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Psicologia Médica Julia L. Bellan Caso 1 A psicologia médica, de maneira geral, fala dos aspectos psicológicos ou habilidades psicológicas dentro da medicina. SAUDAVEL PATOLÓGICO Empatia Ser sempre médico – pratica obsessiva Firmeza Iatrogenia – erro médico mesmo que pequenos Dedicação Comunicação agressiva Generosidade Postura excessivamente fria Bom senso Inteligência Perseverança - 3 domínios do desenvolvimento humano - Fazem parte de qualquer etapa da vida Fisico Cognitivo Psicossocial Crescimento de corpo e cérebro Aprendizado e memoria Emoções Capacidades sensórias Linguagem Personalidade Habilidades motoras Raciocínio Relações sociais Saúde física Criatividade è O desenvolvimento humano, nunca para, até porque temos vários aspectos a serem desenvolvidos, não só questões biológicas/orgânicas. Elementos que influenciam no desenvolvimento • Hereditariedade • Nível socioeconômico • Família- nuclear e extensa; • Contexto histórico; • Eventos -normativo: aquilo que esperamos - não normativo: não esperamos • Cultura; • Raça; • Etnia - O desenvolvimento é vitalício cada ciclo que esta por vir é afetado pelo que aconteceu; - O desenvolvimento é multifuncional e multidirecional, ganhamos e perdemos em várias etapas da vida e isso nos traz interações biológicas, psicológicas e sociais - 8 períodos do desenvolvimento humano - 1. Pré-natal - concepção ao nascimento; 2. 1ª infância – 0 a 3 anos; 3. 2ª infância – 3 a 6 anos; 4. 3ª infância – 6 a 11 anos; 5. Adolescência – 11 a 20 anos; 6. Adultez emergente – 20 a 40 anos; 7. Vida adulta intermediária – 40 a 65 anos; 8. Vida adulta tardia – 65 em diante; - Teorias do desenvolvimento - - Segundo Freud - Foco: formação da personalidade • Superego: Conteúdo consciente. Faz referências a valores sociais. Próximo da fase escolar – 5º ano de vida • Ego: Conteúdo consciente Princípio da realidade. Busca por satisfazer os instintos inconscientes dentro da realidade. • ID: Corresponde ao inconsciente. Princípio do prazer – busca da satisfação. Governa geralmente o RN. Identidade médica A primeira infância Psicologia Médica Julia L. Bellan • Teoria psicossocial: Diz que a energia (nossa libido), essa força que impulsiona o desenvolvimento, está em partes do corpo diferentes ao longo do desenvolvimento, ao termos relações conflituosas dos impulsos/ instintos /desejos inconscientes; Freud diz que quando estamos muito ou pouco satisfeitos nesses conflitos, temos um impacto na nossa personalidade. Ou seja, nossa personalidade é resultado desses “conflitos”. Ele chama isso de ficção dessa libido numa região específica do corpo. ID + EGO + SUPEREGO = Formam nossa estrutura psíquica sendo que o conflito dessas estruturas – muito ou pouco satisfatória – impacta diretamente em nossa personalidade. Fase oral: Elementos que envolvem a boca, onde se concentra toda energia p/ o prazer da criança Fase anal: Corresponde ao período da vida em que a criança faz o desfralde - Segundo Erick Erikson - Foco: desenvolvimento psicossocial • Da ênfase a influência social no desenvolvimento humano. • A resolução satisfatória do dilema leva a aquisição das tarefas sociais. • Assim como Freud , elabora estágios do desenvolvimento que tem uma tarefa ou conflito para resolver, podendo ser positiva ou negativa; • Com a resolução dessas crises eu adquiro habilidades sociais Estágio Crise psicossocial Aquisição I – bebê Confiança básica X desconfiança Esperança II – Primeira infância Autonomia X vergonha X duvida Vontade, desejo I- Bebê : Desenvolvimento de sentimento do quão confiável são as pessoas e o ambiente dele. Ele precisa desenvolver esse senso de confiança, mas ao mesmo tempo um certo nível de desconfiança p/ que haja proteção Ex.: Bebê chora de fome e alguém o alimenta. Então ele entende que o ‘’mundo’’ satisfaz suas necessidades, acalmando-o. Isso influencia sua confiança Já o bebê que não tem sua necessidade atendida, desenvolvendo insegurança. Não tendo sua necessidade atendida, ele considera que o mundo seja hostil, comprometendo seus relacionamentos futuros . Se houver predomínio da confiança, o Erik diz que o sujeito Fases Idade Zona Erógena Tarefa / conflito Características resultantes - traços Oral Nascimento – 15/18 m. Boca, lábios, língua, sucção Desmame Voracidade (insaciedade) impulsividade Anal 12/18 m. – 3 anos Ânus, prazer anal Controle dos esfíncteres Ordem, , obstinação, rigidez Psicologia Médica Julia L. Bellan desenvolve a esperança, e entendimento de que as pessoas se importam em satisfazer suas necessidades. II- Primeira infância: Do controle externo para o autocontrole da criança. Semelhante a fase anal de Freud. A criança adquiri uma confiança básica do mundo e consciência do seu próprio corpo. Substitui o julgamento de outras pessoas pelo seu próprio; por sua própria percepção e suas vontades. A vergonha e a dúvida são importantes para a criança perceber que ela não está pronta para tudo na vida, para que ele entenda que nem sempre sua vontade vai prevalecer. - Segundo Jean Piaget - Foco: desenvolvimento cognitivo Resumindo FREUD E. ERICKSON J. PIAGET Desenvolvimento da personalidade Desenvolvimento psicossocial Desenvolviment o do pensamento cognitivo Fase oral – Prazer na região oral – sucção. Tarefa: desmame I - Estágio: Bebê Crise: Confiança X desconfiança Aquisição: Esperança ou hostilidade no mundo 0-2 anos: Sensoriomotor: Responde aos estímulos. O processo de aprendizado é por tentativas e erros Fase anal – controle dos esfíncteres e percepção sobre o próprio corpo. Tarefa: desfralde II Estagio – 1ª Infância Crise: Autocontrole. Corresponder as suas próprias vontades Aquisição: vontades Se relaciona com o ambiente pelas habilidades que ela tem nessa fase. Idade Estágio Descrição 0 a 2 anos Sensoriomotor A criança se relaciona com o mundo pelo olhar , acompanhando os elementos dos ambientes. Respondendo aos estímulos – sucção, preensão. Ou seja, ela se relaciona com o ambiente pelas habilidades que ela tem nessa fase. O processo de aprendizado é por tentativas e erros, descobrindo suas habilidades. Não há relações causais e de planejamento; Não há capacidade de manipular imagens mental Psicologia Médica Julia L. Bellan - Condutas na equipe/família que prejudicam a adaptação psicológica da criança no adoecimento - • Algumas atitudes tanto do médico/equipe tanto quanto dos familiares/cuidadores não são ideais para a adaptação da criança e pode trazer dificuldade para a adaptação da mesma no adoecimento; Devemos observar e intervir, algumas atitudes como: Diferente do adulto, ela não consegue se expressar tão perfeitamente, mas deve ser levada em consideração de que ela é o paciente em tratamento. - A doença como punição - Passa a ideia de que a conduta do médico foi como castigo/punição, gerando medo na criança Ex.: Criança caiu e cortou o joelho, vai precisar suturar, então a mãe/pai diz: “Viu sou?! Correu onde não podia e caiu, agora vai ter que levar ponto” Devemos trocar por: “Fique tranquilo, nós vamos te ajudar” - A entrevista pediátrica - 1. A médica deve deixar que os pais se expressem de forma livre; 2. Acolher minimamente as angústias e pensamento 3. Estabelecer uma relação de confiança– os pais precisam confiar na médica Após ouvir os pais: 1. Devemos corrigir pensamentos ilógicos; 2. Explicar e acalmar as angústias, não banalizar suas preocupações e passar as informações corretamente è Precisamos ser flexíveis p/ atender cada paciente de forma individualizada è Para a médica, a morte de uma criança ou a gravidade de sua doença, pode ter maior mobilização. è Independente da situação, é dever do médico passar tranquilidade e as informações necessárias p/ a família è A doença traz uma ideia de luto precoce p/ a criança – dependendo da doença, o impacto será ainda maior ou menor, para essa situação danos o nome de Luto do filho idealizado Conduta Descrição Indiferença Médico comunica somente aos pais ignorando a criança Negação “Não é nada” ; “Nem doeu” Inconsistência Ora o problema de saúde é grave, ora não é nada Banalização “Vai melhorar logo” ; “Já passou” Escândalo Demonstração emocional exagerada que assusta a criança Mentira “Não vai doer” ; ‘’Ele só vai olhar’’ Padrões de relação médico-paciente na pediatria Estratégias para ajudar a criança adoecida Considerar a idade da crianca e sua condiçao mental e relação na familia Boa interação e comunicação tanto com a criança quanto com os pais Consultas devem ser frequentes p/ que ela fique tranquila e não como punição Minimizar sempre que possivel as interferencias na rotina da criança Buscar trabalhar em conjunto com um profissional da saúde mental Psicologia Médica Julia L. Bellan Caso 3 Desenvolvimento psicossocial PUBERDADE: Fase da vida definida por um evento biológico como: - crescimento de pelos no corpo; - crescimento de mamas; - alt. da voz ADOLESCENCIA: Período da vida entre a infância e a vida adulta – faixa etária imprecisa. Compreende alterações psicológicas que acontecem que com a criança na sua transformação para adulto; - Inicia-se com as mudanças físicas da puberdade e termina com. Uma serie de aquisições físicas, psicológicas e sociais - Influências socioculturais na adolescência - Nessa fase da vida, eles sofrem muitas influências do meio externo no qual convivem; Atualmente podemos notar uma maior sexualização da criança que entra na fase da adolescência, com um comportamento mais adulterizado por exemplo; • Rituais de passagem: São momentos marcantes e significativos na vida daquele adolescente; esses rituais são marcantes e significativos, celebrados de diferentes formas em várias culturas e sinalizam para a sociedade que aquela pessoa atingiu a idade de responsabilidade, fertilidade e produtividade Ex.: festa de 15 anos para uma menina ou até mesmo a participação na política com o direito ao voto • Alteracao das amizades e isolamento: É comum que nessa fase da vida, ocorra ruptura e reorganização nos ciclos de amizades, dissolução dos grupos da qual participava, se inserindo em outros. Os menos maduros podem ser sentir isolados e negligenciados As alterações de convivência podem fazer com que o jovem se recolha no seu mundo interno numa tentativa de buscar e elaborar sua identidade - Lutos na adolescência - - Pelo corpo infantil que não volta mais; - Pela identidade e pelo funcionamento infantil; - Pelos pais da infância Ele percebe – no ambiente extrafamiliar - que não precisa repetir os padrões familiares; Sua identidade não é uma mera cópia dos seus pais e que ele pode e precisa construir a sua própria; Ele busca sua identidade madura rompendo com a dependência e idealização de seus pais - A idealização da família pode ser transferida para o grupo Diminuindo sua ansiedade da percepção que os pais não possuem a verdade absoluta; Socializar as culpas e compartilhar as responsabilidades pelas transgressões Livrar os adolescentes dos seus aspectos indesejáveis por meio da projeção (o sujeito expulsa de si e localiza no outro – qualidades, sentimentos, desejos que desconhece ou nega). è Toda essa situação pode gerar um conflito familiar Adolescência Psicologia Médica Julia L. Bellan - Teorias do desenvolvimento - - Segundo Freud - Foco: formação da personalidade - Segundo Jean Piaget - Foco: desenvolvimento cognitivo Idade Estágio Descrição 12 anos + Operacional formal Capacidade de previsão, não só de constatação; imaginação de consequências futuras para as ações; Pensamento de maneira formal, solução sistemática e metodológica de problemas; lógica dedutiva (se as premissas são verdadeiras, então a conclusão é verdadeira); capacidade de abstração; egocentrismo das operações formais - Segundo Erick Erikson - Foco: desenvolvimento psicossocial A principal tarefa psicossocial do adolescente é: Confrontar a crise de identidade com a confusão de identidade, de modo a se tornar um adulto único, com identidade coerente e um papel valorizado na sociedade, porém raramente a identidade se resolve de uma adolescência e essa questões são retomadas na vida adulta; - Se suas crises de identidade se resolverem antes da fase adulta eles desenvolvem a virtude da fidelidade: 1. lealdade constante, fé ou um sentimento de integração com uma pessoa ou com amigos. 2- A fidelidade a conjunto de valores, ideologia, religião e movimento politico, sendo uma extensão da confiança. Ele mesmo precisa ser confiável, estende sua confiança nos outros (ao compartilhar pensamentos e sentimentos). RESUMINDO FREUD E. ERICKSON J. PIAGET Desenvolvimento da personalidade Desenvolvimento psicossocial Desenvolvimento do pensamento cognitivo Fase Genital – Puberdade/idade adulta Sexualidade genital; empatia; onipotência; atuação . Tarefa: sexualidade madura V - Estágio: Adolescencia Crise: Identidade x Confusão de identidade Aquisição: Fidelidade 12 + anos: Operacional formal: Imaginação de consequências futuras para as ações; Pensamento de maneira formal Fases Idade Zona Erógena Tarefa - conflito Característica resultante - traços Genital Puberdade – Idade adulta Genitais Sexuali dade madura Sexualidade genital; empatia; onipotência; Estágio Crise psicossocial Aquisição V- Adolescência Identidade X Confusão de identidade Fidelidade Psicologia Médica Julia L. Bellan - Identidade sexual - è Apesar de ser um evento marcadamente biológico, a expressão da sexualidade é definida pela cultura; Com o passar dos anos, e o advento da internet, os pares vem se formando com maior facilidade, com isso o comportamento sexual vem trazendo alguns riscos como: - Início da atividade sexual precoce; - Múltiplos parceiros; - Risco de contrais DSTs; - Aumento do uso de anticoncepcionais e contraceptivos; - Gestação na adolescência - Imagem corporal - Não é uma sensação ou imaginação, é a figuração do nosso corpo em nossa mente, através do contato do individuo consigo mesmo e com o mundo que o rodeia. Começamos ainda quando bebês, a enxergar nosso corpo, encontrando nossas mãos e pés, com o passar dos anos vamos tendo uma imagem formada de nós, que é mutável/ flexível , variando de acordo com as características de personalidade mas não quer dizer que aquela imagem é real. A imagem corporal se desenvolve por nossa percepção e de nossas emoções – cada momento pode impactar a imagem O meio em qual estamos inseridos, impacta diretamente no nosso corpo, tanto para o bem quanto para o mal. Ex: a mulher camponesa (do campo) se interessa pelo seu corpo quando está com mais volume,com aparência forte, apta ao trabalho e a produção. Ex: a mulher urbana de recursos financeiros aceita seu corpo quando bonito e o rejeita quando feio. O controla por meio de dietas e intervenções plásticas. • Durante a adolescência: É uma fase de transformação biopsicossocial, dessa maneira temos o impacto da imagem corporal, a partir da mudança do papel social que trás demanda emocional, saindo da infância indo pra adolescência, numa sociedade que também exige muito, ainda mais de uma pessoa em transformações . Os jovens sofrem muitas exigências psíquicas, e nos últimos tempos, a partir das redes sociais, os padrões têm sido muito estabelecidos. Esse cenário pode deixar os jovens vulneráveis a comportamentos não saudáveis e ao desenvolvimento de transtornos alimentares. è Não há imagem corporal sem personalidade: ● A nossa imagem varia de acordo com as características de personalidade. ● Mudanças bruscas na imagem corporal podem ser observadas em casos de psicopatologias Ex: Anorexia nervosa; Isolamento social; Evitar tipos de roupas e lugares; Identidade sexual Se identificar como um ser sexual Reconhecer a própria orientação sexual Formar vínculos românticos e sexuais Psicologia Médica Julia L. Bellan Autoestima - Mutvel; - Se revela/acontece nos nossos acontecimentos sociais, emocionais e psíquico-fisiológicos Intimamente relacionada com a satisfação corporal - Conjunto de atitudes e ideias que cada pessoa tem sobre si; é um indicador de bem-estar mental. Satisfacão corporal - Componente afetivo relacionado a imagem corporal que permite o adequado desempenho emocional e social do indivíduo perante a sociedade. Insatisfacão com o corpo - Acarreta sentimentos e pensamentos negativos quanto à aparência, influenciando o bem-estar emocional e a qualidade de vida. • Pacientes amputados: A falta que o indivíduo sente do membro perdido e o sentimento de impotência diante da situação, muitas vezes domina o sujeito, fazendo com que ele: - sinta desesperança e tristeza - tenha episódios de choro - isolamento social Os indivíduos vivenciam sentimentos negativos em relação à sua imagem corporal, se manifestando: - baixa autoestima - tristeza - saudade • Pacientes com CA: Fatores que modificam a relação com o corpo e com outras pessoas: - o adoecimento pelo câncer - modificações físicas - medo da recidiva da doença e da morte - mulheres manifestaram sentimentos de menor valia e de inutilidade relacionados a efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia, como a fadiga. Mulheres mastectomiazadas apresentam mais problemas com relação a imagem corporal. - Evitar ir a praia - Evitar usar roupas cavadas - Isolar de amigos - Mais desejo de cirurgia estética
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