sol, evapora-se dando origem a nuvens e se precipita como 
chuva. É então represada, corre de alto a baixo e move turbinas de uma usina, 
acionando geradores. A eletricidade produzida é transmitida através de cabos e fios e 
é utilizada em motores e outros aparelhos elétricos. Assim, para que o ciclo seja 
aproveitado na geração de energia elétrica, constrói-se uma barragem para represar 
a água. Entre os possíveis impactos ambientais causados por essa construção, devem 
ser destacados:
A) Aumento do nível dos oceanos e chuva ácida.
B) Chuva ácida e efeito estufa.
C) Alagamentos e intensificação do efeito estufa.
D) Alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora.
E) Alteração do curso natural dos rios e poluição atmosférica.
NA PRÁTICA
Existem empreendimentos que são obrigados a desenvolver o EIA/RIMA, mas isso depende do 
seu tipo e de sua magnitude. Podemos citar, como exemplo, a exploração de minério, as vias 
férreas, as rodovias, as indústrias de grande porte, dentre outros. 
Veja a seguir os possíveis impactos que podem ser causados por uma mineradora de exploração 
de minério de ferro e as medidas cabíveis para minimizá-los.
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Avaliação do impacto ambiental
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Avaliação de Impacto Ambiental: Eia e Rima como instrumentos técnicos e de gestão 
ambiental
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O impacto ambiental das atividades 
humanas
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as questões ambientais por trás dos principais 
problemas que a sociedade enfrenta atualmente emvirtude de suas atividades diárias.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a questão ambiental atual.•
Construir o conceito de meio ambiente.•
Identificar as consequências das atividades humanas sobre o meio ambiente.•
DESAFIO
Você já parou pra pensar no que acontece com o planeta? Cada vez mais vemos acontecimentos 
extremos como tufões, inundações de grandes magnitudes, aquecimento global, invernos e 
verões cada vez mais rigorosos e em épocas inesperadas. Será que a Terra mudou? E a discussão 
sobre o uso de nossos recursos naturais e sua inesgotabilidade? Será que são inesgotáveis? Será 
que todos nós somos responsáveis por estes acontecimentos? Qual a relação entre minha vida, 
meu trabalho, minhas atitudes e minhas ações com a sociedade e o ambiente em que vivo? 
Estamos em meio a crise hídrica, crise energética, entre outras... Posso desperdiçar estes 
recursos? A água, recurso precioso à vida... O que acontece com ela quando a descarto? E o lixo 
de minha casa? Você sabe o caminho que ele faz da sua casa até o local onde é descartado? A 
empresa que você trabalha respeita o meio ambiente e a comunidade da qual faz parte? Sou um 
poluidor em potencial? Será que você não faz a mínima diferença para estas questões? O que 
você acha?
Para resolver este desafio, você deverá refletir sobre o seu dia a dia e a sua relação com o meio 
ambiente. O que você consome ao longo dele? Faça uma lista daquilo que consome 
regularmente e nos bens que você compra. Após fazer a sua lista, vamos calcular a sua pegada 
ecológica (método que contabiliza a pressão do consumo das populações humanas sobre os 
recursos naturais). 
Veja a definição completa em:
Pegada Ecológica? O que é isso?
Leia aqui
 
Agora, vamos ver como você está se saindo no consumo de recursos naturais. No link a seguir, 
confira sua pegada ecológica.
Footprint Calculator
Leia aqui
 
Após calcular a sua pegada ecológica, desenvolva um texto no qual você deverá descrever 
aquilo que consome, o seu grau de consumo (baixo, médio e alto) e as consequências deste 
consumo no seu dia a dia e na sua comunidade. Além disso, pensando sobre o meio ambiente, 
complemente o seu texto refletindo sobre o seu conceito e o papel que você exerce nele. Para tal, 
acesse o link a seguir e veja o conceito legal de meio ambiente.
O que é meio ambiente?
Leia aqui
INFOGRÁFICO
O Infográfico apresenta as relações da sociedade, suas atividades e o meio ambiente. Onde você 
se encontra nestas relações?
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/o_que_e_pegada_ecologica/
http://www.suapegadaecologica.com.br/
http://www.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2014/09/o-que-e-meio-ambiente
 
CONTEÚDO DO LIVRO
A relação do homem e da sociedade para com o ambiente pode ser entendida através da 
compreensão das consequências das atividades humanas sobre o ambiente e deste sobre a saúde 
da população. Acompanhe os trechos dos capítulos 1 e 7 do livro Meio Ambiente e 
Sustentabilidade, organizado por André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes Fraceto e Viviane 
Moschini-Carlos. Esta obra foi escolhida como base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.
André Henrique Rosa
Leonardo Fernandes Fraceto
Viviane Moschini-Carlos
Organizadores
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] / 
 Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes 
 Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. – 
 Porto Alegre : Bookman, 2012. 
 Editado também como livro impresso em 2012. 
 ISBN 978-85-407-0197-7
 1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André 
 Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini- 
 Carlos, Viviane. 
CDU 502-022.316
Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150
INTRODUÇÃO
Nos últimos 50 anos, devido ao elevado 
crescimento populacional associado à busca 
por melhor qualidade de vida, ocorreu um 
aumento na produção industrial e agrícola 
caracterizada pela intensa fabricação e utili-
zação de compostos químicos sintéticos 
(inseticidas, herbicidas, plásticos, entre ou-
tros). Seja de maneira natural ou antrópica, 
os resíduos gerados por esses compostos 
aportam aos recursos hídricos com conse-
quente alteração da qualidade da água.
Por ser um recurso natural de fonte 
esgotável, a Organização Mundial da Saúde 
estima que a água se tornará cada vez mais 
uma fonte de tensão e competição por parte 
de diversas nações, fazendo com que os pro-
blemas referentes à deterioração da quali-
dade da água se tornem objeto de preocu-
pação. O conhecimento e a compreensão 
das fontes de poluição, interações e efeitos 
dos poluentes aquáticos são essenciais para 
o controle destes em um ambiente seguro e 
economicamente sustentável.
O planeta Terra é o único do nosso 
sistema solar que apresenta moléculas de 
água na forma líquida, na maior parte da 
superfície, sendo 97,5% da água existente 
no planeta, marinha, enquanto apenas 2,5% 
restantes são de água doce. Ressalta-se que a 
maior parcela dessa água doce (68,9%) 
forma as calotas polares, geleiras e neves. Os 
29,9% restantes constituem as águas sub-
terrâneas. A umidade dos solos e as águas 
dos pântanos representam cerca de 0,9% do 
total, e a água de rios e lagos aproximada-
mente 0,3% (Rebouças et al., 2006).
De acordo com relatório divulgado 
pela Organização das Nações Unidas para 
Educação Ciência e Cultura (UNESCO), du-
rante a terceira edição do Fórum Mundial da 
Água ocorrido em Kyoto em 2003, o Brasil é 
o país mais rico do mundo em recursos hí-
1
Poluição aquática
SONIA DOS SANTOS, LUCIANA CAMARGO DE OLIVEIRA, 
ADEMIR DOS SANTOS, JULIO CÉSAR ROCHA e ANDRÉ HENRIQUE ROSA
Objetivos do capítulo
Neste capítulo são abordadas as principais fontes e tipos de poluição em sistemas 
aquáticos, destacando as características e propriedades dos principais contaminan-
tes orgânicos, inorgânicos e emergentes em águas superficiais e subterrâneas. Os 
aspectos gerais relacionados ao transporte, à reatividade e aos processos que os 
poluentes podem sofrer no corpo hídrico são discutidos, assim como a preocupa-
ção atual em relação à contaminação de águas subterrâneas.
18 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
dricos, com 6,2 bilhões de m3 de água doce 
(17% do total disponível no planeta) (Água: 
Fórum Econômico Mundial, 2008).
Sabe-se, porém, que a distribuição de 
água em nosso país é bastante desigual, pois a 
maior parte desse recurso está disponível em 
regiões com baixa densidade populacional 
(região norte), sendo frequentes os problemas 
de abastecimento nas regiões mais populosas 
(grandes capitais da região sudeste).
A água própria para o consumo huma-
no se chama água potável e, para ser conside-
rada como tal, ela deve obedecer a certos pa-
drões de potabilidade necessitando muitas 
vezes de tratamento para se adequar ao con-
sumo. Os métodos vão desde a simples fer-
vura até operações mais complexas.
A água potável e de boa qualidade é 
fundamental para a saúde dos seres huma-
nos (o corpo humano é constituído por 70 
a 75% de água e, na ausência dela, alguns 
órgãos vitais deixam de funcionar), entre-
tanto, a maioria da população mundial não 
tem acesso a esse bem precioso.
Apesar da importância da água para 
os seres humanos, ela também é considera-
da um dos meios mais comuns de transmis-
são de doenças. Se a água que utilizamos, 
seja para aliviar a sede ou para regar os ali-
mentos, não apresentar a qualidade neces-
sária, estes serão igualmente infectados e, 
consequentemente, o corpo que os ingere 
será alvo de inúmeras doenças. O Quadro 
1.1 apresenta algumas doenças infecciosas 
de veiculação hídrica.
Muitas das doenças transmitidas por 
veiculação hídrica podem ser prevenidas 
por um tratamento adequado da água antes 
de seu uso. As estações de tratamento de 
água se utilizam de vários procedimentos 
como a decantação, a filtração, além da clo-
raçãopara eliminar os microrganismos 
causadores de doenças.
DEFINIÇÃO, FONTES 
E TIPOS DE POLUIÇÃO
A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente 
(Lei No 6.938, de 31 de agosto de 1981) defi-
ne como poluição:
(...) a degradação da qualidade ambiental 
resultante de atividades que direta ou indi-
retamente:
a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população.
QUADRO 1.1
Doenças de veiculação hídrica
DOENÇAS TRANSMISSÃO PREVENÇÃO
Cólera, febre tifoide Contaminação no Desinfecção adequada 
 sistema de distribuição 
Sarna, infecções Falta de água suficiente para Provisão de quantidades suficientes para 
oculares, diarreia um consumo adequado banhos e limpezas gerais
Esquistossomose Invertebrados aquáticos Distribuição de água potável, e 
 educação sanitária
Malária, febre Organismos patogênicos Aplicação de inseticidas, evitar acúmulo 
amarela, dengue de água em recipientes abertos, drenar 
 áreas inundadas e evitar saturação de 
 áreas agrícolas
 
Meio ambiente e sustentabilidade 19
b) Criem condições adversas às atividades 
sociais e econômicas.
c) Afetem desfavoravelmente a biota.
d) Afetem as condições estéticas ou sanitá-
rias do Meio Ambiente.
e) Lancem matéria ou energia em desacor-
do com os padrões ambientais estabeleci-
dos (art.3o, III).
A poluição das águas é consequência 
principalmente de atividades humanas (an-
trópicas) como: lançamento de efluentes 
domésticos e industriais sem tratamento 
prévio. Condições geoquímicas específicas, 
como chuvas e atividade vulcânica, também 
podem elevar a concentração de alguns 
compostos em determinado ecossistema 
podendo causar problemas locais (poluição 
natural).
A poluição aquática pode ser classifi-
cada em:
n Poluição térmica: proveniente do des-
carte nos rios de grandes volumes de 
água aquecida utilizada em processos 
de refrigeração em refinarias, siderúrgi-
cas e usinas termoelétricas. Como con-
sequências têm-se: diminuição do tem-
po de vida de espécies aquáticas e altera-
ção nos ciclos reprodutivos, diminuição 
da solubilidade dos gases, inclusive a 
concentração de oxigênio dissolvido di-
ficultando a respiração de peixes e ani-
mais aquáticos. O aumento de tempera-
tura também pode potencializar a ação 
de poluentes presentes na água, pois au-
menta a velocidade das reações, bem 
como a solubilidade de compostos.
n Poluição sedimentar: se dá mediante o 
acúmulo de partículas em suspensão 
(partículas de solo e/ou produtos quí-
micos orgânicos ou inorgânicos insolú-
veis). Tais partículas bloqueiam a entra-
da de raios solares na lâmina d’água, in-
terferindo na fotossíntese de plantas 
aquáticas, podendo também carregar 
poluentes químicos e biológicos absor-
vidos em sua superfície.
 O assoreamento dos corpos d’água é 
uma das consequências mais graves da 
poluição sedimentar e deve ser evitado 
com medidas preventivas no controle da 
erosão.
n Poluição biológica: resulta da presença 
de microrganismos patogênicos causa-
dores de doenças que se encontram fre-
quentemente presentes nos excrementos 
humanos e animais, tais como:
a) Bactérias: provocam infecções intesti-
nais epidêmicas e endêmicas (febre 
tifoide, cólera, leptospirose);
b) Protozoários: amebíase e giardíase;
c) Vírus: provocam hepatites e infecções 
nos olhos;
d) Verminoses: esquistossomose.
 Por meio de águas residuárias, os mi-
crorganismos aportam em corpos aquá-
ticos receptores podendo contaminar 
outros indivíduos. Medidas de saúde 
pública como desinfecção da água desti-
nada ao consumo humano, coleta e tra-
tamento de efluentes (esgotos) têm sido 
adotadas visando minimizar os efeitos 
de tais doenças.
n Poluição radioativa: a existência de ra-
dioatividade natural na água não traz 
efeitos nocivos para a saúde por apre-
sentar níveis muito baixos. A poluição 
por resíduos radioativos lançados ao 
mar, afundamento de arsenais nuclea-
res, explosões atômicas submarinas ou 
fugas radioativas, po rém, têm consequ-
ências graves. Em geral, os tecidos mais 
prejudicados pela radiação são os que se 
reproduzem em velocidade rápida, 
como a medula óssea, os tecidos forma-
dores do sangue e os nódulos linfáticos. 
Compostos radioativos não apresentam 
cor, sabor e odor na água, sen do de difí-
cil detecção e, geralmente, o principal 
efeito da exposição prolongada a baixas 
doses de radiação é o câncer.
n Poluição química: causada pela presença 
de compostos químicos indesejáveis, tais 
como:
20 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
a) Compostos biodegradáveis: produtos 
químicos que, após determinado tem-
po, são decompostos pela ação de bac-
térias. Alguns exemplos desses contami-
nantes são: matéria orgânica, sabões, 
proteínas, carboidratos e gorduras.
b) Compostos persistentes: milhões de 
toneladas de compostos químicos 
são produzidos e utilizados mundial-
mente na produção de plásticos, fi-
bras sintéticas, tintas, borracha, sol-
ventes, agroquímicos, agentes preser-
vantes em geral, entre outros. Em 
função de sua estrutura química, são 
muito estáveis (resistentes), caracte-
rística desejável que torna tais com-
postos de grande utilidade. Tal pro-
priedade, porém, tem se tornado um 
grave problema ambiental visto que 
esses compostos não se degradam fa-
cilmente. Os efeitos de tais compos-
tos sobre a biota aquática estão sendo 
estudados e muitos ainda são desco-
nhecidos, particularmente no caso 
de exposições prolongadas a concen-
trações muito baixas (toxicidade crô-
nica) podem ser mutagênicos, carci-
nogênicos ou teratogênicos (proble-
mas em recém-nascidos), podendo 
ainda causar disfunções nos rins e fí-
gado, esterilidade e problemas neu-
rológicos.
 Os poluentes alcançam águas superfi-
ciais e subterrâneas de diversas formas, 
que podem ser classificadas para efeitos 
de legislação como:
n Fontes pontuais: são fontes de fácil iden-
tificação e monitoramento. É possível 
identificar a composição dos resíduos, 
bem como prever seu impacto ambien-
tal e responsabilizar o agente produtor. 
Como exemplos, pode-se citar: a descar-
ga de efluentes de indústrias e de esta-
ções de tratamento água/efluentes.
n Fontes difusas: apresentam característi-
cas diferenciadas e se espalham por inú-
meros locais sendo difíceis de serem de-
terminadas em função das característi-
cas intermitentes de suas descargas e da 
abrangência sobre extensas áreas. As ati-
vidades agrícolas, deposições atmosféri-
cas, os resíduos de construção civil são 
exemplos de fontes difusas de poluição.
POLUENTES AQUÁTICOS
Efluente (esgoto) é o termo usado para as 
águas que, após a utilização humana, apre-
sentam as suas características naturais alte-
radas. São constituídos por excretas huma-
nos (fezes e urina) e água de origem domés-
tica, comercial e industrial.
Um dos principais problemas enfren-
tados pelo Brasil, no que diz respeito à pre-
servação de seus recursos hídricos, é a po-
luição por efluentes domésticos, apesar de 
ser bastante difundida a crença de que os 
efluentes industriais sejam os grandes res-
ponsáveis pela degradação de tais recursos 
(Rocha et al., 2009).
O Brasil apresenta um quadro bastan-
te crítico com relação à coleta e tratamento 
de efluentes. A população brasileira estima-
da pelo IBGE em 2007 é de 183.987.291 de 
habitantes, distribuídos em 5.564 municí-
pios. As Figuras 1.1 e 1.2 mostram a situa-
ção do Brasil com relação ao tratamento e 
coleta de efluentes.
Com relação ao tratamento de efluen-
tes, dos 184 milhões de brasileiros apenas 
59,8 milhões (32,5%) têm seus efluentes tra-
tados, enquanto a maioria, 124,2 milhões 
(67,5%) não é beneficiada com o sistema de 
tratamento como mostra a Figura 1.2.
Na Figura 1.3 tem-se um panorama 
nacional mostrando o índice de atendimen-
to de efluentes em 2007, tal parâmetro indica 
apenas o percentual de efluente coletado, 
não incluindo o tratamento do mesmo.
Meio ambiente e sustentabilidade 21
No Brasil, os sistemas locais de trata-
mento de efluentes ainda são caracterizados 
principalmente pelo uso de fossase sumi-
douros. Tais procedimentos são utilizados 
nas zonas rurais, onde a densidade popula-
cional é baixa, e na zona urbana, principal-
mente nas periferias, onde o nível socioeco-
nômico da população é baixo, não existindo 
rede pública para coleta e tratamento de 
efluentes.
De maneira geral, os poluentes aquáti-
cos podem ser divididos em categorias. No 
caso de efluentes domésticos os principais 
poluentes são: matéria orgânica e organis-
Figura 1.1
Coleta de efluentes no Brasil.
Fontes: IBGE e Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 2007.
Sem coleta de esgotos efluentes
77,3 milhões
42%
106,7
milhões
58%Com coleta de esgotos
Figura 1.2
Tratamento de efluentes no Brasil.
Fontes: IBGE e Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 2007.
59,8
milhões
32,5%124,2
milhões
67,5%
Sem tratamento dos efluentes gerados
Com tratamento dos efluentes gerados 
22 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
mos patogênicos. Com relação aos efluentes 
industriais, a contaminação, além da maté-
ria orgânica, envolve espécies metálicas (es-
senciais e/ou potencialmente tóxicas) e 
compostos organossintéticos. O Quadro 1.2 
apresenta a classificação dos poluentes 
aquáticos discutidos neste capítulo e os 
possíveis efeitos que podem causar ao am-
biente.
Poluentes inorgânicos
Metais: 
essencialidade X toxicidade
Os metais apresentam propriedades físicas 
comuns como: maleabilidade, ductibilida-
de, conduzem eletricidade e calor, além de, 
via de regra, serem sólidos (com exceção do 
Figura 1.3
IN056 – Índice de atendimento total de esgotos no Brasil.
Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 2007.
Índice de atendimento 
total de efluentes
< 10,0%
10,0 a 20%
10,0 a 20%
40,1 a 70%
> 70%
Meio ambiente e sustentabilidade 23
mercúrio que é líquido). Algumas caracte-
rísticas químicas também são comuns aos 
metais, dentre elas podemos citar: presença 
de 1 a 4 elétrons no orbital mais externo, 
baixo potencial de ionização com formação 
de cátions por perda de elétrons, são bons 
agentes redutores, apresentam estados de 
oxidação positivos, reatividade frente a áci-
dos, formam óxidos básicos e halogenetos 
iônicos (Atkins, 2006).
Os metais se diferenciam dos poluen-
tes orgânicos por serem não degradáveis 
podendo se acumular nos diversos compar-
timentos ambientais influenciando em sua 
toxicidade. São amplamente utilizados na 
indústria, particularmente na laminação de 
metais, estando também presentes nas for-
mulações de pesticidas e até mesmo em me-
dicamentos podendo ser utilizados em pig-
mentos, esmaltes, tintas e corantes.
Devido ao vasto espectro de utilização, 
tais elementos podem chegar aos sistemas 
aquáticos mediante várias fontes sendo em 
sua maioria transportados de um lugar a 
outro por via aérea, como gases ou espécies 
adsorvidas sobre ou absorvidas no material 
particulado em suspensão. A persistência 
dos metais no ambiente garante os efeitos ao 
longo do tempo ou de longo prazo mesmo 
depois de interrompidas as emissões.
As fontes de metais para o ambiente 
podem ser de origem natural (geoquímica) 
ou antrópica. Muitos metais presentes no 
ambiente são originários de rochas sendo 
extraídos por processos naturais (atividades 
geológicas) como: intemperismo e vulca-
nismo. Em relação às atividades antrópicas 
(oriundas de ações humanas), as principais 
fontes de poluição por metais são: minera-
ção, efluentes industriais, domésticos e agrí-
colas (Alloway e Ayres, 1997). Além dessas 
fontes, os metais podem se distribuir no 
ambiente devido a:
a) impurezas em fertilizantes: cádmio, cro-
mo, molibdênio, chumbo, urânio e va-
nádio (cádmio e urânio em fertilizantes
fosfatados);
b) formulação de pesticidas: cobre, mercú-
rio, chumbo, manganês, zinco (cobre,
zinco e manganês em fungicidas);
c) preservativos de madeira: cobre e crômio.
QUADRO 1.2
Classificação e efeitos ao ambiente por poluentes aquáticos.
CLASSES DE POLUENTES EFEITOS AO AMBIENTE
Poluentes inorgânicos
Espécies metálicas essenciais Alterações na biota aquática e toxicidade
Espécies metálicas potencialmente tóxicas Alterações na biota aquática e toxicidade
Amônia, cianeto, compostos de enxofre Alterações na biota aquática e toxicidade 
e dióxido de carbono
Fosfatos e nitratos Eutrofização
Poluentes orgânicos 
Tensoativos: sabões e detergentes Eutrofização, alterações na biota, alterações 
estéticas
Petróleo e BTX Alterações na biota, alterações estéticas
Interferentes endócrinos Efeitos biológicos
Bifenilas policloradas Toxicidade e efeitos biológicos
Pesticidas Toxicidade e efeitos biológicos
Dioxinas Toxicidade e efeitos biológicos
24 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
d) dejetos da produção intensiva de porcos e
aves: cobre e zinco.
A toxicidade do metal está diretamen-
te relacionada à dose ou tempo de exposi-
ção, à forma físico-química do elemento e 
da via de administração, podendo esses me-
tais serem classificados de acordo com o 
grau de toxicidade em metais essenciais ou 
potencialmente tóxicos.
Metais essenciais são importantes para 
a vida vegetal e animal em baixas concen-
trações se tornando tóxicos quando encon-
trados em altos níveis: sódio, potássio, cál-
cio, cobre, ferro e zinco são exemplos de 
metais essenciais. Tais espécies químicas são 
utilizadas para manter funções fisiológicas 
vitais e sua deficiência impede um ciclo de 
vida normal, pois muitos estão presentes 
em proteínas que exercem funções biológi-
cas importantes como é o caso do ferro na 
hemoglobina, proteína responsável pelo 
transporte de oxigênio pelo corpo humano.
Alguns metais, no entanto, não apre-
sentam nenhuma função fisiológica conhe-
cida sendo denominados não essenciais, 
muitos deles como: chumbo, mercúrio e ar-
sênio são considerados potencialmente tó-
xicos, pois os organismos vivos tendem a 
ser tolerantes na presença de baixas concen-
trações, se tornando tóxicos e até letais em 
altas concentrações.
Um aspecto importante a ser consi-
derado quando nos referimos aos metais 
diz respeito à forma físico-química na qual 
se encontram em solução, sendo tal consi-
deração denominada especiação química. A 
compreensão da especiação de um ele-
mento metálico é fundamental, pois in-
fluencia diretamente as propriedades, a 
biodisponibilidade e a toxicidade dos mes-
mos tanto em águas naturais como em 
águas residuárias.
Os metais potencialmente tóxicos estão 
entre os mais perigosos poluentes aquáti-
cos, principalmente pelas altas concentra-
ções em que podem ser encontrados em 
águas superficiais e/ou subterrâneas, bem 
como pela sua capacidade de se acumular 
ao longo da cadeia trófica. Em geral, são 
metais de transição e alguns elementos re-
presentativos como chumbo e estanho, 
além de metaloides (elementos localizados 
entre metais e não metais) como, por exem-
plo, o arsênio e antimônio.
Os metais potencialmente tóxicos: 
mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cádmio (Cd) 
e arsênio (As), nas suas formas de elemen-
tos livres condensados (exceto o vapor de 
mercúrio) não são particularmente tóxi-
cos, porém, em suas formas catiônicas e 
também quando ligados a cadeias curtas de 
átomos de carbono são considerados peri-
gosos.
Compostos orgânicos de mercúrio, 
por exemplo, possuem grande afinidade 
por componentes celulares de organismos 
vivos (baixa solubilidade em água e grande 
afinidade por gorduras) podendo ser bioa-
cumulados em tecidos biológicos (concen-
trados na biomassa de seres vivos).
Muitos metais potencialmente tóxicos 
apresentam forte afinidade por enxofre al-
terando a velocidade de reações metabóli-
cas importantes para o corpo humano ao 
formar ligações com grupos sulfidrila 
(-SH). Grupos carboxílicos e amino de pro-
teínas também são quimicamente atraídos 
por mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cádmio 
(Cd) e arsênio (As).
Íons cádmio, cobre, chumbo e mercú-
rio são danosos para membranas celulares, 
dificultando o processo de transporte celu-
lar. Podem precipitar biocompostos de fos-
fato ou catalisar sua decomposição.As concentrações da maioria dos me-
tais potencialmente tóxicos encontrados 
em água potável são normalmente peque-
nas não causando problemas diretos à 
saúde. Na sequência são descritos alguns 
metais potencialmente tóxicos de impor-
tância ambiental.
Página em branco propositalmente.
7
Saúde e meio ambiente
MARCELA PELLEGRINI PEÇANHA, NOBEL PENTEADO DE FREITAS, 
ROBERTO WAGNER LOURENÇO, MARIA RITA DONALISIO CORDEIRO, 
RICARDO CARLOS CORDEIRO e MARIA APARECIDA VEDOVATO
tos e assimilá-los retornando ao equilíbrio. 
A capacidade de assimilar essas alterações é 
denominada capacidade de suporte. Quan-
do a intensidade das alterações provoca o 
desequilíbrio do ecossistema, e este não re-
torna ao estágio de equilíbrio, isso significa 
que a capacidade de suporte desse ecossiste-
ma foi superada.
O Relatório Planeta Vivo, publicado 
pela WWF em 2008, indica que a pegada 
ecológica do homem hoje chegou a 2,7 hec-
tares globais por pessoa. De acordo com 
esse indicador de sustentabilidade, isso sig-
nifica que o homem necessita em média de 
Objetivos do capítulo
A necessidade de enfrentamento das alterações ambientais e de seus efeitos sobre 
a saúde humana e a compreensão de que a promoção da saúde só se dá em um 
ambiente equilibrado, consolida a importância da Saúde Ambiental. Isso exige que 
se busque, por meio de políticas públicas, articular, estruturar, instrumentalizar as 
distintas esferas envolvidas, favorecendo o aprofundamento de estudos que auxi-
liem a compreensão da dinâmica do binômio ambiente-saúde e o desenvolvimento 
de ações corretivas e preventivas. É urgente que fique claro que os desafios dos 
profissionais da área de saúde e de meio ambiente devem focalizar um só caminho, 
o do esforço para manter um ambiente saudável no qual todos os seus elementos
interajam de forma equilibrada e em harmonia. Para isso, é preciso investir na for-
mação de equipes integradas e com visão sistêmica capaz de executar um trabalho
contínuo de investigação, com novas ferramentas que subsidiem ações eficientes
de gestão ambiental e a consequente promoção de saúde, buscando a reafirmação
do valor da vida e da equidade para todos os seres humanos.
A SAÚDE E A AÇÃO DO 
HOMEM SOBRE O AMBIENTE
A vida de todos os seres vivos causa altera-
ções no meio ambiente. Estas podem ser al-
terações químicas, físicas e até biológicas, 
cuja extensão depende da sua intensidade e 
frequência. O crescimento populacional in-
tensifica as alterações localmente e faz com 
que possam ser amplificadas até atingir 
efeitos ecossistêmicos. Essas alterações in-
terferem na dinâmica dos ecossistemas e 
podem ser neutralizadas pela capacidade 
que o ambiente tem de receber esses impac-
156 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
2,7 hectares da superfície terrestre para for-
necer os subsídios para manutenção da sua 
vida e para receber os resíduos provenientes 
de seu consumo. Considerando-se que a 
área disponível hoje, per capita, é de 2,1 
hectares, fica evidente que a necessidade 
por recursos naturais para suprir as ativida-
des humanas e a área necessária para rece-
ber os resíduos dessas atividades, já superou 
a capacidade do nosso planeta. A pegada 
ecológica de países como os Estados Unidos 
chega a 9,4 hectares. Se toda a população 
mundial apresentasse esse padrão, seriam 
necessários mais de 4 planetas Terra para 
suprir as necessidades das pessoas. O cresci-
mento demográfico intensifica esses impac-
tos, mas este não é o determinante dessa 
crise ambiental. O mesmo relatório indica a 
emissão de CO2, proveniente da queima de 
combustíveis fósseis, nossa principal matriz 
energética, como o componente que mais 
influencia a pegada ecológica mundial. Por-
tanto, fica evidente que o grande desafio a 
ser enfrentado é a forma como o homem 
vem ocupando os ambientes, resultante do 
modelo de desenvolvimento adotado e não 
apenas do número de habitantes na face da 
Terra. Esse modelo foi edificado sobre a 
crença de que a sociedade deve ter como 
meta o aumento contínuo e ilimitado da 
produção e o crescimento econômico a 
qualquer custo, mesmo que esse custo seja 
social ou ambiental. A consolidação do mo-
delo capitalista repercute praticamente em 
todas as esferas das sociedades atuais, o que 
engloba os aspectos não só do trabalho, mas 
da saúde e do meio ambiente. O avanço 
científico e tecnológico corroborou para 
essa postura fortalecendo a falsa ideia de 
que o homem pode dominar a natureza e 
explorá-la de acordo com os seus objetivos 
imediatos, como se não fôssemos parte in-
tegrante desse cenário e, portanto, sujeitos 
às consequências dessa intervenção tecno-
lógica, contínua e intensiva na natureza. A 
Figura 7.1 mostra o intensivo avanço da ur-
banização sobre as matas e cursos da água 
provocando diversos processos que levam à 
Figura 7.1
Avanço da urbanização sobre áreas naturais.
Meio ambiente e sustentabilidade 157
poluição das águas, à contaminação, ao as-
soreamento e à erosão dos solos.
Os efeitos dessas intervenções se vol-
tam para o próprio homem. A história 
apresenta uma série de eventos que afeta-
ram significativamente a vida da humani-
dade como consequência da própria ação 
antrópica sobre o meio. Essa afirmação 
pode ser ilustrada com a análise de uma das 
doenças mais devastadoras da história, a 
peste negra. Trata-se de uma doença cujo 
agente etiológico, a Yersinia pestis, é uma 
bactéria transmitida pelas pulgas que 
podem infestar ratos e se disseminar pelo 
ambiente por meio deles. Os ratos prolife-
ram atraídos pela oferta de alimentos no 
lixo (Figura 7.2). Portanto, o crescimento 
de centros urbanos favoreceu a infestação 
por ratos e, consequentemente, a ocorrên-
cia da doença. Várias pandemias dessa do-
ença já foram registradas. Estima-se que em 
uma delas, a peste urbana, tenha dizimado 
30% da população europeia, causando 25 
milhões de mortes na pandemia iniciada em 
1320, que teria perdurado cinco anos. A aná-
lise desse evento exemplifica a consequên cia 
para o próprio ser humano da ação humana 
sobre o ambiente.
O avanço tecnológico permitiu e exi-
giu a amplificação e intensificação da com-
plexidade dos efeitos da ação do homem 
sobre o meio ambiente. A falta de conheci-
mento da rede que conecta os elementos 
ambientais não permitiu ao homem a com-
preensão imediata dessas consequências. 
No entanto, o impacto de alguns eventos e a 
contribuição de alguns trabalhos ajudaram 
essa compreensão. Na década de 1960, a pu-
blicação do livro “Primavera Silenciosa”, da 
cientista Rachel Carson, chamou definitiva-
mente a atenção para a extensão dos efeitos 
da introdução de pesticidas e inseticidas 
sintéticos, como o DDT no ambiente. Essa 
publicação, aliada a uma série de publica-
ções anteriores que já apontavam para os 
efeitos dessas substâncias no ambiente, 
comprovou a necessidade da avaliação glo-
bal dos efeitos de agentes químicos antes de 
Figura 7.2
Áreas de acumulação de lixo propiciam a proliferação de doenças.
158 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
autorização para o seu uso indiscriminado. 
A divulgação dessas informações sensibili-
zou as pessoas e influenciou mudanças das 
políticas de aprovação e normas para a uti-
lização desses compostos. Posteriormente, 
inúmeras ocorrências mostraram direta-
mente os efeitos da contaminação ambien-
tal sobre o equilíbrio dos ecossistemas e es-
pecificamente sobre a saúde humana. Al-
guns eventos mostraram essa associação em 
função da abrangência e do caráter agudo 
de seus efeitos. Podemos citar fatos marcan-
tes como o lançamento das bombas atômi-
cas em agosto de 1945 em Hiroshima e em 
Nagasaki, com cerca de 200 mil mortos e 
inúmeras pessoas com sequelas dos efeitos 
imediatos ou tardios.
Em 1948, 43% da população de Do-
nora, centro siderúrgico da Pensilvânia, nos 
EUA, adoeceram, sendo que 20 dessas pes-
soas morreram após a ocorrência de um ne-
voeiro sulfuroso. Em dezembro de 1952, em 
Londres, berço da Revolução Industrial 
movida a carvão,condições atmosféricas 
favoreceram a formação de um smog extre-
mamente tóxico que causou a morte ime-
diata de 445 pessoas, chegando posterior-
mente a mais de 4 mil óbitos em decorrência 
de complicações circulatórias e respira tórias. 
Essas foram, talvez, as primeiras manifesta-
ções da poluição industrial urbana a desen-
cadear a percepção desses efeitos e as ações 
de controle, como a Lei do Ar Puro em 
1956, em Londres, quando foram estabele-
cidos limites para emissão de poluentes e os 
níveis aceitáveis de qualidade do ar. A partir 
daí, novas leis foram aprovadas na América 
do Norte, como o “Clean Air Act” nos EUA, 
em 1970, ano da criação da Agência de Pro-
teção Ambiental Americana, a EPA, e em di-
versos países da Europa Ocidental e no 
Japão, propiciando a criação de agências 
para monitorar, regulamentar e avaliar a 
qualidade ambiental nesses países. É dessa 
década também a criação, no Brasil, da 
SEMA, Secretaria Especial de Meio Am-
biente.
Foi também em 1956, no Japão, que 
ocorreram inúmeras mortes decorrentes da 
contaminação da Baía de Minamata por 
mercúrio. Estima-se que cerca de 3 mil pes-
soas possam ter sido vítimas dessa contami-
nação decorrente da atividade industrial 
local que causava uma neuropatia. Além do 
homem, a contaminação vitimou também 
outros animais, como peixes, polvos, pássa-
ros e animais domésticos. Apenas em 1969, 
a Chisso-Minamata, indústria de fertilizan-
tes responsável pela contaminação, foi pro-
cessada, sendo que a região foi considerada 
livre da contaminação apenas em 1997.
A atividade industrial pode ser rela-
cionada a vários outros eventos como o aci-
dente de Bhopal, na Índia, em 1984, com o 
vazamento de cerca de 40 toneladas de gases 
tóxicos de isocianato de metila da produção 
de agrotóxicos da Union Carbide. Embora a 
literatura apresente diferentes números, es-
tima-se que o acidente tenha causado a 
morte imediata de 2.800 pessoas por quei-
maduras e sufocamento e a intoxicação de 
outras 200 mil, caracterizando, assim, a 
maior catástrofe da indústria química. Iro-
nicamente, o isocianato de metila é utiliza-
do na fabricação de carbonatos, produzidos 
em substituição aos organoclorados como 
o DDT.
A busca pela diversificação das matri-
zes energéticas envolve a utilização da ener-
gia nuclear. Nesse caso, também há registros 
de acidentes em decorrência do efeito dele-
tério que a radioatividade pode causar nos 
seres humanos. Em 26 de abril de 1986, 
ocorreu o acidente nuclear de Chernobyl, 
na Ucrânia. Os relatórios locais citam 4 mil 
mortes diretas ou de áreas adjacentes por 
exposição direta à radiação, bem como as 
próprias equipes de socorro, além dos nas-
cidos com sequelas decorrentes dos efeitos 
teratogênicos da radiação. Na ocasião, foi li-
berada uma radiação aproximadamente 90 
vezes maior que a das bombas de Hiroshi-
ma e Nagasaki. A nuvem nuclear que atin-
giu a Europa contaminou milhares de qui-
Meio ambiente e sustentabilidade 159
lômetros de florestas e causou doenças em 
mais de 40 mil pessoas.
No ano seguinte, em 10 de setembro de 
1987, no Brasil, ocorreu o acidente com o 
Césio-137 na cidade de Goiânia. O desman-
che de um equipamento de radioterapia em 
um ferro velho da cidade e a posterior viola-
ção de uma cápsula contendo Césio-137 ex-
puseram várias pessoas à radioatividade. A 
exposição direta levou 4 dessas pessoas a 
óbito cerca de um mês depois e outras 60 
pessoas em seguida. Mais 628 pessoas se con-
taminaram pelas ações de atendimento aos 
expostos e remoção do material. A Associa-
ção de Vítimas do Césio-137 estima que 
cerca de 6 mil pessoas tenham sido contami-
nadas, sendo que, mesmo após mais de 20 
anos do acidente, uma centena de pessoas 
dependem do recebimento de medicamen-
tos para tratamentos dos efeitos crônicos ad-
vindos da exposição.
As regiões costeiras e sua população, 
também já foram muito castigadas. A utiliza-
ção do petróleo como principal matriz ener-
gética não traz apenas consequências em 
função da emissão de CO2, mas também em 
função da contaminação das águas dos ocea-
nos pelos inúmeros derramamentos aciden-
tais e operacionais decorrentes do transporte 
desse tipo de produto. Em março de 1989, o 
petroleiro Exxon Valdez colidiu com rochas 
submersas na costa do Alasca e deu início ao 
mais danoso derramamento de óleo por um 
navio. O saldo do despejo foi de 40 milhões 
de litros de óleo, com 100 mil aves mortas e 2 
mil quilômetros de praias contaminadas. O 
problema se agravou porque o frio prolonga 
o período de biodegradação. Apesar da lim-
peza, que mobilizou 10 mil pessoas, cerca de
2% do petróleo que vazou continua poluin-
do a costa da região. A partir desse acidente,
foram criados protocolos de conduta utiliza-
dos em posteriores situações semelhantes. A
Figura 7.3 mostra a expansão da emissão de
CO2, principal gás de efeito estufa a partir do 
século XIX.
Figura 7.3
Gráfico da evolução do CO2.
p
p
m
v
Ano
160 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
EVOLUÇÃO DA PERCEPÇÃO 
DA PROBLEMÁTICA 
AMBIENTAL
Alguns eventos internacionais geraram do-
cumentos norteadores que podem ser 
apontados como marcos políticos. A partir 
desses eventos, a sociedade iniciou uma 
mudança de paradigmas, apontando para a 
necessidade de desregulamentar a ação dos 
agentes econômicos sobre o meio ambiente. 
Durante muitos anos, o desenvolvimento 
econômico decorrente da Revolução Indus-
trial impediu que os problemas ambientais 
fossem considerados com a devida impor-
tância. Embora a poluição e os impactos 
ambientais do desenvolvimento desordena-
do fossem visíveis, os benefícios proporcio-
nados pelo progresso sempre foram usados 
como justificativa para manutenção desse 
modelo em detrimento da atenção às ques-
tões ambientais. O relatório do Clube de 
Roma, “Limites ao crescimento”, já aponta-
va para restrições à forma de crescimento 
decorrente do esgotamento de certos recur-
sos naturais e da contaminação ambiental 
associada aos processos produtivos e forma 
de ocupação do ambiente.
A Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente Humano em 1972 
(Estocolmo – Suécia) já reforçava a necessi-
dade de medidas que coibissem a acelerada 
degradação do meio ambiente e suas possí-
veis consequências sobre a saúde humana. 
Foi prevista a intensificação e ampliação 
das ações do Estado na conservação e prote-
ção do meio ambiente, e esse é visto não só 
em relação às questões associadas à gestão 
da vida selvagem, conservação do solo e am-
biente aquático, mas contemplando tam bém 
as questões relativas à inserção social e inse-
rindo as questões ambientais na agenda da 
política nacional e internacional. Fica explí-
cita a íntima relação entre as questões am-
bientais e a pobreza, que coloca os menos 
favorecidos economicamente e a saúde des-
tes como principais vítimas das consequên-
cias do desequilíbrio ambiental. Os riscos 
associados aos processos de produção e de 
consumo da sociedade e a consequente de-
gradação ambiental e agravos à saúde são 
distribuídos espacial e socialmente de for-
ma desigual.
Em 1987, a publicação do documento 
“Nosso Futuro Comum”, Relatório da reu-
nião da Comissão das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em 
Oslo, na Noruega, apontou para o modelo 
de Desenvolvimento que contemplasse o 
princípio de solidariedade entre as gera-
ções, visando ao compromisso com esta e as 
futuras gerações, ou seja, um desenvolvi-
mento solidário e sustentável.
Os documentos gerados na Conferên-
cia das Nações Unidas para o Meio Am-
biente e o Desenvolvimento (Rio-92), pre-
conizam o direito a um ambiente sadio, que 
proteja a saúde, o bem-estar e os valores 
culturais. A Agenda 21, programa de ações 
para o século XXI, em seu Capítulo 6 – 
seção I – já reconhecia a saúde ambiental 
como prioridade social para a promoção da 
saúde.
O CONCEITO DE SAÚDE 
AMBIENTAL E SUA INSERÇÂO 
NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
A Organização Mundial da Saúde (OMS), 
em 1946, definiu saúde como um completo 
estado

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