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DIREITO DE PROPRIEDADE

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FACULDADE INTERNACIONAL SIGNORELLI
DIREITO CIVIL
Formas de Aquisição de Propriedades
Campo Grande-MS
Agosto2017
DESENVOLVIMENTO
Na sociedade existe uma infinidade de bens e coisas, o que nem sempre conseguimos é atingir conceitos para todas elas. 
Em uma concepção leiga, bem é tudo aquilo que pode corresponder aos nossos desejos, no campo jurídico bem é considerado tudo aquilo que tem valor pecuniário ou axiológico. Enfim, bem é uma utilidade, quer econômica, quer não econômica. (VENOSA, 2007)
No ordenamento jurídico existente, bem como nos anteriores, o conceito de posse não segue um padrão homogêneo. No sentido semântico da origem da palavra posse, entendemos que a mesma exprime a ideia de poder físico de alguém sobre determinada coisa. 
Coisa é determinada como o objeto que se pode apreender, usufruir, dispor, de forma patrimonial e econômica. (LOBO, 2015)
Nas palavras de VENOSA (2007): “… a posse é o fato que permite e possibilita o exercício de propriedade… A posse é, enfim, a visibilidade da propriedade. Dessa forma, se não de tem a posse de algo, não se pode utilizá-lo.
Para LOBO (2015) entende-se por propriedade: “… o conjunto de direitos e deveres atribuídos a uma pessoa em relação a uma coisa, com oponibilidade às demais pessoas.”
Inscrito no artigo 5º, inciso XXII da Constituição Federal de 1998 o direito de propriedade é assim garantido: 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
Ademais, a Lei Maior traz dispositivos que regulam a utilização da propriedade, permitindo a intervenção do Estado neste domínio privado. Devido a constitucionalização o direito de propriedade atua como direito fundamental e também como princípio. 
No direito de propriedade, o possuidor do bem tem o direito de usar, gozar e dispor da coisa, bem como o direito de reavê-la no caso de perdê-la injustamente por outrem. (LOBO, 2015)
No Código Civil de 2002, o direito de propriedade é real e relativo, quer dizer, é visto sobre a função social do bem, não sendo admitia a subutilização do bem desvinculada de qualquer compromisso social e econômico. 
Assim, os limites são estabelecidos de acordo com o artigo 1.228, do CC: 
 (…) § 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a /ora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Os princípios fundamentais da propriedade são: princípio da oponibilidade; princípio da publicidade; princípio da perpetuidade; princípio da exclusividade; princípio da elasticidade.
O direito de propriedade não pode ser violado, é tornado público através do registro, é um direito perpétuo, pode haver propriedade limitada, quando um dos poderes é retirado do proprietário. 
A aquisição de propriedade poderá ser originária ou derivada. Quando a coisa se encontra desvinculada de qualquer relação com o titular anterior e sem relevância ao antecessor, é um ato próprio de título originário de propriedade. Não existindo relação jurídica de transmissão. 
A usucapião e a desapropriação são consideradas aquisições originárias, a primeira é adquirida por sentença e a segunda independe da vontade do proprietário, é incorporada pelo Estado por ato próprio e através de indenização. 
A aquisição derivada ocorre quando há relação jurídica de transmissão, transmitindo-a de um sujeito a outro. Poderá ser por ato inter vivos ou causas morti. A coisa é adquirida com as mesmas características anteriores e com os mesmos ônus. 
A aquisição poderá também ser onerosa (compra e venda) ou gratuita (doação). Podendo ser classificada como singular (coisa determinada) ou universal (universalidade de direitos). 
 As formas de aquisição ocorrem das seguintes maneiras:
1. Por registro do título: ocorre da transferência inter vivos da propriedade mediante registro do título em cartório de registro de imóveis. Nos casos de sentenças de ações como inventários, partilhas, separação, nulidade e anulação de casamento quando houver imóveis na partilha, usucapião, entre outras, com transito em julgado, essas deverão ser registradas para que possa realizar a transferência do bem.
2. Por usucapião: é feita através da posse mansa e pacífica, por determinado espaço de tempo, e mediante requisitos previstos em lei e é obtida através de sentença judicial transitada em julgado. É o direito independente de qualquer relação jurídica com o anterior proprietário. Pode ser extraordinária, quando se adquire a posse por má-fé, sem oposição do possuidor, pelo prazo de quinze anos por posse mansa e pacífica. Poderá ser ordinária, é concedida ao possuidor de boa-fé, pelo prazo de dez anos, mediante prova de posse mansa e pacífica acompanhada de justo título, ou no prazo de cinco anos, se o possuidor adquiriu o imóvel onerosamente para sua moradia, com base no registro do cartório de imóveis. 
3. Por usucapião rural: pelo prazo de cinco anos de ocupação sem oposição de imóvel rural (não superior a 50 hectares), constituindo sua moradia e tornando a terra produtiva com seu trabalho. Não poderá ser proprietário de imóvel rural ou urbano.
4. Por usucapião urbana: pelo prazo de cinco anos de ocupação sem oposição de imóvel urbano (até 250 metros quadrados) utilizando para moradia, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
 Por acessões: são cinco formas de acessões, por formação de ilhas; por aluvião; por avulsão; por abandono de álveo; e por plantações ou construções.
1. Por formação de ilhas, obedece ao que se descreve no artigo 1249 do CC: “As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros…”. 
2. Por aluvião: descrita no art. 1250 do CC: “Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. ”
3. Por avulsão: ocorre quando a força súbita da corrente causa danos a um patrimônio (prédio), está inscrito no art. 1251 do CC.: “Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado”. 
4. Por álveo abandonado: De acordo com o código das águas álveo é a superfície que as águas cobrem sem transbordar para o solo natural e ordinariamente enxuto”. Está disposto no art. 1252 do C.C. “O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo”. No caso de mudança das forças das águas por natureza artificial, terá o proprietário direito a indenização.
5. Por construções e plantações: decorrentes de conduta humanas as plantações e construções estão dispostas nos artigos 1253 a 1259 do CC. 
Para as ações de usucapião se cumprem os prazos estabelecidos no artigo 2028 do CPC. 
Apesar do conceito de propriedade possuir uma noção jurídica que flutua no tempo, o direito de propriedade constitui-se um direito real, porém a Carta Magna traz limitações ao mesmo, estabelecendo sua função social. 
 
REFERÊNCIAS
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direitos reais. Atlas, São Paulo, 2007. 
LOBO, Paulo. Direito Civil: Coisas. São Paulo. Saraiva, 2015.

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