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Apostila - Vida Cristã

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CENTRO TEOLÓGICO FATAD
CURSO EM TEOLOGIA MODULAR
VIDA CRISTÃVIDA CRISTÃ
PRINCÍPIOS
CRISTÃOS
-
JESUS CRISTO
PROF.º JALES BARBOSA
VIDA CRISTÃ
APRESENTAÇÃO
Amados e queridos estudantes, amigos da verdade, povo adquirido, nação 
eleita.
Graça e paz, da parte de Deus nosso pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo.
Grande é a nossa responsabilidade do servo e salvo em Jeová, de anunciar,
apresentar, fazer chegar claramente à todos, da infinita bondade e grandeza, de tão
grande salvação em Cristo Jesus.
Conscientes dessa grande, esplendida, árdua e laboriosa tarefa do ensino da
palavra. E te convidamos para estudar a Santa e maravilhosa palavra de Deus.
Numa serie de apostilas andaremos juntos, passo a passo com, o Senhor
Jesus. Nos evangelhos; seremos missionário com os apóstolos em atos;
profetizaremos com Isaias, Ezequiel, e outros profetas; caminharemos com Moisés
pelo deserto, passaremos o Jordão com Josué; venceremos todos os Golias ao lado de
Davi em nome de Jeová; salmodiaremos canções ao nosso Deus com “Asafe”, teremos
a coragem de Débora, a sabedoria de Salomão, a graça de Jesus, a visão de Paulo, a
fidelidade de Samuel, amaremos e reclinaremos nosso rosto no peito de Cristo, tal qual
João.
Venha conosco, seja como os crentes de Beréia (At, 17.10-12), examinando
cada dia as escrituras, você estará tomando posse das bênçãos do Senhor,
fortalecendo-se, aprendendo e falando dessa palavra, você salvará tomando a ti
mesmo como seus ouvintes.
(1 Tm 4:16).
Em Cristo Jesus,
A Diretoria
FATAD Prof. Jales Barbosa 2
VIDA CRISTÃ
COMO ESTUDAR ESTE LIVRO
Às vezes estudamos muito e aprendemos ou retemos pouco ou nada.
Isto em parte acontece pelo fato de estudarmos sem ordem nem método.
Embora sucintas as orientações que passamos a expor ser-lhe-á muito útil.
1. Busque a ajuda divina
Ore a Deus dando-lhe graças e suplicando direção e iluminação do alto. Deus
pode vitalizar e capacitar nossas faculdades mentais quanto ao estudo da Palavra de
Deus. Nunca execute qualquer tarefa de estudo ou trabalhos da palavra de Deus sem
primeiro orar.
2. Além da matéria a ser estudada , tenha à mão as seguintes fontes de consulta
e refe-rência:
 Bíblia. Se POSSÍVEL em mais de uma versão.
 Dicionário Bíblico.
 Atlas Bíblico.
 Concordância Bíblica.
 Livro ou caderno de apontamentos -individuais.
 Habitue-se a sempre tomar notas de seus estudos e meditações.
3. Seja ORGANIZADO ao estudar
A. Ao primeiro contato com a matéria procure obter uma visão global da mesma isto
é como um todo. Não sublinhe nada. Não faça apontamentos. Não procure
referências na Bíblia. Procure sim descobrir o propósito da matéria em
estudos, isto é o que deseja ela comunicar-lhe.
B. Passe então ao estudo de cada lição observando a SEQÜÊNCIA dos Textos que
a englobam. Agora sim à medida que for estudando sublinhe palavras frases 
e trechos-chaves. Faça anotações no caderno a isso destinado.
C. Ao final de cada lição encontra-se uma revisão geral de cada parte do livro
perguntas e EXERCÍCIO que deverão ser respondidas ao termino de cada
parte, que deverão ser respondidas sem consulta ao texto correspondente.
responda todas as perguntas que for POSSÍVEL, logo em seguida volte ao
texto e confira as suas respostas. Fazendo assim VOCÊ chegara a um final
do seu estudo, com um bom aprendizado quanto no conhecimento intelectual
e ESPIRITUAL.
FATAD Prof. Jales Barbosa 3
VIDA CRISTÃ
ÍNDICE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................6
I. SALVAÇÃO.............................................................................................................................6
1. A REALIDADE DA SALVAÇÃO:....................................................................................................6
2. O LADO HUMANO DA SALVAÇÃO...............................................................................................6
3. O HOMEM NECESSITA DE SALVAÇÃO?.......................................................................................7
3.1. O Evangelho é para Todos.............................................................................................7
3.2. A Ira de Deus contra o Pecado......................................................................................7
3.3. Há Salvação sem o Evangelho?....................................................................................7
3.4. O batismo e a Salvação.................................................................................................8
3.5. O Batismo é Necessário para a Salvação?....................................................................9
3.6. A vida nova é recebida após o batismo..........................................................................9
3.7. A Verdadeira Conversão..............................................................................................12
3.8. Humildade Espiritual....................................................................................................13
3.9. O Verdadeiro Arrependimento......................................................................................13
II. NOVO NASCIMENTO E CRESCIMENTO ESPIRITUAL......................................................15
1. O NOVO NASCIMENTO............................................................................................................15
2. CRESCIMENTO ESPIRITUAL.....................................................................................................15
2.1. Etapas do Crescimento................................................................................................15
III. A PERSONALIDADE...........................................................................................................26
1. FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE.............................................................................................26
2. TIPOS DE TEMPERAMENTO.....................................................................................................27
2.1. Temperamento Sanguíneo:..........................................................................................27
2.2. Temperamento Colérico:..............................................................................................27
2.3. Temperamento Melancólico:........................................................................................27
2.4. Temperamento Fleumático...........................................................................................27
3. CARÁTER...............................................................................................................................28
IV. NOVA VIDA.........................................................................................................................29
1. A NOVA VIDA EM CRISTO.......................................................................................................29
2. OS CONFLITOS DA NOVA VIDA................................................................................................29
3. A NOSSA ANTIGA SITUAÇÃO ANTES DE CRISTO........................................................................29
4. OS SINAIS DA NOVA VIDA EM CRISTO.....................................................................................29
5. A NOVA VIDA IMPLICA EM UMA REALIDADE MORAL E ESPIRITUAL.............................................30
5.1. Viver em Graça (Rm 6:14; II Tt 2:11-14)......................................................................30
5.2. A Graça de Deus a Redenção e a Purificação (II Tt 2:11-14).......................................30
5.3. Implica em apossar dos recursos de Deus (Ef 6:13-18)...............................................305.4. A Nova Vida é uma Vida de Fé....................................................................................30
6. É UMA VIDA ONDE AS ATITUDES E AS AÇÕES REFLETEM O AMOR DE CRISTO. (I JO 3:17-18; 4:15;
RM 5:5).....................................................................................................................................30
7. É UMA VIDA DE PRIVILÉGIOS:..................................................................................................30
V. O SOFRIMENTO NA VIDA DO CRISTÃO............................................................................32
1. SOFRIMENTO..........................................................................................................................32
2. O PECADO DO HOMEM............................................................................................................32
3. BOAS PESSOAS......................................................................................................................32
4. CASTIGO................................................................................................................................33
5. CRESCIMENTO ESPIRITUAL......................................................................................................33
6. O PLANO DE DEUS.................................................................................................................33
7. LIDANDO COM O SOFRIMENTO.................................................................................................33
FATAD Prof. Jales Barbosa 4
VIDA CRISTÃ
8. O APÓSTOLO PAULO E A IGREJA DE CORINTO.........................................................................34
VI. OBRAS DA CARNE............................................................................................................48
1. AS OBRAS DA CARNE – O INIMIGO INTERIOR...........................................................................48
2. A MENTE CARNAL..................................................................................................................49
3. A FORNICAÇÃO: A DEFESA DO SEXO ENDEUSADO..................................................................50
4. A LASCÍVIA: O POÇO DE PECADO...........................................................................................51
5. GUARDAR RANCOR E ESTOURAR DE RAIVA.............................................................................52
6. OS ÚLTIMOS PECADOS A MORRER: O CIÚME, A INVEJA E A CONTENDA...................................53
7. DISCÓRDIAS, DISSENSÕES, FACÇÕES.....................................................................................54
8. EMBRIAGUEZ, FOLIAS.............................................................................................................55
9. "TAIS COISAS"........................................................................................................................56
10. "NADA DISPONHAIS PARA A CARNE".....................................................................................57
11. SEMEANDO PARA A CARNE - CEIFANDO CORRUPÇÃO............................................................58
12. A IDOLATRIA E A FEITIÇARIA.................................................................................................60
13. DISCÓRDIAS, DISSENSÕES E FACÇÕES:................................................................................61
14. A SURPREENDENTE CHAVE PARA A PAZ REAL........................................................................63
VII. ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS....................................................................................65
1. ATITUDES E PREPARAÇÕES NECESSÁRIAS..............................................................................65
2. FERRAMENTAS PARA O ESTUDO DA BÍBLIA..............................................................................65
3.SUGESTÕES SOBRE COMO ESTUDAR A BÍBLIA...........................................................................66
4. O VALOR DO ESTUDO BÍBLICO................................................................................................67
5. CRESCENDO NA PRÁTICA DA PALAVRA DE DEUS......................................................................67
5.1. O Viver Frutífero...........................................................................................................67
5.2. O Desejo de Deus pelo seu Fruto................................................................................67
VIII. AJUSTAMENTOS..............................................................................................................68
1. AJUSTAMENTOS COM DEUS....................................................................................................68
2. AJUSTAMENTOS COM O ESPÍRITO SANTO................................................................................68
3. AJUSTAMENTOS CONSIGO MESMO..........................................................................................69
4. AJUSTAMENTOS COM A IGREJA...............................................................................................70
5. AJUSTAMENTO COM A FAMÍLIA................................................................................................71
6. AJUSTAMENTO COM O SEU TRABALHO.....................................................................................71
BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................................73
FATAD Prof. Jales Barbosa 5
VIDA CRISTÃ
INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO
Mt 6.33
Jesus Cristo é o único e suficiente autor de Vida Cristã; o que ele nos deu não foi
uma nova filosofia ou código de Ética; Deu-nos sua Vida. A Vida Cristã, pôr conseguinte, é
mais do que uma doutrina, dogma ou religião, é uma comunhão viva, com uma pessoa real é
uma experiência real de vida; Sem ele nada pode ser feito.
Vida crista e a vida de cristo sendo realmente compreendida e assimilada pelos
seus seguidores ela esta ligada a um compromisso real e constante com o discipulado (andar
com cristo) I Jo 2:6 (aquele que diz que permanece nele, esse deve andar como ele andou). 
Vida crista e vida de aparência são pôr princípios e origem, totalmente antagônica.
Miragem, simulação, representação, falsidade são inimigas ferrenhas da vida crista.
Todavia andemos de acordo com o que já alcançamos Fp 3:16.
I. SALVAÇÃOI. SALVAÇÃO
1. A Realidade da Salvação:
a) Pela fé a salvação na palavra (Rm 1:16);
b) A Nova vida em Cristo (II Cor 5:17);
c) O Poder transformador (Rm 6: 22-23);
d) O Novo nascimento (I Pd 1:23; Jo 3: 1-10);
e) É Gratuita (Ef 2:8-9);
f) É Pessoal e Vivida (Jo 14:23);
g) É Compartilhada (At 4:20).
2. O Lado Humano da Salvação
a) Arrependimento (Lc 18:13; II Cor 7:10);
b) Fé (Jo 1:12; 14:6);
Processo:
“Seguir a Jesus um dia de cada vez!”
FATAD Prof. Jales Barbosa 6
Reconhecer/pecador
Reconhecer/pecador
Precisa de 
Jesus
Arrepender/voltar para 
Deus
Confessar 
os pecados
Entregar a direção da 
vida a Cristo
Entregar a direção da 
vida a Cristo
VIDA CRISTÃ
3. O Homem necessita de Salvação?
a) A Necessidade Universal (Romanos 1:16-32)
Todos, sejam judeus ou gentios, precisam crer no evangelho de Jesus Cristo. É a
tese enunciada por Paulo em Romanos 1:16 e defendida nos capítulos seguintes.
“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para
a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do
grego.”
3.1. O Evangelho é para Todos.
Nesse versículo chave, encontramos vários pontos essenciais para compreender a
carta aos Romanos e o propósito eterno de Deus para nossa salvação. Observe:
- O evangelho é o poder de Deus. A mensagempregada por Paulo e outros, no
primeiro século, não foi invenção do homem. Veio de Deus como o meio escolhido para salvar
os pecadores.
- A salvação é para aqueles que crêem. Embora o evangelho inclua mandamentos
para serem obedecidos (2 Tessalonicenses 1:8; 1 Pedro 4:17), ele não é um sistema de
justificação por obras de lei. O contraste que Paulo introduz aqui e explicará nos próximos
capítulos é entre lei e fé. Nenhuma lei jamais salvou um pecador. A salvação vem pela fé.
- Para judeus e gentios. Deus trabalhou por meio da nação judaica para cumprir suas
promessas, e a pregação do evangelho começou entre os descendentes de Abraão. Mas, o
evangelho e a salvação que ele oferece são acessíveis a todos – judeus, gregos, gentios,....
3.2. A Ira de Deus contra o Pecado
O resto do primeiro capítulo mostra o motivo de Deus em ficar irado com o pecado
do homem. Note os pontos principais neste trecho:
Deus se revela. A vontade dele se revela na palavra das Escrituras, mas o caráter e
o poder de Deus se revelam pelas obras da criação (17-20). Este fato traz a responsabilidade
sobre todos de buscar a Deus, e deixa os desobedientes sem desculpa.
- Um erro leva a outros. Uma vez que o homem nega a existência de Deus ou perverte
a verdade sobre a natureza do Criador, outros pecados brotam dessas raízes (21-25). Pessoas
impressionadas com a sua própria inteligência e capacidade de raciocinar inventam deuses
feitos à imagem de homens, ou até de animais. Assim, negando a santidade e a perfeição do
Deus justo, justificam todo tipo de perversidade, incluindo relações homossexuais. Esses
versículos mostram que falsas doutrinas sobre Deus andam de mãos dadas com os pecados
da carne.
- Deus deixa os pecadores caminharem para sua própria punição. Deus não
autoriza o pecado, mas deixa o homem praticá-lo, até piorando cada vez mais. A justiça nem
sempre é imediata, mas os pecadores que não voltam para Deus receberão a merecida
punição (26-27).
- Mentes corrompidas se entregam à morte. O primeiro passo foi desprezar o
conhecimento de Deus. O destino é a morte. Os passos intermediários são vários. Nos
versículos 29-31, Paulo cita vários exemplos das coisas inconvenientes que merecem a
sentença de morte. Muitas pessoas consideram alguns desses pecados comuns e até
aceitáveis, mas Deus disse que pessoas invejosas, avarentas ou desobedientes aos pais
merecem a morte. Devemos pensar bem sobre a nossa conduta diante do Criador!
A resposta de Deus à necessidade de todos nós se encontra no evangelho.
3.3. Há Salvação sem o Evangelho?
Muitos dizem ser cristãos e salvos da escravidão do pecado. Mas, como podemos
saber se estamos salvos? Alguns dizem que estão salvos porque a sua igreja ou líderes
religiosos assim o dizem. Outros simplesmente se sentem salvos. Outros ainda, afirmam ter
"encontrado Deus" da maneira deles. 
FATAD Prof. Jales Barbosa 7
VIDA CRISTÃ
O amplo leque de respostas poderia continuar indefinidamente, especialmente num
mundo religioso onde um tema tão simples (como a salvação) é encoberto por confusão e
desentendimento. A única maneira de podermos entrar em acordo uns com os outros, e
principalmente, ter plena certeza dentro de nós mesmos, é achar e aceitar a resposta de Deus.
Nós só podemos saber se estamos salvos quando tivermos obedecido ao plano de Deus para
nossa salvação. O plano e a certeza da salvação vêm somente através do evangelho de Jesus
Cristo, as boas novas que nos mostram o caminho para a redenção. 
Paulo disse: "Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego" (Romanos
1:16). Ele continua através da carta a mostrar que os caminhos e os sentimentos dos homens
não são verdadeiros guias para a salvação. Nada pode tirar o papel do evangelho no plano de
Deus para a nossa salvação! 
Reconhecendo que o evangelho é essencial para a nossa salvação exige que nós o
estudemos. Revelando a sua vontade para nós no Novo Testamento, Deus nos deu "todas as
cousas que conduzem à vida e à piedade" (2 Pedro 1:3). Ele nos avisou dos perigos de aceitar
ou proclamar quaisquer novos ou diferentes "evangelhos" (Gálatas 1:6-9). Deus revelou a sua
vontade e enfatizou a sua importância. Compete a nós aprender e obedecê-la. 
Nossos sentimentos não nos dão confiança segura da salvação. Paulo
perseguiu violentamente o povo de Deus (Atos 22:4,5), entretanto, ele afirma que tinha agido
"com toda a boa consciência" (Atos 23:1). Ele sentiu que estava fazendo a coisa certa. Ele era
zeloso diante de Deus. Mas ele estava errado! Nós podemos pensar que estamos certos e
demonstrar grande zelo e, no entanto estar condenados diante de Deus. Nossos sentimentos
não são o padrão com o qual medimos nossa condição diante de Deus. 
As doutrinas dos professores humanos não nos fornecem a direção certa
para a salvação. Os homens estão constantemente inventando e revisando seus planos para
a redenção, conduzindo as pessoas para seguirem centenas de diferentes caminhos, todos os
quais supostamente, se dirigem para o mesmo lugar. Não acredite nisso! O evangelho nunca
nos diz que podemos seguir caminhos diferentes que levam ao mesmo lugar. Ao
contrário, ele diz que podemos chegar ao Pai somente através do Filho (João 14:6). Jesus
disse que seremos julgados pelas suas palavras (João 12:48-49), não pelas doutrinas
convenientes aos homens.
Para nos beneficiarmos do poder do evangelho, devemos seguir suas instruções.
Devemos crer na mensagem que "Jesus é o Cristo, o Filho de Deus" (João 20:31). Devemos
agir com base nesta fé, nos arrependendo dos nossos pecados e sendo batizados para a
remissão deles (Atos 2:38). Qualquer um que nos oferecer um plano diferente está tentando
nos oferecer salvação sem o evangelho!
3.4. O batismo e a Salvação
O batismo é um assunto importante nas Escrituras. Muitos textos mostram que o
batismo está intimamente relacionado com outros temas fundamentais do evangelho. Quando
Jesus encarregou os apóstolos da Grande Comissão, ele fez o batismo ser um elemento
central da mensagem que eles deveriam pregar ao mundo: "Jesus, aproximando-se, falou-lhes,
dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos as dias até
à consumação do século" (Mateus 28:18-20).
Quando Paulo apresentou os sete fundamentos da unidade cristã, o batismo era
um deles: "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só
esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai
de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Efésios 4:4-6). Você
pode perceber a importância do batismo por causa da sua ligação com aqueles outros
elementos vitais do cristianismo 
Infelizmente, poucos entendem o que a Bíblia afirma acerca da relação entre
batismo e salvação. O nosoo objetivo é mostrar que o batismo é um requisito para a salvação.
FATAD Prof. Jales Barbosa 8
VIDA CRISTÃ
As Escrituras ensinam que há vários requisitos para a salvação: a graça de Deus, o
amor de Deus, o sangue de Cristo, o ouvir a palavra, o arrependimento, a confissão, a fé, a
obediência, etc. Nenhum dos elementos acima salva sozinho; todos são, no entanto,
imprescindíveis. Em meio a tudo o que o homem tem que fazer para ser salvo está o batismo.
Ninguém pode ser salvo sem fé, sem a graça de Deus, sem o sangue de Cristo, sem o
arrependimento, etc., mas tambémnão pode ser salvo sem o batismo. O batismo é um dos
vários requisitos indispensáveis para a salvação.
3.5. O Batismo é Necessário para a Salvação?
Marcos 16:16 "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será
condenado." O texto é claro. É necessário que creiamos e sejamos batizados. Alguns
acreditam que o batismo não é essencial porque na segunda metade do versículo Jesus não
disse que aquele que não crê e não é batizado será condenado. A questão obviamente é se
queremos ser salvos ou condenados. Para sermos salvos duas coisas são necessárias: a
crença e o batismo. Para sermos condenados basta uma: a descrença. Examine este paralelo:
quem for contratado pela fábrica e trabalhar esforçadamente receberá a promoção; quem não
for contratado não receberá a promoção. Na verdade, não importa quão arduamente um
homem trabalhe, se nunca for contratado, certamente não receberá a promoção.
João 3:5 "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer
da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus." Não é possível entrarmos no reino do
céu sem nascermos de novo da água e do espírito. O único nascimento pela água de que
falam as Escrituras é o batismo (veja Romanos 6:3-4). Nascer do espírito diz respeito à
transformação espiritual que devemos experimentar. Sem o batismo das águas e sem a
mudança espiritual, é impossível entrarmosno reino. 
Atos 2:38 "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo." O contexto aqui é muito importante. Pedro tinha acabado de pregar um sermão no qual
acusava os que o ouviam de haverem assassinado ao Senhor. Seus ouvintes perguntaram o
que tinham que fazer então para serem salvos. Pedro mandou que se arrependessem e
fossem batizados para receber o perdão dos pecados e o dom do Espírito Santo. Sem
arrependimento e sem batismo, permanecemos perdidos, sem perdão.
Atos 22:16 "E agora, porque te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os
teus pecados, invocando o nome dele." Esse texto nos mostra como invocar o nome do Senhor
e ser salvo. Certamente devemos invocar o nome do Senhor para sermos salvos (Romanos
10:13; Atos 2:21). Mas isso significa mais que simplesmente gritar "Jesus" (Mateus 7:21-23;
Lucas 6:46; Atos 19:13-16; Romanos 10:1-3). Invocar o nome do Senhor significa voltar-se
para ele e submeter-se a ele para receber a salvação. O modo pelo qual fazemos isso é para
ser batizados e lavar os pecados. Uma vez que não é possível sermos salvos tendo ainda o
pecado e uma vez que o batismo é exigido para ser lavado dos pecados, fica claro que o
batismo é necessário para a salvação.
Romanos 6:3,4 "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em
Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo
batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim
também andemos nós em novidade de vida." Essa passagem compara o batismo do cristão
com a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo. Jesus morreu. Nós temos que morrer
com respeito ao pecado. Jesus ressuscitou; devemos também ressurgir do nosso sepulcro do
batismo para vivermos uma vida nova. Está claro que a nossa nova vida segue o nosso
batismo. Como não se enterra ninguém vivo, mas sim os mortos, assim também os batizados
são aqueles que estão mortos no pecado e não os que já estão vivos em Cristo.
3.6. A vida nova é recebida após o batismo. 
1 Pedro 3:21: "A qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a
remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por
meio da ressurreição de Jesus Cristo." O batismo compara-se ao dilúvio dos dias de Noé. O
FATAD Prof. Jales Barbosa 9
VIDA CRISTÃ
dilúvio salvou a Noé da corrupção e da perversidade do velho mundo. O batismo nos salva da
corrupção e do pecado de nossa velha vida. Uma vez que o texto afirma que o batismo nos
salva, a questão é indiscutível.
"O batismo não é batismo de fato." Algumas pessoas tomam os textos acima e
tentam desidratá-los, dizendo que não se referem ao batismo nas águas. Isso é difícil fazer de
forma convincente. João 3:5, por exemplo, afirma claramente: "nascer da água e do espírito".
As pessoas tentaram dar toda sorte de significados à água nesse texto. Algumas dizem que
Jesus estava falando do nascimento físico e que a água é o líquido amniótico de que tratamos
quando dizemos que rompeu a bolsa d'água de uma grávida. Mas seria um pouco estranho
que Jesus dissesse a homens vivos que eles tinham de nascer de novo fisicamente para entrar
no reino dos céus. Informar Nicodemos que precisava nascer fisicamente para entrar nos céus
era visivelmente desnecessário; isso obviamente já havia ocorrido! No contexto, Jesus mostrou
categoricamente que estava falando de um nascimento espiritual e não físico. Foi Nicodemos,
não Jesus, que imaginou entrar de novo no ventre da mãe para nascer. Alguns dizem que água
em João 3:5 significa a palavra. Mas isso é arbitrário. Podemos dizer que água significa
qualquer coisa iogurte, por exemplo e ensinar que as pessoas devem ser batizadas no iogurte
para ser salvas! Mas Jesus disse água, e não há por que mudar isso.
Deve ficar claro que 1 Pedro 3:21 se refere ao batismo nas águas. No contexto, ele
estava falando sobre como o mundo dos dias de Noé se encheu de água. Alguns defendem a
idéia de que Noé foi salvo das águas e não pelas águas. O ponto do contexto, entretanto, não
é a preservação de Noé na arca, mas sua salvação pela água do pecado do mundo.
Alguns tentam interpretar essas passagens como se fosse uma referência ao
batismo com Espírito Santo. É verdade que a Bíblia menciona o batismo do Espírito Santo. Há,
no entanto, diferenças significativas entre o batismo nas águas e o batismo do Espírito Santo
que devem deixar claro a qualquer estudioso qual é qual. O batismo do Espírito Santo era uma
promessa, nunca uma ordem (observe Atos 1:4-5,8). Se um batismo é ordenado, sabemos que
não se trata do batismo do Espírito Santo. Com base nisso, Atos 2:38 e Atos 22:16 têm que se
referir ao batismo nas águas. Cristo é quem batizava com o Espírito Santo, não o homem. Se o
batismo tratado é um batismo feito por homens, sabemos tratar-se do batismo nas águas. Por
essa razão, Marcos 16:16 deve referir-se ao batismo nas águas (veja Mateus 28:18-20; Marcos
16:15-16). Romanos 6:3-4 é o batismo nas águas porque implica um sepultamento e uma
ressurreição para uma nova vida.
"A salvação não é salvação de fato." Às vezes as pessoas negam que esses textos
realmente ensinem que o batismo é essencial para a salvação. Com muita freqüência, fazem-
no com Atos 2:38: "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado
em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito
Santo". Dizem que a expressão "para remissão dos pecados", no grego, significa ser batizado
porque os seus pecados já foram perdoados e não para receber o perdão dos pecados. O
interessante é que a mesma expressão, tanto em português quanto em grego, é usada em
Mateus 26:28: "Porque isto é meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de
muitos, para remissão dos pecados". O sangue de Jesus foi vertido para remissão dos
pecados. Teria seu sangue sido derramado porque os nossos pecados já haviam sido
perdoados ou para recebermos o perdão? Sem dúvida, para recebermos. Atos 2 já em si
afirma que devemos arrepender-nos e ser batizados para o perdão. Se devíamos ser batizados
porque os nossos pecados já foram perdoados, então o arrependimento também se daria
porque já recebemos a remissão dos pecados. Sabemos, porém, que o arrependimento é um
requisito pararecebermos o perdão; também o batismo.
"Salvos pela fé." Muitas pessoas fazem vistas grossas a todos os textos que tratam
do batismo ao tentarem decidir se o batismo é ou não imprescindível para a salvação. Elas
ressaltam os versículos bíblicos que ensinam que somos salvos pela fé (João 3:16; 5:24; Atos
16:31; Romanos 5:1; 10:9-10, etc.). Sem dúvida somos salvos pela fé. A Bíblia deixa isso bem
claro. Mas esse fato nada fala sobre o batismo ser ou não também necessário para a salvação.
Somos salvos por Cristo (Romanos 5:9-10), mas isso não significa que a fé seja dispensável.
Somos salvos pelo arrependimento (Atos 3:19), mas isso não invalida a graça de Deus. Mateus
5:9 ensina que somos salvos por sermos pacificadores, mas isso não nos autoriza a descartar
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VIDA CRISTÃ
a fé, o arrependimento e o batismo, crendo que o fato de sermos pacificadores seja em si o
que nos vai salvar. Se desejo saber sobre a relação que há entre o batismo e a salvação, devo
estudar os textos que tratam do assunto do batismo e da salvação. Os textos que abordam a
relação entre a fé e a salvação não responderão à pergunta.
Conquanto a Bíblia inequivocamente ensina que somos salvos pela fé, ela também
nos mostra que nem todo tipo de fé salva. Tiago 2:14-26 sustenta com convicção que a fé sem
a obediência é uma fé morta incapaz de salvar. João 12:42,43 apresenta algumas pessoas que
creram, mas não professaram a Cristo: "Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram
nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga;
porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus". Será que foram salvas?
Certamente, nem todo tipo de fé salva, apenas a fé que obedece ao que as Escrituras ensinam
(Gálatas5:6;Hebreus5:9).
O que realmente importa perguntar é: quando é que a fé salva? A fé de Josué e dos
homens de Israel causaram a ruína dos muros de Jericó quando obedeceram ao Senhor e
marcharam ao redor dos muros 13 vezes (Hebreus 11:30). A nossa fé salva quando
obedecemos ao Senhor (Romanos 6:17-18) e somos batizados (Gálatas 3:26-27).
"Não salvo pelas obras." As Escrituras ensinam que não somos salvos pelas obras
(Efésios 2:8-9; Romanos 4:1-5), mas também que somos salvos pelas obras (Tiago 2:24).
Não há dúvida de que esses textos falam de diferentes tipos de obra. A Bíblia, aliás,
aborda muitos tipos diferentes de obras. Há as obras da carne (Gálatas 5:19-21). É claro que
não somos salvos por estas obras. A Bíblia trata de obras para ganhar ou merecer a salvação.
Com estas obras, a salvação seria uma questão de salário e aquele que a recebesse poderia
gabar-se de ter merecido a salvação porque trabalhou para conquistá-la. Esse tipo de obra não
salva (Romanos 4:1-5). Mas as obras de uma fé obediente são imprescindíveis para a salvação
(Tiago 2:14-26). Devemos sempre analisar o tipo de obra que se acha em discussão no
contexto. Tito 3:5 ensina que não somos salvos pelas obras, mas pelo batismo: "Não por obras
de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar
regenerador e renovador do Espírito Santo". Paulo estava aqui usando obras no sentido de
Efésios 2 e de Romanos 4, afirmando que o batismo não é uma obra de merecimento, pela
qual não somos salvos. O batismo é um ato de obediência pelo qual somos salvos.
A confusão surge do nosso uso da palavra obra. Suponhamos que eu lhe prometa
dar um milhão de reais sob certas condições. Você tem de limpar toda a minha casa. Minha
casa não é muito grande, nem está muito suja, então está claro que o pagamento se trata de
um presente e não um salário. Você fez obras suficientes para merecer um milhão? Claro que
não. Seria absolutamente impossível você ganhar um milhão de reais limpando uma casa.
Você fez obras para cumprir as condições e receber um milhão de presente? Sem dúvida.
Você o recebeu só depois de limpar a casa. Nossa palavra obra às vezes só faz referência a
algo feito. Outras vezes, refere-se a algo feito para merecer salário. Precisamos fazer algo para
ser salvos, mas não podemos ganhar a nossa salvação como um pagamento.
"O ladrão na cruz." Às vezes, ouvimos a objeção de que o ladrão da cruz não foi
batizado, mas foi salvo. O ladrão foi salvo antes de Jesus morrer. Ninguém podia ser batizado
na morte de Jesus antes que ele mesmo tivesse morrido. Portanto, nem Abraão, nem Moisés,
nem Davi, nem ninguém antes de Jesus foi batizado para ser salvo. Os requisitos bíblicos para
a salvação mudaram com a morte de Cristo. Nem Abraão, nem Moisés, nem Davi, nem o
ladrão acreditaram que Jesus tinha ressuscitado dentre os mortos. Mas ninguém pode ser
salvo hoje sem crer que Jesus ressuscitou dos mortos.
Hebreus 9:15-18 afirma que o testamento de uma pessoa passa a vigorar após sua
morte. Antes de eu morrer, posso distribuir os meus bens da maneira que eu bem entender.
Após minha morte, minhas propriedades serão distribuídas de acordo com as disposições do
meu testamento. Antes da morte de Jesus, ele deu a salvação àqueles que quis. Mas, após
morrer, a salvação é dada de acordo com as condições de seu testamento. Após sua morte,
Jesus claramente afirmou que aquele que crê e se batiza será salvo (Marcos 16:15-16).
Muitas vezes Deus fez uso da água como linha divisória. Nos dias de Noé, a água
do dilúvio separava o mundo pecaminoso da nova vida num mundo purificado (Gênesis 6-8).
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No êxodo, a água do mar Vermelho era a linha divisória entre a escravidão e a liberdade
(Êxodo 12-15). Nos dias de Naamã, a água do rio Jordão era a linha divisória entre a lepra e a
purificação (2 Reis 5). Nos dias do cego, a água do Tanque de Siloé era a linha divisória entre
a cegueira e a capacidade de ver (João 9). Por que Deus usou a água nesses casos, eu não
sei. Mas, sem dúvida, não nos deve parecer estranho que Deus tenha feito a água no Novo
Testamento ser a linha divisória entre a velha vida de pecado e a nova vida em Cristo.
O batismo não é o único requisito para a salvação hoje, mas não podemos ser
salvos sem ele. "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da
água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus" (João 3:5).
3.7. A Verdadeira Conversão
Jesus rejeitava, muitas vezes, aqueles que tentavam segui-lo. A um jovem rico que
buscava o seu conselho, ele replicou com palavras tão fortes que o homem foi embora
entristecido, não disposto a seguir Jesus a tão alto preço (Mateus 19:16-22). A um im-portante
líder religioso, Nicodemos, que tinha vindo louvando Jesus, o Senhor respondeu abruptamente:
Você tem que nascer de novo, se quiser ao menos ver o reino de Deus (João 3:1-8)! Jesus
pintava francamente as dificuldades em segui-lo e rejeitava todos os que tentavam fazê-lo de
forma inadequada (Lucas 9:57-62). Jesus pregou sobre o tema: "Não pode ser meu discípulo",
discutindo abertamente a necessidade de calcular o custo antes de embarcar na vida de
discípulo (Lucas 14:25-33).
Não era porque Jesus não quisesse seguidores. Ele veio ao mundo para buscar e
salvar os perdidos (Lucas 19:10). Ele estava profundamente comovido pelas multidões
perdidas e ansiava pela sua conversão (Mateus 9:35-38; Lucas 19:40-41). Mas Jesus sabia
que não seria fácil para os homens segui-lo e que eles estariam inclinados a enganarem-se a si
mesmos, pensando que eram discípulos, quando não eram. O Senhor nunca deixou de
declarar francamente o que a conversão real exige. 
Em duas ocasiões separadas, Jesus retratou a cena apavorante do julgamento,
quando os homens condenados estivessem esperando ser aceitos por Deus, mas não seriam
(Mateus 7:21-23; Lucas 13:22-30). Há muitos, que se consideram fiéis a Deus, que ele nãoaceita. É essencial examinarmo-nos. Talvez nos sintamos confiantes em nossa salvação, mas
assim o fizeram aqueles de Mateus 7 e Lucas 13. O que Jesus exige para sermos realmente
convertidos?
Gráfico da conversão:
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Vida Eterna
Vida Eterna
Morte:
Física,
Espiritual,
Eterna
Morte:
Física,
Espiritual,
Eterna
Jesus Cristo
Evangelho
Ponto de Conversão
Caminhada do 
homem, em 
pecado para a 
morte
Caminhada do 
homem, salvo, para a 
vida eterna
VIDA CRISTÃ
3.8. Humildade Espiritual
Em Mateus 18:1-5 Jesus usou uma criança para ensinar a lição que temos que
humilharmo-nos para entrarmos no reino de Deus. Freqüentemente, a humildade era a
qualidade que distinguia os verdadeiros discípulos (Marcos 2:13-17; Lucas 7:36-50; 18:9-14). O
primeiro passo em direção à bem-aventurança é ser pobre em espírito, isto é, reconhecer o
nosso próprio vazio espiritual e a indignidade (Mateus 5:3). Os sermões do livro de Atos
sempre destacaram a culpa do homem. A verdadeira conversão nunca ocorre, a menos que a
pessoa se tenha humilhado primeiro. 
A troca de palavras entre Jesus e Nicodemos, em João 3, é fascinante. Nicodemos
era um chefe religioso. Ele veio a Jesus, louvando seus ensinamentos e milagres. É difícil
saber o que se passava na mente de Nicodemos, enquanto falava. Talvez estivesse esperando
louvor, uma posição na administração de Jesus ou um voto de confiança pela obra que ele
mesmo estava fazendo, como mestre em Israel. Mas a resposta surpreendente de Jesus foi:
"Nicodemos, você precisa começar tudo de novo, se quiser entrar no reino de Deus." Seja o
que for que Nicodemos estivesse esperando, não era isto! A resposta de Jesus significava que
toda a religião de Nicodemos, toda a sua atividade no ensino, toda a sua posição no judaísmo,
eram sem valor, em relação ao domínio de Deus. Nós também precisamos ver que toda a
nossa religião e nossa própria grandeza nada valem. As realizações do passado nada
representam. Precisamos recomeçar tudo novamente para sermos capazes de entrar num
relacionamento com Deus. 
Jesus ensinou que é loucura começar um projeto sem entender primeiro o que será
exigido para terminá-lo. Ele ilustrou com a idéia de um homem que começou a construir uma
torre, mas loucamente esqueceu de fazer um orçamento para determinar se teria fundos para
completá-la, e assim teve que parar no meio do projeto. A verdadeira conversão necessita de
um cuidadoso exame do estilo de vida que Deus espera do convertido. 
Observe em Lucas 14:26, 27, 33: 
"Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e
filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu
discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não
pode ser meu discípulo.... Assim, pois, todo aquele que dentre vós não
renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo".
Para servir a Deus fielmente, ele precisa ter o primeiro lugar em minha vida. Preciso
servi-lo acima das considerações de família, do bem-estar material e de meus próprios
desejos. Jesus ressaltou a necessidade de tomar-se a própria cruz. A cruz daquele tempo era
um instrumento de morte, e não um objeto ornamental. Jesus estava dizendo que haveria
dificuldades e lutas para quem o servisse (Hebreus 11; Mateus 10:24-25). Não seria fácil. O
conceito atual de uma religião confortável, socialmente correta, é bem diferente do
ensinamento de Cristo, que é preciso sacrificar os próprios desejos, a si mesmo e até a própria
vida (veja Lucas 9:23-24; Mateus 10:34-39; 16:24).
3.9. O Verdadeiro Arrependimento
O arrependimento, que é essencial à verdadeira conversão (Atos 2:38; 17:30),
envolve morte ao pecado (Romanos 6). A Bíblia o compara à morte e ressurreição de Cristo.
Tem que haver uma mudança de estilo de vida radical. A Bíblia usa termos como matar o velho
homem e revestir-se com o novo, e descreve com minúcias as mudanças exatas que precisam
ser feitas (examine Efésios 4:17-32; Colossenses 3). Maus hábitos — embriaguez, imoralidade
sexual, ira, ganância, orgulho, etc. — precisam ser eliminados da própria vida, ao passo que
devem ser acrescentados o amor, a verdade, a pureza, o perdão e a humildade. Este é o
resultado do arrependimento. 
Muitas pessoas tentam ser convertidas e converter outras, sem arrependimento.
Elas ensinam um cristianismo indolor, que não exige sacrifício. Elas salientam as emoções, a
felicidade e as bênçãos, porém pensam pouco sobre as mudanças reais que a conversão exige
na vida diária da pessoa. Entendamos isto claramente: Não há conversão sem transformação.
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VIDA CRISTÃ
Aquele que creu e foi batizado, aquele que até mesmo foi aceito numa igreja e participa
fielmente das atividades religiosas, mas que não se arrependeu, não é salvo. O
arrependimento é um compromisso sério, determinado, para mudar sua própria vida. 
QUESTIONÁRIO
1. Há Salvação sem o Evangelho? 
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2. O batismo é necessário para a Salvação? 
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3. A nova vida é recebida após o Batismo? Como fica o caso do ladrão da Cruz?
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4. Em que consiste a conversão? 
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5. Explique o que vem a ser o arrependimento.
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Anotações:
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II. NOVO NASCIMENTO E CRESCIMENTO ESPIRITUALII. NOVO NASCIMENTO E CRESCIMENTO ESPIRITUAL
1. O Novo Nascimento
O Novo Nascimento é:
(1) Salvação (At 13:39);
(2) Libertação (Rm 6: 1-14; Fl 1,19);
(3) Transformação (Rm 13:11; Hb 10:36);
Novo Nascimento não é:
(1) Ser membro de uma igreja e ser dizimista;
(2) Cantar, pregar, orar, contribuir etc..... (2Tm 3:3-5;Mt 19:16-21).
O interessante é que neste processo de esclarecimento e transformação, o seu
inicio não é belo e muito menos agradável. O resultado final que é fantástico.
Nesse processo existem várias etapas e cada qual com a sua particularidade:
2. Crescimento Espiritual
2.1. Etapas do Crescimento
Nascer e Crescer. Nascer é um meio, crescer é um processo e fica bem claro que
ao nascer a tendência natural é crescer.
Crescer é imperativo na vida crista. As fases do crescimento são os métodos mais
geniais que Deus criou para o ser humano e qualquer ser vivo (animal ou vegetal) alcance sua
maturidade. As fases são passos em que a maturação física, emocional, social, mental,
espiritual, etc., acontecem de forma que haja um ajuste no todo.
2.1.1. A Primeira Infância (I Pd 2:2;I Jo 2:12)
Ninguém nasce natural e fisicamente grande, pois exigem cuidados especiais.
Jesus Cristo Crescia em:
(1) Estatura;
(2) Sabedoria;
(3) Graça diante de Deus e dos Homens (Lc 2:40).
Crescimento na Graça:
"Primeiro a erva, depois a espiga, por último o grão
cheio na espiga." (Marcos 4: 28) 
Vou expor aqui minhas opiniões gerais acerca de uma obra
progressiva da graça nas diversas fases da experiência do crente.
FATAD Prof. Jales Barbosa 15
Remoção de 
crosta 
(conversão).
Polimento 
(experiência com o 
poder do Espirito 
Santo).
Lapidação onde as 
arestas serão 
removidas
Exposição 
(ministério ativo).
VIDA CRISTÃ
Classificá-las-ei pelas fases (a), (b), (c), correspondentes às distinções que nosso Senhor nos
ensina a observar, conforme o crescimento do grão: "Primeiro a erva, depois a espiga, por
último o grão cheio na espiga." 
O Senhor conduz todo o Seu povo de modo eficaz e salvador ao conhecimento das
mesmas verdades essenciais. Mas Ele o faz com tal variedade de métodos que será
necessário nesta dissertação colocar de lado, tanto quanto possível, aquelas coisas que sejam
somente pessoais ou ocasionais na experiência de cada um e reunir somente aquelas que, em
maior ou menor grau, são comuns a todos. Não lhes darei, portanto, uma cópia de minha
própria experiência ou dos alunos da disciplina de estudo Indutivo de Marcos da Fatad ou de
qualquer individuo. Esforçar-me-ei, porém para afirmar tão claramente quanto puder, o que as
Escrituras nos ensinam acerca da natureza e das coisas essenciais de uma obra da graça, de
forma que tenha uma aplicação geral a todos aqueles que são objetos da operação da graça
divina.
Por natureza; todos nós estamos mortos em ofensas e pecados. Não somos
somente estranhos a Deus, mas nosso estado é inimizade e oposição ao Seu governo e graça.
Não obstante, qualquer diferença que possa haver nos carácteres dos homens como membros
da sociedade, todos eles são igualmente incapazes de receber ou aprovar as verdades divinas
(1 Corintios 2: 14), sejam sábios ou ignorantes, sóbrios ou profanos.
Com base nisto nosso Senhor declara: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me
enviou o não trouxer." Embora o termo Pai muito freqüentemente expresse uma conhecida e
importante distinção na adorável Trindade, compreendo que algumas vezes nosso Senhor o
usa para simbolizar Deus, ou a natureza divina em contraposição a Sua humanidade, como em
João 14: 9. E creio ser esse o sentido aqui: "Ninguém pode vir a mim a menos que seja
ensinado por Deus," e receba a operação do poder divino. O exercício imediato desse poder,
de acordo com o plano da salvação é atribuído ao Espírito Santo mais do que ao Pai (João 16:
8-11). Mas é o poder do Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo e, portanto, atribuído ao Pai,
ao Filho e ao Espírito (João 5: 21 e 6: 44-63; 2 Coríntios 3: 18; 2 Tessalonicences 3: 5).
(a) Graça na Erva. 
Eu entenderia uma pessoa que está sendo atraída por Deus, o que infalivelmente a
conduzirá ao Senhor Jesus Cristo para ter vida e salvação. O início desta obra é instantâneo. Ê
efetuado por um certo tipo de luz comunicada à alma, que antes a desconhecia totalmente. Os
olhos do entendimento são abertos e iluminados. A luz fornecida no início é fraca e indistinta,
como a aurora; mas, uma vez começada, irá certamente aumentar e difundir-se até ser dia
perfeito.
Freqüentemente falamos como se convicção de pecado fosse a primeira obra que
Deus efetua na alma que em Sua misericórdia irá trazer para Si. Mas creio que isso não está
totalmente certo. A convicção é somente uma parte, ou melhor, um efeito imediato daquela
primeira obra; há muitas convicções que não surgem dela de modo algum e que, portanto, são
apenas ocasionais e temporárias, embora por algum tempo possam ser muito rigorosas,
levando a pessoa a fazer muitas coisas. Para que tenhamos uma devida convicção de pecado,
precisamos ter concepções adequadas do Deus com O qual havemos de tratar. Mesmo que
não as tenhamos, o pecado pode ser temido como sendo perigoso. Contudo, sua natureza e
seu demérito só podem ser compreendidos sendo contrastados com a santidade, majestade,
bondade e verdade do Deus contra O qual o pecado é cometido.
Nenhum meio exterior, nem misericórdia, julgamento ou ordenança pode comunicar
tal descoberta de Deus ou produzir tal convicção de pecado sem a operação dessa luz e poder
divinos para a alma. A consciência e as paixões naturais podem, realmente, de tal forma sofrer
a ação de meios exteriores que ativem alguns desejos e esforços, mas se estes não se acham
fundamentados numa apreensão espiritual das perfeições de Deus, de acordo com a revelação
que Ele fez de Si mesmo na Sua Palavra, irão mais cedo ou mais tarde conduzir a nada, e a
pessoa em apreço irá retomar gradativamente aos seus caminhos iniciais (2 Pedro 2: 20) ou irá
cair numa forma de piedade baseada na auto-justiça, destituída de poder (Lucas 18: 11). E,
portanto, como existem tantas coisas, na dispensação do evangelho, apropriadas para operar
sobre as paixões dos homens, os muitos e tristes fracassos e apostasias entre os professos
devem ser mais lamentados do que admirados.
FATAD Prof. Jales Barbosa 16
VIDA CRISTÃ
Muito embora a semente possa parecer ter germinado e estar verde por um certo
tempo, se não houver profundidade para que ela firme suas raízes, certamente murchará.
Podemos não ser aptos para julgar com certeza na primeira manifestação de uma profissão
religiosa, se a obra é profunda e espiritual ou não; mas "o Senhor conhece os que são Seus" (2
Timóteo 2: 19) e onde quer que for real, será um sinal infalível da salvação. 
Assim é que, como Deus somente Se revela por meio da verdade contida nas
Escrituras, a luz recebida dessa forma conduz a alma à Escritura de onde aquela procede, e
todas as verdades capitais da Palavra de Deus logo começam a ser percebidas e aceitas. A
maldade do pecado é reconhecida; a maldade do coração é sentida. Pode haver por algum
tempo certos esforços para obter o favor de Deus pela oração, arrependimento e reforma; mas,
na maior parte, não passa muito tempo até queessas coisas se provem vãs e ineficazes. A
alma, como a mulher mencionada em Marcos 5: 26, cansada de expedientes inúteis, vê-se
cada vez pior e é levada gradualmente a ver a necessidade e a suficiência da salvação do
evangelho.
O indivíduo A pode ser um crente até este ponto: que ele crê na Palavra de Deus,
vê e sente que as coisas são de fato como elas são ali descritas, odeia e evita o pecado,
porque ele sabe que é desagradável a Deus e contrário à sua bondade; recebe o relato que
Deus deu de Seu Filho; tem seu coração afetado e trazido a Cristo pela percepção de Sua
glória e de Seu amor para com pobres pecadores; aventura-se e apoiar-se em Seu nome e em
Suas promessas como único modo de encorajar-se a vir ao trono da graça; espera
diligentemente, empregando todos os meios indicados para comunhão e crescimento na graça;
ama o povo do. Senhor, considera-o a excelência da terra e se deleita em seu convívio. Ele
está ansiando, esperando e orando para compartilhar as bênçãos que acreditam eles gozar, e
não pode dar-se por satisfeito com nada menos do que isso. Está convicto do poder de Jesus
para salvá-lo, mas, por causa de sua ignorância e legalismo remanescentes, da lembrança de
pecados cometidos e da consciência da corrupção atual, ele freqüentemente questiona sua
própria disposição favorável;e, sem conhecer as abun1âncias da graça e a segurança das
promessas, teme que o _compassivo Salvador o expulse de seus pés. Enquanto ele é assim
jovem no conhecimento do evangelho, carregado de pecados e talvez assediado pelas
tentações de Satanás, o Senhor "que recolhe os cordeiros em Seus braços e os carrega em
Seu seio" agrada-se, por vezes, em agraciá-lo com revigorantes, para que não se deixe tragar
pela tristeza, excessiva. Talvez seu coração se tenha dilatado mediante a oração ou ao ouvir a
Palavra, ou é levado a compreender alguma boa promessa, aplicada com poder e doçura. Ele
se engana quanto à natureza e desígnio desses consolos, os quais não são dados para fazê-lo
descansar neles, mas para encorajá-lo a que avance com afinco. 
Pensa então que está em boas condições porque os tem e se apega à esperança
de tê-los sempre. Então sua montanha permanece forte. Mas, antes de se passar muito tempo,
ele sente uma mudança: seus consolos são retirados; não encontra ânimo para orar; não
consegue ouvir com atenção; o pecado que nele habita revive com força renovada e talvez
Satanás retome com fúria redobrada. Já não sabe o que fazer; acha que suas esperanças
eram presunçosas e seus consolos ilusões. Deseja sentir algo que lhe sirva de garantia para
poder confiar nas promessas gratuitas de Cristo. Seu conceito da plenitude da graça do
Redentor é muito estreito; não vê a harmonia e a glória dos atributos divinos na salvação de
um pecador; suspira por misericórdia, mas teme que a justiça esteja contra ele. 
Entretanto, através dessas dispensações que se modificam, o Senhor o está
treinando e levando-o adiante. Ele recebe graça de Jesus pela qual é habilitado a lutar contra o
pecado; sua consciência é tenra, seus problemas são, mormente espirituais, e acha que se
pudesse chegar a sentir-se sempre seguro de sua aceitação no Amado, dificilmente qualquer
provação exterior seria capaz de lhe causar perturbação.
Realmente, apesar da fraqueza de sua fé e o predomínio de um espírito legalista
gue o danifica grandemente, há certas coisas em sua experiência atual que talvez possam
gerar sentimentos de pesar daqui a diante, quando sua esperança e conhecimento estiverem
mais estabelecidos, particularmente aquela sensibilidade e intensidade de apetite com o qual
ele agora atende às ordenanças, desejando o genuíno leite da Palavra com sinceridade e
avidez, Como um bebê anseia pelo leite de sua mãe. Conta às horas de uma oportunidade a
FATAD Prof. Jales Barbosa 17
VIDA CRISTÃ
outra, e se lhe podem ler no semblante a atenção e o desejo com que ele ouve. Seu zelo é
igualmente vivo; e talvez, pela falta de maior experiência, importuno e atrevido demais. Tem
amor pelas almas e preocupação pela glória de Deus, o que, embora às vezes lhe crie
problemas, outras vezes esteja misturado com certas tendências pessoais indevidas,
entretanto, em princípio, é altamente desejável e recomendável (João 18:10). 
A graça de Deus influencia tanto a compreensão como as afeições. Afeições
calorosas, sem conhecimento, não podem subir acima da supertição; e o conhecimento que
não influencia o coração e as afeições, produzirá somente um hipócrita. O verdadeiro crente é
galardoado em ambos os aspectos; contudo, podemos observar que, embora o indivíduo A não
esteja sem conhecimento, este estado é mais comumente notável pelo calor e vivacidade das
afeições. Por outro lado, enquanto a obra avança, embora as afeições não sejam deixadas de
lado, parece ser levada adiante principalmente no entendimento. 
O cristão experiente tem visão mais sólida, ponderada e coordenada do Senhor
Jesus Cristo, das glórias de Sua pessoa e do Seu amor redentor. Portanto sua esperança é
mais firme, sua dependência mais simples e sua paz e força mais permanentes e uniformes do
que no caso de um recém-convertido; no entanto, este último geralmente leva a vantagem de
ter fervor sensível. Uma árvore é mais valiosa quando carregada de frutos maduros, mas
possui peculiar beleza quando florida. 
É primavera com o indivíduo A; ele está em florescimento e, pela graça da benção
do Agricultor celestial, dará fruto em idade avançada. Sua fé é fraca, mas seu coração é
caloroso. Raramente se arriscará a considerar-se crente, mas ele vê, sente e faz coisas que
ninguém poderia fazer a menos que o Senhor estivesse com ele. O próprio desejo e inclinação
de sua alma é para Deus e a Palavra de Sua graça. Seu conhecimento é pequeno, mas vai
crescendo a cada dia. Se ele não é um pai ou um jovem na graça, é um querido filhinho. O
Senhor visitou o seu coração, libertou-o do amor ao pecado e fixou seus desejos
supremamente em Jesus Cristo. O espírito de escravidão vai se afastando dele gradualmente,
e a hora da liberdade pela qual ele anseia, está se aproximando, quando, mediante maior
descoberta do glorioso evangelho, ser-lhe-á dado conhecer sua aceitação e descansar sobre a
salvação consumada pelo Senhor. 
(b) Graça na Espiga.
A maneira como o Senhor opera nos corações dos que são o Seu povo não é fácil
de ser traçada embora o fato seja certo e a prova demonstrável pela Escritura. Numa tentativa
de explicá-la, podemos somente falar de modo geral e não temos condições para fazer uma
descrição detalhada que abrangesse a grande variedade de casos que ocorrem na experiência
dos crentes. Já procurei fazer essa delineação geral de um novo convertido, caracterizando-o
por "A" e agora falarei dele como indivíduo "B". 
Suponho que este estado começa quando a alma, depois de
um intercâmbio de esperanças e temores, de acordo com as diferentes
condições por que passa, é levada a descansar em Jesus, por uma
apreensão espiritual de Sua completa aptidão e suficiência como a
sabedoria, justiça, santificação e redenção de todos os que confiam n 'Ele
e é capacitada por uma fé aquisitiva a dizer: "Ele é meu e eu sou Seu." Há
'vários graus desta persuasão; é de natureza crescente e é capáz de
aumentar enquanto permanecermos neste mundo. Chamo isso de
segurança quando surge de uma visão singela da graça e glória do
Salvador, independente de nossos sentimentos perceptíveis, para nos
capacitar a responder a todas as objeções da descrença e de Satanás,
com as palavras do apóstolo: "Quem os condenará? E Cristo Jesus quem
morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por
nós" (Romanos 8: 34). Isto, em meu parecer, não pertence à essência da fé - a ponto de o
indivíduo "B" deverser considerado um crente mais verdadeiro do que o indivíduo "A" - mas à
confirmação da fé. E agora que a fé é fortalecida, tem mais lutas para enfrentar. 
Creio que a característica do estado de "A" é desejo e a de "B" é conflito. Não que
os desejos de "B" tenham-se aquietado, ou que "A" desconheça conflitos, mas como houve
sensível avidez e entusiasmo nos desejos de "A", os quais talvez raramente sejam igualados
FATAD Prof. Jales Barbosa 18
VIDA CRISTÃ
em força daí para frente, assim também há usualmente problemas e provações na experiência
de "B", algo diferentes em seu tipo e mais agudos em sua medida do que aqueles aos quais
"A" estava exposto ou na realidade tinha forças para enfrentar. O indivíduo "A", assim como
Israel, foi libertado do Egito com grande poder e braço estendido, foi perseguido e aterrorizado
por muitos inimigos, considerou-se perdido muitas e muitas vezes. Finalmente viu seus
inimigos destruídos e cantou a canção de Moisés e do Cordeiro na: margens do Mar Vermelho.
Então começa a experiência "B". Talvez, como, Israel, pense que suas dificuldades se
acabaram e espera prosseguir regozijando-se até entrar na terra prometida. Mas, infelizmente,
suas dificuldades, de certa forma, estão apenas começando; tem diante de si um deserto do
qual não está consciente. O Senhor está agora em vias de ministrar dispensações próprias
para humilhá-lo e prová-la, e para mostrar-lhe o que está em seu coração, para fazer-lhe bem
ao fim de tudo, e para que toda glória redunde para Sua livre graça.
Desde que o Senhor odeia e aborrece o pecado e ensina Seu povo a quem Ele
ama a odiá-lo também, poderia Parecer desejável (e todas as coisas são igualmente fáceis
para Ele), que ao mesmo tempo em que são libertados da culpa e do poder dominante do
pecado, deveriam também ser perfeitamente libertos da corrupção do pecado que neles habita
e feitos; de uma vez, inteiramente conformes a Ele. A sabedoria d 'Ele, contudo, determinou
que fosse de outro modo. Entretanto, das premissas acima, de Seu ódio ao pecado e Seu amor
para com o Seu povo, penso que podemos concluir com certeza que Ele não toleraria que o
pecado permanecesse neles se Ele não tivesse proposto sujeitá-lo para completa manifestação
da glória de Sua graça e sabedoria e para fazer Sua salvação mais preciosa para suas almas.
É, entretanto, Sua ordem e, portanto seu dever; e mais, da nova natureza que Ele
lhes deu, é seu desejo ficar alerta e lutar contra o pecado, e propor a mortificação de todo o
corpo do pecado e o progresso da santificação em seus corações, como seu grande e
constante alvo, que devem ter em habitual e perseverante consideração. Neste plano o
indivíduo "B" entrou. O conhecimento de nossa aceitação por Deus e de nossa eterna
segurança em Cristo tem em se mesmo a mesma tendência sobre a terra que terá no céu e
haveria de produzir, proporcionalmente ao grau de evidência e clareza, os mesmos efeitos de
contínuo amor, gozo, paz, gratidão e louvor, se não houvesse nada agindo contra ele. 
Mas o indivíduo "B" não é só espírito. Uma natureza depravada ainda se apega a
ele e as sementes de toda corrupção natural ainda permanecem em seu coração. Vive num
mundo cheio de armadilhas e ocasiões apropriadas para trazer à tona aquelas corrupções, e
está cercado de inimigos espirituais invisíveis, a extensão de cujo poder e sutileza ainda vai
aprender através de dolorosas experiências. O indivíduo "B" conhece, de forma geral, a
natureza de sua luta cristã e percebe seu direito de se alimentar de Jesus para ter poder e
retidão. Não está indisposto a suportar durezas como bom soldado de Jesus Cristo e crê que,
embora possa ser fortemente empurrado a ponto de cair, o Senhor o sustentará. Sabe que seu
coração é "enganoso e desesperadamente corrupto", mas a princípio não conhece, nem pode
conhecer, o significado completo dessa expressão. 
Entretanto, é para a glória do Senhor e irá no fim tornar Sua graça e amor ainda
mais preciosos para que "B" descubra novas e mortificantes provas de sua natureza má,
enquanto ele prossegue - provas tais que ele não acreditaria se elas lhe tivessem sido preditas
como no caso de Pedro (Marcos 14:29). E, com efeito, as bominações do coração não
aparecem com toda a sua força e gravidade senão no caso de alguém como o indivíduo "B",
que já provou que o Senhor é gracioso e se regozijou em Sua salvação. A excessiva
pecaminosidade do pecado é manifestada, não tanto por ele romper a restrição de ameaças e
mandamentos quanto por sua capacidade de agir contra a luz e o amor. 
Assim foi com Ezequias. Ele tinha sido um fiel e zeloso servo do Senhor durante
muitos anos; mas suponho que tenha conhecido acerca de Deus e de si mesmo, no tempo de
sua enfermidade, como nunca antes. Ao Senhor, que notadamente o havia defendido de
Senaqueribe, agradou da mesma forma Levantá-lo por um milagre da beira da sepultura, e
prolongou o tempo de sua vida em resposta à oração. Fica claro pela canção que ele escreveu
ao recuperar-se, que fora grande mente tocado pelas misericórdias que havia recebido;
entretanto, havia algo em seu coração que ele não conhecia, e de que, para a glória do
Senhor, ele deveria tomar consciência; e, portanto, agradou-lhe deixá-lo entregue a si mesmo.
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VIDA CRISTÃ
É a única ocasião em que nos é dito que ele foi deixado a si mesmo e a única ocasião em que
sua conduta é condenada. 
Entendo que é no estado do indivíduo "B", isto é, por um certo tempo depois de
termos conhecido o Senhor, temos usualmente as mais sensíveis e tristes experiências de
nossa natureza perversa. Não quero dizer que seja necessário deixar-nos cair em grosserios
pecados exteriores, a fim de conhecermos o que há em nossos corações, embora creio que
muitos tenham assim caido, cujos corações, anteriormente sensíveis ao amor redentor,
tomaram resoluções tão firmes contra o pecado, como os corações de outros que têm sido
preservados de tais quedas exteriores. O Senhor faz de alguns de Seus filhos exemplos e
advertências para os outros, conforme lhe agrada. 
Aqueles que são poupados e cujos piores desvios são conhecidos apenas do
Senhor e de si mesmos, têm motivos de sobra para serem gratos. Certamente eu tenho tais
motivos: o misericordioso Senhor não deixou que eu fizesse qualquer mancha considerável na
minha confissão de fé durante o tempo em que fui contado entre Seu povo. Nisto, porém, não
tenho nada de que me gloriar. Isso não foi devido a minha sabedoria, vigilância ou
espiritualidade, embora, durante a maior parte do tempo, Ele não permitisse que eu vivesse
negligenciando os meios que Ele designara. Mas espero ir cuidadosamente todos os meus
dias, com a lembrança de muitas coisas pelas quais tenho motivo suficiente para humilhar-me
diante d'Ele, tanto como se tivesse sido deixado a pecar gravemente perante os homens. 
Entretanto, com relação à minha aceitação no Amado ignoro se no decurso de
muitos anos eu tenha tido dúvida que durasse quinze minutos. Mas, oh! as múltiplas situações
de insensatez, ingratidão, impaciência e rebelião, das quais minha consciência tem sido
testemunha! E como cada coração conhece suas próprias amarguras, tenho geralmente ouvido
os mesmos lamentos de outros do povo do Senhor com os quais tenho conversado, mesmo
daqueles que pareciam ser eminentemente cheios de graça e de espiritualidade. 
O indivíduo "B" talvez não encontre essas coisas no início, nem todos os dias. O
Senhor determina ocasiões e mudanças na vida que provam nossos espíritos. Há épocas
específicas em que as tentações são apropriadas para nossas constituições, temperamentos e
situações;e há tempos em que Lhe agrada retirar-Se e permitir que Satanás se aproxime, para
que possamos sentir quão vis somos em nós mesmos. Somos propensos a orgulho espiritual,
e auto-de-pendência, e vã confiança, à dependência de coisas carnais e a um conjunto de
males. O Senhor frequentemente nos revela uma disposição pecaminosa expondo-nos a outra.
Algumas vezes nos mostre o que pode fazer por nós e em nós e outras vezes quão pouco
podemos fazer e quão incapazes somos de resistir sem Ele. 
Mediante uma variedade desses exercícios, através das dominantes e edificantes
influências do Espírito Santo, o indivíduo "B" é treinado num crescente conhecimento de si
mesmo e do Senhor. Aprende a ser mais desconfiado do seu próprio coração e a suspeitar de
que haja uma armadilha em cada passo que dá. As negras e desconsoladas horas, que
trouxera sobre si mesmo no passado, fazem-no estimar duplamente o valor da luz do
semblante de Deus e o ensinam a ter pavor de qualquer coisa que possa entristecer o Espírito
de Deus e fazer com que Ele se retire novamente. 
Os múltiplos e repetidos perdões que ele recebeu, aumentam sua admiração da
rica, soberana e abundante misericórdia da aliança e o senso de sua obrigação a ela. Muito lhe
foi perdoado, portanto ele ama muito., e, portanto, sabe perdoar e compadecer-se de outros.
Não chama ao mal bem ou ao bem, mal; entretanto, suas próprias experiências lhe ensinam
ternura e tolerância. Experimenta um espírito de mansidão com relação àqueles que são
surpreendidos numa falta e suas tentativas de restaurar essas pessoas estão de acordo com o
padrão pelo qual o Senhor o trata. 
Em uma palavra, o caráter do indivíduo "B", segundo meu julgamento, está
completo e ele se transforma no indivíduo "C", quando a disposição habitual de seu coração
corresponde àquela passagem da profecia de Ezequiel, capítulo 16: 63:
"Para que te lembres, e te envergonhes, e nunca mais fale a tua boca
soberbamente (para se orgulhar, se lamentar ou censurar), por causa
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VIDA CRISTÃ
do teu opróbrio, quando eu te houver perdoado de tudo quanto fizeste,
diz o Senhor Deus.” 
(c) O Grão cheio na Espiga 
Para fazer uma distinção, atribui a “A" a caracteristica do desejo, a "B" a do conflito;
não posso pensar numa palavra mais descritiva do estado de "C" do que contemplação. 
Sua eminência, em comparação com "A", não consiste no calor e fervor sensíveis
de suas afeições: com relação a isso muitos dos crentes mais exemplares tem relem- brado
com uma espécie de saudade o tempo de seus esponsais, quando, embora seus julgamentos
não estivessem bem formados e seus conceitos da verdade do evangelho fossem muito
indistintos, sentiam fervor de espírito, a lembrança do qual é ao mesmo tempo humilhante e
refrigerante; e, entretanto, não podem ter de volta as mesmas sensações.
Outrossim, não pode ser propriamente distinguido de "B" por uma consciência de
sua aceitação no Amado e uma capacidade de chamar a Deus de seu Pai, pois isto suponho
que o indivíduo "B" tenha atingido. Embora haja um crescimento em toda graça, o indivíduo
"C", tendo tido confirmados os seus conceitos do evangelho e da fidelidade e misericórdia do
Senhor, por uma longa experiência, sua segurança é, naturalmente, mais estável e mais
simples do que quando, pela primeira vez viu-se a si mesmo livre de toda condenação.
Nem tem o indivíduo "C", propriamente dito, mais força ou reserva de graça
inerente em si mesmo do que "B" ou mesmo do que "A". Ele está no mesmo estado de
absoluta dependência, sendo tão incapaz de levar a cabo atitudes espirituais ou de resistir às
tentações por seu próprio poder como era no primeiro dia de sua viagem espiritual. Entretanto,
em certo sentido ele é muito mais forte porque possui mais sensível e constante senso de sua
própria fraqueza. O Senhor vem ensinando-lhe esta lição por uma série de variadas
dispensações e, mediante a graça ele pode dizer que não sofreu tantas coisas em vão. Seu
coração o enganou tantas vezes que agora, em boa medida, está pronto a se separar da
confiança que tinha nele; já não se encontra, portanto, em meio a tantas decepções. E tendo
encontrado vezes sem fim a inutilidade de todos os outros recursos, agora é ensinado a ir
imediatamente ao Senhor em busca da "graça para ajuda em todo tempo de necessidade."
Assim ele é forte, não em si mesmo, mas na graça que está em Cristo Jesus. 
Mas a felicidade e a superioridade de "C" com relação a "B" jaz principalmente
nisto: que por meio da bênção do Senhor no uso de meios, tais como a oração, a leitura e o
ouvir da Palavra, e por meio de uma aplicação santificada do que ele tem visto do Senhor e de
seu próprio coração, no decurso de sua experiência, ele atingiu mais clara, profunda e
compreensiva visão do mistério do amor redentor; da gloriosa excelência do Senhor Jesus em
Sua Pessoa, ofícios, graça e fidelidade; da harmonia e glória de todas as perfeições divinas
manifestadas n 'Ele e por Ele para a igreja; da estabilidade, beleza, plenitude e certeza das
Santas Escrituras e da altura, profundidade, comprimento e largura do amor de Deus em
Cristo. 
Assim é que, embora seus sentimentos palpáveis talvez não sejam tão calorosos
como quando ele estava no estado de indivíduo "A", seu bom senso é mais sólido, sua mente
mais firme, seus pensamentos mais habitualmente exercitados nas coisas que estão além do
veu. Sua ocupação principal é contemplar a glória dê Deus em Cristo, e, ao contemplá-la, é
transformado na mesma imagem e produzem de maneira eminente e uniforme, os frutos de
justiça, que são por Jesus Cristo para a glória e louvor de Deus. Suas contemplações não são
especulações estéreis, mas têm uma influência real e o capacitam a exemplificar o caráter
cristão com maior proveito e maior consistência do que se pode, no presente estado de coisas,
esperar do indivíduo "A" ou. do "B". Os pormenores seguintes podem ilustrar o que quero dizer:
(1) Humildade. Uma certa medida desta graça deve ser encontrada em cada cristão
verdadeiro: mas ela só pode se manifestar em proporção ao conhecimento que ele tenha de
Cristo e de seu próprio coração. Faz parte do cotidiano do indivíduo "C" relembrar o caminho
pelo qual o Senhor o conduziu; e enquanto revê os Ebenezer que colocou ao longo da estrada,
vê, em quantidade quase igual, os monumentos de suas próprias apostasias perversas, e
como, em ocasiões mil, retribuiu ao Senhor mal por bem. Comparando todas essas coisas
juntas, ele pode sem afetação adotar a linguagem do apóstolo e chamar-se a si mesmo:
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"menor do que o menor dos santos e o principal dos pecadores." Os indivíduos "A" e "B" sabem
que devem humilhar-se; mas o indivíduo "C" está realmente humilhado e sente a força daquele
texto que mencionei antes (Ezequiel 16: 63). Novamente, assim como sabe mais de si mesmo,
assim também tem visto mais do Senhor. O entendimento da infinita Majestade combinada
com o infinito Amor, fá-lo reduzir-se até o pó. Do exercício desta graça ele deriva duas outras
que são grandiosos ornamentos e aspectos principais da mente que havia em Cristo. 
Uma delas é submissão à vontade de Deus. Os conceitos que tem de sua própria
perversidade, indignidade e ignorância e da soberania, sabedoria e amor divinos ensinam-no a
estar contente em todas as situações e a suportar com resignação a porção de sofrimento que
lhe cabe, de acordo com as palavras de Davi em tempos de aflição: "Emudeço, não abro os
meus lábios, porque tu fizeste isso” (Salmo 39: 9). 
A outra é ternura de espírito com relação a seus ir- mãos em Cristo. Ele não pode
deixar de julgar a conduta destes de acordo com o padrão

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