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Luiz Gonzaga Pinto de Gama

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Luiz Gonzaga Pinto de Gama
 nasceu em 21 de junho de 1830 em Salvador
Filho de homem branco e mulher negra, sabe-se muito pouco sobre sua vida na infância. Sua mãe, supostamente, Luísa Mahin, mulher negra, da Costa da Mina - região do golfo da Guiné de onde proveio grande parte das pessoas escravizadas que foram embarcadas para as Américas. Corresponde aproximadamente à faixa litorânea dos atuais estados de Gana, Togo, Benim e Nigéria – sobrevivia como quitandeira, teria se envolvido na Revolta dos Malês e Sabinada.
Teria fugido para o Rio de Janeiro após repressão pós Sabinada e lá, teria desaparecido. Luiz Gama teria relatado que ela foi expulsa do Brasil por prática religiosa. Após o “desaparecimento” da mãe foi criado pelo pai, que não se sabe o nome, mas se trata de um fidalgo rico da aristocracia de Salvador. Esse pai o vendeu como escravo quando ele tinha em torno de 10 anos, para pagar uma dívida de jogo. O ano era 1840 e essa venda como escravo era ilegal - saiu uma lei, em 1831, que proibia o tráfico, mas as autoridades brasileiras faziam vistas grossas e, apesar da proibição, os cativos africanos continuaram a chegar ao Brasil em grande quantidade.
Foi para o Rio de Janeiro e trabalhou numa loja de velas, vendido para um alferes e enviado para o interior de São Paulo e novamente vendido e enviado para São Paulo e foi trabalhar em ofícios domésticos. Aprendeu a ler por influência de um hóspede de seu “dono”. Decidiu fugir e provar que era livre. Conseguiu provar que sua escravidão era ilegal, mas não se sabe exatamente como. 
Lília Schwarz, Flávio Gomes e Jaime Lauriano afirmam que a alfabetização de Luiz Gama foi impulsionada, também, pelo contato que ele teve com o Alcorão como os africanos muçulmanos de Salvador, que deve ter criado fortes laços dele com a leitura.
Aderiu à Força Pública de SP em 1848, alistou-se como praça, exerceu função de copista e trabalhou numa delegacia. Permaneceu até 1854, quando por insubordinação, foi preso e expulso da corporação. 
Em 1856 tornou-se funcionário público, na Secretaria de Polícia, tornando-se influente e bem relacionado. O trabalho com a escrita na polícia demonstrou suas habilidades e começou a produzir alguns textos em seu livro (único) “Primeiras trovas burlescas de Getulino (1859). Trabalhou nos jornais: Diabo Coxo, Radical Paulistano, Correio Paulista e Polichinello. Usava sua posição no jornal para defender a causa abolicionista: escrevia muitos de seus artigos em prol da república e contra a escravidão, muitos deles sob pseudônimo. Além de publicar artigos, trabalhou também como tipógrafo. Anunciava em jornais os seus serviços e os defendia, demonstrando que a escravidão deles era ilegal à luz da lei de 1831, que proibia o tráfico negreiro, ele era rábula – advogado sem formação.
Atuou fortemente para a aprovação da lei do ventre livre (1871), permitindo a libertação de mais de 500 pessoas, como ele próprio afirmou. Se envolveu com a formação do Partido Republicano Paulista.
Toda a sua luta lhe rendeu muitas ameaças de morte. Mas sua morte se deu em 4 de agosto de 1882 por complicações da Diabetes. Sua morte causou grande comoção, seu enterro contou com cerca de 10% da população paulista, que na época era de cerca de 40 mil habitantes.
Sabe-se pouco de sua vida pessoal, apenas que casou-se com uma mulher negra chamada Claudina Fortunato Sampaio e teve um filho chamado Benedito.
Na contramão de se apagar a história de negros que lutaram por negros, temos
1. Novembro/2015 – 133 anos após a sua morte, a OAB Brasil e a OAB SP reconheceram a sua atuação como advogado, conferindo a ele título póstumo de profissional de advocacia.
2. Janeiro/2018 – O Estado Brasileiro escreveu seu nome no livro dos Heróis da Pátria, depositando no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília (Lei 13.628 de 2018) e o declarou “Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil” (Lei 13.629 de 2018
3. O presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, instituíram no último dia 31/03 o prêmio Luiz Gama no lugar da Medalha Princesa Isabel:
O prêmio Luiz Gama de Direitos Humanos será concedido pelo Ministério dos Direitos humanos e da Cidadania a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado cujos trabalhos ou ações mereçam destaque especial nas áreas de promoção e de defesa dos direitos humanos no Brasil. O prêmio Luiz Gama DECRETO Nº 11.463, DE 31 DE MARÇO DE 2023 revoga o Decreto nº11.227 de 8 de dezembro de 2022 que criou a Ordem ao Mérito Princesa Isabel do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
A OAB já havia instituído o Prêmio Luiz Gama para homenagear pessoas e instituições que se destacam na defesa da justiça social (17 de agosto de 2020)

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