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1 Carolina Gondim – 5º semestre (2020.2) Acidente Vascular Encefálico EPIDEMIOLOGIA Cenário AVC no Brasil e no Mundo • É a segunda causa mais comum de mortes; • 1ª causa de sequela irreversível no mundo; • Ocorre 1 caso de AVC a cada 53 segundos (USA) – Extremamente prevalente; • No geral, é mais prevalente em homens até uma determinada idade. A partir de 75-80 anos, a prevalência entre homens e mulheres se torna igual. FATORES DE RISCO São os mesmos da doença aterosclerótica: tabagismo, hipertensão, dislipidemia, DM, uso de álcool, doenças cárdicas, falta de exercício físico, dieta inadequada População mais atingida pelo AVC Onde estamos? Quais problemas ainda enfrentamos? • População mal informada: muitas pessoas não entendem a urgência de levar um familiar com o quadro neurológico súbito para o hospital • Procura por auxílio médico tardio: “tempo é tecido” – não dá para perder tempo • Hospitais mal preparados • Visão fatalística: “Paciente com AVC? Ah já foi” – NÃO É ISSO! EXISTE CHANCE DE RECUPERAÇÃO • Desinteresse do Setor Público: é um paciente que custa caro AVC OU AVE? O termo correto é AVE, porque não é só o cérebro que sofre eventos isquêmicos ou hemorrágicos. Entretanto, AVC é um termo já “consagrado”. CLASSIFICAÇÃO 1. ISQUÊMICO (80%): MAIS COMUM Fisiopatologia: existe uma interrupção do fluxo sanguíneo e, portanto, uma região do cérebro sofre uma lesão isquêmica que pode evoluir com necrose. • Isquemia = célula sofrendo por falta de oxigênio, reversível • Necrose = célula morreu por causa de um processo isquêmico, irreversível Existem algumas formas do AVC isquêmico ocorrer: • Trombótico: em uma artéria do SNC é formado um trombo (coágulo) que obstrui a artéria e causa a isquemia. o Principal causa: Aterosclerose o O trombo pode ocorrer nos grandes vasos ou nos pequenos vasos do cérebro. São diferentes causas, tratamentos e desfechos para os diferentes tamanhos desses vasos: ▪ Grandes vasos: aterosclerose (mais comum), vasoconstricção, dissecção, vasculite, displasia fibromuscular. Exemplos de vasos: Extra cranianos (carótida comum e interna, vertebrais) e Intracerebrais (Polígono de Wilis e ramos proximais) ▪ Pequenos vasos: são o sistema arterial intracerebral. É decorrente, geralmente, de uma lipo hialinose (deposito lipídico hialino causado por HAS descontrolada durante muitos anos), ateromatose; ▪ Sintomas podem não ser máximos no início, flutuantes, escalonado; 2 Carolina Gondim – 5º semestre (2020.2) As clínicas do AVC trombótico e embólico são parecidas: sintomas neurológicos súbitos, focais (no local que está sofrendo a isquemia). Clínica diferente: quadro neurológico mais difuso (isquemia global do cérebro). • Embólico: o trombo, formado em algum outro lugar do corpo, solta um êmbolo e chega nas artérias cerebrais (Por que o AVC cardio-embólico é mais comum? Por uma questão anatômica); o Coração/ aorta: causas → FA valvopatia, flutter, IAM prévio, ICC, endocardite, cardiomiopatia dilatada, tumores, aneurisma, FO patente, ateromatose de aorta; o Outras artérias: mais raro (embolia arterio arterial → ocorre, por exemplo, quando o paciente tem uma placa de ateroma na carótida comum (até então insuficiente para causar obstrução nessa artéria) e essa placa solta um êmbolo que entope uma outra artéria); o Muitas vezes a fonte é desconhecida; o Sintomas geralmente são máximos no início do quadro. • Hipoperfusão sistêmica: Não ocorre uma obstrução no vaso, mas a baixa perfusão é tão grande que não é possível chegar sangue no cérebro (Exemplos: paciente chocado, muito hipotenso → Pacientes que já estão criticamente doentes) o Redução global do fluxo sanguíneo; o Falência cardíaca, TEP, sangramento; o Sintomas neurológicos geralmente difusos; o Outras evidencias anteriores a hipoperfusão – ele tem outro motivo para fazer a hipoperfusão; ACIDENTE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO • Sintomas temporários, reversão espontânea • Os sintomas podem melhorar até 24 horas: o Habitualmente (na prática clínica), os sintomas melhoram em 1-2 horas o Sem danos permanentes o O que ocorre? Dissolução do trombo/êmbolo, melhora de vasoespamo, circulação cerebral • Risco de AVE • O AIT não precisa de terapia embolítica. Problema? Janela de tempo curta para fazer a terapia trombolítica em casos de AVC. Sendo assim, o médico vai esperar 24 horas para classificar como AIT? NÃO NÉ QUERIDA! Se um paciente é hospitalizado e, a partir de 1-1,5 hora, não apresenta sinal de melhora ou o quadro piora, é pouco provável que seja AIT. 2. HEMORRÁGICO (20%) Potencialmente mais catastrófico Fisiopatologia: quando existe uma ruptura de um vaso sanguíneo Tipos: • Hemorragia intracerebral: quando ocorre o rompimento de uma artéria localizada dentro do cérebro rompe e sangra; o Sangramento no parênquima o Geralmente ocorre em arteríolas ou pequenas artérias que estão frágeis por conta da HAS. Atenção: o que causa a degeneração arterial é a HAS crônica, NÃO É UM PICO DE PRESSÃO que irá causar o AVC no paciente. o O principal problema desse AVC é o hematoma. Por quê? O crânio possui um espaço fixo e limitado (a cabeça não é o abdome, não expande), ou seja, se o cérebro inchar, ou se surgir qualquer anomalia que ocupe um espaço dentro da cabeça, ocorrerá um aumento significativo da pressão intracraniana e, portanto, poderá levar o paciente à óbito. o Causas: HAS, trauma, diátese hemorrágica, drogas, malformações vasculares. o Sintomas iniciais provenientes da área que contém o hematoma o Piora progressiva dos sintomas com o aumento do hematoma - pode ocorrer isquemia secundaria “Se tem um vaso que rompeu, alguma área do cérebro não está recebendo sangue, então ocorre a isquemia.” o Relembrando: Pode evoluir para hipertensão intracraniana (sinais: cefaleia, vômitos, redução do nível de consciência) 3 Carolina Gondim – 5º semestre (2020.2) OBS: A clínica do AVC hemorrágico é muito parecida com a do AVC isquêmico trombótico e embólico - sintomas neurológicos súbitos, focais (portanto não existe diferença clínica suficiente para fazer diagnostico diferencial sem exame de imagem). • Hemorragia Subaracnóide: vasos do espaço subaracnóideo podem ter má formações que são capazes de romper (aneurisma, fistulas arteriovenosas) – é formado entre as meninges. o Liberação de sangue diretamente no LCR – sob pressão o O sangramento geralmente dura apenas alguns segundos o Ressangramento é comum e ocorre mais frequentemente no primeiro dia o Pode ter um rápido aumento da pressão intracraniana o Início abrupto dos sintomas e depois podem vir sintomas mais difusos chamados de “perda de função” (memória, foco, joelhos cedem o Cefaleia súbita e muito intensa, vômitos o Ausência de sinais focais importantes o Primeira coisa que o paciente reclama: cefaleia súbita intensa (“a pior dor de cabeça da minha vida” – é o sintoma mais comum, não tem uma característica especifica, vem por causa de um aumento de pressão) – e de repente o paciente desmaia. SINAIS E SINTOMAS É que o necessário suspeitar que esteja ocorrendo uma lesão vascular no SNC a partir do momento que é identificado qualquer sintoma neurológico focal de início súbito. • Perda súbita de função cerebral focal; • Perda súbita de força em um lado do corpo na face (desvio da boca para um lado); • Perda repentina de sensibilidade em um lado do corpo; • Perda da visão súbita; • Confusão mental súbita; • Perda de fala ou dificuldade repentina de falar ou compreender; • Dificuldade para caminhar; • Dor de cabeça súbita, forte, sem nenhuma causa aparente; • Coma, convulsão,respiração difícil; “Perda súbita de força em membro + afasia ou disartria ou desvio de comissura = AVC ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO!” PARALISIA FACIAL As paralisias faciais podem ser divididas em dois grandes grupos: paralisia facial central (PFC) ou supranucelares e paralisia facial periférica (PFP), sendo as nucleares e infranucleares. As supranucleares consistem em lesões dos neurônios motores piramidais do córtex frontal (responsáveis pelos movimentos voluntários), que chegam aos núcleos motores do facial ipsi (parte superior da face) e contralateralmente (parte superior e inferior). CENTRAL Alteração no nervo facial na via motora central, antes das vias piramidais. Manifesta-se pela perda dos movimentos voluntários no terço inferior de uma hemiface contralateral à lesão. Na Paralisia Facial Central não há acometimento das secreções salivares e lacrimais, além da gustação. PERIFÉRICA Refere-se ao acometimento do nervo facial (VII nervo craniano) em qualquer ponto de seu trajeto, que se inicia a http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/vii_nervo_craniano.htm http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/vii_nervo_craniano.htm 4 Carolina Gondim – 5º semestre (2020.2) partir de seu núcleo, localizado na ponte, e vai até as suas ramificações mais distais. • A causa mais comum de PFP é a forma idiopática, também conhecida por paralisia de Bell, cuja incidência é de 20 a 30 casos por 100 mil habitantes por ano e que responde por cerca de 70% de todos os casos de PFP. Ambos os sexos são afetados igualmente, e a idade média de ocorrência é por volta dos 40 anos • A causa da paralisia de Bell permanece desconhecida, embora exista certa tendência a vinculá-la à infecção pelo herpes vírus simples do tipo 1. • O sinal de Bell caracteriza-se pelo deslocamento do globo ocular para cima e para fora na tentativa de fechamento com força do olho, que é incompleto em decorrência da fraqueza do músculo orbicular da pálpebra PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA (PFP) X CENTRAL Classicamente, a PFP acomete toda a hemiface, enquanto a paralisia facial central poupa a metade superior da face. Isso ocorre em virtude da dupla inervação do andar superior da hemiface, pois há fibras córtico-nucleares provenientes de ambas as metades do córtex que se dirigem para cada um dos núcleos do nervo facial DIAGNÓSTICO DIERENCIAL – AVC • Paralisia de Bell (paralisia facial periférica); • Enxaqueca: pacientes que tem enxaqueca muito grave podem ter sintomas neurológicos durante esse sintoma, como a amaurose; • Paralisia de Todd (pós-ictal) após convulsão; • Encefalopatia hipertensiva, metabólica ou toxica; • Esclerose múltipla; • Sincope (de outra etiologia); • Infecção sistêmica ou do SNC (encefalites); • Amnesia global transitória; • Tumor ou abscessos cerebrais; • TCE; • Conversão (síndrome conversiva-dissociativa); • Hipoglicemia – paciente que tem diabetes e usa insulina; ABORDAGEM INICIAL Frase de guerra: “TEMPO É TECIDO!” • Avaliação neurológica imediata (<25min) • História e exame físico o História curta e direta! “Tempo dos sintomas? O que está acontecendo? Sintomas associados? Patologias associadas? Usa algum remédio? Tem alguma alergia?” • Rever início do quadro (<4,5h para trombólise); o Lembre-se: se o paciente acordou com os sintomas, o tempo de janela será contabilizado a partir da última vez em que ele foi visto acordado e bem! • Exame neurológico: qual o grau de gravidade? o Nível de consciência (escala de coma de Glasgow) – se o paciente está em coma, para tudo e intuba; o Nível de gravidade do AVC (escala NIH) – dependendo do nível de gravidade, pode contraindicar trombólise (muito discreto ou muito catastrófico); • TC de crânio urgente (sem contraste) – paciente hemodinamicamente estável que não vai morrer nos próprios 5min; o Se não for possível fazer a TC, não vai ser possível fazer a trombólise, porque o AVC pode ser hemorrágico! • Raio x lateral de coluna cervical (se coma/trauma). OBJETIVOS PRINCIPAIS • Garantir estabilidade clínica (via aérea, respiração, circulação); • Reverter rapidamente fatores de piora (hiperglicemia? febre?); • Fazer exame de imagem para descobrir se: Isquêmico x hemorrágico. Indicação de trombólise ou trombectomia? • Diagnostico fisiopatológico específico (ex: cardioembolico por causa de uma FA com um http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/paralisia_de_bell.htm http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/herpes_virus.htm http://www.medicinanet.com.br/pesquisas/sinal_de_bell.htm 5 Carolina Gondim – 5º semestre (2020.2) trombo no coração) – depois que resolve o AVC, trata isso; HISTÓRIA E EXAME FÍSICO • Confirmar a suspeita de AVE – pesquisar diagnósticos diferenciais; • TEMPO DOS SINTOMAS!!!!!! – Janela terapêutica – que horas foi que começou? “Paciente foi dormir 22h e quando acordou já estava assim” – que horas os sintomas começaram? Às 22h!!!!! • Se você não sabe que horas o paciente começou os sintomas – considera a última hora que o paciente foi visto bem! • Definir: Hemorragia x Isquemia o Clínica ajuda, mas geralmente não é o suficiente o IMAGEM assim que possível. A TC geralmente é a mais feita porque é mais acessível. o Lembre-se: na fase aguda não estamos procurando isquemia, estamos procurando sangramento! A isquemia demora algumas horas para aparecer na TC. Por isso, ao não identificar sangue no exame de imagem, trate como isquêmico! • Investigar contraindicações de trombólise: o Critérios de inclusão: ▪ Diagnóstico clínico de AVEi ▪ Sintomas <4,5h ▪ Com pelo menos 18 anos o Critérios de exclusão: ▪ Paciente que teve ave isquêmico ou TCE nos últimos 3 meses ▪ Paciente que já sangrou dentro da cabeça ▪ Paciente que tem tumor em SNC ▪ Paciente que tem neoplasia gastrointestinal ou hemorragia gastrointestinal nos últimos 21 dias ▪ Paciente que fez cirurgia de SN nos últimos 3 meses ▪ Paciente com sintomas sugestivos de hemorragia subaracnóidea ▪ Paciente que não consegue baixar a pressão para abaixo de 185/110mmHg ▪ Paciente com hemorragia interna aguda ▪ Paciente com suspeita de endocardite infecciosa (não pode trombolizar se o êmbolo for infeccioso) ▪ Paciente com dissecção de aorta o Outros critérios de exclusão: ▪ Hematológicos: • Plaquetas < 100.000 • Terapia anticoagulante com RNI> 1,7; TP > 15 SEG; TTPa > 40 seg • Doses terapêuticas de heparina nas 24 h “Atenção: você não precisa esperar um hemograma ou um TP ou um RNI para fazer uma trombólise, porque tempo é tecido e não tempo para atraso! A espera só deve ocorrer se você estiver diante de um paciente que usa anticuagulante ou estiver com sinais clínicos de hemorragia!” ▪ Imagem: • Evidência de hemorragia • Áreas extensas de hipodensidade óbvia compatível com lesão irreversível; SINAIS VITAIS • Pressão arterial – MUITA ATENÇÃO! o Habitualmente elevada – Geralmente é uma resposta compensatória, porque no paciente com AVC ocorre um aumento da PIC devido a um edema gerado pela isquemia (o cérebro perde a capacidade do autocontrole da perfusão – perfusão intracerebral depende da PA – por isso ela se eleva, para manter a perfusão intracraniana, e é essa PA elevada que mantem a perfusão da área de penumbra); o Resposta compensatória ao aumento da pressão intracraniana; o Cuidado ao baixar a PA!!!! – Nem tanto, nem tão pouco; • Respiração 6 Carolina Gondim – 5º semestre (2020.2) o AVE ou HIC podem reduzir drive respiratório o Obstrução de via aérea; o Hipoventilação → Gera aumento de CO2 (hipercapenia) → Vasodilatação → Edema cerebral → Aumento da PIC o O2 suplementar se a saturação estiver < 94% “Portanto, se o paciente estiver com sinais de hipoventilação ou com obstruçãode vias áreas, é necessário fazer tudo para impedir esse aumento de CO2, inclusive entubar o paciente! Agora, se o paciente está consciente, não diminuição do drive respiratório, é possível suplementar o O2 com cateter, entretanto, essa suplementação só será necessária se a saturação do paciente estiver <94%”. • Temperatura, glicemia capilar o Febre piora isquemia: manter paciente em normotermia o Avaliação cuidadosa da glicemia: hipoglicemia piora, hiperglicemia também pode piorar, mas deve ser mais permissivo com a hiper, tolera em até 180 • Palpar pulsos o Se o pulso de um lado está cheio e o outro fino – pode ter dissecção de aorta • Ausculta cardiovascular e pulmonar: para ver se tem FA, sopro • Sinais de trauma • Sinais de endocardite, púrpura, equimoses, cirurgia recente • Sinais de isquemia distal, TVP • Exame neurológico • Topografar lesão, confirmar dados de história o Escalas de Glasgow, Cincinnati, NIHSS TESTES INICIAIS ✓ URGENTE: o Sat O2, HGT, TC/RNM ✓ IMEDIATO: o ECG, hemograma, troponina, coagulograma o Não devem atrasar a imagem o Não devem atrasar a trombólise (a menos que haja suspeita – se o paciente tiver alguma coagulopatia ou usar varfarina – vai ter que esperar o coagulograma) ✓ Demais exames o Caso a caso MANEJO INCIAL O paciente chegou... • TEMPO É TECIDO; • História, exame físico, glicemia, satO2, TC sem contraste; • Demais exames complementares • Monitorização e reavaliação constantes → porque o quadro dele pode mudar ÁREA DE PENUMBRA • É o tecido neuronal em risco, porém ainda viável • Em vermelho, é a área que necrosou, porém, o sintoma neurológico do paciente muitas vezes é maior do que a área que morreu – porque o paciente começa a ter sintomas na hora da isquemia; • O tecido começa a morrer do centro para a periferia → Se você resolve o problema, consegue salvar a área de penumbra – talvez ele até fique com alguma sequela, mas muito menor do que a que ele está nesse momento. PRETO: área isquêmica / BRANCO: área necrosada ALGUMAS IMAGENS... AVC hemorrágico Lembre-se: Se você fez a TC do paciente, que teve o início dos sintomas há 2,5h e ela veio normal, está afastado AVC isquêmico? NÃO!!! A TC no início dos sintomas no AVC isquêmico pode vir normal A isquemia fica hipodensa e o sangue hiperdenso – o exame de imagem não é para diagnosticar isquemia, é para afastar hemorragia 7 Carolina Gondim – 5º semestre (2020.2) • Presença de desvio de linha média • Ventrículos comprimidos • Clínica de HIC • Contraindicação de trombólise AVCs isquêmicos • Lembre-se que não teremos essa imagem na primeira tomografia, apenas após algumas horas • Presença de edema → maçaroca preta • Perda da definição dos sulcos • Desvio de linha média • AVC isquêmico com uma complicação hemorrágica MANEJO INCIAL • O2 se necessário: da forma que o paciente precisar • Dieta zero: até passar a fase aguda • Hidratação: o Individualizado. o Solução salina isotônica. o Evitar desidratação, evitar água livre, evitar solução com glicose – PARA NÃO MEXER NA OSMOLARIDADE PLASMÁTICA o Evitar solução hipotônica – risco de edema cerebral • Glicemia o Evitar hipo. Tolerar hiper (manter <180) • Cabeceira do paciente a 30 graus; • Temperatura; o Investigar causa de febre; o Manter normotermia; • Encaminhar para unidade especializada; MANEJO DA PRESSÃO ARTERIAL • Condutas diferentes se for AVCh ou AVCi; o Isquêmico: A PA elevada é que está conduzindo a perfusão da área de penumbra (compensação), se baixar demais a PA, paciente sofre prejuízo; o Hemorrágico: se não baixar a PA, o paciente pode sangrar de novo. • Há indicação de trombólise? o AVEi com indicação de trombólise ▪ Sistólica igual ou inferior a 185 mmHg, diastólica igual ou inferior a 110 mmHg; “E como fazer isso? Ataques bolos repetidos de anti- hipertensivo endovenoso!” 8 Carolina Gondim – 5º semestre (2020.2) ▪ Após trombólise: 180/105 por 24 horas; ▪ Resumindo: Então, se é um paciente com AVC isquêmico, com indicação de trombólise – tem que baixar a pressão dele até 185/110mmHg. Depois da trombólise, mantem elevada por umas 24h. o AVEi sem indicação de trombólise; ▪ Tolerar PA elevada ▪ Só tratar se > 220/120 mmHg (15% nas 24h) ▪ Resumindo: Se é um AVC isquêmico sem indicação de trombólise, mantem a PA elevada, a menos que esteja maior que 220/120 → abaixa 15% nas primeiras 24h → NÃO PODE BAIXAR DEPRESSA o AVCh por hemorragia intracerebral ▪ Se PAS 150-220, reduzir para 140 mmHg ▪ Se PAS > 220, redução agressiva até 140 o AVCh por HSA (subaracnóidea) ▪ O tratamento ideal não é bem estabelecido ▪ Manter PAS < 160 ou PAM < 110 TERAPIA ESPECÍFICA – AVEI • Alteplase EV – trombolítico de primeira linha • Trombectomia mecânica – oclusão de grandes vasos da circulação anterior (24h) o Independente do uso prévio de alteplase • AAS – dentro de 48 horas • Profilaxia para TVP/TEP • Estatina o Assim que possível medicação VO o De preferência não a sinvastatina • Tratamento a longo prazo da PA • Medidas comportamentais (controle da dieta, parar de fumar) TERAPIA ESPECÍFICA – AVEH • Hemorragia intraparenquimatosa o Reverter anticoagulação o Controle da PIC ▪ Cabeceira elevada ▪ Sedação leve ▪ Evitar hidratação com fluidos hipotônicos – pode piorar o Tratamento de HIC ▪ Solução hipertônica ou manitol: para “chupar” a água que está dentro do cérebro ▪ Drenagem ▪ Sedação profunda ▪ Hiperventilação: para reduzir o CO2, fazendo vasoconstricção e, portanto, diminuindo o edema o Cirurgia: drenagem cirúrgica • Hemorragia subaracnóidea o A medida mais importante na fase aguda é prevenção de novo sangramento por correção do aneurisma, por exemplo – não necessariamente precisa de cirurgia o Controle da PA, manter euvolemia o Prevenir vasoespasmo (nimodipino 60mg 4/4 – via oral ou sonda, não pode ser feito por via endovenosa) o Prevenir isquemia o Reversão de anticoagulação A MELHOR MEDIDA PARA AVC AINDA É PREVENÇÃO – DIFÍCIL PORQUE EXIGE MEDIDAS COMPORTAMENTAIS