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@JESSICALECRIM Neuro-hipófise 1. Introdução O eixo hipotálamo-neuro-hipófise possui neurônios magnocelulares (corpos celulares localizados no hipotálamo e terminais axonais localizados na neuro-hipófise). Nenhum hormônio é produzido na neuro-hipófise! Assim, a ocitocina e o ADH são produzidos no hipotálamo e ficam armazenados em vesículas nos botões sinápticos da neuro-hipófise. → O hipotálamo recebe sinais vindos de diversas fontes do s istema nervoso, é responsável pelo controle da secreção hipofisária. Secreção efetuada pela região posterior da hipófise é controlada por sinais neurais que têm origem no hipotálamo e terminam na região hipofisária posterior. → A neuro-hipófise é uma extensão fisiológica do hipotálamo. 2. Síntese e secreção Secreção da região anterior da hipófise é controlada por hormônios, chamados hormônios l i b e ra d o re s e h o r m ô n i o s ( o u f a t o re s ) hipotalâmicos inibidores, secretados pelo próprio hipotálamo e então levados, para a região anterior da hipófise por minúsculos vasos s a n g u í n e o s c h a m a d o s v a s o s p o r t a i s hipotalâmico-hipofisários. Os hormônios da hipófise posterior são sintetizados por corpos celulares no hipotálamo, localizados em neurônios magnocelulares, nos núcleos supraópticos e paraventriculares. Depois são transportados no axoplasma das fibras nervosas dos neurônios que seguem do hipotálamo para a hipófise posterior. → ADH é formado, primeiramente, nos núcleos s u p r a ó p t i c o s . O c i t o c i n a é f o r m a d a , primeiramente, nos núcleos paraventriculares. Cada um desses núcleos é capaz de sintetizar cerca de um sexto tanto do segundo hormônio como do hormônio primário. 3. Controle hipotalâmico da hipófise posterior Terminações que chegam direto na neuro- hipófise secretam seus hormônios ali. Já as terminações que vão até parte do infundíbulo, estimulam a produção de outros hormônios, para depois estimular a adeno-hipófise. Seu alvo são as células produtoras de hormônios na adeno-hipófise. Esses tratos chegam à neuro-hipófise pelo pedúnculo ( infundíbulo) hipofisário. As terminações nervosas são botões bulbosos que contêm diversos grânulos secretores. Tais terminações localizam-se na superfície dos capilares, onde secretam os hormônios hipofisários posteriores: A) ADH/Vasopressina B) Ocitocina 4. Regulação do ADH Desidratação (déficit hídrico) gera o aumento da osmolaridade e da secreção do ADH (hipófise posterior), assim como o aumento do ADH no MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM plasma. A permeabilidade da água nos túbulos distais e ductos coletores aumenta, elevando a capacidade de reabsorção de água e redução da água excretada. → A hiperosmolaridade plasmática e urinária caracteriza um quadro clássico de desidratação. A osmolaridade está relacionada com o “poder do soluto” em um compartimento (poder do soluto em puxar a água), sendo o principal estimulador para a liberação de ADH. Quando liberado, o ADH liga-se a proteína receptora de membrana do ducto coletor. O receptor ativa o sistema de segundo mensageiro do AMPc, o qual leva a célula a colocar as vesículas de aquaporinas na membrana apical e aumentar a reabsorção de água por osmose para o sangue. → É preciso ter osmolaridade intersticial, pois além dos canais aquaporinas, a água precisa ser “puxada”. Conforme a água flui pelo ramo ascendente da alça de Henle até os túbulos coletores corticais, pouca ureia é reabsorvida, visto que esses segmentos são impermeáveis a ela. Na presença de altas concentrações de ADH, a água é rapidamente reabsorvida do túbulo coletor cortical e a concentração de ureia sobe rapidamente porque essa região do túbulo não é tão permeável à ureia. ADH também estimula UT-A1 e UT-A3 na formação da medula renal hipertônica – quem possibilita a formar a urina mais amarela (canais de ureia). → O álcool bloqueia a liberação do ADH (baixa a osmolaridade), o que acarreta em maior excreção de urina (aquaporinas e canais de ureia inativados). MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA @JESSICALECRIM 5. Regulação da Ocitocina Estímulo hipotalâmico ocasiona a secreção da ocitocina, estimulando a contração uterina e as glândulas mamárias (ejeção de leite). A ocitocina é, então, transportada pelo sangue para as mamas, onde provoca a contração das células mioepiteliais em volta dos alvéolos das glândulas mamárias. Em menos de 1 minuto depois do início da sucção, o leite começa a fluir. Esse mecanismo é chamado ejeção do leite ou descida do leite. → A sensibilidade uterina para a ocitocina aumenta no final da gestação devido a musculatura do útero aumentar os receptores de ocitocina. A secreção de ocitocina pela neuro- hipófise é consideravelmente maior na hora do parto, pode causar reflexo neurogênico, através dos núcleos paraventricular e supraóptico, que faz com que a hipófise posterior (a neuro- hipófise) aumente sua secreção de ocitocina. CASO CLÍNICO 1) Paciente, 49 anos, sexo masculino, médico. Apresentou quadro súbito de perda de força muscular, afasia seguida de rebaixamento do nível de consciência. Após exames de imagem constatado AVE extenso e com a evolução ausência de reflexos que culminaram com morte encefálica. Após algumas horas paciente apresentou quadro de poliúria intensa (3000 ml em duas horas). Qual a correlação da morte encefálica desse paciente com a poliúria? A lesão hipotalâmica decorrente da morte encefálica, AVE (lesão no SNC), interrompendo a secreção do ADH pela hipófise posterior, aumentando a excreção urinária (poliúria) e causando um quadro de diabetes insipidus. CASO CLÍNICO 2) Um homem de 42 anos faz uma cirurgia transesfenoidal por causa de um grande macroadenoma hipofisár io não funcional. Antes da operação, os exames dinâmicos de hormônio hipofisário estavam normais, bem como a ingestão e excreção de líquidos. Dois dias depois da cirurgia, ele desenvolveu poliúria aguda, sede extrema e polidipsia. Seu débito urinário nas próximas 24 horas foi de 6 litros, com noctúria frequente. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA REVISÃO @JESSICALECRIM O que está acontecendo com o paciente? Não está liberando ADH, possivelmente a cirurgia de retirada do tumor ocasionou danos a neuro- hipófise. MEDICINA NOVE DE JULHO JÉSSICA SANTANA SILVA
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