Prévia do material em texto
MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE CARGA E MOVIMENTAÇÃO 2 Faculdade de Minas 2 SUMÁRIO MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE CARGA E MOVIMENTAÇÃO ...... 1 NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 4 manutenção ..................................................................................................... 5 HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO .................................................................... 6 TIPOS DE MANUTENÇÃO ............................................................................. 9 Engenharia de Manutenção ........................................................................... 13 Logística ........................................................................................................ 16 Processos Logísticos ..................................................................................... 19 Armazenagem ............................................................................................... 20 Transporte ..................................................................................................... 21 Distribuição física........................................................................................... 22 Movimentação de Materiais ........................................................................... 23 Veículos industriais ........................................................................................ 26 Empilhadeiras ................................................................................................ 28 Equipamentos para Empilhadeiras ................................................................ 29 Posicionador Duplo de Garfos ....................................................................... 35 Equipamentos de Guindar ............................................................................. 39 Tipos de Grua ................................................................................................ 40 Movimentação de materiais e equipamentos ................................................ 41 file://///192.168.0.2/E$/PostagemNova/MBA/MBA%20EXECUTIVO%20EM%20GESTÃO%20DE%20PORTOS/MANUTENÇÃO%20DE%20EQUIPAMENTOS%20DE%20CARGA%20E%20MOVIMENTAÇÃO/MANUTENÇÃO%20DE%20EQUIPAMENTOS%20DE%20CARGA%20E%20MOVIMENTAÇÃO.docx%23_Toc56580951 3 Faculdade de Minas 3 Planejamento de içamento e transporte de carga ......................................... 42 Plano de Movimentação e suas normas legais ............................................. 44 REFERENCIAS ............................................................................................. 47 4 Faculdade de Minas 4 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 5 Faculdade de Minas 5 MANUTENÇÃO De acordo com MONCHY (1987, p. 3), “o termo manutenção tem sua origem no vocábulo militar, cujo sentido era manter nas unidades de combate o efetivo e o material num nível constante de aceitação”. KARDEC & NASCIF (2009, p. 23) define o ato de manter ou a manutenção industrial como “garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção e a preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados”. Em 1975, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, pela norma TB-116, definiu o termo manutenção como sendo o conjunto de todas as ações necessárias para que um item seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condição desejada. Anos mais tarde, em 1994, a NBR-5462 trazia uma revisão do termo como sendo a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida (ABNT, 1994). Existem diversas definições e conceitos apresentados para a manutenção, a maioria com enfoque nos aspectos preventivos, conservativos e corretivos da atividade; mas é interessante observar a mudança, mais recente, que incluiu nas definições os aspectos humanos, de custos e de confiabilidade da função manutenção, como consequência do aumento da importância e responsabilidades do setor dentro das organizações. 6 Faculdade de Minas 6 HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO Formas simples de manutenção, como conservação de objetos e ferramentas de trabalho, estendendo-se até pequenas atividades de reparo, podem ser observadas desde os primórdios das civilizações. No entanto, foi apenas com a Revolução Industrial do século XVIII, aliada a um grande avanço tecnológico, que a função manutenção emergiu na indústria, como forma de garantir a continuidade do trabalho. Neste caso, o próprio operador da máquina era responsável pela sua manutenção, sendo treinado para realizar reparos (WIREBSK, 2007). Esse cenário, com manutenção e produção realizadas pelo próprio operador, predominou até a I Guerra Mundial, onde as linhas de montagem introduzidas por Henry Ford iniciaram a demanda por sistemas de manutenção mais ágeis e eficazes, predominantemente direcionados para o que hoje se denomina manutenção corretiva (FILHO, 2008). Apesar de existirem na indústria pessoas responsáveis pela manutenção, estes ainda eram subordinados à função operação e executavam manutenção corretiva emergencial, o que implicava em conserto após falha e eventual indisponibilidade de máquina. Apenas com a II Guerra Mundial, no final da década de 30, e com a necessidade de produções cada vez maiores e mais enxutas, é que se começou a praticar o monitoramento de máquinas e equipamentos com base no tempo, caracterizando o que hoje se conhece por manutenção preventiva. Assim, a função manutenção, corretiva e preventiva, viria a assumir dentro da indústria posição hierárquica igual à da função produção (FILHO, 2008). 7 Faculdade de Minas 7 O aumento dos registros de ocorrências de manutenção, bem como os altos gastos com peças de reposição, que ficaram ainda mais evidentes com a prática da manutenção preventiva, impulsionaram as empresas a desenvolver o setor, entre as décadas de 40 e 50, aprimorando o planejamento e a gestão da manutenção, com o advento da Engenharia de Manutenção em nível departamental, subordinada a uma gerência de manutenção (CAMPOS JÚNIOR, 2006). O foco no controle e prevenção de falhas passou a fazer parte do cotidiano da equipe de manutenção e trouxe bons resultados em termos de aumento da confiabilidade e disponibilidade de máquinas e equipamentos, diminuição dos riscos de segurança e saúde do trabalhador, entre outros. Ainda assim, as interrupções frequentes e os custos gerados pela manutenção preventiva tiveram repercussões negativas na produtividade, afetando o custo dosprodutos. Aliado a tal fato, o avanço tecnológico, com difusão dos computadores a partir de meados da década de 60, trouxe inovações para controle, medição e análise de falhas, tanto em termos de tratamento de dados quanto em termos de disponibilidade de novos instrumentos e equipamentos. Assim, foram desenvolvidos critérios de previsão de falhas, com equipes focadas no melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, através de controles estatísticos, estudos das avarias e uso de sistemas informatizados. Neste contexto, surge a Manutenção Preditiva e a área de Planejamento e Controle da Manutenção - PCM (FILHO, 2008). A partir de 1980, com desenvolvimento dos microcomputadores a custos mais acessíveis e controles mais simples, as equipes de manutenção adquiriram maior independência para criar e aplicar seus programas, sem necessidade de analista 8 Faculdade de Minas 8 externo à área. Isso possibilitou enorme avanço no manejo de informações e análise de dados que envolviam manutenção e produção. Houve grande aproximação dessas duas áreas, que buscaram trabalhar com sinergia para otimizar qualidade e produtividade (TAVARES, 2000). Observou-se aumento da confiabilidade dos processos industriais e da disponibilidade de equipamentos e máquinas; intervenções mais curtas, conscientes e precisas com análises dos riscos envolvidos; melhoria da segurança e condições ambientais em geral; sistematização dos programas de manutenção, favorecendo a interseção com a própria produção (NETTO, 2008). Outro aspecto importante dos avanços na manutenção foi a dependência cada vez maior das organizações na capacidade de criação e resposta deste setor, já que as novas exigências do mercado tornaram visíveis as limitações dos sistemas de gestão (MOUBRAY, 1996). Em muitos casos, a necessidade de inovação e otimização demandava criação de equipes multidisciplinares para interações nas fases de projeto, fabricação e manutenção de equipamentos e máquinas, proporcionando resultados ainda melhores em termos de produtividade e eficiência em custos. Além disso, com a crescente exigência de qualidade dos produtos por parte dos consumidores, a manutenção foi obrigada a responder por suas intervenções com maior rigor e confiabilidade, diminuindo retrabalhos e falhas na produção. Neste contexto, a Manutenção assumiu papel não apenas importante, mas estratégico dentro das empresas (FILHO, 2008). 9 Faculdade de Minas 9 TIPOS DE MANUTENÇÃO Os tipos de manutenção são caracterizados pela maneira como é feita a intervenção no sistema. Neste capítulo, serão descritas seis práticas básicas de manutenção, consideradas como principais por diversos autores. São elas: manutenção corretiva planejada e não planejada, manutenção preventiva, manutenção preditiva, manutenção detectiva e engenharia de manutenção. Manutenção Corretiva É a forma mais simples e mais primitiva de manutenção. De acordo com SLACK et al. (2002, p. 625) “significa deixar as instalações continuarem a operar até que quebrem. O trabalho de manutenção é realizado somente após a quebra do equipamento ter ocorrido [...]”. Apesar de esta definição apontar para uma manutenção simplesmente entregue ao acaso, essa abordagem ainda se subdivide em duas categorias: planejada e não-planejada. Manutenção corretiva não-planejada: a correção da falha ou do desempenho abaixo do esperado é realizada sempre após a ocorrência do fato, sem acompanhamento ou planejamento anterior, aleatoriamente. Implica em altos custos e baixa confiabilidade de produção, já que gera ociosidade e danos maiores aos equipamentos, muitas vezes irreversíveis (OTANI & MACHADO, 2008). Manutenção corretiva planejada: quando a manutenção é preparada. Ocorre, por exemplo, pela decisão gerencial de operar até a falha ou em 10 Faculdade de Minas 10 função de um acompanhamento preditivo. OTANI & MACHADO (2008, p. 4) apontam que “pelo seu próprio nome 23 planejado, indica que tudo o que é planejado, tende a ficar mais barato, mais seguro e mais rápido”. De acordo com ALMEIDA (2000, p. 2) “poucas plantas industriais usam uma filosofia verdadeira de gerência por manutenção corretiva. Em quase todos os casos, as plantas industriais realizam tarefas preventivas básicas, como lubrificação e ajustes da máquina, mesmo em um ambiente de manutenção corretiva.” Entretanto, o mais importante, segundo ALMEIDA (2000), é que ao adotar esse tipo de filosofia, as máquinas e equipamentos da planta não são revisados e não passam por grandes reparos até a falha. Esse tipo de gerência de manutenção, apesar de simples, pode requerer custos altíssimos, associados a: estoque de peças sobressalentes, trabalho extra, custo ociosidade de máquina e baixa disponibilidade de produção (ALMEIDA, 2000). E os custos tendem a aumentar ainda mais caso o tempo de reação se prolongue, seja por falha da equipe de manutenção, seja por falta de peça de reposição. Segundo ALMEIDA (2000, p. 2) “(...) O resultado líquido deste tipo reativo de gerência de manutenção é o maior custo de manutenção e menor disponibilidade de maquinaria de processo. A análise dos custos de manutenção indica que um reparo realizado no modo corretivo-reativo terá em média um custo cerca de 3 vezes maior que quando o mesmo reparo for feito dentro de um modo programado ou preventivo.” Manutenção Preventiva É a manutenção voltada para evitar que a falha ocorra, através de manutenções em intervalos de tempo pré-definidos. Segundo SLACK et al. (2002, p. 645), “visa eliminar ou reduzir as probabilidade de falhas por manutenção (limpeza, 11 Faculdade de Minas 11 lubrificação, substituição e verificação) das instalações em intervalos de tempo pré- planejados”. De acordo com ALMEIDA (2000, p.3) “todos os programas de gerência de manutenção preventiva assumem que as máquinas degradarão com um quadro típico de sua classificação em particular”. Ou seja, os reparos e recondicionamentos de máquinas, na maioria das empresas, são planejados a partir de estatísticas, sendo a mais largamente usada a curva do tempo médio para falha – CTMF (ALMEIDA, 2000). O grande problema deste tipo de abordagem, no entanto, é basear-se em estatísticas para programação de paradas sem, no entanto, avaliar as variáveis específicas da planta que afetam diretamente a vida operacional normal da maquinaria. ALMEIDA (2000, p.3) cita como exemplo que “o tempo médio entre as falhas (TMF) não será o mesmo para uma bomba que esteja trabalhando com água e bombeando polpas abrasivas de minério”. Tais generalizações são as principais responsáveis pelos dois problemas mais comuns ao se adotar a manutenção preventiva: reparos desnecessários ou bastante antecipados e falhas inesperadas (ALMEIDA, 2000). No primeiro caso, adota-se um horizonte temporal conservador, sendo o reparo realizado muito antes do necessário, desperdiçando peças e trabalho. Já no segundo caso, o mais crítico, apesar dos esforços para prevenir a falha, esta acabou acontecendo, associando gastos preventivos aos corretivos que, conforme mostrado anteriormente, são bem maiores. Manutenção Preditiva É a manutenção que realiza acompanhamento de variáveis e parâmetros de desempenho de máquinas e equipamentos, visando definir o instante correto da intervenção, com o máximo de aproveitamento do ativo (OTANI & MACHADO, 2008). 12 Faculdade de Minas 12 Segundo ALMEIDA (2000, p. 4): “(...) trata-se de um meio de se melhorar a produtividade, a qualidade do produto, o lucro, e a efetividade global de nossas plantas industriais de manufatura e de produção”. Isso porque tal abordagem se utiliza de ferramentas mais efetivas para obter a condição operativa real dos sistemas produtivos, ou seja, consegue fornecer dados sobre a condição mecânica de cada máquina, determinandoo tempo médio real para falha. Portanto, todas as atividades de manutenção são programadas em uma base “conforme necessário”. ALMEIDA (2000, p. 4) ainda destaca a diferença mais substancial entre a manutenção corretiva e a preditiva: “(...) Talvez a diferença mais importante entre manutenção reativa e preditiva seja a capacidade de se programar o reparo quando ele terá o menor impacto sobre a produção. O tempo de produção perdido como resultado de manutenção reativa é substancial e raramente pode ser recuperado. A maioria das plantas industriais, durante períodos de produção de pico, operam 24 horas por dia. Portanto, o tempo perdido de produção não pode ser recuperado.” Manutenção Detectiva O termo manutenção detectiva vem da palavra “detectar” e começou a ser referenciado a partir da década de 90. O objetivo da prática desta política é aumentar a confiabilidade dos equipamentos, haja vista, é caracterizada pela intervenção em sistemas de proteção para detectar falhas ocultas e não perceptíveis ao pessoal da operação (SOUZA, 2008). FERREIRA (2008, p. 23) cita um exemplo de aplicação da manutenção detectiva, de maneira a aumentar a confiabilidade do processo: “Um exemplo clássico é o circuito que comanda a entrada de um gerador em um hospital. Se houver falta 13 Faculdade de Minas 13 de energia e o circuito tiver uma falha, o gerador não entra. Por isso, este circuito é testado/acionado de tempos em tempos, para verificar sua funcionalidade”. Portanto, a manutenção detectiva é especialmente importante quando o nível de automação dentro das indústrias aumenta ou o processo é crítico e não suporta falhas. ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO Após o advento da manutenção preditiva, a prática da Engenharia de Manutenção pode ser considerada como uma quebra de paradigma, principalmente em virtude das mudanças na rotina da atividade e da consolidação de uma política de melhoria contínua para a área de manutenção. De acordo com KARDEC & NASCIF (2009, p. 50) a Engenharia de Manutenção significa “perseguir benchmarks, aplicar técnicas modernas, estar nivelado com a manutenção do Primeiro Mundo”. Para tanto, visa, dentre outros fatores, aumentar a confiabilidade, disponibilidade, segurança e manutenibilidade; eliminar problemas crônicos e solucionar problemas tecnológicos; melhorar gestão de pessoal, materiais e sobressalentes; participar de novos projetos e dar suporte à execução; fazer análise de falhas e estudos; elaborar planos de manutenção, fazer análise crítica e acompanhar indicadores, zelando sempre pela documentação técnica (KARDEC & NASCIF, 2009). A empresa que pratica a Engenharia de Manutenção não está apenas realizando acompanhamento preditivo de seus equipamentos e máquinas, ela está 14 Faculdade de Minas 14 alimentando sua estrutura de dados e informações sobre manutenção que irão lhe permitir realizar análises e estudos para proposição de melhorias no futuro. A figura abaixo ilustra melhor as diferenças entre os diversos tipos de manutenção e a posição da Engenharia de Manutenção neste cenário. 15 Faculdade de Minas 15 Tipos de Manutenção Fonte: adaptado de KARDEC & NASCIF, 2009. 16 Faculdade de Minas 16 LOGÍSTICA Ao longo das últimas décadas é possível observar que surgiram diversas abordagens sobre logística. Em seu conceito de logística Daganzo (1991) enfatiza a distribuição física dos produtos. Para ele, a logística estuda como levar itens da produção para o consumidor com o menor custo. Alguns conceitos mais abrangentes se preocupam não só com a distribuição do produto acabado, mas também englobam o fluxo de produtos e informações desde a aquisição da matéria-prima até o consumidor final. Neste sentido, Ballou (1993) define a logística empresarial como todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. Já o Council of Logistics Management (1994) define a logística como o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associadas, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. Segundo Lambert, Stock e Vantine (1993), somente nos últimos trinta anos é que o segmento de negócios começou a se interessar realmente pela logística. Em 1901 foi publicado o primeiro texto sobre logística, com foco sobre os custos e fatores que afetavam a distribuição de produtos agrícolas, escrito por John F. Crowell 17 Faculdade de Minas 17 (LAMBERT, STOCK E VANTINE, 1993). A partir daí foram realizados diversos estudos referentes à logística, mas é na II Guerra Mundial que a logística efetivamente ganha importância. A invasão da Europa pelas Forças Aliadas, segundo Christopher (1992), foi um exercício logístico altamente planejado e eficaz. O conceito de cadeia de valor foi introduzido em 1985 por Porter, o qual ajuda a empresa a desenvolver vantagens competitivas no mercado. Suas atividades primárias eram suprimentos, operações, logística de expedição, vendas, marketing e serviços. Deste então, criou-se a conscientização de que a logística ajuda a criar e a manter vantagem competitiva, esta que por sua vez deriva das muitas atividades que uma firma desempenha projetando, produzindo, comercializando, entregando e apoiando seu produto. A cadeia de valor desdobra a firma em suas atividades estrategicamente relevantes, para compreender o comportamento dos custos e as fontes de diferenciação existentes ou potenciais. Uma firma ganha vantagem competitiva executando estas atividades estrategicamente importantes de maneira mais barata ou melhor do que seus concorrentes (PORTER, 1992). A logística vem se tornando muito importante nos últimos anos, principalmente a partir da década de 70. De acordo com Lambert, Stock e Vantine (1993), o processo logístico é percebido como três componentes necessários: uma atividade onde podem ser geradas consideráveis economias de custos; uma atividade com enorme potencial para impactar a satisfação do cliente e, portanto, aumentar as vendas, e uma ferramenta de marketing, que pode ser efetivamente utilizada para ganhar vantagem competitiva sustentável. 18 Faculdade de Minas 18 Ainda segundo Lambert, Stock e Vantine (1993) “quase todas as esferas da atividade humana são afetadas, direta ou indiretamente, pelo processo logístico”. Portanto, existem poucas áreas de estudo que tenham um impacto tão grande no padrão de vida de uma sociedade e afetem as pessoas quanto à logística. Uma prova da importância da logística segundo Christopher (1992) foi em 1991 quando, na Guerra do Golfo, os Estados Unidos e seus aliados tinham um tempo extremamente pequeno para se transferir para o Oriente Médio. Nessa viagem eles levaram meio milhão de pessoas, materiais e suprimentos, que tiveram que ser transportados por 12.000 quilômetros via aérea, e mais de 2,3 milhões de toneladas de equipamentos transportados pelo mar, tudo isto feito em questão de meses. “Ao longo da história do homem, as guerras têm sido ganhas ou perdidas através do poder e da capacidade da logística, ou da falta delas” (CHRISTOPHER, 1992). A logística, atualmente, pode ser a grande vantagem ou diferencial competitivo de uma empresa. Conforme Lambert, Stock e Vantine (1993), a importância da administração da logística centra-se na disponibilização do produto no lugar certo, no momento certo, na quantidade certa, nas condições certas e pelo custo certo.Para Christopher (1992), para uma empresa obter uma vantagem competitiva diante de seus concorrentes e rivais, ela deve proporcionar valor para seus clientes desempenhando as atividades do modo mais eficiente e da forma que crie maior valor percebido pelo comprador. “O gerenciamento logístico tem potencial para auxiliar a organização a alcançar tanto vantagem em custo/produtividade, como a vantagem em valor” (CHRISTOPHER, 1992). Os custos logísticos em empresas podem ser até dez vezes maiores do que os custos em propaganda (LAMBERT, STOCK E VANTINE 1993). Com isso, todos 19 Faculdade de Minas 19 os pontos da logística devem ser administrados eficazmente para obter-se uma redução de custo ou uma satisfação maior dos clientes e, em consequência, uma maior lucratividade. PROCESSOS LOGÍSTICOS O sistema logístico integrado é dividido em dois componentes básicos, quais sejam (BALLOU 1993): a) componente primário: constituído pelo transporte, manutenção de estoques e pelo processamento de pedidos; b) componente secundário ou de apoio: constituído pela armazenagem, manuseio de material, embalagens de proteção e manutenção de informação. De acordo com Ching (1999) os temas tratados na atividade logística são bastante diversificados: Fluxo de compras de matérias-primas; Operações de produção; Controle de materiais e processos; Gerenciamento de transporte (movimentação de materiais internos e externos à empresa); Distribuição para os clientes finais a partir da fábrica e/ou depósitos intermediários; 20 Faculdade de Minas 20 Recebimento de matéria-prima; Armazenagem. As atividades logísticas segundo Hall (1985), são divididas em produção, armazenagem e transporte. Dentro desta divisão é enfatizada a dimensão temporal (quando) e espacial (onde) através de três questões: 1. Quando e onde os bens devem ser produzidos? 2. Quando e onde os bens devem ser armazenados? 3. Quando e onde os bens devem ser transportados? A logística passa a ser vista como integradora das várias funções ao longo da cadeia produtiva, sua base conceitual tem evoluído de forma a considerar sistemicamente todas as atividades que se relacionam direta e indiretamente aos fluxos físico e de informação (KAIBARA, 1998). Dentro do conceito moderno de gerenciamento da cadeia produtiva, a logística aparece como elemento chave de integração (NOVAES, 1999). ARMAZENAGEM A armazenagem inclui todas as atividades em um local destinado à guarda temporária, em grande ou pequena escala, de mercadorias, ou seja, um espaço físico para armazenar o estoque (BOWERSOX 1996). Segundo Ballou (1993), existem seis motivos para armazenarem-se materiais: 21 Faculdade de Minas 21 1. Atuar como um pulmão entre o fornecimento e a demanda; 2. A armazenagem é necessária para a estocagem de matéria-prima, componente, subconjunto, material em processo e produtos acabados de forma a obter-se economia no processo de produção; 3. Fornecer uma instalação para combinar diversos produtos; 4. O armazém atua como um ponto de consolidação para puxar o produto dos fornecedores para um local que consolida e então o movimenta ao cliente final; 5. A rede de armazéns permite que o produto seja empurrado do fabricante através da rede ao usuário final; 6. Fornecer o nível de serviço desejado que, principalmente, será o tempo de entrega. Os custos de armazenagem e manuseio de materiais são justificáveis, pois eles podem ser compensados pela redução dos custos de transporte e de produção (BALLOU 1993). Podemos dizer que o principal objetivo da armazenagem é realizar um equilíbrio que minimize os custos totais da operação e que forneça o nível de serviço esperado. TRANSPORTE Dentro das atividades logísticas essa é a de maior importância, pois absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos. Nenhuma empresa pode trabalhar sem a movimentação de seus produtos de alguma forma. Ultimamente a 22 Faculdade de Minas 22 indústria e o comércio passaram a dar grande ênfase à qualidade dos serviços de transporte. O objetivo do transporte é o deslocamento de bens de um ponto a outro, respeitando o tipo de carga, suas restrições e seu prazo. O transporte internacional usa estruturas de frete diferentes das do transporte nacional (NOVAES 2001). No caso de cargas internacionais que normalmente originam-se em um país e tem como destino final outro, a empresa pode deparar-se com uma infinidade de classificações de fretes e esquemas tarifários, muito diferentes com relação ao transporte no mercado interno. Segundo Ballou (1995), um sistema de transporte adequado contribui para aumentar a competição do mercado, garantir a economia de escala na produção e reduzir os preços das mercadorias. Para que seja possível um planejamento de transporte eficiente, faz-se necessário discutir o conceito de distribuição física. DISTRIBUIÇÃO FÍSICA Esta é a parte da logística responsável pela movimentação e processamento de pedidos. A distribuição física é responsável pelo planejamento da entrega da mercadoria aos clientes, e nela tem-se o fluxo de informações e materiais que passam por diversas empresas que atuam, ao mesmo tempo, como compradores e fornecedores. Seu objetivo é transportar o produto adequado, na quantidade certa, até o local combinado, pelo menor custo total, para atender as necessidades do consumidor e do mercado a tempo e com qualidade total (BALLOU 1993). 23 Faculdade de Minas 23 Ainda segundo Ballou (1995), três estratégias básicas para a distribuição física são citadas: Entrega direta a partir de estoques da fábrica; Entrega direta a partir de vendedores ou da linha de produção; Entrega feita utilizando um sistema de depósito. Para que se tenha uma distribuição física eficaz faz-se necessário possuir as informações corretas em tempo adequado. MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS Conforme Ballou (2001), a movimentação de materiais adiciona valor de local e tempo aos produtos, por torná-los disponíveis quando e onde se fizerem necessários e estão associadas às seguintes atividades: recebimento, identificação e classificação, conferência, endereçamento para o estoque, estocagem, remoção do estoque, acumulação de itens, embalagem, expedição e registro das operações. De acordo com Moura (1983), a classificação dos tipos de equipamentos para movimentação de materiais se dá em duas categorias: os de operação manual e equipamento motorizado, assim existindo carrinhos elevadores manuais e motorizados. É muito grande a variedade de equipamentos de movimentação. Sua diferenciação ocorre, principalmente, pelo grau de uso especializado e pela extensão 24 Faculdade de Minas 24 em que a energia manual é requerida para operá-lo. Segundo Ballou (2001), três grandes categorias de equipamento podem ser distinguidas: Equipamentos de manuseio operados manualmente, tais como carrinhos de mão de duas rodas e os carrinhos plataforma de quatro rodas, fornecem alguma vantagem mecânica na movimentação dos produtos e requerem somente um investimento modesto. Sua flexibilidade e seu baixo custo, além de não necessitar de mão de obra especializada para operá-los, fazem deles uma boa escolha quando o volume que flui pelo armazém não é elevado e o investimento em equipamentos mecanizados não é viável ou desejado (BALLOU, 2001). Para Moura (1983), algumas características favorecem a movimentação manual: material unitário, pequeno, leve, frágil, seguro de manusear, caro, quando requer pequeno tempo de operador, baixa frequência horária. Há dois equipamentos relativamente baratos quando comparados a outros equipamentos de transporte: Carros elevadores manuais (Figura 1A, 1B), e Carros elevadores elétricos ou Transportadores elétricos(Figura 2). São utilizados para movimentações curtas e horizontais, não conseguem realizar a movimentação quando os paletes estão armazenados em prateleiras. 25 Faculdade de Minas 25 Figura 1 – Carros elevadores manuais Fonte: Saur Equipamentos S.A. Figura 2 – Carros elevadores elétricos. Fonte: Skan do Brasil. 26 Faculdade de Minas 26 Segundo Ballou (2001), o manuseio mecanizado de materiais pode ser mais veloz e a produtividade (horas/homem) obtida pode ser aumentada. Geralmente, o equipamento mais utilizado para este fim é a empilhadeira (Figura 3A, 3B). Este equipamento permite elevar cargas a alturas consideráveis. Figura 3 – Empilhadeira frontal e Empilhadeira retrátil. Fonte: Saur Equipamentos S.A. VEÍCULOS INDUSTRIAIS São equipamentos, motorizados ou não, usados para movimentar cargas intermitentes, em percursos variados com superfícies e espaços apropriados, cuja função primária é transportar e ou manobrar. São utilizados tanto no processo de produção como no de armazenagem para não só transportar cargas, mas também colocá-las em posição conveniente. Sua principal característica é a flexibilidade de percurso e de carga e descarga (MILAN, 2011) 27 Faculdade de Minas 27 Os tipos mais comuns de veículos industriais são carrinhos industriais, empilhadeiras, rebocadores, autocarrinhos (Automatic Guided Vehicle - AGV) (Figura 4) e guindastes autopropelidos. Neste trabalho, o foco são empilhadeiras. Figura 4 – Autocarrinho AGV. Fonte: JBT Corporation 28 Faculdade de Minas 28 EMPILHADEIRAS A empilhadeira é um veículo utilizado para transporte e movimentação de materiais. Dotada de garfos ou outro dispositivo de sustentação de carga, tem o apoio da carga fora da sua área de base. A empilhadeira foi projetada de forma a permitir a movimentação e o deslocamento de materiais tanto no sentido horizontal como vertical, com variações e capacidade de 800 kg a 52.000 kg. (MILAN, 2011) Existem máquinas para todos os tipos de atividades, desde pequeno porte até o modelo para trabalhos portuários (Figura 5). Podem ser acrescidos vários tipos de acessórios adequados ao tipo de carga, sem necessidade de improvisações. Figura 5 – Empilhadeiras diversas. 29 Faculdade de Minas 29 Fonte: Saur Equipamentos S.A. Diante dessa grande quantidade de modelos, faz-se necessária uma classificação considerando as características construtivas e aplicação dos equipamentos. A classificação é universal e se aplica a todos os fabricantes. É possível classificar as empilhadeiras de várias maneiras, como pelo tipo de combustível, pelo tipo de torre, pela posição do operador, pelo tipo de transmissão, pelo tipo de pneus, etc EQUIPAMENTOS PARA EMPILHADEIRAS O equipamento básico para sustentação da carga nas empilhadeiras é o garfo ou lança (forquilha) simples (Figura 6). O garfo simples não possui complementos hidráulicos, como deslocador e posicionador de garfos. Caso haja necessidade de ajuste na posição do garfo (abrir ou fechar), é preciso fazê-lo manualmente. 30 Faculdade de Minas 30 Figura 6 – Garfos de empilhadeira. Fonte: Saur Equipamentos S.A. Equipamentos para empilhadeiras são dispositivos mecânicos e ou hidráulicos que podem ser instalados nas empilhadeiras a fim de suprir necessidades específicas da carga ou para otimizar o transporte e a movimentação da mesma. Diante da necessidade de cada atividade a empilhadeira permite que se instale uma série de equipamentos garantindo eficiência e segurança, sem improvisações (MILAN, 2011). De acordo com a classificação adotada pela maioria das empresas fabricantes de equipamentos para empilhadeiras, em especial a Saur Equipamentos S.A., parceira no desenvolvimento deste trabalho, os equipamentos estão divididos em 8 grandes grupos: 31 Faculdade de Minas 31 Grupo 1: Deslocadores Laterais (Fig. 7A), Aparelhos Giratórios (Fig. 7B), Basculadores e Caçambas (Fig. 7C); Grupo 2: Garras para Bobinas, Fardos (Fig. 8A), Caixas , Tijolos (Fig. 8B), Eletrodomésticos (Fig. 8C) , Rodas (Fig. 8D) e Tambores; Grupo 3: Posicionadores de Garfos (Fig. 9A, 9B, 9C); Grupo 4: Inversores (Fig. 10A), Inversores Empurradores (Fig. 10B), Empurradores de Carga e PushPull; Grupo 5: Fixadores de Carga (Fig. 11A), Empilhador Lateral e Trilateral (Fig. 11B) e Garfos Telescópicos (Fig. 11C); Grupo 6: Torres de Elevação (Fig. 12A), Deslocador Vertical (Fig. 12B) e Suporte de Garfos; Grupo 7: Tarugos (Fig. 13A), Lanças Guindastes (Fig. 13B), Prolongadores de Garfos e Garfos; Grupo 8: Spreader (Fig. 14A), Top Spreader (Fig. 14B) e Frame. Figura 7 – Alguns Equipamentos pertencentes ao Grupo 1. 32 Faculdade de Minas 32 Fonte: Saur Equipamentos S.A. Figura 8 – Alguns Equipamentos pertencentes ao Grupo 2. Fonte: Saur Equipamentos S.A. Figura 9 – Alguns Equipamentos pertencentes ao Grupo 3. 33 Faculdade de Minas 33 Fonte: Saur Equipamentos S.A. Figura 10 – Alguns Equipamentos pertencentes ao Grupo 4. Fonte: Saur Equipamentos S.A. Figura 11 – Alguns Equipamentos pertencentes ao Grupo 5. 34 Faculdade de Minas 34 Fonte: Saur Equipamentos S.A. Figura 12 – Alguns Equipamentos pertencentes ao Grupo 6. Fonte: Saur Equipamentos S.A. Figura 13 – Alguns Equipamentos pertencentes ao Grupo 7. Fonte: Saur Equipamentos S.A. 35 Faculdade de Minas 35 Figura 14 – Alguns Equipamentos pertencentes ao Grupo 8. Fonte: Saur Equipamentos S.A. POSICIONADOR DUPLO DE GARFOS Também conhecido como Garfo Duplo Inteligente (G.D.I.) este equipamento é, sem dúvida, um dos equipamentos mais comuns acoplados a empilhadeiras. A B A B A B Muitas vezes, efetua com uma só máquina o trabalho de duas com economia de combustível, pneus, homens/máquina e horas/máquina. Segundo Milan (2011) o Posicionador Duplo de Garfos é utilizado visando o aumento da produtividade e a otimização das operações. Este equipamento efetua o transporte, movimentação e armazenamento de até dois paletes, lado a lado. O Posicionador possibilita o afastamento dos dois paletes para melhor visibilidade do operador, encosta um palete no outro para melhor aproveitamento de espaço e aproxima os garfos externos dos garfos internos para carregar somente um palete. 36 Faculdade de Minas 36 O equipamento é composto por quatro garfos especiais com movimento hidráulico através de cilindros e guias. Esta movimentação permite afastar os garfos e carregar dois paletes simultaneamente. Através do fechamento dos garfos, ou seja, aproximação dos mesmos, a empilhadeira passa a movimentar somente um palete, semelhante a uma empilhadeira normal com garfos simples. Dependendo da utilização, pode variar o comprimento e o número de garfos com isso, passa a se chamar Posicionador Múltiplo de Garfos. Conforme as maiores fabricantes destes equipamentos: Saur Equipamentos S.A., Kaup GmbH, Cascade Corporation e Auramo Bolzoni os modelos de Posicionadores de Garfos estão dispostos na Tabela 1 a seguir: 37 Faculdade de Minas 37 Tabela 1 – Variação de modelos de Posicionadores de Garfos De acordo com a tabela, através de uma análise mais detalhada, os Posicionadores de Garfos estão divididos basicamente em 4 grupos: Posicionador Duplo – Simples profundidade: efetua o movimento de 1 ou 2 paletes; Posicionador Duplo – Dupla profundidade: efetua o movimento de 2 ou 4 paletes; Posicionador Triplo – Simples profundidade: efetua o movimento de 1, 2 ou 3 paletes; 38 Faculdade de Minas 38 Posicionador Triplo – Dupla profundidade: efetua o movimento de 2, 4 ou6 paletes. Algumas fabricantes ainda incluem o Posicionador Quádruplo de Garfos nesta classificação. Este que por sua vez, efetua o movimento de 4 ou 8 paletes simultaneamente. Estes equipamentos são dimensionados dependendo da sua finalidade, ou seja, se o cliente for carregar o caminhão por apenas um lado da carroceria ou alimentar prateleiras com dupla profundidade, deve optar pelo equipamento com garfos mais longos, de dupla profundidade. Se quiser efetuar a movimentação interna de cargas pode optar pelo de simples profundidade. Se houver uma variedade grande de paletes, deve optar pelos modelos mais simples e ágeis, caso contrário pode optar pelos equipamentos de grande capacidade que efetuam o movimento de até 8 paletes . O Posicionador Duplo de Garfos é amplamente utilizado pela indústria de bebidas. Já conhecido pelos profissionais do ramo desde a década de 1980, é consolidado por ser um equipamento robusto, eficaz e com rápida amortização. Efetua o transporte de engradados cheios e vazios, vasilhames, garrafas pet, latas, entre outros. Além da indústria de bebidas, o Posicionador Duplo de Garfos também é utilizado na indústria siderúrgica efetuando o transporte de rolos de arame e bobinas de aço. Na indústria de cerâmicas efetua o transporte de paletes com tijolos, telhas e blocos. Por ser um equipamento bastante versátil é perfeitamente adaptável a diversos outros tipos de cargas entre elas caixas, paletes e outros volumes em geral. 39 Faculdade de Minas 39 EQUIPAMENTOS DE GUINDAR Segundo Rousselet (1999), a grua é um guindaste de lança horizontal, que é suportada por uma estrutura metálica vertical, denominada “torre”, em torno da qual, sua lança rotativa gira 360°. Ele afirma que suportado pela lança, movimenta um “troley” (carrinho), que suporta um gancho dependurado através de cabos de aço. Na extremidade da lança é instalado um “fim de curso”, para impedir a queda do troley. A Grua é uma estrutura metálica de grande porte, pode ter altura de trabalho de no mínimo 10 metros a 150 metros ou mais conforme a necessidade, (SCIGLIANO, 2008). Afirma também que ela é conhecida como guindaste de torre fixa. A grua é um equipamento desenvolvido para movimentar cargas em diversos segmentos da engenharia. Este equipamento tornou-se uma peça fundamental para içar cargas em canteiro de obras de construção civil e em outras vertentes da engenharia devido à sua eficiência e versatilidade. A característica básica que torna possível a denominação “grua” é a existência de uma lança (horizontal, inclinada ou articulada), que é suportada por uma torre vertical metálica, que pode ser fixa ou giratória. (LICHTENSTEIN; 1987). Conforme Lichtenstein (1987), o maior objetivo da utilização de gruas é a racionalização do transporte de materiais e insumos dentro do canteiro de obras. Se a utilização de gruas em canteiro de obras for bem planejada, a movimentação de cargas torna-se muito eficaz e segura. Sua possibilidade de transportar cargas horizontal e verticalmente aliadas à capacidade de movimentação de materiais de 40 Faculdade de Minas 40 grandes proporções proporciona a grua grande eficiência na movimentação de cargas. TIPOS DE GRUA Atualmente, existem diversos tipos de gruas classificadas como: grua de base fixa, grua de base móvel (sobre trilhos), grua ascensional, grua autopropelida e mini gruas. Gruas de Base Fixa As gruas fixas são caracterizadas pela base da torre chumbada sobre um bloco de concreto. Sua ascensão e ancoragem são realizadas de acordo com a necessidade da obra, sendo que a fixação da ancoragem e a altura livre serão limitadas de acordo com a capacidade de cada equipamento e lança gira livremente 360°. (CRANE SERVICE, 2011). Gruas de Base Móvel São gruas montadas sobre base metálica com lastro e trucks de translação que por sua vez se move sobre trilhos, permitindo que todo conjunto se desloque horizontalmente. (CRANE SERVICE, 2011). Gruas Ascensionais As gruas ascensionais são fixadas entre lajes normalmente instaladas dentro do fosso do elevador por meio de gravatas metálicas e é ascendida ao passo que a edificação se eleva. (CRANE SERVICE, 2011). 41 Faculdade de Minas 41 Gruas Autopropelidas Guindaste de base móvel e lança fixa para içamento e movimentação de pequenas peças. Geralmente encontradas em oficinas e transportadoras. (CRANE SERVICE, 2011). Mini Gruas As Mini Gruas são equipamentos utilizados com extensor para içar cargas em pequenos espaços e são reconhecidas pela NR-18, possuem boa resistência, são de fácil manuseio e instalação, ágil e eficaz para içamentos de cargas de até 500kg (CRANE SERVICE, 2011). MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS As organizações tem buscado constantemente adotar procedimentos que visam a sua melhor eficiência e reduzir seus custos operacionais, uma destas abordagens é o encurtamento das distancias percorridas da materiais prima, produto acabado, ou mesmo de equipamentos que necessitam de tratamento especial, tanto pelo seu valor monetário, quanto pelo local que se deseja coletar ou acondicionar, necessitando assim de um sistema eficiente de movimentação (TAMASAUSKAS, 2000). Conforme Langui (2001), realizar a análise dos sistemas e métodos de movimentação e armazenagem de materiais ou equipamento em uma empresa, pode influenciar diretamente na sua estrutura de custos, assim como, proporcionar operações mais eficientes. Rudenko (1976) afirmou, que a mecanização dos 42 Faculdade de Minas 42 processos de movimentação de cargas, estimulou o progresso observados nos dias atuais de muitas empresas. Já Tamasauskas (2000) corrobora que as atividades contidas a um processo produtivo estão ligadas a uma movimentação de cargas interna, ou seja, de forma continua ou descontinua, acaba influenciando diretamente nos resultados das empresas. A crescente especialidade na movimentação de cargas nos diversos locais da empresa, sendo elas dos setores de mineração, portuário, comércio e da indústria, tem aumentado direta ou indiretamente o crescimento econômico, isso por exigir equipamentos e métodos cada vez mais específicos com grande aplicação dos conhecimentos relacionados com as engenharias (NASSAR, 2004). PLANEJAMENTO DE IÇAMENTO E TRANSPORTE DE CARGA O plano de movimentação de carga, ou também conhecido como Plano de Rigging, consiste em planejamento formal da movimentação de cargas utilizando-se de guindastes móveis ou fixo, buscando otimizar os recursos aplicados na operação (acessórios, equipamentos e outros) evitando acidentes e perdas de tempo. Este documento indica por meio de cálculos do estudo da carga a ser içada (levantada), dos acessórios, das máquinas, condições do solo e vento, as melhores soluções para realizar o içamento e transporte de forma segura e eficiente (NR 12, 2010). O Plano de Rigging deve ser elaborado antes do início da operação de içamento e transporte do material ou equipamento, seguindo normas vigentes para 43 Faculdade de Minas 43 tal atividade. Este documento deve apresentar diagramas e desenhos relativos à carga que será transportada; programação de embarque; detalhamento do embarque (sua programação); cronograma; com o propósito de orientar toda a operação, seja ela de armazenagem, fabricação, entre outros (BELLEI, 2008). Para a concepção do plano, é necessário considerar as características do ambiente de onde a carga será recolhido e local a ser armazenado, isso envolve as características do edifício, condições locais, mão de obra envolvida, equipamentos disponíveis. Já os prazos das atividades como montagem, desmontagem, transporte do equipamento se faz necessário analisar, descriminado ainda os custos da operação (PINHO, 2005). Comumente algumas organizações apresentam dificuldadesem definir parâmetros e critérios técnicos que justifique a necessidade da elaboração do plano de Rigging, por existir diversos métodos para realização dos índices e diagramas necessários, assim como a natureza da operação, podendo ser desde uma simples descarga até uma operação mais complexa, elevando o seu grau de risco e contemplando mais guindastes. Em tese, o plano de Riggind pode ser elaborado para qualquer tipo de serviço que necessita o içamento de carga. Independente dos métodos, o planejamento de içamento e transporte de carga deve incluir uma memória de cálculo, demonstrativos das fases de içamento, estabelecimento de indicadores críticas e folgas previstas relacionadas as interferências. Para esse estudo, foram considerados os seguintes itens para elaboração do plano: Configuração do guindaste; 44 Faculdade de Minas 44 Capacidade bruta do guindaste; Velocidade do vento; Força na sapata; Porcentagem de utilização do guindaste; Layout completo da operação; Relação de eslingas e acessórios; Identificação do guindaste. PLANO DE MOVIMENTAÇÃO E SUAS NORMAS LEGAIS Atualmente, não existe no Brasil uma NR (Norma reguladora) voltada somente para as atividades de movimentação e transporte de cargas, definindo atribuições e responsabilidades para as empresas e profissionais responsáveis (envolvidos) em tais operações. Portanto, é de responsabilidade da empresa ou terceirizada que fará a execução das operações de içamento e transporte o fornecimento de plataformas, escadas e acesso, cabos guia, corrimãos, passarelas e demais EPIs (equipamentos de proteção individual) para a equipe, conforme previsto em normas reguladoras (MIT, 2019). São elas: 45 Faculdade de Minas 45 Normas Regulamentadoras: o NR-6: Equipamento de proteção individual – EPI; o NR-11: Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais; o NR-12: Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos; o NR-18: Condições e meio ambiente de trabalho da indústria e comércio; o NR-35: Trabalho em altura; Normas Petrobras: o N-1965: Movimentação de carga com guindaste terrestre; o N-2869: Segurança em movimentação de cargas; Norma Transpetro: o PE-3N0-00209: Segurança em Serviço de Movimentação e Elevação de Cargas; Normas Brasileiras: o NBR ISSO 4309: Guindastes-Cabo de Aço – Critério de Inspeção e Descarte; o NBR 8400 – Cálculo de equipamento para levantamento e movimentação de carga. 46 Faculdade de Minas 46 Conforme Souza (2018, pág. 33), para a realização de operações iguais a esta, é exigido: A análise de risco das atividades, além do planejamento, organização e a execução, considerando como trabalho em altura, toda atividade executada acima de 2,00m do nível inferior onde haja risco de queda, devendo o trabalhador utilizar EPI tais como cinto de segurança tipo paraquedista, dotado de dispositivo para conexão em sistema de ancoragem, talabarte e o dispositivo trava-quedas fixados acima do nível da cintura do trabalhador. A análise de risco deve considerar: Local em que os serviços serão executados e seu entorno; Isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho; Os sistemas de pontos de ancoragem; As condições meteorológicas adversas; Risco de queda de materiais e ferramentas; As condições impeditivas; Os riscos adicionais; As situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros socorros; A forma de supervisão. Quanto a possíveis acidentes, a norma que orienta as empresas, assim como cuidados preventivos relacionados à segurança, para esse tipo de operação é a NR 11 (MIT, 2019) – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. 47 Faculdade de Minas 47 REFERENCIAS ALMEIDA, M. T. Manutenção Preditiva: Confiabilidade e Qualidade. 2000. Disponível em: . Acesso em 06 out. 2011. BALLOU, Ronald H., Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física, São Paulo, Atlas: 1993. BALLOU, Ronald H., Logística Empresarial, São Paulo, Atlas: 1995. BALLOU, Ronald H., Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, 4ª Ed. Porto Alegre, Bookman: 2001. BELLEI, Ildony H. Edifíficos de múltiplos andares em aço. Fernando O. Pinho, Mauro O. Pinho. 2ª ed. – São Paulo/SP. Editora PINI, 2008. BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J., Logistical management: the integrated supply chain process, New York, McGraw-Hill: 1996. CAMPOS JÚNIOR, E. E. Reestruturação da área de planejamento, programação e controle na Gerência de manutenção Portuária – CVRD. 2006. 74f. Monografia (Graduação em Engenharia Mecânica). Universidade Estadual do Maranhão, São Luís, 2006. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2011. CHING, Hong Yuh, Gestão de estoques na cadeia logística integrada – Supply Chain, São Paulo, Atlas: 1999. CHRISTOPHER, Martin, Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, Estratégia para a redução de custos e melhoria dos serviços, São Paulo, Pioneira: 1992. COUNCIL OF LOGISTICS MANAGEMENT (CLM) 1994, disponível na Internet http://www.clm1.org/, acessado em Novembro de 2012. 48 Faculdade de Minas 48 CRANE SERVICE (2008). Soluções em guindastes e movimentações de carga. Belo Horizonte. Disponível em:< comercial@craneservice.com.br>. Acesso em 05 jun 2012. DAGANZO, Carlos F., Logistics systems analysis: Lecture notes in economics and mathematical systems, Berlin, Sringer-Verlag: 1991. FERREIRA, L. L.. Implementação da Central de Ativos para melhor desempenho do setor de manutenção: um estudo de caso Votorantim Metais. 2009. 60f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009. FILHO, R. A. Introdução à Manutenção Centrada na Confiabilidade – MCC. Programa de Atualização Técnica 2008 – Sistema FIRJAN - SESI/SENAI – Rio de Janeiro [On line]. Disponível em < http://manutencao.net/v2/uploads/article/file/Artigo24AGO2008.pdf> Acesso em 11 out. 2011. HALL, Randolph W., Research opportunities in logistics. Transportation Research, Vol 19, 1985. KAIBARA, Marly Mizue, A evolução do relacionamento entre clientes e fornecedores – um estudo de suas principais características e contribuições para a implantação da filosofia JIT, Dissertação de Mestrado, Florianópolis: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção/ Universidade Federal de Santa Catarina: 1998. KARDEC, A.; NASCIF J. Manutenção: função estratégica. 3ª edição. Rio de Janeiro: Qualitymark: Petrobrás, 2009. 384 p. LANGUI, C. A. Pontes Rolantes - A importância do equipamento nas áreas de produção industrial - Pontes rolantes. 50p. Monografia (MBA em Gerência Empresarial) - Departamento de Economia, Contabilidade, Administração e Secretariado, Universidade de Taubaté, Taubaté, 2001. LAMBERT, DOUGLAS M., STOCK, JAMES R., VANTINE, J. G., Administração Estratégica da Logística, São Paulo, Editora Vantine Consultoria: 1993. 49 Faculdade de Minas 49 MILAN, Celso Flavio, Operador de Empilhadeira: transporte, movimentação e armazenagem de cargas, 1.ed., São Paulo, Érica: 2011. MONCHY, F. A Função Manutenção. São Paulo: Durban, 1987. MOURA, R.A., Sistemas e técnicas de movimentação e armazenagem de materiais, 3 ed., São Paulo, IMAN: 1983. NOVAES, Antônio Galvão, Notas de aula. Disciplina Logística 1, Universidade Federal do Rio Grande do Sul: 1999. MOUBRAY, J. Introdução à Manutenção Centrada na Confiabilidade. São Paulo: Aladon, 1996. NASSAR, W. R. Apostila de Máquinas de Elevação e Transporte. Universidade de Santa Cecília: São Paulo, 2004. NETTO, W. A. C. A Importância e a Aplicabilidade da Manutenção Produtiva Total (TPM) nas Indústrias. 2008. 53f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção). UniversidadeFederal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2008. NOVAES, Antonio Galvão, Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação, Rio de Janeiro, Campus: 2001. OTANI, M.; MACHADO, W. V. A proposta de desenvolvimento de gestão da manutenção industrial na busca da excelência ou classe mundial. Revista Gestão Industrial. Vol.4, n.2, 2008. PORTER, M.E., Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior, Tradução de Elizabeth Maria de Pinho Braga, Rio de Janeiro, Campus: 1992. RUDENKO, N. Máquinas de Elevação e Transporte. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos, Editora S.A. Tradutor: João Plaza. 1976. SLACK, Nigel, Administração da Produção, Editora Atlas, São Paulo: 1999. 50 Faculdade de Minas 50 PINHO, M.O. Transporte e montagem. 2ª ed. Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA). Rio de Janeiro, 2005. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 2002. 703 p. TAVARES, L. A. Administração Moderna de Manutenção. 1ª edição. Rio de Janeiro: Novo Pólo, 2000. TAMASAUSKAS, A. Metodologia do Projeto Básico de Equipamento de Manuseio e Transporte de Cargas – Ponte Rolante – Aplicação não siderúrgica. 2000. Dissertação de mestrado - Escola Politécnica de São Paulo, Departamento de Engenharia Mecânica, São Paulo, 2000. WYREBSK, J. Manutenção Produtiva Total. Um Modelo Adaptado. 1997. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2011.