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Portfólio - Sistema Endócrino, Reprodutor, Renal e Tegumentar

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1 
 
 
 
 
. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS 
Curso de Medicina 
Tutorial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Beatriz Lima da Costa 
 
 
 
 
 
 
PORTFÓLIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Araguaína /TO 14 de dezembro de 2020 
Beatriz Lima 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES DISCURSIVAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade apresentada para a disciplina Tutorial no 
curso de Medicina, da Universidade Federal do 
Tocantins. 
 
Prof. Cláudio Medlig Sousa Cravo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Araguaína /TO 14 de dezembro 
2020 
 
3 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................4 
2. DESENVOLVIMENTO............................................................................................................ 4 
2.1 SISTEMA ENDÓCRINO........................................................................................................4 
 2.1.1 Eixo Hipotálamo-Hipófise................................................................................................................4 
 2.1.2 Tireoide............................................................................................................................................7 
 2.1.3 Paratormônio, Calcitonina, Metabolismo do Cálcio e Fosfato, Vitamina D, Ossos e 
Paratireoide...........................................................................................................................................................8 
 2.1.4 Adrenais........................................................................................................................................10 
 2.1.5 Pâncreas.......................................................................................................................................12 
 
2.2 SISTEMA REPRODUTOR...................................................................................................13 
 2.2.1 Sistema Reprodutor Feminino.......................................................................................................13 
 2.2.2 Sistema Reprodutor Masculino.....................................................................................................16 
 2.2.3 Fisiologia da Gravidez, Lactação e Parto......................................................................................19 
 
2.3 SISTEMA EXCRETOR........................................................................................................21 
2.3.1 Anatomia, Histologia e funções renais..........................................................................................21 
2.3.2 Hemodinâmica Renal e Filtração glomerular................................................................................23 
2.3.3 Reabsorção e Secreção tubular renal ..........................................................................................25 
2.3.4 Equilíbrio Ácido-Base....................................................................................................................26 
2.3.5 Doenças Renais e tratamentos.....................................................................................................27 
 
 
2.4 SISTEMA TEGUMENTAR...................................................................................................30 
2.4.1 Anatomia, Histologia e Fisiologia do Sistema Tegumentar.......................................................30 
 
3. BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................................34 
4.AUTO ANÁLISE.....................................................................................................................35 
 
 
 
 
 
 
4 
 
O seguinte trabalho tem como objetivo, representar os conteúdos estudados durante 2020.1, para os alunos 
do Segundo Período do Curso de Medicina da Faculdade Federal do Tocantins, na matéria Tutorial, no qual 
os alunos são divididos em 3 grupos, para que dessa forma possam estudar e compartilhar seus 
conhecimentos com os colegas de grupo. 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
 EIXO HIPOTÁLAMO – HIPÓFISE 
O hipotálamo, apesar de constituir menos de 1°/o do volume cerebral, é um centro de integração de funções 
que visam a manter a homeostase do organismo animal. Homeostase é a manutenção das propriedades 
físico-químicas e metabólicas do meio interno. Não existe função no organismo que, direta ou indiretamente, 
não seja controlada pelo hipotálamo. A região tuberal do hipotálamo contém neurônios que secretam 
substâncias (neuro-hormônios) que, via sistema porta-hipotálamo-hipofisário, modificam a síntese e a 
secreção dos hormônios da adeno-hipófise. Controla também as funções neuro-hipofisárias, principalmente 
por meio da liberação de ocitocina e vasopressina, hormônios produzidos nos núcleos paraventriculares 
(NPV) e supra-ópticos (NSO), relacionados com homeostase hidroeletrolítica, gravidez, parto e lactação. 
A hipófise localiza-se no interior da sela túrcica, no osso esfenóide na base do crânio, sendo conectada com o 
hipotálamo pela haste hipofisária, que passa por um hiato presente no diafragma selar, uma prega de dura-
má ter situada entre os processos clinóides. No ser humano, a hipófise é dividida em dois lobos, o lobo 
anterior ou adeno-hipófise (constituindo 80°/o do volume total da glândula) e o lobo posterior ou 
neurohipófise, com origens embriológicas distintas. 
As células acidófilas secretam prolactina e hormônio de crescimento que são hormônios protéicos; as 
basófilas secretam os honnônios glicoprotéicos: hormônios gonadotróficos (LH e FSH) e hormônio tireotrófico 
(TSH). O LH, o FSH e o TSH possuem duas cadeias peptídicas: alfa, comum a esses hormônios, e beta, que 
confere a especificidade hormonal. Na hipófise anterior as células cromófobas sintetizam o ACTH a partir da 
pró-opiomelanocortina (POMC). Esta, uma vez clivada, dá origem ao ACTH e à 13-endorfina. No lobo 
intermediário da hipófise a POMC dá origem ao a-MSH, ACTH (1-13) e CLIP (ACTH 18-39). 
O infundíbulo se estende do hipotálamo em direção à margem superior da hipófise, imediatamente posterior 
ao quiasma óptico, posiciona-se na linha média e tem tamanho constante. A haste hipofisária é composta de 
três porções: glandular (porção tuberal), vascular e neural. O componente vascular consiste em artérias que 
levam o suprimento sanguíneo pelo sistema porta-hipofisário até a hipófise. 
A porção neural da haste hipofisária, composta pelos tratos supra-óptico-hipofisário e para ventricular-
hipofisário, é constituída por fibras não-mielinizadas. 
A eminência mediana (EM) é a região onde a haste hipofisária se insere na base do hipotálamo, limitada 
ventralmente pela porção tuberal do lobo anterior da hipófise e cranialmente pelo terceiro ventrículo. A EM é 
constituída de três zonas: 
 (1) ependimária (mais interna); camada de células ependimárias que revestem o assoalho do terceiro 
ventrículo cerebral; (2) paliçada interna ou camada fibrosa, atravessada pelo feixe supra-óptico-hipofisário em 
direção ao lobo neural; (3) paliçada externa, onde as fibras oriundas do trato túbero-infundibular liberam 
seus neuro-hormônios no sistema porta. 
ADENO-HIPÓFISE 
A adenohipófise secreta hormônios que regulam uma ampla variedade de atividades corporais, desde o 
crescimento até a reprodução. A liberação de hormônios da adenohipófise é estimulada por hormônios 
liberadores e suprimida por hormônios inibidores do hipotálamo. Sendo assim, os hormônios hipotalâmicos 
constituem uma ligação importante entre os sistemas nervoso e endócrino 
Hormônios hipotalâmicos que liberam ou inibem hormônios da adenohipófise chegam à adenohipófise por 
meio de um sistema porta. Em geral, o sangue passa do coração, por uma artéria, para um capilar, daí para 
uma veia e de volta ao coração. Em um sistema porta, o sangue flui de uma rede capilar para uma veia porta 
e, em seguida, para uma segundarede capilar antes de retornar ao coração. 
Acima do quiasma óptico há grupos de neurônios especializados chamados de células neurossecretora. 
Essas células sintetizam os hormônios hipotalâmicos liberadores e inibidores em seus corpos celulares e 
envolvem os hormônios em vesículas, que alcançam os terminais axônicos por transporte axônico. Impulsos 
nervosos promovem a exocitose das vesículas. Depois disso, os hormônios se difundem para o plexo 
primário do sistema porta hipofisário. Rapidamente, os hormônios hipotalâmicos fluem com o sangue pelas 
5 
 
veias portohipofisárias para o plexo secundário. Essa via direta possibilita que os hormônios hipotalâmicos 
atuem imediatamente nas células da adenohipófise, antes que os hormônios sejam diluídos ou destruídos na 
circulação geral. Os hormônios secretados pelas células da adenohipófise passam para os capilares do plexo 
secundário, que drenam para as veias portohipofisárias anteriores e para fora na circulação geral. Os 
hormônios da adenohipófise viajam até os tecidosalvo ao longo do corpo. Os hormônios da adenohipófise que 
atuam em outras glândulas endócrinas são chamados de hormônios tróficos ou trofinas. 
Controle da secreção pela adenohipófise 
A secreção dos hormônios da adenohipófise é regulada de duas maneiras. Na primeira, células 
neurossecretoras no hipotálamo secretam cinco hormônios liberadores, que estimulam a secreção de 
hormônios da adenohipófise, e dois hormônios inibidores, que suprimem a secreção de hormônios da adeno-
hipófise. Na segunda, o feedback negativo na forma de hormônios liberados pelas glândulas alvo diminui 
secreções de três tipos de células da adeno-hipófise. Nessas alças de retroalimentação negativa, a atividade 
secretora dos tireotrofos, gonadotrofos e corticotrofos diminui quando os níveis sanguíneos dos hormônios 
das suas glândulasalvo se elevam. Por exemplo, o ACTH estimula o córtex das glândulas suprarrenais a 
secretar glicocorticoides, principalmente cortisol. Por sua vez, o nível elevado de cortisol diminui a secreção 
tanto de corticotrofina quanto de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) pela supressão da atividade dos 
corticotrofos da adenohipófise e das células neurossecretoras do hipotálamo. 
-Hormônio tireoestimulante 
O hormônio tireoestimulante (TSH) estimula a síntese e a secreção de triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), que 
são produzidas pela glândula tireoide. O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo controla a 
secreção de TSH. A liberação de TRH, por sua vez, depende dos níveis sanguíneos de T3 e T4; níveis 
elevados de T3 e T4 inibem a secreção de TRH via feedback negativo. Não existe hormônio inibidor da 
tireotrofina. 
-Hormônio foliculoestimulante 
Nas mulheres, os ovários são os alvos do hormônio foliculoestimulante (FSH). A cada mês, o FSH inicia o 
desenvolvimento de vários folículos ovarianos, coleções em forma de saco de células secretoras que rodeiam 
o ovócito em desenvolvimento. O FSH também estimula as células foliculares a secretar estrogênios 
(hormônios sexuais femininos). Nos homens, o FSH promove a produção de espermatozoides nos testículos. 
O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) do hipotálamo estimula a liberação de FSH. A liberação de 
GnRH e FSH é suprimida por estrogênios nas mulheres e pela testosterona (principal hormônio sexual 
masculino) nos homens por sistemas de feedback negativo. Não existe hormônio inibidor da gonadotrofina. 
-Hormônio luteinizante 
Nas mulheres, o hormônio luteinizante (LH) desencadeia a ovulação, que consiste na liberação de um ovócito 
secundário (futuro ovo) por um ovário. O LH estimula a formação do corpo lúteo (estrutura formada após a 
ovulação) no ovário e a secreção de progesterona (outro hormônio sexual feminino) pelo corpo lúteo. Juntos, 
o FSH e o LH também promovem a secreção de estrogênios pelas células ovarianas. Os estrogênios e a 
progesterona preparam o útero para a implantação de um ovo fertilizado e ajudam a preparar as glândulas 
mamárias para a secreção de leite. Nos homens, o LH estimula células nos testículos a secretarem 
testosterona. A secreção de LH, assim como a do FSH, é controlada pelo hormônio liberador de 
gonadotrofina (GnRH). 
-Prolactina 
A prolactina (PRL), junto com outros hormônios, inicia e mantém a produção de leite pelas glândulas 
mamárias. Sozinha, a prolactina exerce um efeito fraco. Somente depois da preparação das glândulas 
mamárias promovida pelos estrogênios, progesterona, glicocorticoides, GH, tiroxina e insulina, que exercem 
efeitos permissivos, que a PRL promove a produção de leite. A ejeção de leite das glândulas mamárias 
depende do hormônio ocitocina, liberado pela adenohipófise. 
 
-Hormônio adrenocorticotrófico 
Os corticotrofos secretam principalmente hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH controla a produção 
e a secreção de cortisol e outros glicocorticoides pelo córtex das glândulas suprarrenais. O hormônio 
liberador de corticotrofina (CRH) do hipotálamo promove a secreção de ACTH pelos corticotrofos. Estímulos 
relacionados com o estresse, como glicose sanguínea baixa ou traumatismo físico, e a interleucina1, uma 
substância produzida pelos macrófagos, também estimulam a liberação de ACTH. Os glicocorticoides inibem 
6 
 
a liberação de CRH e ACTH via feedback negativo. 
-Hormônio melanócitoestimulante 
O hormônio melanócitoestimulante (MSH) aumenta a pigmentação da pele em anfíbios pela estimulação da 
dispersão de grânulos de melanina nos melanócitos. Sua função exata em humanos é desconhecida, porém 
a presença de receptores de MSH no encéfalo sugere que pode influenciar a atividade encefálica. Há pouco 
MSH circulante em humanos. Entretanto, a administração contínua de MSH ao longo de vários dias produz 
escurecimento da pele. Níveis excessivos de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) podem estimular a 
liberação de MSH; a dopamina inibe a liberação de MSH. 
 
 NEURO-HIPÓFISE 
Embora não sintetize hormônios, a neuro- hipófise armazena e libera dois hormônios. É composta por 
axônios e terminais axônicos de mais de 10.000 células hipotalâmicas neurossecretoras. Os corpos celulares 
das células neurossecretoras se encontram nos núcleos paraventricular e supraóptico do hipotálamo; seus 
axônios formam o trato hipotálamohipofisial. Esse trato começa no hipotálamo e termina perto de capilares 
sanguíneos na neurohipófise. Os corpos das células neuronais dos dois núcleos paraventricular e supraóptico 
sintetizam o hormônio ocitocina (OT) e o hormônio antidiurético (ADH), também chamado de vasopressina. 
Os terminais axônicos na neurohipófise são associados à neuróglia especializada chamada de pituitócitos. 
Essas células apresentam uma função de suporte similar a dos astrócitos. 
Controle da secreção pela neurohipófise 
-Ocitocina. 
 Durante e depois do parto, a ocitocina atua em dois tecidos alvo: 
Durante o parto, o alongamento do colo do útero estimula a liberação de ocitocina, que, por sua vez, 
intensifica a contração das células musculares lisas da parede uterina; depois do parto, a ocitocina estimula a 
ejeção de leite (“descida”) das glândulas mamárias em resposta ao estímulo mecânico produzido pela sucção 
do bebê. A função da ocitocina em homens e mulheres não grávidas não é clara. Experimentos realizados em 
animais sugerem que a ocitocina exerça ações no encéfalo que promovem o comportamento parental de 
cuidado em relação ao filho. Também pode ser responsável, em parte, pelas sensações de prazer sexual 
durante e depois do intercurso. 
-Hormônio Antidiurético 
 Como o próprio nome sugere, um antidiurético é uma substância que diminui a produção de urina. O HAD faz 
com que os rins devolvam mais água ao sangue, diminuindo, desse modo, o volume urinário. Na ausência de 
HAD o débito urinário aumenta mais de 10 vezes, passando do normal 1 ou 2 dois litros para cerca de 20 ℓ 
por dia. Muitas vezes, a ingestão de álcool causa micção frequente e copiosa porque o álcool inibe a 
secreção de hormônio antidiurético. OHAD também diminui a perda de água pela sudorese e causa 
constrição das arteríolas, o que eleva a pressão do sangue. O outro nome desse hormônio, vasopressina, 
traduz esse efeito sobre a pressão arterial. 
 
CONTROLE DA SECREÇÃO HORMONAL 
A liberação da maioria dos hormônios ocorre em salvas breves, com pouca ou nenhuma secreção entre as 
salvas. Quando estimulada, uma glândula endócrina libera seus hormônios em salvas mais frequentes, 
aumentando a concentração sanguínea do hormônio. Na ausência de estimulação, o nível sanguíneo do 
hormônio diminui. A regulação da secreção normalmente evita a produção excessiva ou insuficiente de 
qualquer hormônio, ajudando a manter a homeostasia. 
A secreção hormonal é regulada por: 
 (1) sinais do sistema nervoso; 
 (2) alterações químicas no sangue; 
 (3) outros hormônios. 
 Por exemplo, impulsos nervosos para a medula da glândula suprarrenal regulam a liberação de epinefrina; o 
nível sanguíneo de Ca2+ regula a secreção de paratormônio (PTH); um hormônio da adenohipófise 
(hormônio adrenocorticotrófico) estimula a liberação de cortisol pelo córtex da glândula suprarrenal. A maioria 
dos sistemas regulatórios hormonais atua via feedback negativo, porém alguns operam por feedback positivo. 
Por exemplo, durante trabalho de parto, o hormônio ocitocina estimula as contrações do útero que, por sua 
vez, estimulam ainda mais a liberação de ocitocina, um efeito de feedback positivo. 
7 
 
TIREÓIDE 
A glândula tireoide, em formato de borboleta, está localizada logo abaixo da laringe. É composta pelos lobos direito e 
esquerdo, um em cada lado da traqueia, conectados por um istmo, anteriormente à traqueia. Cerca de 50% das 
glândulas tireoides apresentam um pequeno terceiro lobo, chamado de lobo piramidal, que se estende superiormente a 
partir do istmo. A massa normal da tireoide é de aproximadamente de 30 g. 
Microscópicos sacos esféricos chamados de folículos da tireoide constituem grande parte da glândula tireoide. A parede 
de cada folículo é constituída principalmente por células foliculares, cuja maioria se estende até o lúmen do folículo. 
Uma membrana basal envolve cada folículo. Quando as células foliculares estão inativas, seu formato varia de cúbico a 
pavimentoso, porém, sob a influência do TSH, passam a secretar ativamente e sua forma varia de cúbica a colunar. As 
células foliculares produzem dois hormônios: tiroxina, também chamada de tetraiodotironina (T4), pois contém quatro 
átomos de iodo, e triiodotironina (T3), que contém três átomos de iodo. T3 e T4 juntas também são chamadas de 
hormônios da tireoide. Entre os folículos, podem ser encontradas algumas células chamadas de células parafoliculares 
ou células C. Elas produzem o hormônio calcitonina (CT), que ajuda a regular a homeostasia do cálcio. 
 FORMAÇÃO, ARMAZENAMENTO E LIBERAÇÃO DOS HORMÔNIOS 
DA TIREÓIDE 
A glândula tireoide é a única glândula endócrina que armazena seu 
produto secretório em grandes quantidades –normalmente o suficiente 
para cerca de 100 dias. A síntese e a secreção de T3 e T4 ocorrem da 
seguinte forma: 
Retenção de iodeto. As células foliculares da tireoide retêm íons iodeto 
(I–), transportandoos ativamente do sangue para o citosol. Por conta 
disso, em geral, a glândula tireoide contém a maioria do iodeto corporal. 
Síntese de tireoglobulina. Ao mesmo tempo que retêm I–, as células 
foliculares também sintetizam tireoglobulina (TGB), uma grande 
glicoproteína produzida no retículo endoplasmático rugoso, modificada 
no complexo de Golgi e armazenada em vesículas secretoras. As vesículas sofrem exocitose, o que libera 
TGB para o lúmen do folículo. 
Oxidação de iodeto. Parte dos aminoácidos na TGB consiste em tirosinas que se tornarão iodadas. 
Entretanto, íons iodeto com carga elétrica negativa não conseguem se ligar à tirosina até que sofram oxidação 
(remoção de elétrons) para iodeto: 2 I→ I2. Na medida em que os íons iodeto são oxidados, eles atravessam 
a membrana para o lúmen do folículo. 
Iodação da tirosina. Conforme moléculas de iodo (I2) se formam, elas reagem com as tirosinas integrantes 
das moléculas de tireoglobulina. A ligação de um átomo de iodo produz monoiodotirosina (T1) e a de dois 
produz diiodotirosina (T2). A TGB com átomos de iodo fixados é um material viscoso que se acumula e é 
armazenado no lúmen do folículo da tireoide, chamado de coloide. 
Acoplamento de T1 e T2. Durante a última etapa da síntese dos hormônios da tireoide, duas moléculas de T2 se juntam 
para formar T4 ou uma de T1 com uma de T2 se unem para formar T3. 
Pinocitose e digestão de coloide. Gotículas de coloide penetram de 
novo nas células foliculares por pinocitose e se juntam aos lisossomos. 
Enzimas digestivas nos lisossomos degradam a TGB, separando moléculas 
de T3 e T4. 
Secreção de hormônios da tireoide. Como são lipossolúveis, T3 e T4 se 
difundem através da membrana plasmática para o líquido intersticial e, em 
seguida, para o sangue. Em geral, T4 é secretada em maior quantidade que T3, mas T3 é muitas vezes mais potente. 
Além disso, depois que a T4 entra no corpo celular, a maioria dela é convertida a T3 por remoção de um iodo. 
Transporte no sangue. Mais de 99% de T3 e T4 se combinam a proteínas transportadoras no sangue, principalmente à 
globulina transportadora de tiroxina (TBG). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
PARATORMÔNIO, CALCITONINA, METABOLISMO DO CÁLCIO E FOSFATO, VITAMIA D, OSSOS E 
PARATIREÓIDE 
 
A concentração de cálcio no líquido extracelular é, normalmente, regulada de forma precisa, raras vezes 
apresentando elevação ou baixa de algumas porcentagens a mais ou a menos do valor normal em torno de 
9,4 mg/dL, o que equivale a 2,4 mmol de cálcio por litro. Esse controle preciso é essencial, já que o cálcio 
desempenha um papel fundamental em muitos processos fisiológicos, incluindo a contração dos músculos 
esqueléticos, cardíacos e lisos, a coagulação sanguínea e a transmissão de impulsos nervosos, citando 
apenas alguns deles. As células excitáveis, como os neurônios, são sensíveis às alterações das 
concentrações do cálcio iônico; assim, aumentos da concentração deste elemento iônico acima do normal 
(hipercalcemia) provocam depressão progressiva do sistema nervoso, enquanto a diminuição dessa 
concentração (hipocalcemia) causa mais excitação desse sistema. Uma característica importante da 
regulação extracelular do cálcio repousa no fato de que apenas 0,1% deste elemento corporal total encontra-
se no líquido extracelular, cerca de 1% nas células e suas organelas, e o restante é armazenado nos ossos. 
Portanto, os ossos podem servir como amplos reservatórios, liberando cálcio em caso de queda na 
concentração do líquido extracelular e armazenando o cálcio, em casos de excesso. Aproximadamente 85% 
do fosfato corporal se encontram armazenados nos ossos, 14% a 15% nas células e menos de 1% no líquido 
extracelular. Embora a concentração de fosfato no líquido extracelular não seja tão bem regulada como a 
concentração de cálcio, o fosfato desempenha diversas funções importantes, sendo controlado por muitos dos 
fatores reguladores do cálcio. 
A variação dos níveis de fosfato, no líquido extracelular, para valores bem abaixo do normal até duas a três 
vezes a mais, não provoca efeitos imediatos importantes no organismo. Em contraste, até leves aumentos ou 
quedas do íon cálcio no líquido extracelular podem causar efeitos fisiológicos extremos e imediatos 
OSSOS E SUAS RELAÇÕES O COM CÁLCIO E O FOSFATO 
O osso é composto por uma matriz orgânica resistente, fortalecida por depósitos de sais de cálcio. O osso 
compacto médio contém, por peso, cerca de 30% de matriz e 70% de sais. Já o osso recém-formado pode ter 
porcentagem consideravelmente maior da matriz em relação aos sais. 
Matriz Orgânica Óssea. A matriz orgânica do osso apresenta 90% a 95% de fibras colágenas, enquanto o 
restante corresponde a meio gelatinoso homogêneo, denominado substância fundamental. As fibras 
colágenas se estendem, principalmente, ao longo das linhas da forçade tensão e conferem ao osso sua 
vigorosa resistência à tração. 
A substância fundamental constitui-se de líquido extracelular acrescido de proteoglicanos, especialmente 
sulfato de condroitina e ácido hialurônico. A função exata de cada um desses proteoglicanos não é conhecida, 
embora eles ajudem a controlar a deposição dos sais de cálcio. 
Sais Ósseos. Os sais cristalinos depositados na matriz orgânica do osso são basicamente compostos por 
cálcio e fosfato. A fórmula do sal cristalin predominante, conhecido como hidroxiapatita, é a seguinte: 
Ca10(PO4)6(OH)2 
Cada cristal — com cerca de 400 angströms de comprimento, 10 a 30 angströms de espessura e 100 
angströms de largura — tem formato semelhante a uma placa achatada e longa. A relação cálcio/fósforo pode 
variar acentuadamente, sob condições nutricionais distintas, e em base ponderal varia de 1,3 a 2,0. Os íons 
magnésio, sódio, potássio e carbonato também estão presentes entre os sais ósseos, embora os estudos de 
difração por raios X não consigam demonstrar os cristais finais formados por eles. Portanto, acredita-se que 
esses íons sejam conjugados aos cristais de hidroxiapatita e não organizados em cristais distintos próprios. 
Essa capacidade de muitos tipos de íon se conjugarem aos cristais ósseos estende-se a muitos íons 
normalmente estranhos ao osso, como estrôncio, urânio, plutônio, os outros elementos transurânicos, 
chumbo, ouro e outros metais pesados. A deposição de substâncias radioativas no osso pode causar 
irradiação prolongada dos tecidos ósseos, e, se uma quantidade suficiente for depositada, pode ocorrer o 
desenvolvimento de um sarcoma osteogênico (câncer ósseo). 
VITAMINA D 
A vitamina D tem potente efeito de aumentar a absorção de cálcio no trato intestinal; além disso, apresenta 
efeitos significativos na deposição e absorção ósseas, como será discutido adiante. Contudo, essa vitamina, 
em si, não é a substância ativa real indutora desses efeitos. Em vez disso, a vitamina D deve passar por uma 
9 
 
série de reações no fígado e nos rins, convertendo-se no produto final ativo, o 1,25-di-hidroxicolecalciferol, 
também conhecido como 
1,25(OH2)D3. A forma ativa da vitamina D, o 1,25-di-hidroxicolecalciferol, apresenta diversos efeitos nos 
intestinos, rins e ossos, como aumento da absorção de cálcio e fosfato para o líquido extracelular e auxílio na 
regulação dessas substâncias por feedback. 
Receptores de vitamina D estão presentes na maioria das células do corpo e localizados, principalmente, no 
núcleo das células-alvo. Similar aos receptores de esteroides e hormônios da tireoide, o receptor de vitamina 
D forma complexo com outro receptor intracelular, o receptor de renitoide X, e esse complexo se liga ao DNA 
e ativa a transcrição na maioria dos casos. Em alguns casos, porém, a vitamina D suprime essa transcrição. 
Apesar de o receptor de vitamina D ligar diversas formas de colecalciferol, sua afinidade com 1,25-di-
hidroxicolecalciferol é mais ou menos 1.000 vezes maior que a do 25-hidroxicolecalciferol, o que explica suas 
relativas potências biológicas. 
 
PARATORMÔNIO 
O paratormônio representa um potente mecanismo para o controle dasconcentrações extracelulares de cálcio 
e de fosfato, mediante redução da reabsorção intestinal, da excreção renal e do intercâmbio desses íons entre 
o líquido extracelular e o osso. A atividade excessiva da glândula paratireoide provoca rápida liberação de sais 
de cálcio dos ossos, com a consequente hipercalcemia; de modo inverso, a hipofunção das glândulas 
paratireoides gera hipocalcemia, muitas vezes com resultante tetania. 
O PTH apresenta dois efeitos para mobilizar o cálcio e o fosfato no osso. Um deles corresponde à fase rápida 
que se inicia em minutos e aumento progressivo por algumas horas. Essa fase resulta da ativação das células 
ósseas já existentes (principalmente os osteócitos), para promover a liberação de cálcio e fosfato. A segunda 
fase é muito mais lenta, exigindo alguns dias ou até semanas para seu pleno desenvolvimento; tal fase 
provém da proliferação dos osteoclastos, seguida pela reabsorção osteoclástica muito acentuada do próprio 
osso, e não meramente da absorção óssea dos sais de fosfato cálcico. 
 
CALCITONINA 
A calcitonina, hormônio peptídico secretado pela glândula tireoide, tende a diminuir a concentração plasmática 
do cálcio e, em geral, tem efeitos opostos aos do PTH. No entanto, o papel quantitativo da calcitonina nos 
seres humanos é bem menor que o do PTH na regulação da concentração do cálcio iônico. 
A síntese e a secreção da calcitonina ocorrem nas células parafoliculares, ou células C, situadas no líquido 
intersticial entre os folículos da glândula tireoide. Essas células constituem apenas cerca de 0,1% da glândula 
tireoide humana e representam os resquícios das glândulas ultimobranquiais de peixes, anfíbios, répteis e 
aves. A calcitonina é um peptídeo com 32 aminoácidos e peso molecular de aproximadamente 3.400. 
 
PARATIREÓIDE 
Normalmente, existem quatro glândulas paratireoides em seres humanos, situadas bem atrás da glândula 
tireoide — uma atrás de cada polo superior e inferior da tireoide. Cada glândula paratireoide tem, 
aproximadamente, 6 milímetros de comprimento, 3 milímetros de largura e 2 milímetros de espessura, 
apresentando aspecto macroscópico semelhante à gordura, de coloração marrom-escura. Durante as 
intervenções cirúrgicas na tireoide, a localização das glândulas paratireoides não se mostra tarefa fácil, pois 
muitas vezes elas se parecem com um outro lóbulo da glândula tireoide. Por essa razão, antes do 
reconhecimento da importância de tais glândulas, o procedimento de tireoidectomia total ou subtotal 
frequentemente resultava na remoção também das glândulas paratireoides. A retirada de metade das 
glândulas paratireoides não costuma provocar grandes anormalidades fisiológicas. Todavia, a remoção de três 
das quatro glândulas normais causa hipoparatireoidismo transitório. Mas até mesmo uma pequena quantidade 
de tecido paratireóideo remanescente, em geral, é capaz de apresentar hipertrofia satisfatória, a ponto de 
cumprir a função de todas as glândulas. 
A glândula paratireoide do ser humano adulto, contém basicamente células principais e um número pequeno a 
moderado de células oxifílicas, mas estas últimas estão ausentes em muitos animais e humanos jovens. 
Acredita-se que as células principais secretem grande parte do PTH, se não todo. A função das células 
oxifílicas não está esclarecida, mas acredita-se que sejam células principais modificadas ou depletadas que 
não secretam mais o hormônio. 
10 
 
 
ADRENAIS 
As duas glândulas suprarrenais, cada uma localizada em cima de cada rim no espaço retroperitoneal, 
apresentam formato de pirâmide achatada. No adulto, cada glândula suprarrenal tem de 3 a 5 cm de altura, 2 
a 3 cm de largura, um pouco menos de 1 cm de espessura, massa variando de 3,5 a 5 g e apenas metade do 
seu tamanho ao nascimento. Durante o desenvolvimento embrionário, as glândulas suprarrenais se 
diferenciam em duas regiões distintas de ponto de vista estrutural e funcional: um córtex da glândula 
suprarrenal grande, perifericamente localizado, que compreende 80 a 90% da glândula, e uma pequena 
medula da glândula suprarrenal, localizada centralmente. Uma cápsula de tecido conjuntivo reveste a 
glândula. As glândulas suprarrenais, assim como a glândula tireoide, são altamente vascularizadas. 
O córtex da glândula suprarrenal produz hormônios esteroides essenciais à vida. A perda total dos hormônios 
adrenocorticais leva à morte por desidratação e desequilíbrios eletrolíticos no período de poucos dias a 1 
semana, a não ser que se comece prontamente a terapia de reposição hormonal. A medula da glândula 
suprarrenal produz três hormônios catecolaminas – norepinefrina, epinefrina e uma pequena quantidade de 
dopamina. 
Córtex da glândula suprarrenal 
O córtex da glândula suprarrenal é subdividido em três zonas, e cada uma delas secreta hormônios diferentes. 
A zona maisexterna, imediatamente profunda à cápsula de tecido conjuntivo, é a zona glomerulosa. Suas 
células, densamente acondicionadas e distribuídas em grupos esféricos e colunas arqueadas, secretam 
hormônios chamados de mineralocorticoides, pois afetam a homeostasia mineral. A zona do meio ou zona 
fasciculada é a mais larga das três zonas e consiste em células distribuídas em colunas longas e retas. As 
células da zona fasciculada secretam principalmente glicocorticoides, em especial cortisol, assim chamados 
por afetarem a homeostasia da glicose. As células da zona mais interna, a zona reticular, são distribuídas em 
cordões ramificados. Elas sintetizam pequenas quantidades de androgênios fracos, que são hormônios 
esteroides que exercem efeitos masculinizantes. 
Mineralocorticoides 
A aldosterona é o principal mineralocorticoide; regula a homeostasia de dois íons minerais – íons sódio (Na+) 
e potássio(K+) – e ajuda a ajustar a pressão arterial e o volume de sangue. A aldosterona também promove a 
excreção de H+ na urina; essa remoção de ácidos do corpo pode ajudar a evitar a acidose -pH abaixo de 7,35. 
Controle da secreção de aldosterona 
A via reninaangiotensinaaldosterona (RAA) controla a secreção de aldosterona: 
Desidratação, deficiência de Na+ e hemorragia são estímulos que iniciam a via da 
reninaangiotensinaaldosterona. Essas condições promovem a diminuição do volume sanguíneo. O volume 
sanguíneo reduzido promove a queda da pressão arterial. 
- A pressão arterial mais baixa estimula certas células renais, chamadas de células justaglomerulares, a 
secretar a enzima renina. 
- O nível de renina no sangue sobe. 
- A renina converte a angiotensina, uma proteína plasmática produzida pelo fígado, em angiotensina I. 
- Sangue contendo níveis mais altos de angiotensina I circula pelo corpo. 
- Conforme o sangue flui pelos capilares, sobretudo dos pulmões, a enzima conversora de angiotensina (ECA) 
converte angiotensina I no hormônio angiotensina II. 
- O nível sanguíneo de angiotensina II sobe. 
- A angiotensina II estimula o córtex da glândula suprarrenal a secretar aldosterona. 
- Sangue contendo níveis mais elevados de aldosterona circula para os rins. 
- Nos rins, a aldosterona aumenta a reabsorção de Na+, que, por sua vez, promove a reabsorção de água por 
osmose. 
Em consequência disso, perde-se menos água na urina. A aldosterona também estimula os rins a 
intensificarem a secreção de K+ e H+ na urina. Com a reabsorção mais intensa de água pelos rins, o volume 
de sangue aumenta. 
Na medida em que o volume de sangue aumenta, a pressão arterial se eleva ao normal. 
A angiotensina II também estimula a contração da musculatura lisa das paredes das arteríolas. A constrição 
resultante das arteríolas aumenta a pressão sanguínea e, desse modo, ajuda a elevar a pressão de volta ao 
normal. 
11 
 
Além da angiotensina II, um segundo fator que estimula a secreção de aldosterona é uma concentração maior 
de K+ no sangue (ou líquido intersticial). A diminuição no nível sanguíneo de K+ produz o efeito oposto. 
Glicocorticoides 
Os glicocorticoides, que regulam o metabolismo e a resistência ao estresse, são o cortisol, a corticosterona e 
a cortisona. Desses três hormônios secretados pela zona fasciculada, o cortisol é o mais abundante, 
responsável por cerca de 95% da atividade glicocorticoide. 
Os glicocorticoides exercem os seguintes efeitos: 
Degradação de proteína. Os glicocorticoides intensificam a taxa de degradação de proteína, principalmente 
nas fibras musculares e, dessa forma, aumentam a liberação de aminoácidos na corrente sanguínea. Os 
aminoácidos podem ser usados pelas células corporais na síntese de novas proteínas ou na produção de 
ATP. 
Formação de glicose. Ao serem estimulados pelos glicocorticoides, os hepatócitos convertem determinados 
aminoácidos ou ácido láctico em glicose, que será usada por neurônios e outras células para produzir ATP. 
Tal conversão, de uma substância que não seja o glicogênio ou outro monossacarídio em glicose, é chamada 
de gliconeogênese. 
Lipólise. Os glicocorticoides estimulam a lipólise, degradação dos triglicerídios e liberação de ácidos graxos do 
tecido adiposo para o sangue. 
Resistência ao estresse. Os glicocorticoides trabalham de muitas maneiras para promover a resistência ao 
estresse. A glicose extra fornecida pelos hepatócitos oferece aos tecidos uma pronta fonte de ATP para 
combater inúmeros estresses, inclusive exercício, jejum, medo, temperaturas extremas, altitudes elevadas, 
sangramento, infecção, cirurgia, traumatismo e doença. Uma vez que tornam os vasos sanguíneos mais 
sensíveis a outros hormônios que causam vasoconstrição, os glicocorticoides elevam a pressão sanguínea. 
Esse efeito é vantajoso nos casos de perda significativa de sangue, que faz com que a pressão arterial caia. 
Efeitos antiinflamatórios. Os glicocorticoides inibem a participação dos leucócitos nas respostas inflamatórias. 
Infelizmente, os glicocorticoides também atrasam o reparo tecidual; em consequência disso, retardam a 
cicatrização de feridas. Embora em doses elevadas possam ocasionar transtornos mentais graves, os 
glicocorticoides são muito úteis no tratamento de condições inflamatórias crônicas como artrite reumatoide. 
Depressão das respostas imunes. Doses elevadas de glicocorticoides deprimem as respostas imunes. Por 
esse motivo, os glicocorticoides são prescritos para receptores de órgãos transplantados com objetivo de 
retardar a rejeição tecidual promovida pelo sistema imune. 
Androgênios 
Tanto em homens quanto em mulheres, o córtex da glândula suprarrenal secreta pequenas quantidades de 
androgênios fracos. O principal androgênio secretado pela glândula suprarrenal é a desidroepiandrosterona 
(DHEA). Nos homens, depois da puberdade, o androgênio testosterona também é liberado, e em quantidade 
muito maior, pelos testículos. Dessa forma, a quantidade de androgênios secretada pela glândula suprarrenal 
masculina é normalmente tão baixa que seus efeitos são insignificantes. Nas mulheres, no entanto, os 
androgênios suprarrenais desempenham funções importantes. Eles promovem a libido (desejo sexual) e são 
convertidos em estrogênios (esteroides sexuais feminilizantes) por outros tecidos corporais. Após a 
menopausa, quando a secreção ovariana de estrogênios cessa, todos os estrogênios femininos são 
provenientes da conversão dos androgênios suprarrenais. Os androgênios suprarrenais também estimulam o 
crescimento de pelos axilares e púbicos nos meninos e nas meninas e contribuem para o estirão de 
crescimento prépuberal. Embora o controle da secreção suprarrenal de androgênio não seja totalmente 
compreendido, o principal hormônio que estimula sua secreção é o ACTH. 
Medula da glândula suprarrenal 
A região interna da glândula suprarrenal, a medula da glândula suprarrenal, consiste em um gânglio simpático 
da divisão autônoma do sistema nervoso (SNA) modificado. Essa área se desenvolve a partir do mesmo 
tecido embrionário de todos os outros gânglios simpáticos, porém suas células, que não possuem axônios, 
formam grupos em torno de grandes vasos sanguíneos. Em vez de liberar um neurotransmissor, as células da 
medula da glândula suprarrenal secretam hormônios. As células produtoras de hormônio, chamadas de 
células cromafins, são inervadas por neurônios préganglionares simpáticos do SNA. Uma vez que o SNA 
exerce controle direto sobre as células cromafins, a liberação de hormônio pode ocorrer com muita rapidez. 
Os dois principais hormônios sintetizados pela medula suprarrenal são a epinefrina e a norepinefrina, também 
chamadas de adrenalina e noradrenalina, respectivamente. 
12 
 
PÂNCREAS 
O pâncreas é uma glândula tanto endócrina quanto exócrina.O pâncreas é um órgão achatado que mede 
cerca de 12,5 a 15 cm de comprimento. Localiza-se na curvatura do duodeno, a primeira parte do intestino 
delgado, e consiste em uma cabeça, um corpo e uma cauda. Aproximadamente 99% das células exócrinas do 
pâncreas estão distribuídas em grupos chamadosácinos. Os ácinos produzem enzimas que fluem para o 
sistema digestório por uma rede de ductos. Espalhados entre os ácinos exócrinos existem 1 a 2 milhões de 
minúsculos grupos de tecido endócrino, chamados de ilhotas pancreáticas ou ilhotas de Langerhans. 
Capilares abundantes irrigam tanto a parte endócrina quanto a exócrina do pâncreas. 
Cada ilhota pancreática apresenta quatro tipos de células secretoras de hormônio: 
As células alfa ou A constituem cerca de 17% das células das ilhotas pancreáticas e secretam glucagon. 
As células beta ou B constituem cerca de 70% das células das ilhotas pancreáticas e secretam insulina. 
As células delta ou D constituem cerca de 7% das ilhotas pancreáticas e secretam somatostatina. 
As células F constituem o restante das células das ilhotas pancreáticas e secretam polipeptídio pancreático. 
As interações dos quatro hormônios pancreáticos são complexas e não completamente compreendidas. 
Sabemos que o glucagon eleva o nível sanguíneo de glicose e a insulina reduz. A somatostatina atua de 
maneira parácrina para inibir a liberação tanto de insulina quanto de glucagon das células beta e alfa vizinhas. 
Além disso, pode funcionar como hormônio circulante para retardar a absorção de nutrientes do sistema 
digestório. Ademais, a somatostatina inibe a secreção de GH. O polipeptídio pancreático inibe a secreção de 
somatostatina, a contração da vesícula biliar e a secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas. 
Controle da secreção de glucagon e insulina 
A principal ação do glucagon é de elevar o nível sanguíneo de glicose que se encontra abaixo do normal. A 
insulina, por outro lado, ajuda a reduzir o nível de glicose sanguínea que se encontra muito elevado. O nível 
de glicose sanguínea controla a secreção de glucagon e insulina via feedback negativo: 
- O nível sanguíneo baixo de glicose (hipoglicemia) estimula a secreção de glucagon pelas células alfa das 
ilhotas pancreáticas. 
- O glucagon atua nos hepatócitos, acelerando a conversão de glicogênio em glicose (glicogenólise) e 
promovendo a formação de glicose a partir do ácido láctico e de determinados aminoácidos (gliconeogênese). 
- Consequentemente, os hepatócitos liberam glicose no sangue de maneira mais rápida e a glicemia se eleva. 
Se a glicemia continua subindo, o nível sanguíneo elevado de glicose (hiperglicemia) inibe a liberação de 
glucagon (feedback negativo). 
- A glicose sanguínea alta (hiperglicemia) estimula a secreção de insulina pelas células beta das ilhotas 
pancreáticas. 
- A insulina age em várias células do corpo para acelerar a difusão facilitada da glicose para as células; para 
apressar a conversão de glicose em glicogênio (glicogênese); intensifica-se a captação de aminoácidos pelas 
células e para aumentar a síntese de proteína; para acelerar a síntese de ácidos graxos (lipogênese); para 
retardar a conversão de glicogênio em glicose (glicogenólise) e para tornar mais lenta a formação de glicose a 
partir do ácido láctico e de aminoácidos (gliconeogênese). 
O resultado disso é a queda do nível de glicose do sangue. Quando o nível sanguíneo de glicose cai para 
abaixo do normal, ocorre inibição da liberação de insulina (feedback negativo) e estímulo à liberação de 
glucagon. 
A secreção de insulina também é estimulada por: 
- Acetilcolina, um neurotransmissor liberado pelos terminais axônicos 
das fibras parassimpáticas do nervo vago que inervam as ilhotas 
pancreáticas 
- Aminoácidos arginina e leucina, presentes no sangue em níveis mais 
elevados depois de uma refeição rica em proteína 
- Peptídio insulinotrópico dependente de glicose (GIP),* um hormônio 
liberado pelas células enteroendócrinas do intestino delgado em 
resposta à presença de glicose no sistema digestório. 
 
 
 
 
13 
 
 
SISTEMA REPRODUTOR 
 
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
Os órgãos do sistema genital feminino incluem os ovários (gônadas femininas), as tubas uterinas, o útero, a 
vagina e órgãos externos, que são coletivamente chamados de pudendo feminino (também conhecido como 
vulva). As glândulas mamárias são consideradas parte do tegumento e do sistema genital feminino. 
Ovários 
Os ovários, que são as gônadas femininas, são um par de glândulas semelhantes a amêndoas sem casca em 
tamanho e forma; são homólogas aos testículos. (Neste caso, homóloga significa que dois órgãos têm a 
mesma origem embrionária.) Os ovários produzem gametas, os oócitos secundários que se desenvolvem em 
óvulos maduros após a fertilização, e hormônios, incluindo a progesterona e os estrogênios (hormônios 
sexuais femininos), a inibina e a relaxina. 
Os ovários, um em cada lado do útero, descem até a margem da parte superior da cavidade pélvica durante o 
terceiro mês de desenvolvimento. Vários ligamentos os prendem em sua posição (Figura 28.12). O ligamento 
largo do útero, que é uma prega do peritônio parietal, se insere aos ovários por uma dobra de duas camadas 
de peritônio chamada de mesovário. O ligamento úteroovárico ancora os ovários no útero, e o ligamento 
suspensor do ovário os insere na parede pélvica. Cada ovário contém um hilo, o ponto de entrada e saída 
para os vasos sanguíneos e nervos com os quais o mesovário está ligado. 
Tubas uterinas 
As mulheres têm duas tubas uterinas, que se estendem lateralmente a partir do útero (Figura 28.16). As tubas, 
que medem aproximadamente 10 cm de comprimento, encontram-se no interior das pregas do ligamento largo 
do útero. Elas fornecem uma via para os espermatozoides chegarem até o óvulo e transportam os oócitos 
secundários e óvulos fecundados dos ovários até o útero. A parte em forma de funil de cada tuba, chamada de 
infundíbulo da tuba uterina, está próxima do ovário, mas se abre para a cavidade pélvica. Ela termina em 
franjas de projeções digitiformes chamadas fímbrias da tuba uterina, que estão ligadas à extremidade lateral 
do ovário. Do infundíbulo, a tuba uterina se estende medialmente e, eventualmente, inferiormente, e se insere 
no ângulo lateral superior do útero. A ampola da tuba uterina é a sua parte mais larga e mais longa, 
constituindo os dois terços laterais do seu comprimento. O istmo da tuba uterina é a parte curta, estreita, mais 
medial e de paredes espessas, que se une ao útero. 
Útero 
O útero serve como parte da via para o espermatozoide depositado na vagina alcançar as tubas uterinas. É 
também o local da implantação de um óvulo fertilizado, desenvolvimento do feto durante a gestação e trabalho 
de parto. Durante os ciclos reprodutivos, quando a implantação não ocorre, o útero é a fonte do fluxo 
menstrual. Situado entre a bexiga urinária e o reto, o útero tem o tamanho e o formato de uma pera invertida. 
Nas mulheres que nunca engravidaram (nuligestas), tem aproximadamente 7,5 cm de comprimento, 5 cm de 
largura e 2,5 cm de espessura. O útero é maior em mulheres que estiveram grávidas recentemente, e menor 
(atrofiado) quando os níveis de hormônios sexuais são baixos, como ocorre após a menopausa. 
As subdivisões anatômicas do útero incluem uma parte em forma de cúpula superior às tubas uterinas 
chamada de fundo do útero, uma parte central afilada chamada de corpo do útero e uma parte inferior estreita 
chamada de colo do útero, que se abre para o interior da vagina. Entre o corpo do útero e o colo do útero está 
o istmo do útero, uma região de aproximadamente 1 cm de comprimento. O interior do corpo do útero é 
chamado de cavidade uterina, e o interior do colo do útero é chamado de canal do colo do útero. O canal do 
colo do útero se abre para a cavidade uterina no óstio histológico interno do útero e na vagina no óstio externo 
do útero. 
Histologicamente, o útero é composto por três camadas de tecido: perimétrio, miométrio e endométrio. A 
camada exterior – o perimétrio ou túnica serosa – é parte do peritônio visceral; é composta por epitélio 
escamoso simples e tecido conjuntivo areolar. Lateralmente, torna-se o ligamento largo do útero. 
Anteriormente, recobre a bexiga urinária e forma uma escavação rasa, a escavação vesicouterina.Posteriormente, recobre o reto e forma uma escavação profunda entre o útero e a bexiga urinária, a 
escavação retouterina – o ponto mais inferior da cavidade pélvica. 
A camada intermediária do útero, o miométrio, é constituída por três camadas de fibras musculares lisas que 
são mais espessas na região do fundo e mais finas no colo do útero. A camada intermediária mais espessa é 
14 
 
circular; as camadas interna e externa são longitudinais ou oblíquas. Durante o trabalho de parto e parto, as 
contrações coordenadas do miométrio em resposta à ocitocina da neurohipófise ajudam a expelir o feto do 
útero. 
A camada interna do útero, o endométrio, é bem vascularizada e tem três componentes: uma camada mais 
interna composta por epitélio colunar simples (células ciliadas e secretoras) reveste o lúmen. Um estroma 
endometrial subjacente é uma região muito espessa de lâmina própria (tecido conjuntivo areolar). Glândulas 
uterinas se desenvolvem como invaginações do epitélio luminal e se estendem quase até o miométrio. O 
endométrio é dividido em duas camadas. O estrato funcional (camada funcional) reveste a cavidade uterina e 
descama durante a menstruação. A camada mais profunda, o estrato basal (lâmina basal), é permanente e dá 
origem a um novo estrato funcional após cada menstruação. 
Muco cervical 
As células secretoras da túnica mucosa do colo do útero produzem uma secreção chamada de muco cervical, 
uma mistura de água, glicoproteínas, lipídios, enzimas e sais inorgânicos. Durante seus anos férteis, as 
mulheres secretam 20 a 60 mℓ de muco cervical por dia. O muco cervical é mais propício aos 
espermatozoides próximo ou no momento da ovulação, porque é menos viscoso e mais alcalino (pH 8,5). Em 
outros momentos, um muco mais viscoso forma um tampão cervical que impede fisicamente a penetração dos 
espermatozoides. O muco cervical suplementa as necessidades de energia dos espermatozoides, e tanto o 
colo do útero quanto o muco cervical protegem o espermatozoide dos fagócitos e do ambiente hostil da vagina 
e do útero. O muco cervical também pode atuar na capacitação – várias mudanças funcionais pelas quais os 
espermatozoides passam no sistema genital feminino antes de serem capazes de fertilizar um oócito 
secundário. A capacitação faz com que a cauda de um espermatozoide se mova ainda mais vigorosamente, e 
prepara a membrana plasmática do espermatozoide para se fundir com a membrana plasmática do oócito. 
Vagina 
A vagina é um canal tubular fibromuscular de 10 cm de comprimento, alinhado com a túnica mucosa que se 
estende do exterior do corpo até o colo do útero. Ela é o receptáculo para o pênis durante a relação sexual, a 
saída para o fluxo menstrual e a via de passagem para o parto. Situada entre a bexiga urinária e o reto, a 
vagina é dirigida superior e posteriormente, onde se insere no útero. Um recesso chamado fórnice da vagina 
circunda a inserção vaginal ao colo do útero. Quando corretamente inserido, um diafragma contraceptivo se 
apoia no fórnice, onde é mantido cobrindo o colo do útero. A túnica mucosa da vagina é contínua com a do 
útero. 
Histologicamente, consiste em epitélio escamoso estratificado não queratinizado e tecido conjuntivo areolar 
que se encontra em uma série de pregas transversais chamados rugas vaginais. As células dendríticas na 
túnica mucosa são células apresentadoras de antígeno. 
Infelizmente, também participam na transmissão de vírus – como por exemplo o HIV (o vírus que causa a 
AIDS) – para uma mulher durante a relação sexual com um homem infectado. A túnica mucosa da vagina 
contém grandes estoques de glicogênio, cuja decomposição produz ácidos orgânicos. O meio ácido resultante 
retarda o crescimento microbiano, mas também é prejudicial ao espermatozoide. Componentes alcalinos do 
sêmen, principalmente das glândulas seminais, elevam o pH do líquido na vagina e aumentam a viabilidade do 
espermatozoide. 
A túnica muscular é composta por uma camada circular externa e uma camada longitudinal interna de 
músculo liso, que pode se distender consideravelmente para acomodar o pênis durante a relação sexual e a 
criança durante o parto. 
A túnica adventícia, a camada superficial da vagina, é constituída por tecido conjuntivo areolar. Ela ancora a 
vagina aos órgãos adjacentes, como a uretra e a bexiga urinária anteriormente e o reto e o canal anal 
posteriormente. Uma fina prega de túnica mucosa vascularizada, chamada hímen, forma uma margem em 
torno da extremidade inferior da abertura vaginal para o exterior (o óstio da vagina), fechando a parcialmente. 
Depois de sua ruptura, geralmente após a primeira relação sexual, permanecem apenas remanescentes do 
hímen. Às vezes, o hímen recobre completamente o óstio da vagina, em uma condição chamada hímen 
15 
 
imperfurado. Pode ser necessária uma cirurgia para abrir o óstio da vagina e possibilitar a saída do fluxo 
menstrual. 
Glândulas mamárias 
Cada mama é uma projeção hemisférica de tamanho variável 
anterior aos músculos peitoral maior e serrátil anterior, e 
ligada a eles por uma camada de fáscia composta por tecido 
conjuntivo denso irregular. 
Cada mama tem uma projeção pigmentada, a papila 
mamária, que tem uma série de aberturas pouco espaçadas 
de ductos chamados ductos lactíferos, dos quais emergem 
leite. A área circular de pele pigmentada ao redor do mamilo é 
chamada aréola da mama, tem aspecto áspero, porque 
contém glândulas sebáceas modificadas. Faixas de tecido conjuntivo chamadas ligamentos suspensores da 
mama correm entre a pele e a fáscia e apoiam a mama. Esses ligamentos tornam-se mais soltos com a idade 
ou com a tensão excessiva que pode ocorrer na prática prolongada de corrida ou atividade aeróbica de alto 
impacto. Utilizar um sutiã com bom apoio pode retardar este processo e ajudar a manter a força dos 
ligamentos. 
No interior de cada mama está uma glândula mamária, uma glândula sudorífera modificada que produz leite. A 
glândula mamária consiste em 15 a 20 lobos, ou compartimentos, separados por uma quantidade variável de 
tecido adiposo. Em cada lobo existem vários compartimentos menores chamados lóbulo, compostos por 
agrupamentos de glândulas secretoras de leite em forma de uva chamados de alvéolos, embutidos no tecido 
conjuntivo. A contração das células mioepiteliais em torno dos alvéolos ajuda a impulsionar o leite em direção 
às papilas mamárias. Quando está sendo produzido leite, ele passa dos alvéolos por vários túbulos 
secundários e, em seguida, para os ductos mamários. 
Próximo do mamilo, os ductos mamários se expandem discretamente para formar seios chamados seios 
lactíferos, onde um pouco de leite pode ser armazenado antes de ser drenado para um ducto lactífero. Cada 
ducto lactífero normalmente transporta leite de um dos lobos para o exterior. 
 
 
 
16 
 
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
Os órgãos do sistema genital masculino incluem os testículos, um sistema de ductos (epidídimo, ducto 
deferente, ductos ejaculatórios e uretra), glândulas sexuais acessórias (glândulas seminais, próstata e 
glândulas bulbouretrais) e várias estruturas de apoio, incluindo o escroto e o pênis. Os testículos (gônadas 
masculinas) produzem espermatozoides e secretam hormônios. O sistema de ductos transporta e armazena 
os espermatozoides, auxilia em sua maturação, e libera-os para o meio externo. O sêmen contém 
espermatozoides mais as secreções produzidas pelas glândulas sexuais acessórias. As estruturas de apoio 
têm várias funções. O pênis entrega os espermatozoides no aparelho reprodutivo feminino e o escroto contém 
os testículos. 
Escroto 
O escroto, a estrutura que contém os testículos, consiste em pele solta e tela subcutânea subjacente. Ele está 
pendurado na raiz (parte anexa) do pênis. Externamente, o escroto parece uma bolsa de pele ímpar separada 
em porções laterais por uma crista mediana chamada de rafe do escroto. Internamente, o septo do escroto 
divide o escroto em dois sacos, cada um contendo um testículo. A localização do escroto e a contração desuas fibras musculares regulam a temperatura dos testículos. A produção normal de espermatozoides 
demanda uma temperatura de aproximadamente 2 a 3 °C abaixo da temperatura corporal central. Esta 
temperatura reduzida é mantida no escroto porque ele está fora da cavidade pélvica. Em resposta 
temperaturas frias, os músculos cremaster e dartos se contraem. A contração dos músculos cremaster move 
os testículos para mais perto do corpo, onde eles podem absorver o calor do corpo. A contração do músculo 
dartos reduz o volume do escroto (de aspecto enrugado), o que reduz a perda de calor. A exposição ao calor 
inverte essas ações. 
Testículos 
Os testículos são um par de glândulas ovais no escroto com aproximadamente 5 cm de comprimento e 2,5 cm 
de diâmetro. Cada testículo tem massa de 10 a 15 g. Os testículos se desenvolvem perto dos rins, na parte 
posterior do abdome, e geralmente começam sua descida para o escroto por meio dos canais inguinais 
durante a segunda metade do sétimo mês do desenvolvimento fetal. 
Uma túnica serosa chamada de túnica vaginal do testículo, que é derivada do peritônio e se forma durante a 
descida dos testículos, recobre parcialmente os testículos. Uma coleção de líquido seroso na túnica vaginal do 
testículo é chamada de hidrocele. Esta pode ser causada por lesões nos testículos ou inflamação do 
epidídimo. Em geral, não é necessário tratamento. Internamente à túnica vaginal do testículo, o testículo é 
circundado por uma cápsula fibrosa branca composta por tecido conjuntivo denso irregular, a túnica albugínea; 
esta se estende internamente formando septos que dividem o testículo em uma série de compartimentos 
internos chamados lóbulos dos testículos. Cada um dos 200 a 300 lóbulos dos testículos contêm de 1 a 3 
túbulos bem enrolados, os túbulos seminíferos contorcidos, onde os espermatozoides são produzidos. O 
processo pelo qual os túbulos seminíferos contorcidos dos testículos produzem esperma é chamado de 
espermatogênese. 
Glândulas sexuais acessórias 
Os ductos do sistema genital masculino armazenam e transportam os espermatozoides, mas as glândulas 
sexuais acessórias secretam a maior parte da porção líquida do sêmen. As glândulas sexuais acessórias 
incluem as glândulas seminais, a próstata e as glândulas bulbouretrais. 
Glândulas seminais 
O par de glândulas seminais são estruturas enroladas em forma de bolsa que medem aproximadamente 5 cm 
de comprimento e se encontram posteriormente à base da bexiga urinária e anteriormente ao reto. Por meio 
dos ductos das glândulas seminais, elas secretam um líquido viscoso alcalino que contém frutose (um açúcar 
monossacarídio), prostaglandinas e proteínas de coagulação, que são diferentes das do sangue. A natureza 
alcalina do líquido seminal ajuda a neutralizar o meio ácido da uretra masculina e do sistema genital feminino, 
que de outro modo inativariam e matariam os espermatozoides. A frutose é utilizada para a produção de ATP 
pelos espermatozoides. As prostaglandinas contribuem para a mobilidade e a viabilidade dos 
espermatozoides e podem estimular as contrações do músculo liso no sistema genital feminino. As proteínas 
de coagulação ajudam o sêmen a coagular após a ejaculação. O líquido secretado pelas glândulas seminais 
normalmente constitui aproximadamente 60% do volume do sêmen. 
Próstata 
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A próstata é uma glândula única em forma de rosca, aproximadamente do tamanho de uma bola de golfe. Ela 
mede cerca de 4 cm de um lado a outro, aproximadamente 3 cm de cima a baixo, e cerca de 2 cm de anterior 
a posterior. Encontra-se inferiormente à bexiga urinária e circunda a parte prostática da uretra (Figura 28.9). A 
próstata aumenta de tamanho lentamente desde o nascimento até a puberdade. Em seguida, se expande 
rapidamente até aproximadamente os 30 anos de idade; após esse período, seu tamanho normalmente 
permanece estável até os 45 anos, quando podem ocorrer novos aumentos. 
Glândulas bulbouretrais 
O par de glândulas bulbouretrais mede aproximadamente o tamanho de ervilhas. Elas se encontram 
inferiormente à próstata em ambos os lados da parte membranácea da uretra, no interior dos músculos 
profundos do períneo, e seus ductos se abrem para dentro da parte esponjosa da uretra. Durante a excitação 
sexual, as glândulas bulbouretrais secretam um líquido alcalino na uretra que protege os espermatozoides que 
passam ao neutralizar os ácidos da urina na uretra. Também secretam um muco que lubrifica a ponta do pênis 
e a túnica mucosa da uretra, diminuindo a quantidade de espermatozoides danificados durante a ejaculação. 
Alguns homens liberam uma ou duas gotas de muco durante a estimulação sexual e a ereção. Esse líquido 
não contém espermatozoides. 
Sêmen 
O sêmen é uma mistura de espermatozoides e líquido seminal, um líquido que consiste nas secreções dos 
túbulos seminíferos, glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais. O volume de sêmen em uma 
ejaculação típica é de 2,5 a 5 mililitros (mℓ), com 50 a 150 milhões de espermatozoides por mℓ. Quando a 
contagem cai abaixo de 20 milhões/mℓ, há probabilidade de o homem ser infértil. É necessária uma 
quantidade muito grande de espermatozoides para a fertilização ser bem sucedida, porque apenas uma 
pequena fração por fim alcança o oócito secundário. Apesar da leve acidez do líquido prostático, o sêmen tem 
um pH ligeiramente alcalino de 7,2 a 7,7, em decorrência do pH mais elevado e maior volume do líquido 
proveniente das glândulas seminais. A secreção prostática confere ao sêmen um aspecto leitoso, e os líquidos 
das glândulas seminais e glândulas bulbouretrais lhe dão uma consistência pegajosa. O líquido seminal 
fornece aos espermatozoides um meio de transporte, nutrientes e proteção do ambiente ácido hostil da uretra 
masculina e da vagina feminina. 
Uma vez ejaculado, o sêmen coagula em menos de 5 min, em decorrência da presença de proteínas de 
coagulação das glândulas seminais. O papel funcional da coagulação do sêmen não é conhecido, mas as 
proteínas envolvidas são diferentes daquelas que causam a coagulação do sangue. Depois de 
aproximadamente 10 a 20 min, o sêmen se reliquefaz, porque o antígeno prostático específico (PSA) e outras 
enzimas proteolíticas produzidas pela próstata quebram o coágulo. A liquefação anormal ou tardia do sêmen 
coagulado pode causar uma imobilização completa ou parcial do espermatozoide, inibindo desse modo o seu 
movimento ao longo do colo do útero. Depois de passar pelo útero e tubas uterinas, os espermatozoides são 
afetados pelas secreções da tuba uterina em um processo chamado de capacitação. A presença de sangue 
no sêmen é chamada de hemospermia. Na maior parte dos casos, é causada pela inflamação dos vasos 
sanguíneos que revestem as glândulas seminais; geralmente é tratada com antibióticos. 
Pênis 
O pênis contém a uretra e é uma passagem para a ejaculação do sêmen e a excreção de urina (Figura 28.10). 
Ele tem uma forma cilíndrica e é composto por um corpo, uma glande e uma raiz. O corpo do pênis é 
constituído por três massas cilíndricas de tecido, cada uma circundada por tecido fibroso chamado de túnica 
albugínea. As duas massas dorsolaterais são chamadas de corpos cavernosos do pênis. A massa 
médioventral menor, o corpo esponjoso do pênis, contém a parte esponjosa da uretra e a mantém aberta 
durante a ejaculação. A pele e uma tela subcutânea envolvem todas as três massas, que consistem em tecido 
erétil. O tecido erétil é composto por diversos seios sanguíneos (espaços vasculares) revestidos por células 
endoteliais e circundados por músculo liso e tecido conjuntivo e elástico. 
A extremidade distal do corpo esponjoso do pênis é uma região um pouco aumentada, em forma de bolota, 
chamada de glande do pênis; a sua margem é a coroa. A uretra distal aumenta no interior da glande do pênis 
e forma uma abertura terminal em forma de fenda, o óstio externo da uretra. Recobrindo a glande em um 
pênis não circuncidado está o frouxamente ajustado prepúcio do pênis. 
A raiz do pênis é a porção deinserção (porção proximal). Consiste no bulbo do pênis, a continuação posterior 
expandida da base do corpo esponjoso do pênis, e o ramo do pênis, as duas porções separadas e cônicas do 
corpo cavernoso do pênis. O bulbo do pênis está ligado à face inferior dos músculos profundos do períneo e é 
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fechado pelo músculo bulboesponjoso, um músculo que auxilia na ejaculação. Cada ramo do pênis se dobra 
lateralmente para longe do bulbo do pênis para se inserir no ísquio e ramo púbico inferior, e é circundado pelo 
músculo isquiocavernoso. O peso do pênis é suportado por dois ligamentos que são contínuos com a fáscia 
do pênis. O ligamento fundiforme do pênis surge a partir da parte inferior da linha alba. (2) O ligamento 
suspensor do pênis surge a partir da sínfise púbica. 
Após a estimulação sexual (visual, tátil, auditiva, olfatória ou imaginada), fibras parassimpáticas da porção 
sacral da medula espinal iniciam e mantêm uma ereção, o alargamento e o enrijecimento do pênis. As fibras 
parassimpáticas produzem e liberam óxido nítrico (NO). O NO faz com que o músculo liso das paredes das 
arteríolas que irrigam o tecido erétil relaxe, o que possibilita que estes vasos sanguíneos se dilatem. Isso, por 
sua vez, faz com que grandes volumes de sangue entrem no tecido erétil do pênis. O NO também faz com 
que o músculo liso do tecido erétil relaxe, resultando em dilatação dos seios sanguíneos. A combinação de 
fluxo sanguíneo aumentado e dilatação dos seios sanguíneos resulta em uma ereção. A expansão dos seios 
sanguíneos também comprime as veias que drenam o pênis; a desaceleração do fluxo de saída do sangue 
ajuda a manter a ereção. 
 
 
 
 
 
 
 
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FISIOLOGIA DA GRAVIDEZ, LACTAÇÃO E PARTO 
 
 
Gravidez 
Na gravidez, a placenta forma quantidades especialmente grandes de gonadotropina coriônica humana, 
estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica humana, e as três primeiras, e provavelmente 
também a quarta, são essenciais à gravidez normal. 
 A menstruação normalmente ocorre em mulher não grávida cerca de 14 dias depois da ovulação, época em 
que grande parte do endométrio uterino descama-se da parede uterina e é expelido para fora do útero. Se isso 
ocorresse após a implantação do ovo, a gravidez seria terminada. Entretanto, essa descamação é evitada 
pela secreção de gonadotropina coriônica humana pelos tecidos embrionários em desenvolvimento. 
Simultaneamente ao desenvolvimento das células trofoblásticas do ovo recém-fertilizado, o hormônio 
gonadotropina coriônica humana é secretado pelas células trofoblásticas sinciciais para os líquidos maternos. 
A secreção desse hormônio pode primeiro ser medida no sangue, 8 a 9 dias após a ovulação, pouco depois 
do blastocisto se implantar no endométrio. Em seguida, a secreção aumenta rapidamente, atingindo nível 
máximo em torno de 10 a 12 semanas de gestação e diminuindo novamente a valor mais baixo, por volta de 
16 a 20 semanas, continuando nesse nível pelo restante da gravidez. 
A placenta, assim como o corpo lúteo, secreta tanto estrogênios quanto progesterona. Estudos histoquímicos 
e fisiológicos mostram que esses dois hormônios, como a maioria dos hormônios placentários, são secretados 
pelas células sinciciais trofoblásticas da placenta. Perto do final da gestação, a produção diária de estrogênios 
placentários aumenta em cerca de 30 vezes o nível de produção materna normal. Entretanto, a secreção de 
estrogênios pela placenta é bem diferente da secreção pelos ovários. E, o mais importante, os estrogênios 
secretados pela placenta não são sintetizados de novo a partir de substratos básicos na placenta. Em vez 
disso, eles são formados quase inteiramente dos compostos esteroides androgênicos, desidroepiandrosterona 
e 16- hidroxidesidroepiandrosterona, formados tanto nas glândulas adrenais da mãe quanto nas glândulas 
adrenais do feto. Esses fracos androgênios são transportados pelo sangue para a placenta e convertidos 
pelas células trofoblásticas em estradiol, estrona e estriol. (Os córtices das glândulas adrenais do feto são 
extremamente grandes, e cerca de 80% consistem na chamada zona fetal, cuja função primária parece ser 
secretar desidroepiandrosterona durante a gravidez.) 
A progesterona é também essencial para uma gravidez bem-sucedida; na verdade, é tão importante quanto o 
estrogênio. Além de ser secretada em quantidade moderada pelo corpo lúteo no início da gravidez, é 
secretada posteriormente em quantidades enormes pela placenta. Os efeitos especiais da progesterona, 
essenciais à progressão normal da gravidez, são os seguintes: 
1. A progesterona faz com que células deciduais se desenvolvam no endométrio uterino. Essas células têm 
papel importante na nutrição do embrião inicial. 
2. A progesterona diminui a contratilidade do útero grávido, evitando, assim, que contrações uterinas causem 
aborto espontâneo. 
3. A progesterona contribui para o desenvolvimento do concepto mesmo antes da implantação, pois 
especificamente aumenta as secreções das trompas de Falópio e do útero, proporcionando material nutritivo 
apropriado para o desenvolvimento da mórula (massa esférica, de 16 a 32 blastômeros, formada antes da 
blástula) e do blastocisto. Existem ainda razões para acreditarmos que a progesterona afeta a clivagem celular 
no embrião em desenvolvimento inicial. 
4. A progesterona, secretada durante a gravidez, ajuda o estrogênio a preparar as mamas da mãe para a 
lactação. 
 A mais aparente dentre as diversas reações da mãe ao feto e os altos níveis de hormônios da gravidez é o 
aumento de tamanho dos vários órgãos sexuais. Por exemplo, o útero aumenta de aproximadamente 50 
gramas para 1.100 gramas, e as mamas quase dobram de tamanho. Ao mesmo tempo, a vagina aumenta, e o 
introito se expande mais. Além disso, os diversos hormônios podem causar mudanças acentuadas na 
aparência da gestante, às vezes resultando no desenvolvimento de edema, acne e traços masculinos ou 
acromegálicos. 
Como consequência de maior secreção de muitos hormônios durante a gravidez, incluindo a tiroxina, 
hormônios adrenocorticais e hormônios sexuais, o metabolismo basal da gestante aumenta cerca de 15% na 
última metade da gravidez. Por conseguinte, frequentemente ela tem sensações de calor excessivo. Além 
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disso, devido à carga extra que ela está carregando, precisa despender mais energia do que o normal na 
atividade muscular. 
 
Parto 
Parto significa o nascimento do bebê. Ao final da gravidez, o 
útero fica progressivamente mais excitável, até que, por fim, 
desenvolve contrações rítmicas tão fortes que o bebê é 
expelido. Não se sabe a causa exata do aumento da atividade 
uterina, mas pelo menos duas categorias principais de eventos 
levam às contrações intensas, responsáveis pelo parto: (1) 
mudanças hormonais progressivas que aumentam a 
excitabilidade da musculatura uterina; e (2) mudanças 
mecânicas progressivas 
A progesterona inibe a contratilidade uterina durante a gravidez, ajudando, assim, a evitar a expulsão do feto. 
Por sua vez, os estrogênios têm tendência definida para aumentar o grau de contratilidade uterina, em parte 
porque elevam o número de junções comunicantes entre as células do músculo liso uterino adjacentes, mas 
também devido a outros efeitos pouco entendidos ainda. Tanto a progesterona quanto o estrogênio são 
secretados em quantidades progressivamente maiores durante grande parte da gravidez, mas, a partir do 
sétimo mês, a secreção de estrogênio continua a aumentar, enquanto a de progesterona permanece 
constante ou até mesmo diminui um pouco. Por isso, já se postulou que a produção estrogênio-progesterona 
aumenta o suficiente até o final da gravidez para ser pelo menos parcialmente responsável pelo aumento da 
contratilidade uterina. 
Durante grande parte da gravidez, o útero sofre episódios periódicos de contrações rítmicas fracas e lentas, 
denominadas contrações de Braxton Hicks. Essas contrações ficam progressivamente mais fortes ao final da 
gravidez; então, mudam subitamente,em questão de horas, e ficam excepcionalmente fortes, começando a 
distender o colo uterino e, posteriormente, forçando o bebê através do canal de parto, levando, assim, ao 
parto. Esse processo é denominado trabalho de parto, e as contrações fortes, que resultam na parturição final, 
são denominadas contrações do trabalho de parto. 
Lactação 
As mamas, começam a se desenvolver na puberdade. Esse desenvolvimento é estimulado pelos estrogênios 
do ciclo sexual feminino mensal; os estrogênios estimulam o crescimento da parte glandular das mamas, além 
do depósito de gordura que dá massa às mamas. 
Além disso, ocorre crescimento bem mais intenso durante o estado de altos níveis de estrogênio da gravidez, 
e só então o tecido glandular fica inteiramente desenvolvido para a produção de leite. 
Durante toda a gravidez, a grande quantidade de estrogênios secretada pela placenta faz com que o sistema 
de ductos das mamas cresça e se ramifique. Simultaneamente, o estroma das mamas aumenta em 
quantidade, e grande quantidade de gordura é depositada no estroma. 
Quatro outros hormônios são igualmente importantes para o crescimento do sistema de ductos: hormônio do 
crescimento, prolactina, os glicocorticoides adrenais e insulina. Sabe-se que cada um desses hormônios tem 
pelo menos algum papel no metabolismo das proteínas, o que, presumivelmente, explica a função deles no 
desenvolvimento das mamas. 
Embora o estrogênio e a progesterona sejam essenciais ao desenvolvimento físico das mamas durante a 
gravidez, um efeito especial de ambos esses hormônios é inibir a verdadeira secreção de leite. Por outro lado, 
o hormônio prolactina tem o efeito exatamente oposto na secreção de leite, promovendo-a. 
A prolactina é secretada pela hipófise anterior materna, e sua concentração no sangue da mãe aumenta 
uniformemente a partir da quinta semana de gravidez até o nascimento do bebê, época em que já aumentou 
de 10 a 20 vezes o nível normal não grávido. 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMA EXCRETOR 
 
ANATOMIA FUNCIONAL E FORMAÇÃO DA URINA PELOS RINS 
 
A maioria das pessoas está familiarizada com uma função importante dos rins — eliminar do corpo o material 
indesejado que é ingerido ou produzido pelo metabolismo. Uma segunda função, especialmente crítica, é a de 
controlar o volume e a composição dos eletrólitos dos líquidos corporais. Para a água e praticamente todos os 
eletrólitos do corpo, o equilíbrio entre o ganho (devido à ingestão ou à produção pelo metabolismo) e a perda 
(por excreção ou consumo metabólico) é mantido, em grande parte, pelos rins. Essa função regulatória dos 
rins mantém o ambiente interno estável, necessário às células para a realização de suas várias funções. Entre 
elas: 
•Excreção de produtos indesejáveis do metabolismo e de substâncias químicas estranhas. 
•Regulação do equilíbrio de água e dos eletrólitos. 
•Regulação da osmolalidade dos líquidos corporais e da concentração de eletrólitos. 
•Regulação da pressão arterial. 
•Regulação do equilíbrio ácido-base. 
•Regulação da produção de hemácias. 
•Secreção, metabolismo e excreção de hormônios. 
•Gliconeogênese. 
Os rins são os meios primários para a eliminação de produtos indesejáveis do metabolismo que não são mais 
necessários ao corpo. Esses produtos incluem ureia (do metabolismo dos aminoácidos), creatinina (da 
creatina muscular), ácido úrico (dos ácidos nucleicos), produtos finais da degradação da hemoglobina (tais 
como a bilirrubina) e metabólitos de vários hormônios. 
Esses produtos indesejáveis devem ser eliminados do corpo tão rapidamente quanto são produzidos. Os rins 
também eliminam a maioria das toxinas e das outras substâncias estranhas que são produzidas pelo corpo e 
ingeridas, tais como pesticidas, fármacos e aditivos alimentícios. 
Para a manutenção da homeostasia, a excreção de água e eletrólitos deve ser cuidadosamente combinada 
com os respectivos ganhos. Caso o ganho exceda a excreção, a quantidade de água e de eletrólitos no corpo 
aumentará. Caso o ganho seja menor que a excreção, a quantidade de água e de eletrólitos no corpo 
diminuirá. Embora possam ocorrer desequilíbrios temporários (ou cíclicos) de água e eletrólitos em várias 
condições fisiológicas e fisiopatológicas associadas à ingestão alterada ou à excreção renal, a manutenção da 
vida depende da restauração do equilíbrio de água e eletrólitos. 
Os dois rins se situam na parede posterior do abdome, fora da cavidade peritoneal. Cada rim de ser humano 
adulto pesa cerca de 150 gramas e tem o tamanho aproximado de uma mão fechada. O lado medial de cada 
rim apresenta região indentada chamada hilo. Pelo hilo passam a artéria e veia renais, vasos linfáticos, 
suprimento nervoso e o ureter, que carreia urina do rim para a bexiga. Na bexiga, a urina é armazenada e 
periodicamente eliminada do corpo. O rim é revestido por cápsula fibrosa resistente, que protege as estruturas 
internas, que são mais delicadas. Se o rim for cortado de cima para baixo, as duas principais regiões que 
podem ser visualizadas são as regiões do córtex externo e da medula interna. 
A medula é dividida em 8 a 10 massas de tecidos em forma de cone chamados pirâmides renais. A base de 
cada pirâmide se origina no limite entre as regiões cortical e medular e termina na papila, que se projeta para 
o espaço da pelve renal, uma estrutura em 
formato de funil que continua com a extremidade 
superior do ureter. A borda externa da pelve é 
dividida em estruturas de fundo-cego chamadas 
cálices maiores que se dividem em cálices 
menores, que coletam urina dos túbulos de cada 
papila. As paredes dos cálices, da pelve e do 
ureter contêm elementos contráteis que propelem 
a urina em direção à bexiga, onde a urina é 
armazenada até que seja eliminada pela micção. 
 
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Cada rim humano contém cerca de 800.000 a 1 milhão de néfrons, cada um dos quais é capaz de formar 
urina. O rim não pode regenerar novos néfrons. 
Portanto, com a lesão renal, doença ou envelhecimento, o número de néfrons reduz-se gradualmente. Após 
os 40 anos de idade, o número de néfrons funcionais geralmente diminui por cerca de 10% a cada 10 anos; 
dessa forma, com 80 anos, muitas pessoas têm 40% a menos de néfrons funcionais em comparação à idade 
de 40 anos. Essa perda não põe risco à vida, porque alterações adaptativas nos néfrons remanescentes os 
permitem excretar a quantidade apropriada de água, eletrólitos e produtos residuais. 
Cada néfron contém grupo de capilares glomerulares chamado glomérulo, pelo qual grandes quantidades de 
líquido são filtradas do sangue; e longo túbulo, no qual o líquido filtrado é convertido em urina, no trajeto para 
a pelve renal. 
O glomérulo contém rede de capilares glomerulares que se unificam e se anastomosam e que, comparados a 
outros capilares, têm pressão hidrostática alta (cerca de 60 mmHg). Os capilares glomerulares são recobertos 
por células epiteliais, e todo o glomérulo é envolvido pela cápsula de Bowman. 
O líquido filtrado dos capilares glomerulares flui para o interior da cápsula de Bowman e daí para o interior do 
túbulo proximal que se situa na zona cortical renal. A partir do túbulo proximal, o líquido flui para o interior da 
alça de Henle, que mergulha no interior da medula renal. Cada alça consiste em ramos descendente e 
ascendente. As paredes do ramo descendente e da parte inferior do ramo ascendente são muito delgadas e, 
portanto, são denominadas segmento delgado da alça de Henle. Após a porção ascendente da alça ter 
retornado parcialmente de volta ao córtex, as paredes ficam mais espessas e são denominadas segmento 
espesso do ramo ascendente. 
No final do ramo ascendente espesso existe um pequeno segmento que tem em sua parede placa de células 
epiteliais especializadas, conhecidas como mácula densa. Como discutiremos adiante, a mácula densa tem 
um papel importante no controle da função do néfron. Depois da mácula densa, o líquido entra no túbulo distal 
que, como o túbulo proximal, se situa no córtex renal. O túbulo distal é seguido pelo

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