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Ferimentos e cicatrização de feridas Até a musculatura é considerado superficial, agora se pegou estruturas mais nobre é profundo. Feridas incisas → é aquela “normal”, “comum” • Produzidas por um objeto cortante (faca, bisturi...) • Energia absorvida pelos tecidos é pequena, consequentemente, a desvitalização e sofrimento tissular é pouco significativa • Geralmente possuem bordos regulares e lineares • A cicatrização costuma ocorrer sem maiores complicações • Geralmente tem menor grau de contaminação, visto que ela é uma ferida limpa, fácil de ver os bordos, lisos, regulares... Feridas perfurantes ou pérfuro-cortantes • São feridas que são produzidas por instrumentos pontiagudos • Com frequência, lesam estruturas profundas e possuem alto potencial de contaminação Feridas punctiformes • Produzidas por instrumentos pontiagudos (estilete, pregos...) • Devem sempre ser considerados como ferimentos contaminados Feridas contusas → é aquela mais feia de se ver, as pessoas estão tudo estraçalhadas • Produzidas por graus variados de uma ação contundente, podendo gerar esmagamentos, compressões, contusões, ferimentos corto-contusos... • Corte totalmente irregular • Os tecidos podem estar dilacerados, isquêmicos e desvitalizados • Bordos normalmente irregulares, podendo conter corpos estranhos e graus variados de contaminação Tratamentos de feridas traumáticas • Toda ferida traumática, por definição, possui algum grau de contaminações • Informar-se sobre o mecanismo do trauma e condições ambientais do local, bem como histórico de imunização para o tétano, doenças associadas, alergias ou sensibilidades a medicações • O objetivo do tratamento cirúrgico é reestabelecer a integridade anatômica, funcional e estética dos tecidos lesados. • Atentar para comorbidades sistêmicas: idade avançada, DM, terapias com esteroides, deficiências imunológicas, desnutrição, doenças malignas, que podem interferir nos índices de infecção e complicações dos ferimentos. • O fechamento primário é habitualmente indicado realizado em feridas lindas recentes; • Não deve ser realizado habitualmente, nas seguintes condições: -Tempo decorrido do ferimento maior que seis horas → já deu tempo das bactérias se proliferarem e gerar um grau de contaminação alto -Tecidos que apresentam suprimento sanguíneo inadequado → pode piorar a isquemia do tecido -Perdas de substâncias considerável → não tem como suturar se não tem tecido que chegue -Feridas muito contaminadas -Feridas produzidas por mordeduras humanas e de gatos ou de cães, com laceração • Ferimentos desta natureza podem ser tratado por FECHAMENTO PRIMÁRIO ou DE FORMA ABERTA • Características de uma sutura boa tecnicamente e com redução do potencial infeccioso: -Hemostasia meticulosa -Uso criterioso do cautério -Remoção de tecidos isquêmicos ou desvitalizados, bem como de possíveis corpos estranhos -Debridamento cirúrgico, quando necessário -Uso de fios finos, preferencialmente monofilamentares -Obliteração de espaços mortos -Área de sutura sem tensão na ferida -Suprimento sanguíneo afetado/sutura não isquemiante -Irrigação da ferida para remoção de dedritos e bactérias Profilaxia com antibióticos Indicações: • Feridas penetrantes em espaço articular ou associados a fraturas • Feridas grosseiramente contaminadas ou extensas • Quando o Debridamento não é satisfatório ou feito em momento tardio • Corpos estranhos retidos, tratamento inicial tardio • Membros com insuficiência vascular ou edema linfático • Ferimentos associados a fatores locais ou sistêmicos, que comprometam a resistência do paciente • Portadores de próteses Via de administração preferencialmente endovenoso e precoce, devendo atingir nível terapêutico no tecido, já no momento da sutura Profilaxia antitetânica • Indicada em ferimentos contaminados, naqueles com presença de corpos estranhos e tecidos necróticos; ferimentos puntiformes, lacerações e abrasões • Pacientes não vacinados devem receber gamaglobulina humana 250 mg • Pacientes vacinados há mais de 5 anos, devem receber nova dose de vacina antitetânica 1m IM. Cicatrização de feridas → Pode se dar por 1ª, 2ª ou 3ª intenção • Feridas sem perdas teciduais e bordos aproximados, cicatrizam por 1ª intenção, sem tecido de granulação visível com resultado estético favorável; • A cicatrização por segunda intenção ocorre nas grandes perdas teciduais ou extensos debridamentos, feridas já infectadas ou com bordos afastados, em que a cicatrização ocorrerá através de tecido de granulação e remodelamento tecidual. • A cicatrização por 3º intenção ou primeira intenção retardada, se da quando uma ferida contaminada é deixada aberta para granular e 3-7 dias após, na ausência de processo infeccioso, fecha-se a ferida aproximando os bordos. Fases da cicatrização →FASE INFLAMATÓRIA • Dura aproximadamente 4 dias • Leucócitos polimorfonucleares começam a invadir a ferida e aderir na superfície endotelial dos vasos • Em poucas horas após o trauma, a ferida está repleta de células inflamatórias, leucócitos, eritrócitos, proteínas plasmáticas e fibrina • Inicia a liberação de granulações e fatores de crescimento • A liberação de fatores de crescimento estimula o afluxo de neutrófilos e macrófagos para o local da lesão e estimulam a fibroplasia, angiogênese e divisão de células epiteliais • A angiogênese torna-se proeminente após 2 dias após o trauma quando brotos capilares começam a surgir de vasos preexistente e crescem em direção a área traumatizada →FASE DE EPITELIZAÇÃO • Inicia-se nas primeiras 12 horas após o trauma, exceto quem queimaduras, quando é tardia • Proliferação das células epiteliais ao longo dos bordos da ferida • As células epiteliais também são estimuladas por fatores de crescimento que atuam sobre os fibroblastos e provocam hiperplasia epitelial →FASE PROLIFERATIVA • 48 após o trauma e dura de 14-21 dias • Caracteriza-se pela proliferação de fibroblastos, síntese de colágeno, granulação e finalmente, a contração da ferida • A síntese e deposição de colágeno ocorrem paralelamente à neoformação vascular, conferindo resistência aos vasos neoformados • Ao mesmo tempo que é formado, o colágeno é remodelado. Deposita e tira... • Se não ocorrer de forma adequada, há proteólise e o tecido abre →FASE DE CONTRAÇÃO • O tecido cicatricial, já epitelizado se encurta • A colchichina inibe a contração →FASE DE MATURAÇÃO • Inicia-se 3 semanas após o trauma Fatores que alteram a cicatrização
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