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Nome: Sandy Maria Aparecida Ximenes Barros Estudo Dirigido – Acidente Vascular Encefálico (AVE) O AVE é considerado uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. É referido como a principal causa de morte em pessoas acima de 60 anos e a principal causa de incapacidade a longo prazo, com um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes, da família e dos serviços de saúde. Segundo a OMS, o AVE refere-se ao desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais e/ou globais da função cerebral, com sintomas de origem vascular que tem a duração igual ou superior a 24 horas, provocando alterações nos planos cognitivos e sensório-motor, de acordo com a área e a extensão da lesão. Em alguns casos, o AVE pode levar o paciente a óbito. QUADRO CLÍNICO: A orientação geral é que a pessoa que apresente sinais e sintomas como diminuição da sensibilidade e/ou fraqueza que tenha começado de forma súbita na face, braço e/ou perna, especialmente se unilateral, confusão mental, dificuldade para falar ou compreender o que é dito e que tenha começado de forma súbita, alterações visuais em um ou ambos os olhos de instalação súbita, dificuldade para andar, perda de equilíbrio e/ou da coordenação iniciados de forma súbita, dor de cabeça intensa e sem causa conhecida também de instalação súbita, deve ser levada para o atendimento emergencial imediatamente, uma vez que tais sinais e sintomas são sugestivos de um AVE. FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA: O acidente vascular cerebral pode ser classificado como Isquêmico ou Hemorrágico. Isquêmico: O AVE Isquêmico é causado por uma obstrução súbita do fluxo arterial encefálico. Sua origem pode ser trombótica ou embólica, e o que difere os dois é a origem do trombo que ocasionou a obstrução. No trombótico, o trombo é formado na própria artéria envolvida no acidente vascular encefálico e já no embólico, o trombo se desloca de outra região pela circulação sanguínea até impactar na artéria cerebral. Hemorrágico: O AVE hemorrágico pode ocorrer de duas formas: Hemorragia Intraparenquimatosa ou Hemorragia Subaracnóidea. A Hemorragia Intraparenquimatosa é causada pela ruptura de pequenas artérias perfurantes, ocasionando sangramento dentro do parênquima cerebral, o que acaba provocando um edema/inchaço nas estruturas locais que levará a lesão neurológica. O principal fator de risco associado é a hipertensão arterial sistêmica. A Hemorragia subaracnóidea, normalmente esta relacionada a ruptura de aneurismas e malformações arteriovenosas o que acarreta em um sangramento no espaço subaracnóideo. Em ambos os casos, a extensão das sequelas esta relacionada ao território vascular comprometido pela lesão, com sintomas específicos e característicos de cada artéria cerebral envolvida. TRATAMENTO MÉDICO: É extremamente importante que o fluxo sanguíneo seja restaurado ao cérebro o mais rápido possível. Sem oxigênio e nutrientes importantes, as células cerebrais afetadas são danificadas ou morrem em poucos minutos. Uma vez que as células cerebrais morrem, elas geralmente não se regeneram, resultando assim em deficiências físicas, cognitivas e mentais. Por esse motivo, é tão importante chegar ao pronto socorro imediatamente se a pessoa estiver sofrendo um AVE. Pode ser necessário o uso de medicamentos nas primeiras 3 horas após o inicio dos sintomas. No hospital, a equipe médica precisa inicialmente descartar outras condições que podem ter causado os sintomas, como por exemplo: Convulsão, enxaqueca, baixo açúcar no sangue ou problemas cardíacos. Em seguida, são realizados exames de sangue e exames de imagem para descobrir qual foi o tipo de AVE que a pessoa sofreu e o tratamento especifico depende do tipo de AVE que está ocorrendo. Isquêmico: No caso de AVE do tipo isquêmico, um medicamento com função de dissolver coágulos sanguíneos, chamado ativador do plasminogênio (rt-PA), é administrado por uma via intravenosa. O recomendado é que esse tratamento seja realizado dentro de 3 horas após o inicio dos sintomas. Alguns pacientes não podem receber rt-PA, pois têm alto risco de sangramento, nesses casos outros medicamentos para fluidificar o sangue ou evitar que os coágulos fiquem maiores são administrados. Outra opção é remover o coágulo, neste caso, um dispositivo chamado Stent é inserido na artéria para retirá-lo com a ajuda de um tubo de sucção. Hemorrágico: No caso de AVE do tipo hemorrágico, o objetivo é controlar o sangramento, e em seguida identificar o que causou esse AVE. A principal razão do AVE hemorrágico é a pressão alta descontrolada, e se esse for o caso, são administrados medicamentos para abaixar a pressão. Agora, se o AVE foi causado por um aneurisma, a equipe médica pode usar um clipe para prender o vaso rompido ou inserir uma pequena bobina através dele, que ajuda a evitar que o vaso sanguíneo se rompa novamente. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: Existem 3 fases que ocorrem logo após um AVE que são conhecidos como os 3 estágios de recuperação pós AVE, são eles: Estágio Flácido: Ocorre uma hipotonia onde há perda motora geral e sensorial severa. Todo o hemicorpo do paciente fica acometido e ele não consegue se manter em pé por causa da fraqueza e hipotonia. Estágio de Recuperação: É o momento em que há uma evolução de hipotonia para um tônus normal. Geralmente essa evolução acontece da região distal para a região proximal. Estágio Espástico: Evolução para hipertonia com espasticidade. Há uma recuperação inicial dos movimentos proximais dos membros. O nível de espasticidade vai variar de acordo com o nível e a extensão da lesão do SNC. Fisioterapia Respiratória para pacientes com AVE: Na fase aguda em pacientes inconscientes, o objetivo é prevenir retenção e acúmulo de secreções, atelectasias e broncopneumonias, utilizando manobras de higiene brônquica, drenagem postural e aspiração. Mudanças de decúbito também são necessárias para prevenção de escaras e contraturas articulares. Na fase aguda em pacientes conscientes, o objetivo é prevenir retenção e acúmulo de secreções, prevenir atelectasias e prevenir pneumonias. As técnicas de higiene brônquica podem ser utilizadas, e como o paciente esta consciente a retirada das secreções pode ser feita através de tosse espontânea. Realizar exercícios ativos com o paciente sentado ou em pé fora do leito e exercícios respiratórios para fortalecimento dos músculos expiratórios. Já a Fisioterapia Motora para pacientes com AVE: Na fase aguda em pacientes inconscientes os objetivos são manter ou ganhar ADM, prevenir e/ou tratar subluxação de ombro, prevenir contraturas e deformidades, prevenir úlceras de decúbito, prevenir a evolução da síndrome do imobilismo e prevenir a trombose venosa profunda. Na fase aguda em pacientes conscientes os objetivos são manter ou ganhar ADM, tratar e/ou prevenir a subluxação de ombro, prevenir contraturas e deformidades, prevenir dores articulares, ganhar força muscular, melhorar a propriocepção, melhorar o equilíbrio e normalizar o tônus muscular. Já na fisioterapia na fase tardia, os principais objetivos da fase aguda se mantém mas também temos como objetivo, normalizar o tônus do hemicorpo acometido, treinar as AVDS, treinar a marcha, treinar a propriocepção e o reaprendizado motor. Bibliografia: Livro Fisioterapia Neurofuncional; Editora Sanar. SCHENKMAN, M et al. Neurociência clínica e reabilitação. 1ªed. São Paulo: Manole, 2016. 731p. https://www.scielo.br/j/anp/a/yhc4kqfBPhSgfBPDBMZt7jx/?lang=pt https://blogfisioterapia.com.br/tratamento-do-avc/ https://www.scielo.br/j/anp/a/yhc4kqfBPhSgfBPDBMZt7jx/?lang=pt https://blogfisioterapia.com.br/tratamento-do-avc/
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