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PSICOLOGIA MEDICA - CASO5

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Psicologia Médica 
 Julia L. Bellan 
 
 Caso 5 
 
 
è 40 – 60 anos 
• Transição entre a idade adulta e a 
terceira idade. 
 
• É uma fase de transição lenta e sem 
modificações abruptas sejam físicas ou 
psicológicas. 
 
• O termo “meia idade” surgiu em 
meados de 1895 quando a expectativa 
de vida começou a se prolongar. 
 
• Hoje, a vida adulta intermediária, é 
considerada uma fase com suas 
particularidades. 
 
• Não há consenso absoluto sobre idade 
de início e término. 
 
• Doenças crônicas mais presentes 
(hipertensão e diabetes) 
Fase marcada por mudanças físicas: 
 da visão/ audição / de colágeno 
 de peso 
 Cabelos mais ralos 
- Ansiedade x rejuvenescimento - 
Busca por mais procedimentos estéticos, para 
manter a aparência ainda jovem 
- A sabedoria da meia idade - 
Acúmulo de saberes considerando a história de 
vida do sujeito 
 
 
 
 
- Segundo Erick Erikson - 
Estágio Crise psicossocial Aquisição 
VII - Adulto Geratividade X 
Estagnação 
Cuidado 
Tarefa: desenvolver relacionamentos íntimos 
VII – Adulto: 
 
 Preocupação com a próxima geração; 
 
 Há previsão do declínio de suas vidas e 
necessidade de deixar um legado, ou seja, deixar 
algo para a continuação da vida. 
 
 A estagnação acontece quando o sujeito não 
consegue dar resolver essa necessidade – pode 
ficar prezo aos seus próprios prazeres e mesmo 
inerte. 
 
 Uma falha nessa capacidade pode significar uma 
estagnação pessoal 
 
Fase marcada por reavaliação de vida: 
- Amigos 
- Família 
- Trabalho 
- Lazer 
A partir da reavaliação de vida: Pode haver 
período de conflito entre manter ou desfazer algumas 
estruturas (família, trabalho, etc.) 
Personalidade ainda em formação (Erik 
Erikson) – inclui self (si mesmo) múltiplo - que 
somos, podemos e queremos ser. 
 
Alteração na 
relação com os 
pais 
•Cuidado com os pais 
•Aceitar a possibilidade de morte 
Trabalho
•Posicao de poder - resultado de anos de 
trabalho 
•Pode haver conflito com a geração mais 
nova 
Preparo pra 
aposentadoria 
•Pode ser vivenciada como uma perda 
•Pode gerar crises e transtornos psiquiatricos 
O adulto de meia idade 
Psicologia Médica 
 Julia L. Bellan 
 
- Sindrome do ninho vazio - 
- Vivência pelos pais da saída dos filhos de casa. 
 
Caracterizada pelo sentimento de: Solidão; 
 Vazio; 
 Tristeza; 
 Irritação; 
 Depressão 
 
Pode ser percebido também como transição para 
um novo relacionamento (adulto) e dever de 
“missão cumprida” ou como uma perda. 
 
A saudade pode virar: 
Depressão; 
Crises de ansiedade; 
Angústia; 
Problema psicossomáticos que antes não existiam. 
 
Como enfrentar essa situação? 
1. Buscando atividades prazerosas 
2. Construindo vínculos sociais; 
3. Realizando sonhos pessoais; 
4. Mantendo boa relação com os filhos 
- Sindrome da porta giratoria - 
Vivência pelos pais, com a saída e retorno dos 
filhos para casa - por dificuldade financeira ou crise 
conjugal. 
 Costuma haver atritos: 
- Organização das atividades domésticas 
- Sobre o estilo de vida do filho. 
- O jovem adulto pode se sentir isolado de seus 
pares. 
- Os adultos de meia idade podem ter dificuldade 
em retomar sua intimidade. 
- Adoecimento - 
Alguns questionamentos são comuns: 
Não vou ver meus filhos crescerem? Casar? 
 
Não vou ver meus netos? 
 
Estou sozinho (síndrome do ninho vazio) e 
agora doente 
 
Agora que estou no ápice da carreira/trabalho 
isso acontece? Vou perder tudo que 
conquistei? 
 
Eu vivi pra trabalhar e agora que estava me 
organizando melhor isso acontece? 
 
Meus filhos não podem/devem cuidar de mim, 
eles têm a própria vida (sentir-se um fardo) 
 
-> Há pacientes que se adaptam mais 
facilmente à doença, já ́outros podem ter 
dificuldades. 
 
-> A maneira como o sujeito vivencia a sua 
doença é pessoal. 
 
A maneira como o individuo lida 
com a doença depende: 
 
- das características dele e do prognostico 
- da personalidade desse ser e de sua resiliência 
- da relação com o médico e a equipe de saúde 
- e de sua adesão ao tratamento 
 
Uma doença pode afetar um 
individuo de diversas maneiras: 
 
* Trabalho 
 - Paciente tem que parar de trabalhar 
 
* Vida familiar 
 - Mudança de funções dentro da família 
 - Alt. da autoimagem 
 
* De maneira econômica 
 - Diminuição da renda 
 
• Sinais a serem observados na anamnese 
 
- Atenção e compreensão a fase da vida em que 
e encontra 
 
- Se está em fase de adaptação – sindr. ninho 
vazio 
 
- Está realizado no trabalho? 
 
- Consegue deixar seu legado? 
 
- Sente-se satisfeito com sua vida ? 
 
- Há sintomas depressivos? 
 
 
 
 
 
 
 
Psicologia Médica 
 Julia L. Bellan 
 
 
 
Por que estudamos a morte? 
O médico detecta a morte pela falta dos sinais 
vitais; 
 
Questões psicológicas sociais/físicas/cognitivas 
 
Promover cuidado em outras esferas 
 
É mais do que apenas comunicar ao paciente 
 
Morte: 
Morte vinculada aos sinais vitais além disso, a 
morte encefálica 
 
Concepção que eu tenho hoje, sobre a morte 
não é a mesma que eu tinha e nem é a mesma 
que eu terei no futuro. 
 
è Quanto mais eu falo sobre a morte, 
mais eu consigo lidar com a 
realidade que ela existe 
 
- A morte atraves do tempo - 
A morte domada 
Início da idade média + ano 400 
 
- Vista como algo familiar, natural, simples; 
 
- Quando o paciente percebe a aproximação 
da morte, ele procurar reunir a família e 
pessoas significativas em sua vida; 
 
- Rituais públicos e até mesmo em casa – 
permitia a presença das pessoas queridas, até 
mesmo crianças 
 
- Havia aceitação da morte, como um rito, sem 
que seja algo dramático ou de comoção 
excessiva 
 
A morte de si mesmo 
2ª fase da idade média – a partir do século XI e XII 
 
- Modificações sutis ao longo do tempo foram 
introduzindo um sentido dramático e pessoal 
 
- Introdução da ideia do juízo, sendo o juízo 
final para o momento exato e individual da 
morte de cada um. Como um acerto de contas 
após a morte. 
 
- Surgimento de temas macabros ligados à 
imagem de decomposição do corpo e a 
personalização das sepulturas. 
 
- Há uma perspectiva de vida além da morte, 
porém, sem estar ligada à eternidade, mas a 
um momento de finitude dos tempos. 
 
A morte do outro 
a partir do século XVIII 
 
- Exaltação e dramatização pelo homem 
ocidental 
 
- Morte romântica, uma vez que esse outro irá 
deixar saudades e lembranças; 
 
- Intolerância com a separação do outro; dor 
por meio de um luto histérico; 
- Os sobreviventes aceitam com dificuldade a 
morte do outro. 
 
A morte interdita 
Metade do século XIX 
 
- Avanços tecnológicos e científicos, inclusive 
nas ciências médicas; 
 
- Ocorre o desejo de poupar o paciente de 
saber a real gravidade do seu estado, nesse 
momento, a verdade começa a ser um 
problema 
 
- A morte permanece deixada a cargo dos 
centros médicos (ainda com função curativa) 
passando a ser um evento técnico 
caracterizado pela ineficácia deles. 
 
- Uma morte intolerável e que causa emoções 
extremas deve ser evitada não apenas dentro 
do hospital, mas na sociedade em geral. 
 
Morte e Luto 
Psicologia Médica 
 Julia L. Bellan 
 
 
- Importancia dos rituais funebres - 
 
Auxilia o sujeito que ficou a entender que a morte 
realmente aconteceu 
 
- Ritos são carregados de símbolos; 
 
- Maturação social e psicológica frente a morte; 
 
- Admitir a perda e entrar no luto; 
 
- Simboliza/marca um momento de 
mudança na vida. 
 
- Facilita a expressão do luto. 
- A morte nas fases da vida - 
< 2 anos 
 
A criança desenvolve a noção de presença e 
ausência - entende quando alguém não está 
perto e quando vai voltar 
 
Com a saídada pessoa, começa a lidar com a 
separação e a perda 
 
4 – 5 anos 
 
Percebe que existe nascimento, 
crescimento e morte 
 
Faz muitas perguntas sobre origem e 
percebem a falta dos que morreram. 
 
• Como ajudar a criança com o luto: 
 
1. Dar explicações adequadas – evitando 
dizer que a pessoa dormiu ou foi viajar 
2. Observar se a criança não associou a 
morte com algum comportamento seu 
e teve aquilo como punição 
3. Não a excluir da cena em que amgios se 
encontram com as pessoas enlutadas – 
devem aprender a lidar 
4. Ajudar as crianças a expressar seus 
sentimentos (verbal ou não verbal) 
5. Evitar que as crianças assumam o papel 
de adultas, cuidando de familiares que 
estão sofrendo. 
Adolescência 
- Já tem capacidade cognitiva para entender a 
morte. 
 - Momento de formação da identidade – 
experimentação; 
Os comportamentos de risco podem estar 
presentes: 
- Não se fala sobre morte 
- Emocionalmente a morte está distante; 
- A própria morte não é concebível. 
 
 
 
 
Etapas do luto 
Negação Recusa a 
realidade mesmo 
quando uma 
notícia é sobre 
uma doença 
terminal ou sobre 
a morte si 
 
Não se sustenta 
por muito 
tempo 
Movimento 
natural 
inconsciente 
Raiva Frente a perda 
que o sujeito 
vivencia 
É despertadada 
pela notícia 
Culpa alguém por 
sua condição 
- impaciência 
- hostilidade 
direcionadas a 
quem está mais 
próximo 
 
Barganha Negociação com 
Deus 
“Prometo cuidar 
melhor da minha 
saúde se eu tiver” 
uma nova chance” 
 
Âmbito mais 
individual do 
sujeito com 
Deus 
Depressão Sujeito percebe a 
finitude e se torna 
mais triste 
 
Fica mais 
calado 
 
Introspectivo 
 
Deprimido 
Aceitação Paciente aceita o 
fim de sua 
vida/morte e 
procura deixar a 
vida mais 
“organizada” 
Fase acessível a 
poucos 
Não há tanto 
desespero com 
a morte 
Psicologia Médica 
 Julia L. Bellan 
 
Adulto 
• Adulto jovem: fase da vida de pleno vigor 
físico e fase produtiva. 
- Perdas dessa fase: separação dos pais, estilo 
de vida, rede social, etc. 
• Adulto de meia-idade: problemas de saúde 
podem começar a surgir. 
- Perdas dessa fase: alteração na imagem 
corporal, perda da acuidade visual, saída dos 
filhos de casa, etc. 
-> A forma como lida com lutos e perdas 
impacta na forma como lida com a morte em si. 
Idoso 
- Fase final do ciclo de vida. 
- A morte tem maior probabilidade de 
ocorrência. 
• Quando a pessoa viveu plenamente: sente-
se realizada e com a sensação de dever 
cumprido, não é a morte que a assusta (medo 
de perda de saúde, depender dos outros). 
 
- A morte, a medicina e os hospitais - 
Uma grave consequência desse processo 
cultural é a objetivação do corpo do paciente. 
 
- Devemos tratá-los com humanização, 
buscando sua identidade mesmo no hospital 
 
Os profissionais também sofrem e não podem 
expor suas angústias: 
 
- Visto como herói ou com fracassado se o 
paciente morreu

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