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MARCOS HISTÓRICOS 
 
O termo autismo foi criado em 1908 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler para 
descrever a fuga da realidade para um mundo interior observado em pacientes 
esquizofrênicos. Veja abaixo outros pontos fundamentais da história do autismo. 
 
 1943 - O psiquiatra Leo Kanner publica a obra “Distúrbios Autísticos do Contato 
Afetivo”, descrevendo 11 casos de crianças com “um isolamento extremo desde 
o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação da mesmices”. Ele usa 
o termo “autismo infantil precoce”, pois os sintomas já eram evidentes na 
primeira infância, e observa que essas crianças apresentavam maneirismos 
motores e aspectos não usuais na comunicação, como a inversão de pronomes 
e a tendência ao eco. 
 1944 - Hans Asperger escreve o artigo “A psicopatia autista na infância”, 
destacando a ocorrência preferencial em meninos, que apresentam falta de 
empatia, baixa capacidade de fazer amizades, conversação unilateral, foco 
intenso e movimentos descoordenados. As crianças são chamadas de pequenos 
professores, devido à habilidade de discorrer sobre um tema detalhadamente. 
Como seu trabalho foi publicado em alemão na época da guerra, o relato 
recebeu pouca atenção e, só em 1980, foi reconhecido como um pioneiro no 
segmento. 
 1952 - A Associação Americana de Psiquiatria publica a primeira edição do 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais DSM-1. Referência 
mundial para pesquisadores e clínicos do segmento, este manual fornece as 
nomenclaturas e os critérios padrão para o diagnóstico dos transtornos mentais 
estabelecidos. Nesta primeira edição, os diversos sintomas de autismo eram 
classificados como um subgrupo da esquizofrenia infantil, não sendo entendido 
como uma condição específica e separada. 
 Anos 50 e 60 - Durante os anos 50, houve muita confusão sobre a natureza do 
autismo, e a crença mais comum era de que o distúrbio seria causado por pais 
emocionalmente distantes (hipótese da “mãe geladeira”, criada por Leo Kanner). 
 
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No entanto, nos anos 60, crescem as evidências sugerindo que o autismo era 
um transtorno cerebral presente desde a infância e encontrado em todos os 
países e grupos socioeconômicos e étnico-raciais. Leo Kanner tentou se retratar 
e, mais tarde a teoria mostrou-se totalmente infundada. 
 1965 - Diagnosticada com Síndrome de Asperger, Temple Grandin cria a 
“Máquina do Abraço”, aparelho que simulava um abraço e acalmava pessoas 
com autismo. Ela revolucionou as práticas de abate para animais e suas 
técnicas e projetos de instalação são referências internacionais. Além de prestar 
consultoria para a indústria pecuária em manejo, instalações e cuidado de 
animais, Temple Grandin ministra palestras pelo mundo todo, explicando a 
importância de ajudar crianças com autismo a desenvolver suas potencialidades. 
 1978 - O psiquiatra Michael Rutter classifica o autismo como um distúrbio do 
desenvolvimento cognitivo, criando um marco na compreensão do transtorno. 
Ele propõe uma definição com base em quatro critérios: 
1. Atraso e desvio sociais não só como deficiência intelectual; 
2. Problemas de comunicação não só em função de deficiência intelectual associada; 
3. Comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e maneirismos; 
4. Início antes dos 30 meses de idade. 
 1980 - A definição inovadora de Michael Rutter e a crescente produção de 
pesquisas científicas sobre o autismo influenciam a elaboração do DSM-3. 
Nesta edição do manual, o autismo é reconhecido pela primeira vez como 
uma condição específica e colocado em uma nova classe, a dos Transtornos 
Invasivos do Desenvolvimento (TID). Este termo reflete o fato de que 
múltiplas áreas de funcionamento do cérebro são afetadas pelo autismo e 
pelas condições a ele relacionadas. 
 1981 - A psiquiatra Lorna Wing desenvolve o conceito de autismo como um 
espectro e cunha o termo Síndrome de Asperger, em referência à Hans 
Asperger. Seu trabalho revolucionou a forma como o autismo era 
considerado, e sua influência foi sentida em todo o mundo. Como 
pesquisadora e clínica, bem como mãe de uma criança autista, ela defendeu 
uma melhor compreensão e serviços para indivíduos com TEA e suas 
famílias. Fundou a National Autistic Society, juntamente com Judith Gold, e o 
Centro Lorna Wing. 
https://autismoerealidade.org.br/2019/07/12/temple-grandin-especialista-em-manejo-de-gado-com-fama-internacional/
 
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 1988 - O psicólogo Ivar Lovaas publica um estudo sobre a análise do 
comportamento, demonstrando os benefícios da terapia comportamental 
intensiva. Dezenove crianças autistas entre 4 e 5 anos foram submetidas a 40 
horas de atendimento e, depois de dois anos, o QI delas havia aumentado 20 
pontos em média. Durante os anos 1980 e 1990, a terapia comportamental e 
os ambientes de aprendizagem altamente controlados emergem como os 
principais tratamentos para o autismo e condições relacionadas. 
 1988 - Sucesso de bilheteria, Rain Man torna-se um dos primeiros filmes 
comerciais a caracterizar um personagem com autismo. Embora o filme tenha 
sido fundamental para aumentar a conscientização e sensibilizar a opinião 
pública sobre o transtorno, ele também contribuiu para a interpretação 
incorreta de que todas as pessoas com TEA também possuem habilidades 
“savant” (disfunção cerebral rara em que a pessoa apresenta aptidões 
altamentes desenvolvidas em certas áreas). 
 1994 - Novos critérios para o autismo foram avaliados em um estudo 
internacional multicêntrico, com mais de mil casos analisados por mais de 100 
avaliadores clínicos. Os sistemas do DSM-4 e da CID-10 (Classificação 
Estatística Internacional de Doenças) tornaram-se equivalentes para evitar 
confusão entre pesquisadores e clínicos. A Síndrome de Asperger é 
adicionada ao DSM, ampliando o espectro do autismo, que passa a incluir 
casos mais leves, em que os indivíduos tendem a ser mais funcionais. 
 1998 - A revista Lancet publicou um artigo do cientista Andrew Wakefield, no 
qual afirmava que algumas vacinas poderiam causar autismo. Este estudo foi 
totalmente desacreditado por outros cientistas e descartado. Em maio de 
2014, o cientista perdeu seu registro médico. A revista Lancet também se 
retratou e retirou o estudo de seus arquivos pela falta de comprovação dos 
resultados. Mais de 20 estudos seguintes mostraram que a associação da 
vacina ao autismo não tem fundamento. Saiba mais no blog. 
 2007 - A ONU instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da 
Conscientização do Autismo para chamar atenção da população em geral 
para importância de conhecer e tratar o transtorno, que afeta cerca de 70 
milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Organização Mundial de 
Saúde. Em 2018, o 2 de abril passa a fazer parte do calendário brasileiro 
oficial como Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo. 
https://autismoerealidade.org.br/2019/08/23/savant-a-sindrome-da-genialidade/
https://autismoerealidade.org.br/2019/03/25/vale-sempre-lembrar-vacina-nao-causa-autismo/
 
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 2012 - É sancionada, no Brasil, a Lei Berenice Piana (12.764/12), que instituiu 
a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do 
Espectro Autista. Este foi um marco legal relevante para garantir direitos aos 
portadores de TEA. A legislação determina o acesso a um diagnóstico 
precoce, tratamento, terapias e medicamento pelo Sistema Único de Saúde; à 
educação e à proteção social; ao trabalho e a serviços que propiciem a 
igualdade de oportunidades. 
 2013 - O DSM-5 passa a abrigar todas as subcategorias do autismo em um 
único diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os indivíduos são 
agora diagnosticados em um único espectro com diferentes níveis de 
gravidade.A Síndrome de Asperger não é mais considerada uma condição 
separada e o diagnóstico para autismo passa a ser definido por dois critérios: 
as deficiências sociais e de comunicação e a presença de comportamentos 
repetitivos e estereotipados. 
 2014 - O maior estudo já realizado sobre as causas do autismo revelou que 
os fatores ambientais são tão importantes quanto a genética para o 
desenvolvimento do transtorno. Isto contrariou estimativas anteriores, que 
atribuíam à genética de 80% a 90% do risco do desenvolvimento de TEA. 
Foram acompanhadas mais de 2 milhões de pessoas na Suécia entre 1982 e 
2006, com avaliação de fatores como complicações no parto, infecções 
sofridas pela mãe e o uso de drogas antes e durante a gravidez. 
 2015 - A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência 
(13.145/15) cria o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que aumenta a 
proteção aos portadores de TEA ao definir a pessoa com deficiência como 
“aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial”. O Estatuto é um símbolo importante na defesa da 
igualdade de direitos dos deficientes, do combate à discriminação e da 
regulamentação. 
 
Para mais informações acesse o link O que é o Autismo? 
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/1033668/lei-12764-12
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/1866100
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/205855331/lei-13145-15
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/205855331/lei-13145-15
https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/

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