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PARTICULARIDADES DO EXAME AVALIAÇÃO NA SALA DE PARTO AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA I: Presença, regularidade e eficácia do esforço respiratório II: Presença de apneia ou de sinais de desconforto respiratório AVALIAÇÃO DA ADAPTAÇÃO CARDIOVASCULAR I: FC < 100 bpm II: Coloração Central (cianose e acrocianose) III: Palidez e Má perfusão AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE RESPOSTA E DE TÔNUS MUSCULAR I: Hipotonia II: Alguma flexão III: Flexão e movimentos ativos PONTUAÇÃO DE APGAR Pontuação será feita em um e cinco minutos de idade Avalia-se o estado do RN, imediatamente após o nascimento Não deve ser usado para prever o resultado neonatal individual, pois não é uma ferramenta de prognóstico precisa Os seguintes sinais recebem valores de 0, 1 ou 2: I: Frequência Cardíaca II: Esforço Respiratório III: Tônus Muscular IV: Irritabilidade Reflexa V: Cor EXAME FÍSICO NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO E ADAPTAÇÃO É um período que dura 1-4 horas e que se deve manipular o mínimo possível Avalia-se os dados vitais, a diurese e o mecônio e o aparecimento de anormalidades: salivação abundante, icterícia, cianose, palidez, e dificuldade respiratória A CONSULTA DO RECÉM NASCIDOS OBS: Um aspecto importante da técnica de realização do exame físico em RN é que, apesar de o registro escrito do exame mostrar primeiro o exame físico geral e depois o especial descrito no sentido crânio-caudal, a coleta de informações geralmente não é feita nessa ordem. PRIMEIRO EXAME FÍSICO COMPLETO Realiza-se avaliação abrangente, mas com mínimo incômodo. São avaliados a idade gestacional, o estado nutricional, a classificação e as malformações menos grosseiras Deve ser realizado entre 12 e 24 horas de vida, na melhor oportunidade PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS Normalmente, são irritantes e devem, por isso, ser realizados ao final Avaliam-se o peso ao nascimento (feito na sala de parto), comprimento e perímetros cefálico, torácico e abdominal OBS: Nas primeiras horas, pode-se perder até 10% do peso, o que é fisiológico CLASSIFICAÇÃO DO RN QUANTO AO PESO I: Baixo Peso <2500g II: Muito Baixo Peso <1500g III: Muito Muito Baixo Peso <1000g IV: Peso Excessivo >4500g OBS: Normalmente, estes são bebês de mães diabéticas CLASSIFICAÇÃO DO RN QUANTO À IDADE GESTACIONAL I: Pré-termo II: Termo III: Pós-Termo RELAÇÃO PESO E IDADE GESTACIONAL I: PIG II: AIG III: GIG OBS: A avaliação do estado nutricional é feita por meio de parâmetros clínicos ESTADO GERAL, POSTURA E CHORO OBS: Estimula-se o choro em bebês cianóticos e hipotônicos, por exemplo, Highlight Highlight Highlight Highlight a partir do aquecimento na sala de parto. Caso ele acorde dormindo e seus sinais vitais estejam adequados, não se realiza a estimulação do choro PELE E ANEXOS OBS: O eritema tóxico é como se fosse a melanose pustulosa, só que presente no corpo todo. O hemangioma é uma má-formação vascular CABEÇA FACE-OLHOS ORELHA, NARIZ E BOCA OBS: Quando se tem o mesmo apêndice embrionário entre o rim e a orelha, os apêndices auriculares podem significar má formação renal PESCOÇO Palpação de linfonodos e do músculo esternocleidomastoideo, fístulas, tumorações, excesso de pele, mobilidade CLAVÍCULAS Fraturas ou agenesia SISTEMA RESPIRATÓRIO SISTEMA CARDIOVASCULAR ABDOME GENITÁLIA E SISTEMA LOCOMOTOR SISTEMA NERVOSO OBS: Mesmo a criança sendo cega, ela olha para a luz REFLEXOS PRIMITIVOS REFLEXO DE MORO O bebê irá chorar nessa manobra. Por isso, este teste deve ser realizado no fim do exame Caso ausente, preocupa-se com distúrbio neurológico e, se for assimétrico, pode-se ter fratura de clavícula ou luxação de úmero REFLEXO TÔNICO CERVICAL ASSIMÉTRICO REFLEXO DE SUCÇÃO REFLEXA Neste momento, avalia-se se a sucção está adequada Este reflexo é de sobrevivência e, se não o possui, tem alguma lesão neurológica grave REFLEXO DE BUSCA Highlight Highlight PREENSÃO PALMAR E PREENSÃO PLANTAR MARCHA REFLEXA PREMATURIDADE Prematuridade é a principal causa de morte em crianças nos primeiros 5 anos de vida no Brasil. Crianças que sobrevivem, a prematuridade tem o risco de condições crônicas aumentado: Alterações nos padrões de crescimento; Atrasos no desenvolvimento sensorial, motor e cognitivo; Problemas psíquicos; Diabetes tipo II e Doenças Cardiovasculares. CLASSIFICAÇÃO BASEADA NO IG PREMATURO TARDIO IG entre 34 e menos de 37 semanas PREMATURO MODERADO IG entre 32 e 34 semanas MUITO PREMATURO IG inferior a 32 semanas Prematuro Extremamente IG em ou abaixo de 28 semanas CLASSIFICAÇÃO BASEADA NO PESO DE NASCIMENTO BAIXO PESO Inferior a 2500g MUITO BAIXO PESO Inferior a 1500g PESO EXTREMAMENTE BAIXO Inferior a 1000g TESTES DE TRIAGEM NEONATAL TESTE DO PEZINHO Deve ser realizado em todos os RNs. Período ideal de coleta da primeira amostra: Entre o 3º e o 5º dia de vida Objetivo: Detectar distúrbios que ameaçam a vida ou a saúde a longo prazo. Tratamento precoce: Reduz morbimortalidade O calcanhar da criança deverá sempre estar abaixo do nível do coração (melhor fluxo de sangue capilar nos pés) Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight SUS garante atualmente cobertura para 6 doenças, mas está ampliando para 50 doenças. No particular, podem ser triadas até 100 doenças. Os testes não fornecem resultados definitivos; eles identificam aqueles que necessitam de mais testes. Família deve ser convocada para o bebê fazer novos exames que podem confirmar ou excluir a doença para a qual a triagem foi alterada. DOENÇAS I: Fenilcetonúria II: Hipotireoidismo congênito III: Fibrose Cística IV: Deficiência de Biotinidase V: Doença Falciforme e outras hemoglobinopatias VI: Hiperplasia Adrenal Congênita TESTE DO REFLEXO VERMELHO Objetiva-se o rastreamento de alterações oculares com risco de causar ambliopia (Diminuição da visão devido a um desenvolvimento visual anormal) ou deficiência visual (cegueira e baixa visão) Não substitui o exame oftalmológico (fundo de olho) que todo bebê deve ser submetido no primeiro ano de vida Pré-requisitos: Sala escura e oftalmoscópio com lente ajustada no 0 Posicionamento: Distância de 50 cm a 1 metro dos olhos do RN Método: Iluminar as pupilas e avaliar presença ou ausência de reflexo vermelho; quando presente, comparar a intensidade e simetria do reflexo entre os olhos Quando realizar: Antes da alta da maternidade e repetir durante as consultas de seguimento (2-3 vezes/ano, nos três primeiros anos de vida) TRIAGEM AUDITIVA Provê a detecção de emissões otoacústicas, com avaliação da função coclear Quando realizar: Antes da alta da maternidade; crianças que não foram avaliadas no hospital devem ser triadas nos primeiros três meses de vida Pré-requisitos: Aparelho portátil de emissões otoacústicas Método: Produção de um estímulo sonoro e captação do seu retorno por meio de uma sonda introduzida na orelha do RN, preferencialmente durante o sono Resultados: “Passa”; “Falha” (reteste em 1 mês e, se nova falha, avaliação especializada) OBS: A presença das emissões otoacústicas não garante o não surgimento de doença auditiva durante a infância TESTE DO CORAÇÃO Detecção de cardiopatias cardíacas críticas, principalmente cianogênicas Pré-requisitos: Oxímetro de pulso Método: Posicionamento do oxímetro no membro superior direito e em um dos membros inferiores; garantir que o RN esteja com as extremidades aquecidas e o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo Quando realizar: Entre 24 a 48 horas de vida em todo RN>34 semanas (em menores, realiza-se oECO) TESTE DA LINGUINHA Realizado após o nascimento e feito pelo fonoaudiologo; Examina o movimento da língua e a posição do frênulo; Detecta possíveis dificuldades de sucção ao seio ou futuramente na dicção. OBS: Fazer o teste para evitar desmame precoce, que pode ocorrer quando há alteração TESTE DA BOCHECHINHA Exame indolor, feito com coleta de DNA; É capaz de identificar 340 doenças genéticas. Assim como teste do pezinho, as doenças testadas têm evolução incidiosa e são, em sua maioria, tratáveis se diagnosticadas precocemente; Não é realizado pelo SUS; Highlight Highlight Highlight Highlight Não é primordial, deve ser indicado com ressalvas. OBS: A diferença para o teste do pezinho é que este também pega doenças congênitas e infecciosas, não apenas genéticas OBS: Alteração gênica não é sinônimo da sua expressão ou desenvolvimento; CUIDADOS GERAIS ICTERÍCIA Síndrome caracterizada pela cor amarelada da pele Decorre de sua impregnação por bilirrubina na pele Achado comum, especialmente nas crianças com idades entre 48 e 120 horas de vida. Para melhor detecção, o exame deve ser feito sob luz natural. Deve-se descrever: Intensidade da coloração amarelada detectada e distribuição nos diferentes segmentos do corpo OBS: Icterícia evolui no sentido crânio- caudal CUIDADOS COM A PELE DO RN O vérnix caseoso não deve ser removido nas primeiras horas de vida, exceto quando houver risco de transmissão de doenças maternas O primeiro banho deve ser adiado até que a estabilidade térmica seja alcançada. A OMS recomenda que o primeiro banho seja realizado após 24 horas do nascimento ou que seja adiado por pelo menos 6 horas (exceção: exposição vertical ao HIV) Troca de fraldas: troca frequente, limpeza suave com água e algodão, exposição da pele ao ar e a aplicação de cremes de barreira à base de óxido de zinco CUIDADOS COM O CORDÃO UMBILICAL Coto umbilical é um pedacinho de pele que fica no umbigo do bebê após o nascimento. Todos os dias, depois do banho e após trocar a fralda, o cuidador deve limpar o coto umbilical do bebê. Usar álcool 70% e um algodão, fralda de pano ou cotonete. Não use faixas, moedas ou qualquer outro objeto sobre o umbigo O cordão umbilical deve cair entre uma e duas semanas de vida Dica: Pode limpar sem medo, o bebê não sente nenhuma dor no processo, pois as células da região já estão mortas. Highlight Highlight Highlight Highlight Highlight CÓLICA DO LACTENTE A principal manifestação é o choro inconsolável, mas nem todo choro inconsolável é cólica do lactente Regra dos três: ocorrência de choro inconsolável e/ou inquietação e/ou irritabilidade por pelo menos três horas, em três dias da semana e com duração superior a três semanas Em geral, desaparece antes de quatro meses de vida Crianças que não recebem leite materno têm quase o dobro de risco de apresentar cólica do lactente Raramente a cólica é ocasionada por alergia à proteína do leite de vaca ou por DRGE TRATAMENTOS I: Pegar o bebê no colo (pode ser tentando o contato direto da barriga do bebê com a barriga da mãe). Pode-se, também, colocar no peito, em vista da sucção não nutritiva (semelhante ao bico) II: Enrolar o bebê em uma manta ou cobertor III: Flexionar as coxas do bebê sobre a barriga IV: Dar um banho morno ou aplicar compressas na barriga podem auxiliar na redução da cólica/choro no lactente V: Reduzir estímulos para o bebê (evitar locais com muito barulho ou excesso de pessoas) VI: Procurar um ambiente tranquilo, podendo ser usada música ambiente suave VII: Tentar estabelecer uma rotina para banho, sono, passeio e outras atividades VIII: Não utilizar chás, trocar marcas de leite ou usar medicamentos sem a orientação do Pediatra OBS: Ela ocorre, normalmente, à noite e é fisiológica OBS: O uso de leite de vaca de caixinha, de fórmula e o não aleitamento são fatores de risco DISQUESIA Esforço evacuatório (fazer muita força, ficar vermelho, chorar, gemer, levar até 20 minutos para conseguir evacuar), mesmo com as fezes amolecidas, dada a adaptação do intestino nessa fase e, portanto, é fisiológico Pode acontecer em bebês que mamam só leite materno ou também nos que usam outro leite (mais comum) Melhora com desenvolvimento do bebê Dobrar as pernas do bebê sobre a barriga pode ajudar. Não administrar laxantes e/ou supositórios OUTRAS ORIENTAÇÕES I: Colocar o bebê de bruço II: Orientar quanto ao risco de morte súbita III: Orientar vacinação e quanto à cadeirinha IV: Iniciar vitamina D nos primeiros 30 dias CASO CLÍNICO RN do sexo masculino nasceu de parto normal, sem intercorrências. Bolsa rola no alto. Ao EF, foi visualizada uma criptoquidia à direita. No pré natal, o resultado do HIV e do VDRL foram não reagentes. O exame de toxoplasmose evidenciou IgM negativo e IgG positivo PN: 2235g CN: 44cm PC: 33cm IG: 34 semanas e 2 dias Apgar: 8-9 Coombs: negativo TS RN: O + TS mãe: O + Quarenta e oito horas após o parto, a criança estava bem e recebeu alta. Após 72 horas de vida, foi visualizado uma icterícia zona 1 de Kramer, além de um peso de 1935g. No 5 dia de vida, o RN voltou para ser avaliado no centro de saúde e então encontra-se um peso de 1920g e icterícia em zona V de Kramer ANÁLISES E OBSERVAÇÕES Deve-se realizar a fototerapia, antes mesmo de identificar a quantidade exata de bilirrubina, dado que, já sabendo que possui até a zona V de Kramer, estima-se +/- 20mg Ideal de toxoplasmose: possuir 2 sorologias. Porém, como a mãe possui IgG, pensa-se que ela possui uma toxoplasmose imune. Porém, se houver sintomas característicos no bebê, deve-se repetir o exame da mãe Perdeu mais que 10% do peso (200g) O bebê nasceu prematuro, que é fator de risco para icterícia precoce e deficiência de ganho de peso. Leva-se a pensar que a icterícia não é fisiológica, já que apareceu depois de + de 5 dias de vida Não há sorologia de hepatite B, necessária no RN É muito rara, mas não se pode excluir, e deve-se pesquisar Maiores chances: Citomegalovírus e toxoplasmose são mais propensas à icterícia Fatores de risco: prematuridade e dificuldade alimentar (vista pela perda de peso) EXAMES Solicitar bilirrubina direta e indireta (frações e total). Se a direta vir aumentada, há preocupação (alteração hepática, sendo a atresia de vias biliares congênita a mais grave), e deve-se realizar toda a propedêutica Ainda, pede-se reticulócitos, em vista de se detectar possível hemólise OBS: Alteração de hemograma + icterícia = grave
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