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Improbidade administrativa → A ação de improbidade é uma ação civil. → Não há foro por prerrogativa de função, que só se aplica para ações penais. → A competência para legislar sobre improbidade administrativa é privativa da União. → A Lei de Improbidade Administrativa é aplicada para todos os entes da federação. * O dolo é elemento necessário para configuração da improbidade em qualquer de suas modalidades, não mais se admitindo a figura da culpa. * Somente haverá improbidade administrativa quando, na conduta funcional do agente público, for comprovado o fim de obter um proveito ou benefício indevido para si mesmo ou para outra pessoa. 1. Sujeito passivo Poder Executivo, Legislativo, Judiciário, administração direta e indireta; Entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais; Entidades privadas, independentemente de integrarem a Administração indireta, para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual (ex: OSCIP; OS). ⤿ Nesse caso, o ressarcimento de prejuízos se limitará à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 2. Sujeito ativo Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente → O particular pode responder por atos de improbidade administrativa, quando induz ou concorre dolosamente para a prática do ato. § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. → As sanções de improbidade não se aplicarão à PJ, caso o ato de improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei Anticorrupção. * É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. * Não há litisconsórcio passivo necessário entre o agente público e o particular. → Empregados e dirigentes de concessionárias e permissionárias de serviços públicos não se sujeitam à LIA. → O estagiário que atua no serviço público, ainda que transitoriamente, remunerado ou não, está sujeito à LIA. → Os agentes políticos, com exceção do Presidente, encontram-se sujeitos ao duplo regime sancionatório, se submetendo tanto à responsabilização civil por atos de improbidade quanto à responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. → O sucessor ou herdeiro daquele que causar dano ao erário ou se enriquecer ilicitamente está sujeito apenas à obrigação de repará-lo, até o limite do valor da herança. → A responsabilidade sucessória também será aplicada nas hipóteses de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão societária. ⤿ Nos casos de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de reparação integral do dano, até o limite do patrimônio transferido. 3. Enriquecimento ilícito Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. → No enriquecimento ilícito, eu ME beneficio. Verbos: receber, perceber, utilizar, adquirir, usar, incorporar. → A conduta é comissiva. → O dano ao erário é dispensável. 4. Dano ao erário Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei § 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. § 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica não acarretará improbidade administrativa, salvo se comprovado ato doloso praticado com essa finalidade. → No dano ao erário, eu beneficio ALGUÉM. Verbos: permitir, facilitar, concorrer, doar, agir, conceder. → Exige a efetiva e comprovada perda patrimonial do ente público, inclusive no caso de fraude à licitação (superação do entendimento do STJ). → A conduta pode ser comissiva ou omissiva. → O antigo art. 10-A se tornou o inciso XXII, modalidade de dano ao erário (conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem...). 5. Violação a princípios Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: * O rol do art. 11 é taxativo, diferente dos artigos anteriores, que trazem rol exemplificativo. → O pressuposto exigível é a violação dos princípios administrativos, sendo dispensáveis o enriquecimento ilícito ou o dano ao erário. → A conduta pode ser comissiva ou omissiva. * Atenção: - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva: DANO AO ERÁRIO; - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso público, chamamento ou procedimento licitatório, visando à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros: VIOLAÇÃO A PRINCÍPIOS. 6. Sanções ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DANO AO ERÁRIO VIOLAÇÃO DE PRINCÍPIOS Perda dos bens ou valores acrescidos Perda dos bens ou valores acrescidos x Perda da função pública Perda da função pública x Suspensão dos direitos políticos por até 14 anos Suspensão dos direitos políticos por até 12 anos x Multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial Multa civil equivalente ao valor do dano Multa civil de até 24x o valor da remuneração Proibição de contratar com o Poder Público por prazo não superior a 14 anos Proibição de contratar com o Poder Público por prazo não superior a 12 anos Proibição de contratar com o Poder Público por prazo não superior a 4 anos → A sanção de perda da função atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agente público detinha com o Poder Público na época do cometimento da infração. Superado o entendimento do STJ que o agente público perderia a função que estivesse ocupando no momento do trânsito em julgado. → A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade. → Todas as sanções de improbidade só podem ser executadas com o trânsito em julgado da sentença condenatória. → O juiz não precisa aplicar todas as penalidades, que podem ser aplicadas de forma isoladaou cumulativa. → O juiz poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos. ⤿ O afastamento será de até 90 dias, prorrogáveis uma única vez por igual período. 7. Procedimento administrativo e judicial → Quanto ao procedimento administrativo, qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação. → Quanto ao procedimento judicial, a ação de improbidade será proposta pelo MP, não havendo mais a legitimidade concorrente entre MP e a Fazenda Pública. → Não há mais a defesa prévia. → Não haverá remessa necessária das sentenças de improbidade. → A ação para aplicação das sanções dos atos de improbidade prescreve em 8 anos. Contudo, o STF entende que são imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na LIA.
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