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APOSTILA_-_PORTUGUES

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PORTUGUÊS 
INSTRUMENTAL 
 
 
 
 
2012 
 
 
CURSO EAPECIAL DE FORMAÇÃO DE CABOS 
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 
AULA I 
 
 
1. LINGUAGEM 
 
Caros alunos, muitos estudiosos já buscaram definir a linguagem. Por 
muito tempo, pensou-se que ela era uma invenção cultural, o que diferenciava 
o homem dos outros animais. Mesmo sendo considerado ainda um diferencial 
entre homens e animais a linguagem não é exatamente um produto da cultura, 
é uma habilidade que desenvolvemos por instintos. 
Mesmo sem instrução formal ou esforço consciente, ainda bebês 
aprendemos a falar. Com o passar do tempo, essa habilidade vai se 
desenvolvendo e, sem percebermos, logo passamos da produção de palavras 
soltas à produção de textos cada vez mais complexos. 
Nosso universo social é repleto de símbolos. São placas, textos, objetos, 
gestos, imagens, etc. É por meio da linguagem que conseguimos relacionar 
esses símbolos para interagir com nossos semelhantes, refletir sobre a 
realidade, transmitir valores, conhecimento... Enfim, relacionando símbolos, 
produzimos sentido. 
 
A linguagem se divide em não verbal e verbal . 
 
1.1. LINGUAGEM NÃO VERBAL 
 
Utiliza imagens para realizar a comunicação. 
Exemplos : sinais de trânsito, placas de sinalização, gestos, etc. 
 
 
Observe que a placa ao lado comunica algo mesmo sem utilizar 
palavras. Assim, essa placa de trânsito é um exemplo de texto não verbal. 
 
 
1.2. LINGUAGEM VERBAL 
 
Comunica por meio de palavras escritas ou faladas. 
Exemplos : uma carta, um relatório, uma conversa pelo telefone, etc. 
 
 
Nesse exemplo, mesmo sendo uma placa de trânsito, observamos o 
uso da linguagem verbal. A informação foi passada por meio de palavras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA II 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
 
2. FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário 
o estudo dos elementos da comunicação. 
 
2.1. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
 
Emissor - emite, codifica a mensagem; 
Receptor - recebe, decodifica a mensagem; 
Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; 
Código - conjunto de signos usados na transmissão e recepção da mensagem; 
Referente - contexto relacionado a emissor e receptor; 
Canal - meio pelo qual circula a mensagem; 
 
Obs .: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e 
exercem influência sobre a comunicação. 
 
 
2.2. FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
Função emotiva (ou expressiva) 
Centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela 
prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem 
das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. 
 
Função referencial (ou denotativa) 
Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações 
da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do 
singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. 
 
 
Função apelativa (ou conativa) 
Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento 
do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e 
você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos. 
Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao 
consumidor. 
 
Função fática 
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato 
com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas 
telefônicas, saudações e similares. 
 
Função poética 
Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo 
emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as 
palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras 
literárias, letras de música, em algumas propagandas etc. 
 
Função metalingüística 
Centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A 
poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta 
outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. 
Obs .: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O 
importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo. 
 
 EXPRESSÃO ORAL 
A Expressão Oral é uma das formas pelas quais se opera a transmissão 
de idéias, aliás, sendo a mais comum. É também a forma em que as pessoas 
mais erram em termos de eficiência da comunicação. Trata-se da mensagem 
falada. 
Podemos dividir a palavra falada, ou expressão oral, em alguns tópicos 
principais, os quais estudaremos com mais detalhes em seguida. 
 
 
DICÇÃO 
 
A dicção, que consiste na “maneira de dizer ou falar com a articulação e 
modulação corretas” é algo que deve receber especial dedicação por parte 
daqueles que desejam se expressar melhor, pois a dicção, quando alcançada 
pelo Orador, torna a sua expressão oral mais compreensível, e: 
 
a) Aumenta a eficiência da argumentação do orador (pelo simples fato de que 
ele será bem mais compreendido); 
b) Cansa menos a plateia; 
c) Melhora a imagem do orador perante seus ouvintes. 
No que diz respeito ao último item (“c”), não é preciso muito para explicá-lo, vez 
que há aqueles cuja dicção é tão deficiente que passam, muitas vezes, como 
despreparados, o que nem sempre corresponde à realidade, pois existem 
pessoas que, a despeito de muito cultas, possuem problemas terríveis de 
dicção. 
 A questão é, enquanto cultura é algo que pode levar muito tempo para 
ser percebida (na convivência profissional, política etc.), a má dicção leva 
apenas alguns segundos. Ora, e o que os ouvintes associam a uma expressão 
oral má, em geral, é uma formação cultural deficiente ou inferioridade 
intelectual. 
Portanto, uma pessoa com má dicção terá, conseqüentemente, problemas 
no que respeita à sua argumentação, pois encontrará barreiras à persuasão da 
latéia a que se dirige. E isto se dá em razão de ter a sua autoridade diminuída 
em face da associação que, como dito acima, os ouvintes fazem entre o 
intelecto e a expressão oral. 
 
ERROS MAIS COMUNS 
a) troca de “pr” por “p + vogal + r”. Ex.: precisa por “percisa”. 
b) omissão do “r” final ou vogal final. Ex.: Ao invés de vou buscar, usar “Vô 
buscá”. 
c) supressão de vogais internas: Ex.: leiteiro por “leitero”. 
d) erro de colocação de consoantes. Ex.: iogurte por “iorgute”. 
e) troca de consoantes. Ex.: Salsicha por “chalsicha” ou “chalchicha”. 
 
VÍCIOS 
Existem diversos vícios relativos ao vocabulário que, se não evitados, 
podem comprometer a mensagem do orador e, até, sua própria imagem. 
 
Dentre os principais há que destacar-se: 
 
Uso de palavrão ou gíria 
Um dos mais tolos enganos que um orador pode cometer é imaginar que, 
ao usar gírias ou palavrões irá se aproximar, ganhar intimidade com seus 
ouvintes. Pelo contrário, a experiência demonstra que o uso de tal “recurso” 
apenas diminui o respeito e a credibilidade em relação ao orador. 
 
 
Obscuridade 
Trata-se do uso inapropriado de termos (geralmente por não se saber o 
real significado da palavra empregada) ou má colocação das palavras. 
 
Cacofonia 
Diz respeito à construção frasal de má sonoridade. 
 Ex.: “..um por cada...”, “...na boca dela”, “...gosto da cor vinho”, “...da vez 
passada”. 
Vejamos um belo exemplo : “O Sr. Oscar Neiro irritou-se por ver na 
bocadela a cor vinho na vez passada”. 
 
Pleonasmo 
É a redundância dos termos. Ex.: “subir para cima”, “descer para baixo”. 
 
Chavões 
O uso de chavões serve apenas como indicativo da falta de preparo do 
orador. É necessário evitá-los ao máximo. 
Ex.: “...o futebol é uma caixinha de surpresas...” 
 
 
AULAIII 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na cabeça 
do autor quando ele escreve seu texto. É antes inferir. Se eu disser: 
“Levei minha filha caçula ao parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma 
filha. Ou seja, inferir é retirar informações implícitas e explícitasdo texto. Há de 
se tomar cuidado, entretanto, como o que chamamos de “conhecimento de 
mundo”, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos conosco, fruto 
do que aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim, 
vivendo. 
 Isso porque, muitas vezes, uma questão leva o candidato a responder não o 
que está no texto, mas exatamente aquilo em que ele acredita. 
Contudo não basta retirar informações de um texto para responder 
corretamente as questões ou entendimento do texto. É necessário saber de 
onde tirá-las. Para tanto, temos que ter conhecimento da estrutura textual e por 
quais processos se passa um texto até seu formato final de dissertação, 
narração ou descrição. 
Tudo o que dizemos ou escrevemos em uma situação comunicativa é 
chamado de enunciado. Na fala, os enunciados são delimitados pela 
entonação e, na escrita, pela pontuação. Podemos identificar três tipos de 
enunciados a frase, a oração e o período. 
 
3.1. FRASE 
O enunciado “Você de novo!” está repleto de sentido, por isso é chamado 
de frase. 
Para construir uma frase, o enunciado não precisa ser extenso. Desde 
que tenha sentido completo em um contexto específico, uma simples palavra 
pode funcionar como frase. Assim, as frases podem apresentar verbo ou não. 
 
 
 
 
3.2. ORAÇÃO 
Chama-se oração o enunciado construído necessariamente com um ou 
mais verbos. 
Veja alguns exemplos: 
Fiquem parados! 
Estamos esperando a hora do almoço. 
 
3.3. PERÍODO 
Período é um enunciado construído de uma ou mais orações. Se o 
período apresenta apenas uma oração, é chamado simples. O período é 
composto quando é formado por mais de uma oração. 
Exemplo :Chegamos / todavia estava muito cedo. 
 
3.4. PARÁGRAFO 
Os períodos se organizam em parágrafos. Mas, diferente do período, o 
parágrafo não é uma organização essencialmente sintática. Ele tem uma 
função estética e também estrutural. 
O parágrafo é identificado no texto pelo seu início afastado da margem do 
papel, o que facilita tanto ao escritor como ao leitor, percebê-lo de forma 
isolada para que de modo analítico, capte as idéias principais do texto e 
posteriormente, sintetizá-las compreendendo então o texto num todo. 
Ele avisa o leitor de que está começando outro bloco de idéias, 
relacionado com o anterior e o posterior, se houver. 
O parágrafo é recurso visual, pois o nosso pensamento não é organizado 
na forma de parágrafos. Mas na hora de redigir, precisamos organizá-lo numa 
linguagem comum a nós e ao nosso leitor. 
 
3.4.1. Parágrafo Narrativo 
O parágrafo narrativo deve transmitir fielmente a intenção da narração. 
Ele tem como matéria o fato, ou seja, qualquer acontecimento de que o homem 
participe direta ou indiretamente. 
O relato de um episódio é composto por elementos como, enredo, 
personagens, ação, tempo, espaço, causa, conseqüência, foco narrativo, 
clímax e desfecho. Estes podem aparecer em sua totalidade ou parcialmente 
dentro de um parágrafo narrativo. 
É certo que todos os elementos nem sempre estarão contidos em um só 
parágrafo, sendo assim presentes em outras unidades da narração, contudo há 
a possibilidade destes serem observados num mesmo parágrafo, devido a 
capacidade do autor e sua perícia na utilização dos recursos de linguagem a 
ele disponibilizados. 
O parágrafo narrativo tem como núcleo o incidente, o fato ocorrido, nele 
também, geralmente, não se tem o tópico frasal explicito, pois este está diluído 
implicitamente no ordenamento da narração. 
 
3.4.2. Parágrafo Descritivo 
É aquele que descreve o objeto, ser, paisagem ou até mesmo um 
sentimento. Tal descrição se dá pela apresentação das características 
predominantes e pelo detalhamento destas. É, portanto o objeto matéria da 
descrição. 
Uma descrição perfeitamente realizada, não se mostra pelas minúcias 
descritivas do objeto. 
A descrição deve apresentar o ângulo do qual será feita a descrição, não 
só o físico, mas também a atitude da observação. 
 
3.5 QUALIDADE DO TEXTO: 
 
3.5.1. COESÃO 
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas 
pelo encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a 
que damos o nome de textualidade. O encadeamento semântico que produz a 
textualidade chama-se coesão, mais especificamente, dizendo que se trata de 
uma maneira de recuperar, em uma sentença B, um termo presente em uma 
sentença A. 
 
 
 
 
3.5.2 TIPOS DE COESÃO 
 
Referencial: 
Anafórica : referência anterior; 
 
Catafórica : referência posterior; 
 
Exemplo de coesão referencial anafórica: 
Pegue Três maçãs . Coloque-as sobre a mesa. 
 
Exemplo de coesão referencial catafórica ; 
Meu sonho é este : Viajar para Europa. 
Substituição : Colocação de um termo, em lugar de outro ou até mesmo em 
frases inteiras. 
Exemplo : Lucas comprou um carro e João também. 
 
Elipse: Supressão de um termo. 
Exemplo : Minha amiga está doente. Não foi trabalhar hoje. 
 
Coesão lexical : Substituição de um item lexical ou substituição por sinônimos 
ou hiperônimos. 
Exemplo : Você já guardou o carrinho e a boneca? Sim, guardei os brinquedos. 
 
Conjunção: Liga nomes ou orações evitando repetições. 
Exemplo : O homem vive, corre, chora e morre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA IV 
DOCUMENTOS OFICIAIS 
 
 
DOCUMENTOS OFICIAIS 
Além dos critérios exigidos numa boa redação, a correspondência oficial 
traz particularidades que mostraremos dentro de cada modelo. 
 
OFÍCIO 
É a correspondência trocada entre órgãos públicos e outros organismos 
de governo ou entre eles e os cidadãos ou entidades civis. 
 
Suas características são: 
 
O papel utilizado: ofício (de 22 cm x 32 cm), em geral com timbre. Abaixo 
do timbre vem a indicação do número do ofício seguido de uma barra oblíqua e 
dos algarismos finais do ano em curso. Na mesma linha de numeração, à 
direita, localidade e data, abaixo, à esquerda do papel, depois do espaço de 
separação, vem à indicação do remetente, do destinatário e do assunto 
(ementa). A invocação vem depois do espaço de separação e é sempre 
impessoal, o texto do ofício vem a seguir, o fecho do ofício vem a seguir. O 
fecho do ofício vem separado do texto por espaço. Contém a despedida com 
votos de amizade e respeito, deixando-se espaço de separação, coloca-se sob 
uma linha o nome do remetente, indicando-se embaixo o cargo que ocupa com 
letras maiúsculas. A assinatura será feita sobre a linha. Na parte inferior do 
papel, à esquerda, são escritos o nome e o endereço do destinatário. Ao pé da 
folha, à esquerda, aparecem às iniciais do redator e as do datilógrafo ou 
digitador, separadas por uma barra. 
Os ofícios são digitados com cópia para os arquivos da entidade que 
expede. 
O ofício quando posto em envelope, deverá ser dobrado em forma de z. 
 
 
REQUERIMENTO 
 
Petição por escrito, segundo as formalidades legais. 
É uma solicitação que se faz a uma autoridade. Constam do 
requerimento: invocação (cargo da autoridade a que se destina, precedido do 
tratamento conveniente, por extenso); nome e identificação do requerente 
(nacionalidade, estado civil, endereço, número da Cédula de Identidade e do 
CPF, além daqueles que o assunto exija); exposição do que se deseja e 
justificativa; fecho; data; assinatura. 
 
Observação : Entre o endereço e o texto – 14 espaços, quando digitados, 7 
linhas, quando manuscritos em papel pautado, ou 7 centímetros, quando 
manuscrito em papel sem pauta. 
O fecho ou a conclusão, geralmente é imutável e se faz em duas linhas: 
Nestes termos, Pede deferimento. 
 
MEMORANDO 
Definição e finalidade o Memorando é a modalidade de comunicação 
entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar 
hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de 
uma forma de comunicação eminente interna. 
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a 
exposição de projetos, idéias, diretrizesetc. a serem adotados por determinado 
setor do serviço público. 
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em 
qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de 
procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de 
comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio 
documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse 
procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, 
assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitindo que se 
historie o andamento da matéria tratada no memorando.

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