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SISTEMAS INTERMODAIS DE TRANSPORTES PRINCIPAL E SEUS TERMINAIS 1 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA .................................................................................... 2 HISTÓRIA DA LOGÍSTICA ........................................................................ 3 HISTÓRIA DOS TRANSPORTES ............................................................. 5 O Transporte .............................................................................................. 6 LOGÍSTICA EMPRESARIAL ................................................................... 13 LOGÍSTICA E TRANSPORTES ............................................................... 15 Transporte Multimodal ............................................................................. 17 Modais Utilizados ..................................................................................... 21 Transporte Marítimo ................................................................................. 25 Transporte Ferroviário ............................................................................. 27 Transporte Rodoviário ............................................................................. 29 TRANSPORTE Aeroviário ....................................................................... 32 TRANSPORTE DUTOVIÁRIO ................................................................. 33 Transporte Intermodal e Intermodalidade ................................................ 33 Terminais ................................................................................................. 34 referencias ............................................................................................... 37 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 HISTÓRIA DA LOGÍSTICA Conforme Siqueira (2010), a palavra logística é derivada francês Logistique e tendo como significado: "a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de projeto, desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos". Ainda Segundo Siqueira (2010), a Logística também se refere a satisfação do cliente ao menor custo total. Assim definimos que os termos Logísticos e Cadeia de Suprimentos significam a mesma coisa, já que ambos têm a finalidade de satisfazer o cliente com o menor custo possível. A palavra logística, segundo outros historiadores, é proveniente do antigo grego logos, que significa razão, cálculo, pensar e analisar, a logística é vista também como ramo da ciência militar responsável por obter, dar manutenção e transportar material, pessoas e equipamentos. Outra definição para logística é: O tempo relativo ao posicionamento de recursos. Filho (2001.p.26), nos diz que, Logística é definido como o “Processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matéria-prima, estoque durante a produção e produtos acabados, desde do ponto de origem até o consumidor final, visando atender os requisitos do cliente.” De acordo com Rabelo (2014), a logística teve inicio na década de 50, onde o mercado vivia seus dias de tranquilidade, sem grandes cobranças por parte dos consumidores, onde o marketing era responsável pela distribuição dos produtos, os primeiros conceitos de logística surgiram a partir das atividades logísticas militares da Segunda Guerra Mundial, onde a administração mudou o foco da produção para a orientação do marketing começando a avaliar as necessidades dos clientes. Mas o foco na distribuição física, que é o primordial da logística, veio em meados da década de 50 e 70, onde houve um desenvolvimento representativo em relação às teorias e práticas logísticas. Assim, as empresas passaram a melhorar a filosofia econômica de uma gestão melhor dos suprimentos em vez de estímulo de demanda. 4 Ballou (1993), nos fala que, a logística são todas atividades de movimentação e armazenagem que melhoram o fluxo dos produtos desde a fabricação até o consumo final, e também os fluxos de informação que disponibilizam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço de qualidade e menor preço possível. “A Logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor [...]” (MARTINS; ALT, 2005, p.252). E com o desenvolvimento do capitalismo mundial, sobretudo a partir da Revolução Industrial, a logística tornou-se cada vez mais importante para as empresas num mercado competitivo uma vez que a quantidade de mercadorias produzidas e consumidas aumentou, e nos dias de hoje, com a globalização da economia, os conhecimentos de logística são de fundamental importância para as empresas. Goulart e Zanatta (2009), falam que foi em meados de 1980 que a logística surgiu no Brasil, exatamente depois de acontecer a explosão da Tecnologia da Informação. Surgindo algumas entidades dando enfoque a Logística como: ASBRAS (Associação Brasileira de Supermercados), ASLOG (Associação Brasileira de Logística), IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem), entre outras, com objetivo de disseminar este novo conceito voltado para as organizações. Atualmente, é comemorado no dia 6 de junho é o Dia da Logística. A data é uma referência ao dia em que ocorreu possivelmente o maior movimento logístico já conhecido na história que foi o desembarque das forças aliadas na Europa, ao término da II Guerra Mundial, imortalizado como o “Dia D”. Enfim, a Logística é o principal departamento para exercer a atividade de redução de custo em uma organização, é impossível se pensar em otimização dos recursos, redução de custo, sem que não se pense em Logística antes. Com isso vem a necessidade de aliar conhecimento, habilidade e atitude ao capital humano na área de logística. 5 HISTÓRIA DOS TRANSPORTES De acordo com Keedi (2004), na história dos transportes existem fases distintas. A primeira fase, situa-se antes da Revolução Industrial na qual, utilizava- se a força humana, a força animal, tanto para tração, bem como para carga, além das correntes de água e da força eólica. A segunda fase é compreendida logo após a Revolução Industrial, na qual, começam a utilizar o vapor, a eletricidade, além de máquinas de combustão como fontes de força motriz. Desde o início da utilização dos transportes, o modal mais utilizado foi o rodoviário, porque mesmo quando as cargas eram transportadas em animais, usavam-se vias de acesso para ir e vir. Muito tempo depois do desenvolvimento deste, o modal ferroviário começou a se desenvolver também. Além desses, existem também os modais marítimo, que também já é bem antigo, o aquaviário, o aeroviário e dutoviário. Estes, no decorrer de seus respectivos desenvolvimentos, foram se aprimorando e passando por mudanças. O fator de impacto para estas mudanças foi a condição de cada um deles. As condições de cada meio de transporte foram cruciais para determinar seu modelo de utilização bem como sua estrutura organizacional, além da definição dos direitos de propriedade sobre os mesmos, sendo uma estrada de rodagem mais utilizada do que uma estrada de ferro, pois diversos tipos de veículos fazem uso da mesma, o que no transporte ferroviário é mais difícil disso ocorrer visto ser um modal que aceita apenas o tipo de veículo para o qual foi projetada. (KEEDI, 2004). Os diversos modais, citados acima, compõem a matriz de transporte da maioria dos países. No que diz respeito à matriz de transporte brasileira, esta, vem sofrendo alterações ainda que muito discretas, com mudanças graduais e lentas, mas para um futuro distante. Para Keedi (2004), o modal rodoviário sempre se apresentou soberano em todos os aspectos porque até hoje, ele é o único capaz de realizar um transporte de ponta a ponta sem a necessidade de complementação de outros modais. Entretanto, na nova ordem Logística, este modal deverá integrar-se ao todo 6 de modo a assumir um papel mais nobre do que o que vinha apresentando até o momento. Essa característica de cobrir desde o ponto de origem ao ponto de destino, tende a ser substituída por outro tipo de modal que seja mais indicado para longo curso, fazendo com que o rodoviário passe a atender as pontas do percurso, dependendo da quilometragem deste. O modal rodoviário deverá tornar-se um importante elo da intermodalidade e da multimodalidade que já existe no país em forma de lei, embora não de maneira funcional, facilitando o transporte, a distribuição e a entrega de mercadoria. Cumprindo esse papel, o modal rodoviário se tornará por assim dizer uma estrela do transporte, provavelmente na mesma linha do container. O TRANSPORTE Para Bruno Paoleschi (2011), a palavra transporte logístico foi desenvolvida para suprir a necessidade bélica, principalmente para transporte de tropas durante a Segunda Guerra Mundial. O setor de transportes passou, antes que todos os setores industriais, a utilizar a logística em suas atividades. O transporte é o deslocamento de bens de um ponto inicial a outro, considerando sempre a integridade da carga, e também, respeitando sempre os prazos acordados. O transporte tem importância fundamental para que os bens cheguem ao seu ponto onde será utilizado, sempre garantindo o melhor desempenho nos investimentos feitos, nos mais diversos agentes econômicos que são incorporados ao longo do processo de transporte. Mesmo que na empresa se utilize o serviço terceirizado, é sempre essencial fazer um planejamento e uma programação de entregas dos produtos finais, para cumprir os prazos estabelecidos, e ter um controle mais apurado em relação a custos. Para um melhor planejamento de transporte, é necessário considerar alguns fatores, entre eles: • Estabelecer o peso e o volume do transporte diário, semanal e mensalmente; • O que deve se transportar de matéria-prima de fornecedores em relação a 7 peso e volume, considerando os dias, as semanas e os meses; • Definir o modal de transporte que será utilizado pela empresa; • Após a definição do modal, é necessário definir o tipo de veículo; • As distâncias que serão percorridas; • Definir se é necessária a implantação de um entreposto, armazém regional, ou na cidade da empresa; • É importante também definir a porcentagem o investimento/custos em transportes sobre o faturamento da empresa; • Definir um programa de computador para ajudar no gerenciamento do transporte e; • Utilizar de documentação para o transporte de cargas. Os documentos que são mais importantes em um transporte são: Nota Fiscal (DANFE), Conhecimentos (Conhecimento de transporte multimodal de cargas, Conhecimento de embarque aéreo – Aéreo (AWB), Conhecimento de embarque ferroviário, Conhecimento de embarque marítimo – B/L, Conhecimento de embarque rodoviário) e Romaneio/Manifesto. O transporte é o mais importante elemento do custo logístico na maior parte das empresas no mundo. O frete pode absorver até dois terços do gasto logístico e entre 9% e 10% do PIB. A maior parte está associada com a propriedade de automóveis particulares. O transporte de carga é responsável por cerca de 8% do PIB para a economia dos Estados Unidos. Por isso, o responsável pela logística deve ter um bom conhecimento e uma boa experiência na área (BALLOU, 2011). A simples comparação de economias de nações desenvolvidas para nações em desenvolvimento mostra o papel do transporte no desenvolvimento de um alto nível de atividade na economia. Um sistema de transporte desenvolvido contribui para aumentar a competição no mercado, garante a economia de escala de produção e consequentemente reduz o preço dos produtos. Quando não há um sistema de transporte desenvolvido, os produtos que abastecem fábricas limitam-se aos que estão disponíveis na região da mesma. Isso só não acontece caso o custo de produção de determinado produto seja muito baixo 8 em um segundo local de produção, possibilitando um gasto maior com transporte. Do contrário, com a concorrência crescendo cada dia mais, isso acaba não acontecendo. Contudo, se houver uma melhor utilização do serviço de transporte, os custos dos produtos colocados em mercados mais distantes das fábricas podem ser competitivos com os produtos fabricados na região. O transporte, além de incentivar a concorrência direta, também incentiva a concorrência indireta, pois coloca a disposição do mercado bens que normalmente não estariam disponíveis se o custo do transporte fosse muito alto. Outro efeito importante para os negócios em relação a custos baixos de transportes é a liberdade gerada para a escolha de uma melhor localização industrial, possibilitando assim usufruir de melhores condições geográficas para a indústria. A redução do preço do transporte está também diretamente ligada com a diminuição dos preços finais dos produtos. Isso ocorre, pois o transporte é um dos componentes de custo que, juntamente com os custos de produção, custos de vendas e outros, irão compor o custo agregado do produto. Quanto mais barato for o transporte, mais em conta será o custo do produto, que o tornará mais competitivo em relação aos demais concorrentes. Com isso, a indústria se beneficia, e também a sociedade, pois poderão usufruir de produtos de melhor qualidade, com um custo acessível, estabelecendo um melhor padrão de vida. Quem irá utilizar do transporte, terá uma variedade de serviços a disposição, todos eles sempre relacionados com os 5 modais básicos disponíveis. A variedade é quase infinita: todos os 5 modais podem ser utilizados de forma combinada, podem ser prestados serviços terceirizados por comissariados, associações, sindicatos e agentes. Dentre as infinitas alternativas de transportes, o contratante deve sempre optar pelos modais que se encaixam diretamente com seu produto. Essa tarefa de selecionar o transporte que combina com sua mercadoria não é uma tarefa complicada, mas deve-se levar em consideração os custos do modal utilizado, o tempo médio que será entregue a mercadoria ao destino final, o tempo de trânsito e suas variações que podem ocorrer, além de considerar também sempre as perdas e os danos aos objetos. 9 O serviço procurado tem que estar disponível e fornecido com frequência ao seu contratante. O custo que o transportador tem são os custos com o próprio transporte, além das taxas de acessórios e também de terminais para serviços que podem ser necessários. Caso o serviço seja contratado por terceiros, o frete para transportar a mercadoria mais taxas adicionais, que podemos considerar como sendo a retirada das cargas em sua origem, entrega no destino final, seguros da mercadoria, preparação e acondicionamento para transporte, compõem o custo total do serviço que será realizado. Para o transporte próprio, os custos que irão compor o serviço são os combustíveis utilizados em toda a operação, mão de obra, manutenção de equipamentos e máquinas, depreciação dos veículos e custos administrativos. Os custos irão variar bastante de acordo com o modal escolhido. Usar caminhões pode sair mais de quatro vezes do que se transportar utilizando ferrovias. Usar ferrovias pode ser três vezes mais caro do que se utilizarmos dutos ou hidrovias. As comparações de custos para a seleção de serviços devem ser feitas a partir de gastos reais, que irão contemplar o transporte da mercadoria específica, a distância que será percorrida, qualquer manuseio especial que seja necessário com a carga e a direção dos carregamentos. Para se selecionar o transporte, devemos considerar alguns fatores, como o tempo médio e sua variabilidade. O tempo médio para entrega de um produto é o tempo em que se leva para a mercadoria ir de sua origem até destino final. Os vários modais existentes variam de capacidade em relação às conexões diretas entre origens e destinos, como por exemplo, as cargas aquaviárias movimentam-se entre os portos, enquanto as cargas aéreas movimentam-se entre os aeroportos. Mas, para se levantar o tempo total de entrega de uma mercadoria, devemos considerar apenas não só seus modais, mais também todo o tempo em que se leva um produto para ser entregue de porta a porta, ou seja, da porta da indústria em que é fabricado, até a porta do cliente. Ainda que a maior parte de uma mercadoria seja feita por trens, a coleta e a distribuição dessa mercadoria serão feitas por caminhões, pois geralmente não existem conexões que levem a mercadoria diretamente do vendedor até seu comprador. A variabilidade irá corresponder às diferenças encontradas entre os 10 carregamentos e isso ocorre em todos os modais. Todos os transportes efetuados de uma mesma origem até seu mesmo destino sempre acabam variando em relação a sua duração, devido a problemas climáticos, trânsitos congestionados em grandes centros, ou ocasionados por incidentes no trajeto e número de paradas. Ainda em relação às variações, os modais podem ser classificados nos tempos médios de entrega, ou seja, o transporte ferroviário tem maior variabilidade no tempo, enquanto o aéreo o menor e o transporte rodoviário fica entre esses dois modais na questão do tempo médio. As transportadoras irão variar na sua competência em proteger cargas contra perdas e danos. Por isso, devemos considerar esses parâmetros para efetuar a escolha de um transportador. Algumas perdas podem ser consideradas ainda mais graves, como no caso de bens transportados que estão indo para recompensar os estoques de clientes ou até mesmo para consumo direto. Entregas retardadas ou mercadorias em más condições resultam em transtornos para o cliente, ou mesmo eleva os custos de estoques, pois haverá uma maior quantidade de faltas ou até pedidos extras, para suprir quando as reposições que estão programadas de forma antecipada não são recebidas como planejado inicialmente. Mas, em alguns casos, o responsável pela quebra ou dano não é o transportador. Em algumas vezes, o próprio varejista atua de má fé e utiliza mercadorias avariadas como esquemas de vendas. Conforme Sunil Chopra e Peter Meindl (2003), o transporte significa o deslocamento que o produto faz de um ponto a outro, partindo do início da cadeia de suprimentos até seu cliente final. É de fundamental importância para toda a cadeia o transporte, pois geralmente os produtos que são fabricados não são consumidos em um mesmo local. Para que ocorra o transporte, devem existir 2 tipos de participantes entre as interações: o embarcador, que é aquele que necessita do serviço prestado, entre os dois pontos participantes da interação, e o transportador, que é aquele que movimenta ou transporta o produto para seu cliente, até o destino final. O transportador tem como alvo determinar políticas em suas operações que visarão intensificar o retorno sobre seus investimentos realizados. Transportadoras que realizam seus serviços por trens, navios, caminhões, devem levar em 11 consideração alguns custos para determinar a formação de seus preços e de suas operações: custo relacionado ao veículo é o gasto adquirido por se efetuar uma compra ou um aluguel do veículo que será utilizado para o transporte de mercadorias. Esse custo é assumido com o veículo em funcionamento ou não, e ele é considerado um custo fixo para decisões em curto prazo que será tomado pelo transportador. Os custos ligados aos veículos, sendo alugados ou não, estão diretamente ligados com a quantidade de veículos. Custos operacionais fixo são os que incluem gastos com mão de obra e terminais, independente dos veículos serem alugados ou não. Geralmente, o custo operacional fixo é proporcional ao tamanho das instalações que a transportadora utiliza para realização de suas operações. Custo relacionado à viagem obtido sempre que o veículo inicia sua viagem e nisso se inclui o preço da mão de obra e também do combustível que será utilizado. Esse custo depende da distância e duração de toda a viagem, mas ele é independente da quantidade que será transportada. Esse custo é considerado variável, pois variam de acordo com as decisões tomadas que irão influenciar na distância percorrida e no tempo que a viagem levará. Custo indireto está associado com o planejamento e elaboração de um cronograma a ser seguido por uma rede de transporte, assim como investimentos em tecnologias em sistemas computadorizados. O custo indireto está associado com transportadoras que investem em softwares de roteirização, permitindo que seja efetuado um planejamento visando melhores rotas de entregas. A maioria dos custos das transportadoras não depende da quantidade que está sendo carregada no avião, trem ou navio, e sim de sua utilização, que acaba sendo afetada pela programação dos veículos e por suas rotas. As decisões tomadas pelo embarcador incluem o projeto de transporte em que deseja utilizar para sua carga, os meios de transporte que vão ser utilizados e a definição de um meio específico que será responsável por entregar cada despacho ao cliente. O objetivo do embarcador é escolher uma opção que entregue sua mercadoria no menor custo possível ao cliente, atendendo sempre as solicitações dos clientes dentro dos prazos, e com a responsabilidade proposta. Para tomar as decisões corretas, o embarcador deve levar em conta alguns custos: 12 • Custo de Transporte, que é o valor pago as transportadoras para que suas mercadorias sejam recolhidas e entregues até seu destino final. Esse custo é totalmente ligado aos preços oferecidos pelos prestadores, são ligados também aos tipos de transporte escolhidos pelo embarcador, ou seja, transportes mais rápidos são mais caros, enquanto mais lentos serão mais baratos. Esses custos são considerados variáveis. • Custo de Estoque está relacionado com o custo de manutenção do estoque adquirido pelo embarcador. Esse custo é considerado fixo para decisões de curto prazo, e variáveis quando o embarcador está planejando a cadeia de transporte ou planejando suas políticas sobre as operações que serão realizadas. • Custo de Instalação, que são os custos gerados pelas várias instalações que incorporam toda a cadeia de suprimentos do embarcador. São custos considerados fixos quando as decisões são relacionadas ao transporte e variáveis quando as decisões são tomadas em relações a projetos logísticos. • Custo de Processamento, que são os custos das operações de carregamento e descarregamento das ordens, e também outros gastos com operações relacionadas ao transporte. Esses custos são considerados variáveis para todas as decisões de transporte. • Custo do Nível de Serviço, que são os custos adquiridos pela insuficiência em atender com os acordos fechados. Essa insuficiência pode ser relacionada aos acordos fechados com os transportadores que não são cumpridos por eles, e até na insatisfação do cliente que está esperando para receber a mercadoria. O embarcador deve fazer um embate entre todos os esses custos descritos ao se decidir sobre qual transporte será utilizado, e qual transportador será contratado. As escolhas do embarcador também são influentes por ele possuir uma responsabilidade que pretende oferecer junto ao seu produto para o cliente. 13 LOGÍSTICA EMPRESARIAL A logística é uma das atividades econômicas mais antigas e um dos conceitos gerenciais mais modernos. Resumidamente a logística está ligada diretamente à compra, armazenagem e distribuição de materiais e mercadorias, ou seja, é uma ferramenta que está presente desde o início da produção até seu destino final, sempre procurando diminuir custos (CAMPOS; BRASIL, 2008). Diante do contexto de globalização, onde cada vez mais as empresas estão inseridas em um mercado de concorrência global, a logística, ferramenta de gestão moderna, pode assegurar a competitividade das organizações. Esta nova dinâmica de mercado é marcada pela rapidez que transitam as informações tornando o ambiente empresarial cada vez mais incerto e inseguro. Dessa forma, a logística, como ferramenta empresarial, busca garantir a competitividade de um novo modelo de gestão que acompanhe o paradigma pós-industrial, aonde os fluxos de materiais tendem a se movimentar mais rapidamente. (SILVA, 2011). Não apenas hoje, mas há muito tempo, a logística está presente no cotidiano das pessoas, não se sabe exatamente quando ela surgiu, Razzolini Filho afirma que: Não sabemos exatamente quando o homem começou a transportar coisas, uma vez que a arqueologia não consegue determinar com precisão quando foi que o homem criou o primeiro equipamento (ou dispositivo) de transporte. Porém, temos certeza de que foi no momento em que o homem deixou de ser nômade para fixar-se em algum lugar que surgiu a necessidade de buscar coisas em outros lugares e, também, de levar para esses ambientes aquilo que ele poderia trocar com outros indivíduos. Na verdades, à medida que o ser humano foi se tornando agrário, dominando os recursos da natureza, iniciou-se um processo de desenvolvimento que demandou o transporte de bens de um lugar para outro, a fim de que se realizassem processos de trocas. (2009 p. 19). No início era apenas uma necessidade de transportar algo de um lugar para outro, mas essa ferramenta foi se aperfeiçoando com o passar do tempo e hoje ela se tornou uma ferramenta utilizada para reduzir gastos, ganhar competitividade diminuir estoque e muitas outras finalidades além do simples transporte de mercadorias. A partir da Segunda Guerra mundial tornou-se nítida a importância das atividades logísticas nas organizações. Com o advento de novas metodologias de 14 produção, exemplificadas pelo just-in-time, no qual se substituiu a antecipação pela reação à demanda, o equacionamento logístico dos fluxos de materiais em toda a cadeia de suprimentos tornou-se fundamental. (LEITE, 2009) A figura a seguir demonstra as diversas áreas de atuação da logística empresarial: FIGURA 1: Áreas de Atuação da logistica empresarial Fonte: Leite, 2009, p.4. As definições de logísticas rementem à conclusão de um processo estratégico de gerenciamento das aquisições, movimentações e armazenagem de peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através das organizações e dos seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presentes e futuras por meio do atendimento de pedidos a baixo custo (CAMPOS; BRASIL, 2008). Os fluxos logísticos são fundamentais para a atividade empresarial, o objetivo de um gestor da área de logística é na verdade gerir toda a cadeia para reduzir custo e tempo, aperfeiçoar processos e consequentemente ganhar competitividade perante o mercado (SILVA, 2011). Existem várias características que apontam uma logística eficaz, Campos; Brasil apontam as seguintes: Uma logística eficaz coloca o produto certo, no local correto, no tempo exato, no estado adequado e ainda com custo competitivos: valores reais, verdadeiros. É considerada eficaz (como uma arma competitiva) a logística administrada de forma a possuir características como: Maiores expectativas no atendimento dos serviços; Pedido sempre perfeito (100% 15 de conformidade com planos); Conectividade de informações em tempo real com ferramentas como EDI, internet, intranet e extranet; Maior racionalização de Supply Chain por meio de serviços compartilhados, com menos níveis de divisão de trabalho e com a utilização de tecnologias atualizadas. Isso significa fazer chegar aonde não chega hoje, assim como aonde os outros não chegam, com menor custo, mais rápido, com constância e com menos estoque. (2008, p. 145) Não basta apenas saber que a demanda afeta todo o processo produtivo, desde fornecedores até clientes. A adequada administração do abastecimento de forma integrada exige o conhecimento dos impactos causados (presentes e futuros) nas organizações envolvidas, assim como na sociedade em geral. (CAMPOS; BRASIL, 2008). Para Novais (2004), no moderno conceito de Supply Chain Manegement (SCM), as funções logísticas devem ser executadas de forma integrada tornando mais difícil a identificação de cada elemento dentro do sistema. Soma-se a isso, o fato de o SCM possuir um caráter estratégico, o que faz com que as decisões sejam tomadas com vista em objetivos mais amplos além de receberem um foco com resultados a longo prazo. Tais decisões são cruciais para a sobrevivência das empresas que fazem parte desta cadeia. LOGÍSTICA E TRANSPORTES A logística é uma variável extremamente importante no atual contexto mundial e globalizado, com o mundo integrado e sem fronteiras. Isto se deve ao alto grau de competitividade que as empresas têm sido obrigadas a mostrar para que possam participar neste jogo internacional de comercio exterior cada vez mais disputado por empresas e países. Para Ballou (2001, p. 19), a Logística está “para agrupar conjuntamente as atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços para administrá-las de forma coletiva é uma evolução natural do pensamento administrativo”. As demais atividades que fazem parte das relações comerciais internacionais são muito importantes. No entanto, a atividade de Logística tem se destacado das demais. É ela quem está fazendo a diferença na competitividade das empresas. Isto tem ocorrido no plano mundial. Pode-se dizer que no Brasil o 16 que vem ocasionando estas mudanças é a privatização de operações portuárias, privatização operacional da malha ferroviária, o renascimento da navegação de cabotagem. Internacionalmente, a abertura econômica mundial tem sido uma das principais responsáveis por este cenário. A logística como diferencial competitivo agrega cada vez mais valor aos serviços de comercio exterior prestado por empresas e países. No atual cenário globalizado, o aumento da concorrência mundial tem impulsionado as empresas a atenderem satisfatoriamente aos seus clientes internacionais. Ligada a essa mudança comportamental dos mercados, viu-se a necessidade de adaptação destes à medida que o relacionamento entre empresas e clientes se desenvolvem e se afirmam. Sendo assim, a Logística vem em auxílio a estas organizações que procuram se destacar internacionalmente. Produtos semelhantes, várias empresas oferecem; o que irá diferenciar uma da outra será a forma, a rapidez e a eficiência com que estes chegarão aos seus destinos finais. Também segundo Ballou (2001, p.38), “tem como objetivo [...] providenciar bens e serviços corretos, no lugar certo, no tempo exato e na condição desejada ao menor custo possível.” Para oferecer tais serviços, a empresa exportadora tem a necessidade de conhecer bem o mercado para o qual vai exportar, além de conhecer a cultura deste. De acordo com o Council of Logistics Management - CLM “é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”. Desse modo, os componentes da Logística, ou os elementos que a formam, são: Processo de planejar, operar e controlar; Fluxo e armazenagem (do ponto de origem a ponto de destino); Matéria prima; Produtos em processo Informações; Dinheiro. 17 Tais componentes devem ser de forma econômica, eficiente e efetiva além de satisfazer as necessidades e preferências do cliente. Os componentes logísticos devem ser de mão dupla, ou seja, estes devem tanto levar informações do consumidor final ao fornecedor para promover mudanças e melhorias nos produtos, o fluxo de materiais vai em direção ao consumidor, e este devolve ao fornecedor o fluxo de dinheiro. Todos estes fluxos 15 devem ter uma finalidade fundamental, que é satisfazer as necessidades e preferências do consumidor final. Porém, Porém, dentro da Cadeia Logística, cada elemento é cliente de seu fornecedor. É neste ponto em que há a necessidade da gestão da cadeia, a fim de se estabelecerem parcerias fidedignas e que estejam atendendo aos objetivos comuns dos demais componentes da cadeia, chegando-se assim ao seu objetivo primário: a satisfação plena do consumidor final. Por isso, dentro da cadeia, se faz necessário um rígido controle para que cada um dos elementos estejam de acordo ao modificarem seus processos e ao se adequarem a fim de atender às necessidades específicas almejadas. (NOVAIS, 2004). Tendo estas premissas, a Logística moderna deve incorporar: Prazos previamente acertados e cumpridos integralmente, ao longo de toda a Cadeia de Suprimento; Integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da empresa; Integração efetiva e estreita (parcerias) com fornecedores e clientes; Busca da otimização global, envolvendo a racionalização dos processos e a redução de custos em toda a Cadeia de Suprimento; Satisfação plena do cliente, mantendo nível de serviço preestabelecido e adequado. TRANSPORTE MULTIMODAL Para Adriana Pereira (2007), o século 21, sendo considerado o século da globalização mundial, será reformulado com suas atividades voltadas para o transporte de cargas por meio da multimodalidade, principalmente pelo foco 18 necessário nas cadeias de abastecimento e suprimentos das empresas. Todos os modais de transporte (rodoviário, ferroviário, marítimo, aéreo, etc.) vêm conhecendo uma evolução significativa de tempos para cá, mas ainda existe uma estrutura que não permite seu total desenvolvimento. Com a competitividade e crescimento mundial, muitos entraves para a multimodalidade estão sendo derrubados, não só no Brasil, como no mundo todo. Ainda conforme Adriana Pereira (2007, p. 9): A multimodalidade tem sido dirigida quase que essencialmente por 4 grandes premissas: Hiper-competição das cadeias de suprimento de um mercado global; Necessidade de confiabilidade e flexibilidade respondendo as constantes mudanças de requerimento dos usuários (embarcadores) com coordenação entre equipamentos e frequências dos vários modais; Conhecimento das opções e alternativas atuais e futuras de operações multimodais, tanto quanto a potencialidade associada as tecnologias de informação e comunicação e as mudanças a elas associadas; Restrições na coordenação da capacidade da infraestrutura, incluindo as regras sejam elas a legislação ou prática de mercado, tanto quanto a melhor gestão da infraestrutura existente e largo conhecimento dos futuros investimentos em novas infraestruturas. De acordo com Sunil Chopra e Peter Meindl (2003), o transporte multimodal é o uso de mais de um meio de transporte com o objetivo de levar a mercadoria até seu destino final. Existem nesse meio diversas combinações possíveis, sendo que em sua maioria é utilizada a rodo-ferroviária. O transporte multimodal cresceu consideravelmente após a expansão do uso de contêineres para transporte de mercadorias de um meio para o outro, onde seu uso facilita o transporte, principalmente o transporte multimodal. Transportes de contêineres quase sempre utilizam combinações de multimodalidade, como rodo- hidro-ferroviárias, definitivamente para fretes internacionais. Para o comércio internacional, o transporte multimodal é muitas vezes a única ferramenta, pois na maioria dos casos as indústrias e seus compradores não estão localizados próximos aos portos de origem e destino. Conforme houve um aumento na quantidade de contêineres carregados, cresceu-se também a combinação multimodal entre rodo-hidro-ferroviário. Em 1996, o transporte multimodal correspondeu a 16% das receitas 19 relacionadas ao transporte ferroviário (dados Distribution 1997). O transporte em terra, por meio do multimodal rodo-ferroviário oferece um custo/benefício melhor do que uma carga em um único método de transporte, como somente rodoviário, ou somente ferroviário. O transporte multimodal consegue combinar meios diferentes de transportes com o objetivo de criar uma melhor relação de preço/serviço que não é possível ser oferecida por apenas um único meio de transporte. Além disso, é interessante para os donos de cargas que negociam com apenas uma empresa representando todos os outros donos de cargas, que juntos, irão oferecer um transporte multimodal. As questões-chave nesse método de transporte envolvem a troca de informações para facilitar as movimentações das cargas entre os diferentes meios, pois essas operações muitas vezes podem ocasionar atrasos, prejudicando principalmente o tempo de entrega da mercadoria. Bruno Paoleschi (2011) cita que o transporte multimodal é realizado por um transportador que irá organizar e assumir inteiramente a responsabilidade pelo transporte “porta a porta”. A mercadoria será acompanhada por um único documento, o Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC). Dessa forma, toda responsabilidade das operações realizadas pelo transportador são de responsabilidade do próprio, onde o mesmo irá administrar e coordenar todo o processo, desde o embarcador, até o importador. O transporte multimodal de cargas é aquele que acordado por um único contrato, que utilizará duas ou mais modalidades de transportes, iniciando-o em sua origem até seu destino final e é realizado sob a total responsabilidade de um operador de transporte multimodal (OTM). O acordo de transporte multimodal é evidenciado no Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas (CTMC), onde será descrito toda a operação, desde o recebimento da carga até sua entrega no destino final, podendo ser negociadas ou não negociadas, variando pela forma solicitada pelo expedidor da mercadoria. A responsabilidade pela execução de todo o contrato fica a cargo do operador de transporte multimodal (OTM). Todos os prejuízos ocasionados durante o transporte ou armazenagem, desde perdas, roubos, danos, avarias, são de responsabilidade do mesmo, assim como a responsabilidade por atrasos nas 20 entregas, caso haja prazos estipulados no contrato. Além do transporte em si, o OTM tem o compromisso de coletar a mercadoria, carregar as mercadorias, descarregar as mercadorias, movimentar, armazenar e entregar no destino, desde que as operações estejam de acordo com o contrato fechado entre cliente e operador multimodal. O operador de transporte multimodal é uma pessoa jurídica, contratada para a prática do transporte de cargas por multimodalidade, da origem até seu destino, por condições próprias ou pela contratação terceira para a realização do serviço. Dessa forma, verificamos que o OTM pode ou não ser um transportador. Para que o OTM possa realizar suas operações de forma legal perante a lei, é necessário que o mesmo tenha uma habilitação e registro junto a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Caso o mesmo deseje também atuar de forma internacional, deve-se obter também uma licença da Receita Federal. Um prazo estimado para a concessão dessas habilitações é de dez anos. Segundo Ballou (2011), uma das características mais importantes do serviço integrado (multimodal) é a troca livre de equipamentos, entre os diversos tipos de modais disponíveis para utilização. Ainda segundo ele, qualquer carga carregada por um caminhão pode ser embarcada em um avião, num trem, e também por um navio. Geralmente, a integração de todo serviço modal é de responsabilidade pelas transportadoras que são associadas individualmente. Dessa forma, a transportadora contratada para transportar por determinado modal será responsável pela carga na sua operação. Assim, os custos e os desempenhos são algumas das características do operador que irá prestar aquele determinado serviço. Ainda de acordo com Ballou (2011): Existem dez combinações de serviço integrado: (1) ferrorodoviário, (2) ferro-hidroviário, (3) ferro-aeroviário, (4) ferro- dutoviário, (5) rodo-aéreo, (6) rodo-hidroviário, (7) rodo-dutoviário, (8) hidrodutoviário, (9) hidro-aéreo e (10) aero-dutoviário. Nem todas estas combinações mostram-se práticas. Mesmo algumas daquelas que são viáveis ganharam pouca aceitação. A alternativa de equipamento mais popular é o contêiner, empregado em muitas das combinações multimodais. 21 MODAIS UTILIZADOS Mendonça e Keedi (1997) citam que os tipos de modais que formam o agrupamento terrestre são o ferroviário e o rodoviário; já o agrupamento que formam o marítimo é formado pelos meios marítimos, lacustres e fluviais, e ainda temos o dutoviário e aéreo. Para que a escolha do modal seja feita de forma correta, é necessário conhecer a fundo cada modal e suas características, desde vantagens e desvantagens, modais que se encaixam em determinada região, tipo de carga que será transportada. Para o comércio exterior, onde a mercadoria percorrerá maiores distâncias entre o embarcador e o cliente, haverá uma participação de meios de transportes internos. Para esse tipo de trabalho, deve-se levar em consideração não apenas o preço do frete em si, mas também é necessário considerar as características de cada modal e as que mais se adaptam com o serviço que será necessário. Existem cinco tipos de modais: o aeroviário, o rodoviário, o aquaviário, o ferroviário e dutoviário e cada um possui uma característica própria, um custo diferenciado de acordo com a capacidade, agilidade, abrangência, o que permite ao departamento de logística a possibilidade de traçar suas estratégias para receber a mercadoria no momento certo a um custo adequado. Se compará-los em relação à velocidade, o modal que oferece mais agilidade é o modal aéreo, porém isso deve ser considerado para longas distâncias, pois o tempo de carga e descarga nos aeroportos é relativamente longo, o que pode neutralizar a vantagem deste modal sobre o rodoviário, em viagens de curta distância. (RAZZOLINI FILHO, 2009). Ainda de acordo com Razzolini Filho (2009, p. 144) “A velocidade do modal de transporte está relacionada ao tempo disponível para a realização da entrega dos bens nos prazos combinados e à distância pela qual esses bens serão transportados”. A figura abaixo apresenta a comparação entre os modais em função da sua velocidade: 22 FIGURA 2: Comparação entre modais em função da velocidade Fonte: Razzolini Filho (2009). Devido a essa vantagem no fator velocidade, o modal aeroviário é indicado para cargas perecíveis, produtos de alto valor agregado ou materiais com urgência de recebimento ao destinatário. Outra comparação que pode ser realizada entre os modais é em relação à confiabilidade, ou consistência. Com base nesse parâmetro de comparação pode- se notar que o dutoviário aparece no topo, ao contrário do que acontece em relação à velocidade. Apresenta-se esse cenário, pois o modal dutoviário funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, independentemente das condições climáticas, já o modal aeroviário é extremamente dependente dessas condições. (RAZZOLINI FILHO, 2009) A figura abaixo apresenta a comparação entre os modais em função da confiabilidade: 23 FIGURA 3: Comparação entre modais em função da confiabilidade Fonte: Razzolini Filho (2009). Ao comparar os modais de acordo com suas capacidades, levando em consideração um único veículo, o que se apresenta com maior capacidade é o modal aquaviário e o com menor capacidade o dutoviário. FIGURA 4: Comparação entre modais em função da capacidade de movimentação Fonte: Razzolini Filho (2009). 24 O modal ferroviário apresenta-se em segundo lugar, pois é possível montar composições com vários vagões, o que aumenta a capacidade de carga em uma mesma viagem. O aeroviário aparece como o terceiro colocado no quesito capacidade de movimentação, isso se dá porque atualmente existem aeronaves com grandes capacidades de carga. O modal rodoviário aparece em penúltimo lugar devido à baixa capacidade de movimentação de cargas em um único caminhão se comparado aos demais modais. (RAZZOLINI FILHO, 2009). FIGURA 5: Comparação entre modais em função da disponibilidade Fonte: Razzolini Filho (2009). Outro aspecto relevante para o desenvolvimento da cadeia logística interna e internacional é conhecer as vantagens e desvantagens de cada modal de transporte e sua forma de contratação, a tabela a seguir apresenta de forma resumida as vantagens e desvantagens dos modais de transporte aeroviário, aquaviário, ferroviário, rodoviário, dutoviário: 25 Figura 6: Vantagens e desvantagens dos modais TRANSPORTE MARÍTIMO De acordo com a Política de Infraestrutura Brasileira (PPA, 2012-2015), o transporte marítimo é aquele realizado via mares abertos, transportando desde mercadorias até passageiros, sendo o modal responsável por 94,4% do volume das exportações brasileiras em 2010. Existem atualmente 34 portos sob- responsabilidade da Secretaria Estadual dos Portos (SEP), dos quais 16 se encontram concedidos ou com operação autorizada para os estados ou municípios, e os outros 18 são administrados pelas Companhias Docas, que tem como principal acionista a União e são ligadas diretamente a SEP. Foi definido por Mendonça e Keedi (1997) que o transporte marítimo é aquele feito por navios de grande porte, a motor, nos mares e oceanos. Esse meio de transporte é o mais utilizado para movimentação de cargas no comércio exterior. 26 Existem nos dias atuais vários tipos de navios, que se encaixam para os vários tipos de cargas existentes no mercado. Temos por exemplo navios de cargas para contêineres, de carga geral, navios roll-on roll-of para transportes de carros, caminhões, máquinas, navios graneleiros, navios tanque, navios de carga geral, navios convencionais. O transporte marítimo é internacionalmente controlado pela International Maritime Organization (IMO), ou em português, Organização Marítima Internacional. Esse órgão é ligado diretamente a Organização das Nações Unidas (ONU), e sua função é promover a segurança nos mares e oceanos, e também se tomar medidas preventivas contra poluições e desastres ambientais que podem ser ocasionados pelos navios. Os navios são operados pelos armadores, que no caso é uma pessoa jurídica que é registrada sob a finalidade de realizar o transporte marítimo por rotas estabelecidas, ou então se oferece para transportar todos os tipos de cargas de um porto até outro. O armador nem sempre é o dono dos navios que está operando ou de todos eles. O armador pode alugar navios de outras empresas para compor sua frota. Assim que a carga for embarcada em seu navio, toda carga é de responsabilidade do mesmo, respondendo judicialmente por todos os problemas que poderão ocorrer a partir do momento em que o mesmo recebe a carga do embarcador. Para toda carga, o armador deve fornecer ao embarcador o Conhecimento de Embarque (Bill Of Lading (BL)), que será o documento que comprovará que aquela carga embarcada é de propriedade do embarcador, informando o destino e para quem essa mercadoria será destinada. O BL, geralmente é emitido e assinado pelo armador, ou então pelo agente marítimo. O Agente Marítimo é a empresa que representa o armador no país, nas regiões ou nos portos onde o mesmo tem ou não instalações. Ele é responsável por todas as burocracias administrativas que envolvem a chegada do navio e o tempo que o mesmo permanecerá atracado no porto, desde reparos, janelas de atracações, pilotagem, contratação de reboques. O Agente Marítimo fará toda a ligação entre embarcador/armador/cliente. Geralmente, não é realizado o contato entre o comerciante com o armador de forma direta, pois essa função é exercida pelo agente. 27 Como vantagens para o transporte marítimo, podemos citar que o mesmo é competitivo para os produtos que possuem baixo custo de tonelada por quilômetro transportado, ou seja, o transporte para longas distâncias acaba se tornando barato, esse tipo de transporte permite a movimentação de qualquer tipo de carga, ele possui uma maior capacidade de carga que os demais transportes, e consequentemente, menor custo de transporte. Em relação às desvantagens apresentadas por esse modal, podemos citar a baixa velocidade que o navio percorre, a disponibilidade de espaço para os navios são limitadas. É necessário um melhor acondicionamento em embalagens, para evitar qualquer tipo de dano à mercadoria, é necessário que haja um transbordo em portos, geralmente os centros de produção não são nos portos, e isso gera uma distância entre a linha de produção do produto e o terminal em que o navio atracará, e devido aos problemas portuários, como congestionamentos de navios, infraestrutura precária, há pouca flexibilidade nos seus serviços, existe a necessidade de portos/alfândegas para seu funcionamento. No Brasil, a falta de dragagem e a infraestrutura acabam sendo um entrave para alavancar ainda mais o transporte marítimo. TRANSPORTE FERROVIÁRIO Segundo a Política de Infraestrutura Brasileira (PPA, 2012-2015), esse transporte é realizado sobre linhas férreas para transporte de pessoas e mercadorias. Geralmente, as mercadorias que são transportadas por ferrovias possuem baixo valor agregado, como por exemplo, derivados de petróleo, produtos agrícolas, carvão, fertilizantes, minérios de ferro, etc. A característica que se deve levar em consideração no transporte ferroviário é a distância entre os trilhos da ferrovia, conhecido também como bitola. Atualmente no Brasil, existem 3 tipos de bitola: larga, com 1,60 metros, métrica, com 1,00 metros, e a mista. Esse tipo de transporte é essencial para o desenvolvimento logístico e para uma maior ligação de todo o território nacional. A principal característica desse modal é a capacidade elevada de cargas. Além de transportar um grande volume de cargas, o transporte ferroviário tem como destaque a eficiência energética, se 28 comparado com o transporte rodoviário. Um país, com a dimensão territorial como a nossa, além dos grandes volumes de cargas agrícolas e minerais, é imprescindível a utilização desse modal, e também é necessário sempre investimentos para melhorias no setor. A partir da análise dessa figura, podemos notar que a troca e manutenção de equipamentos ferroviários ainda é lenta no Brasil, não possuindo nenhum levantamento para reposição e melhoria da infraestrutura de terraplanagem e fundação, ou seja, muitos dos trens, percorrem trilhos com a infraestrutura realizada a mais de décadas, o que gera riscos para o equipamento e para as cargas transportadas. Para Adriana Pereira (2007), entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990, o Governo Federal resolveu privatizar a exploração das ferrovias, através do Programa Nacional de Desestatização (PND). Dessa forma, no começo dos anos 90, o modal passou a ser utilizado por poucos clientes, produtos de bens com baixo valor agregado (basicamente minérios, grãos, cimentos, derivados de petróleo, etc). Com o modal sendo pouco utilizado, deixou-se de ser um transporte viável. A partir da concessão da malha ferroviária para empresas privadas, o país viu uma recuperação deste modal, que gerou, nos oito anos seguintes, um aumento de 54% no volume de carga transportada. Para Ballou (2011), existem duas formas de serviço ferroviário, o transportador privado e o transportador regular. O transportador privado pertence a um usuário particular, que irá utilizar o serviço com exclusividade. Em compensação, o transporte regular irá prestar serviço para qualquer usuário que se interesse pelo mesmo. Em relação aos custos, o modal ferroviário apresenta altos custos fixos em manutenção de terminais, vias férreas, vagões, e equipamentos. Em compensação, seu custo variável é baixo. Embora seu custo seja inferior ao do transporte rodoviário, ele ainda não é expressivamente utilizado no Brasil. Isso se deve pelos problemas apresentados nas ferrovias brasileiras, e também pela falta de investimentos. Como vantagens apresentadas pelo transporte ferroviário, temos um custo menor para transporte em grandes distâncias, não existem problemas com trânsito e congestionamentos, existem terminais de cargas próximos as fontes de produção e também próximos aos portos. 29 É adequado para produtos de baixo valor agregado e grandes volumes, possibilita que sejam transportados vários tipos de mercadorias de uma só vez, não depende das condições atmosféricas e é eficaz em termos energéticos se comparados ao transporte rodoviário, por exemplo. Suas desvantagens estão relacionadas aos problemas de não possuírem uma flexibilidade no percurso, não podendo dessa forma realizar alterações de rotas e traçados, existe uma necessidade muito grande de transbordo das cargas, é grande a dependência de outros transportes, não é viável para transporte de mercadorias para pequenas distâncias, os horários são estabelecidos, não sendo flexíveis como no caso dos caminhões, e possuem altos custos fixos, decorrentes de sua operação. TRANSPORTE RODOVIÁRIO Para o Ministério dos Transportes (2014), esse modal é feito sobre rodas, nas vias de rodagem que possuem pavimentação ou não, realizando o transporte de mercadorias e pessoas, sendo que em sua maioria esse transporte é realizado por veículos automotores, sendo eles: carros, caminhões, ônibus, etc. Geralmente possui um preço superior a outros modais, como no caso do ferroviário e hidroviário, acabando sendo utilizado para transporte de mercadorias que possuem alto valor agregado, ou produtos perecíveis, produtos semiacabados e acabados. Devido ao seu alto custo, não acaba sendo viável para transporte a longas distâncias, o que na maioria das vezes, ocorre no Brasil. O Brasil utiliza esse modal como principal entre os demais, embora que, com os investimentos direcionados a setores portuários, ferroviários, hidroviários, esse modal houve uma diminuição na sua utilização. Seus altos custos também acabam o tornando desvantajoso, dependendo do tipo de mercadoria e distância que será percorrido até sua entrega final. De acordo com João Guilherme Araújo (2010), o espaço nos veículos utilizados pode ser fretado, onde a carga será completa, ou então fracionado, onde serão carregadas frações de sua carga, junto com mercadorias de outros clientes. 30 A partir do transporte fracionado é possível uma diminuição dos custos, pois os mesmos serão divididos entre os clientes que utilização certas quantidades de frações. Com a variação das cargas e sua crescente necessidade pelo transporte, foi necessário a adaptação do modal rodoviário para atender seus clientes. Hoje em dia, encontramos variados tipos de veículos para variados transportes de mercadorias. Caminhões que antes tinham apenas dois eixos, hoje em dia já vemos modelos sendo lançados ou adaptados para 4 eixos, existem carretas com 3 eixos, ou um número bem maior, dependendo da mercadoria que se deseja transportar. Ainda de acordo com João Guilherme Araujo (2010): O Transporte rodoviário de cargas (TRC) é responsável por mais de 60% do volume de mercadorias movimentadas no Brasil, com o seu custo representando cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Para as empresas, o deslocamento de carga pelas estradas nacionais equivale a mais da metade da sua receita líquida, chegando a mais de 60% da receita na Agroindústria, e entre as indústrias de alimentos (65,5%). Nada mais natural, portanto, que o crescente interesse das companhias por novas soluções logísticas e por um estudo mais aprofundado sobre o setor no Brasil. Segundo Alban (2002), com a chegada da indústria automobilística no cenário nacional, o modal rodoviário passou a expandir rapidamente, assumindo o posto de modal mais utilizado no Brasil até os dias atuais. Diferentemente dos demais modais que eram administrados e controlados pelo Estado, o rodoviário não sofreu nenhuma crise. Enquanto os outros modais reduziam pouco a pouco as operações, o rodoviário crescia. Com a grande utilização desse modal e a falta de manutenção e investimentos no setor, em meados dos anos 90 as situações das estradas eram bastante precárias. Para melhorar as condições das estradas e também sua modernização, o Brasil utilizou-se do processo de privatização das rodovias. A privatização das rodovias não deslanchou imediatamente, assim como ocorreu na lei de Modernização dos Portos. O modelo de concessão das rodovias significou uma grande evolução para a situação precária em que se encontravam o modal rodoviário. Ainda assim, a concessão não é a solução de todos os problemas de 31 infraestrutura encontrados por esse modal. Concessões acabam sendo viáveis em rodovias que possuem grande fluxo de veículos. O modal rodoviário possui vantagens como a não necessidade de terminais, como no caso do modal ferroviário e marítimo, é flexível de acordo com o serviço a ser realizado, é flexível quanto ao deslocamento necessário em que o veículo necessitará percorrer, é rápido no transporte de ponto a ponto, apresenta um custo menor com embalagens, é manuseado em pequenos lotes, tornando-o mais rápido, é possível cobrir quase a totalidade geográfica da região, estado, ou país, é muito competitivo para transportes de pequenas e médias distâncias, é flexível para atender embarques urgentes e sua entrega ocorre diretamente ao cliente final. Ainda assim, esse modal apresenta algumas desvantagens, pois depende muito da infraestrutura onde será realizado o transporte, a carga transportada é limitada se comparado aos trens e aos navios, depende de regulamentações e leis que variam de estado para estado, é inviável para longas distâncias e acaba atrapalhando o trânsito de veículos em grandes centros. As melhores rodovias brasileiras se encontram no Estado de São Paulo, sendo a maioria delas de responsabilidade do próprio estado e, também em sua maioria, privatizadas. Já as piores rodovias, em sua maioria, são de responsabilidade do Governo Federal, apenas algumas são exceções e são de responsabilidade de seus estados. Com essa observação, vemos o descaso do Governo Federal na preocupação em administrar as rodovias brasileiras. Isso é um retrocesso para questões logísticas, principalmente em relação aos custos com fretes terrestres. A modo de comparação, podemos levantar uma hipótese: quais as chances de um mesmo caminhão quebrar em uma rodovia do Estado de São Paulo e quais as chances em uma dessas rodovias classificadas entre as 10 piores? Isso prejudica o cliente, pois o mesmo terá de pagar um valor acima da média para realizar seu transporte nesse trecho, prejudicando o transportador, pois fica menos competitivo nessa região e correndo mais riscos de seu equipamento sofrer avarias e danos. Segundo Ludmar Rodrigues Coelho (2010): O Brasil possui entre Municipais, Estaduais e Federais 1.751.872 km de rodovias pavimentadas e não pavimentadas. Desse total 14,4% são de rodovias estaduais, 78,8% são de rodovias municipais e 32 6,7% são de estradas federais. Nesse total estão inclusos 141.000 km de vias inacabadas e em construção. As estradas não pavimentadas são a maioria, sendo 88,8% de estradas de chão, contra apenas 11,1% de rodovias pavimentadas, ou seja, somente 196.093 km de rodovias asfaltadas. A termo de comparação com os países que compõem o BRIC, que são Brasil, Rússia, Índia e China, todos com área territorial equivalentes, enquanto nosso país possui algo em torno de 200.000 km de estradas asfaltadas, a Rússia tem mais de 600.000 km e a Índia e a China possuem cada uma, algo em torno de 1,5 milhão de km asfaltados. Por causa destas distorções que o frete pago pelo brasileiro é caro, o que encarece todos os artigos transportados pelas rodovias, a começar pelo mais básico que é a alimentação. Com a transferência das rodovias para o setor privado, cresce o número de pedágios, e o consequente aumento no valor das tarifas. Mas por outro lado, as condições de segurança, sinalização e estado do piso de rodagem são superiores à média nacional e de outras rodovias que não dispõem do sistema de pedágios. Pelo baixo número de estradas federais, as mesmas deveriam servir de exemplo para estados e municípios, mas o que se vê, é o contrário, onde as estradas estaduais e municipais, mesmo as de chão batido, em muitos lugares são melhores e bem mais cuidadas que as federais que cortam os estados e os municípios. TRANSPORTE AEROVIÁRIO É um modal mais utilizado para o transporte de produtos com alto valor agregado. Dentre todos os modais é que o que possui o maior preço de transporte e, apesar do custo associado, sua utilização para o transporte de cargas está em constante aumento. Caracteriza-se pela alta rapidez, mas o tempo de entrega não é diretamente proporcional à velocidade do avião (existe o tempo do embarque e o período em que a aeronave fica taxiando). Vale lembrar que é um modal de transporte que é afetado diretamente pelas condições climáticas. Por se tratar de um serviço de 33 transporte considerado nobre sua qualidade é superior aos demais. TRANSPORTE DUTOVIÁRIO Segundo Ballou (2001), é um modal limitado quanto à capacidade e faixa de serviços. Quanto à consistência pode-se considerar altíssima e requer apenas uma manutenção preditiva para assegurar esta confiabilidade. Sua velocidade de transporte é baixa. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres, o transporte Dutoviário pode ser dividido em: Oleodutos, para o transporte de petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta, entre outros. Minerodutos, para transporte de Sal-gema, Minério de ferro e Concentrado Fosfático, entre outros. Gasodutos, para o transporte do gás natural. TRANSPORTE INTERMODAL E INTERMODALIDADE Segundo Bowersox (2006) o transporte intermodal combina dois ou mais tipos modais para tirar vantagem das economias inerentes a cada modal e, com isso, oferecer um serviço integrado a um custo mais baixo. Ainda segundo os autores, as ofertas de transporte intermodal começaram a se desenvolver com maior sucesso durante os anos 50, a partir da integração dos serviços ferroviário e rodoviário. O transporte rodo-ferroviário tem como vantagens - em relação ao transporte rodoviário - o custo baixo do transporte ferroviário para longas distâncias e da acessibilidade do transporte rodoviário. Esse arranjo intermodal combina o baixo custo em curtas distâncias do transporte rodoviário, com a movimentação por longas distâncias há um tempo relativamente maiores do transporte ferroviário, buscando, portanto, um melhor equilíbrio na relação preço/serviço. 34 A intermodalidade caracteriza-se pela emissão individual de documento de transporte para cada modal, bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores. Por exemplo, se em uma operação de transporte são utilizados caminhão, navio e trem, necessita-se da emissão de três documentos de transporte independentes, um de cada transportador. Quanto à responsabilidade pelo transporte, cada um dos modais assume a sua parte do trajeto, desde o ponto inicial em que coletou a carga até o destino da entrega (KEEDI, 2001, p. 80). TERMINAIS O conhecimento dos conceitos que abrangem os terminais de transporte é essencial para o bom desempenho da logística de transportes. DEMARIA ( 2004 ) diz que o termo Terminal corresponde etimologicamente a uma realidade funcional, desde que cada tipo de instalação permita especificamente o término de uma seqüência ou o início de outra. Para HAY (1977) os terminais podem ser considerados a soma total de facilidades e sua localização onde o transporte pode ser originado, terminado e/ou intercambiado antes, durante ou depois do deslocamento, incluindo os serviços de facilidades para veículos e equipamentos utilizados no transporte. Em outras palavras, o terminal é a origem ou destino do transporte, mas em alguns casos, o terminal é o ponto onde a carga necessita de serviços de consolidação e desconsolidação para a distribuição da carga. Como exemplo, pode-se citar uma exportação marítima em container LCL (Less than Container Load): a carga é enviada inicialmente a um terminal designado pelo transportador marítimo, onde será consolidada e posteriormente enviada ao porto para o despacho ao exterior. THIRIET-LONGS (1982) afirma que os terminais têm uma importância capital na adequação dos transportes. De sua localização, de seu dimensionamento e de seus componentes físicos e organizacionais dependem a eficiência e a rentabilidade dos sistemas em nível nacional. Ao mesmo tempo, será garantida ou não a equiparação operacional e a competitividade da nação perante 35 o mercado internacional. De acordo com as finalidades fundamentais, os terminais justificam uma classificação em três categorias de instalações: ► Destinada ao transbordo de interface; ► Para consolidação/desconsolidação (estocagem transitória); ► Para racionalizar o preparo-prolongamento dos fluxos intermodais (otimização de modais). Essas categorias correspondem a determinadas funções operacionais que irão influir diretamente sobre os acessos modais. No transbordo de interface, a função básica se resume na transferência da unidade de carga de uma modalidade para outra. No terminal de consolidação/desconsolidação, as funções essenciais se norteiam em operações transitórias de estocagem, de armazenagem ou ensilagem (carga granel sólida). Trata-se de cargas indo ou vindo da rede de transportes e então consolidadas (ovadas em unidades, como containeres, trailers, etc.) ou desconsolidadas (distribuição). Esse tipo de terminal não é considerado como um depósito, pois nele estão apenas mercadorias em trânsito. O objetivo dos terminais de preparo ou prolongamento dos fluxos dos intermodais é o atendimento das seguintes alternativas: ► Descongestionamento dos tráfegos urbanos; ► Agrupamento de lotes de cargas locais por transportadoras, usuários ou indústrias locais, sendo esse agrupamento complementado por funções específicas tais como entrepostos. O objetivo principal dos sistemas intermodal e multimodal de transporte é a dinamização das operações da origem até o destino da carga. No processo de integração dos modais, procura-se conferir uma determinada dinâmica operacional para cada tipo de terminal: ► Dinâmica do escoamento intermodal para o terminal de transbordo ou interface, com o objetivo de transferir rapidamente a carga já unitizada sem que seja significativamente aumentado o tempo de escoamento das unidades de carga nas interfaces rodovia, ferrovia e hidrovia; 36 ► Dinâmica do acondicionamento que trata apenas da estocagem transitória das mercadorias pela qual a carga será unitizada corretamente com o intuito de permitir um escoamento por rotas que utilizem diferentes modais, através de equipamentos especializados e de alta produtividade. No processo inverso, esse terminal permitirá a desconsolidação das cargas recebidas para então despachá- las ao proprietário; ► Dinâmica do prosseguimento para o terminal de preparo ou prolongamento de fluxos intermodais, no qual se procura otimizar o tráfego local, evitando os desperdícios causados pelos congestionamentos. Para alcançar essa otimização é preciso racionalizar a demanda e a oferta de transporte. Operacionalmente, as instalações serão subdivididas entre várias empresas privadas, dentro de galpões comuns ou separados, interessando principalmente aos pólos de consumoprodução. Segundo a Associação Brasileira de Transportadores Intermodais (ABTI, 2004), para o desenvolvimento das estruturas de terminais de transporte intermodais e/ou multimodais, os principais critérios técnicos operacionais a serem determinados na programação nacional de implantação dos terminais são os seguintes: ► Localização dos terminais; ► Tipos de terminais a serem adotados em função da localização; ► Compatibilizarão da capacidade operacional entre os terminais (dimensionamento, (equipamentos, processo, organização, documentação padrão, etc.); ► Agilização da regulamentação nas redes modais, criação de serviços alfandegários e de fiscalização adaptados às necessidades dinâmicas dos terminais. 37 REFERENCIAS ALBAN, Marcus. Transportes e Logística – os modais e os desafios da multimodalidade. Salvador, 2002. ARAUJO, João Guilherme. Transporte rodoviário de cargas no Brasil mercado atual e próximas tendências. 2010. 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