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Apesar de serem doenças mais raras, são mais comuns do que imaginamos. A grande dificuldade é o diagnóstico, já que grande parte das vezes precisa de testes genéticos. ➔ A dieta será o único tratamento que auxiliará. É de responsabilidade e competência do SUS a garantia de acesso aos meios diagnósticos e terapêuticos. são distúrbios metabólicos herdados, resultantes da falta de atividade de uma ou mais enzimas específicas ou defeitos no transporte de proteínas, que leva as doenças metabólicas hereditárias. Por que a fibrose cística não é considerada um EIM? Pois ela não envolve o metabolismo de macromoléculas (carboidratos, proteínas e lipídios) que é o caso das doenças por erros inatos, no caso da fibrose, envolve íons! Incidência: acumulativa 1: 5.000 nascidos vivos Quantidade: 500 tipos de erros inatos INCIDÊNCIA DOS PRINCIPAIS ERROS INATOS Fenilcetonúria – 1: 15.000 Leucinose – 1: 43.000 Defeitos do ciclo da uréia– 1: 30.000 Intolerância hereditária à frutose– 1: 20.000 Galactosemia – 1: 50.000 → (A) Acúmulo de substâncias normalmente presentes em pequenas quantidades (que vem da alimentação); → (B) Deficiência de produtos intermediários críticos; → (C) Deficiência de produtos finais específicos; → (D) Excesso nocivo de produtos finais de vias metabólicas acessórias. EXPLICAÇÃO DA IMAGEM – Todas essas reações envolvem enzimas, sendo importantes para acelerar a reação, sem elas, a reação não existe! O tracinho significa que há uma alteração provavelmente na síntese da enzima, ou seja, ou ela não é sintetizada ou em é sintetizada em pouca quantidade. O que isso irá causar? - Acúmulo da substância A, deficiência da substância B e consequentemente da substância C, e a partir disso o organismo irá ter uma rota alternativa que irá surgir no organismo produzindo uma substancia D que muitas vezes é tóxica! (Acumula-se no organismo). A grande maioria dos erros inatos do metabolismo são de herança autossômica recessiva, isso quer dizer que a mãe e o pai são portadores do gene causador. • Herança autossômica recessiva (risco de 25% de herdar o gene mutado) (A) • Herança ligada ao X (risco de 50%) (B) ~ Categoria 1 = Doenças que afetam somente um sistema funcional ou anatômico ou um órgão. Categoria 2 = Doenças nas quais a base bioquímica afeta uma via metabólica comum a um grande número de células ou órgãos, ou restrita a um órgão, mas com consequências sistêmicas. Que se dividem em 3 grupos: Por que o teste do pezinho é feito apenas uma semana após o nascimento do bebê? Para não haver um falso negativo. Para ter o rastreamento correto das doenças metabólicas. Por exemplo, o excesso de substâncias no organismo só será percebido depois da ingestão alimentar. Vanessa Farias – NUTR 2022.2– P7 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DOS EIMs CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS METABÓLICAS HEREDITÁRIAS - FIISIOPATOLOGIA A fenilcetonúria (PKU) é uma doença genética rara que afeta o metabolismo da fenilalanina, um aminoácido encontrado em proteínas. É uma condição de herança autossômica recessiva, o que significa que a doença só se manifesta quando a pessoa herda duas cópias do gene defeituoso, uma do pai e outra da mãe. • Grupo das aminoacidopatias • Herança autossômica recessiva • Diagnóstico - Teste de triagem neonatal • Teste do pezinho – 2º dia de vida • Valores de referência: > 4mg/dl de fenilalanina A triagem para fenilcetonúria através da análise de metabólitos na urina mostra-se inadequada para um programa de diagnóstico precoce. Ou seja, o teste do pezinho é essencial! Para evitar problemas maiores. Quando a criança apresenta maiores sintomas (com o avanço da idade), para ser diagnosticado, será possível só a partir de exames de urina ou de sangue. A rota circulada em vermelho não existe! É uma rota alternativa que o organismo realiza, que a rota que forma tirosina está bloqueada pelo defeito ou falta da enzima! A fenilalanina é responsável por vários processos, inclusive pela síntese proteica, síntese de aminoácidos, formação de hormônios – tendo isso em vista, o desenvolvimento e crescimento da criança estará comprometido, já que o tratamento é a restrição dela da dieta (por isso que não pode zerar absolutamente). EFEITO METABÓLICO DA FENLCETONÚRIA (A,B,C e D): • FENILCETONÚRIA CLÁSSICA: - FAL plasmático> 20mg/ dL - Atividade da enzima < 1% - Tolerância a FAL = 250 a 300 mg/dia *FAL = fenilalanina • FENILCETONÚRIA LEVE: - FAL plasmático entre 10 e 20mg/ dL - Atividade da enzima – 1 a 3% - Tolerância a FAL = 400 a 600 mg/ dia • FORMA RARA (deficiência de BH4) Coloração clara; Hiperatividade (por conta de deficiência de epinefrina); Microcefalia (por causa do comprometimento do desenvolvimento); Convulsões; Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; Urina com cheiro característico de “urina de rato”. USO DE FÓRMULAS METABÓLICAS – NECESSIDADES DE FENILALANINA: É um aminoácido essencial, nenhum outro aminoácido poderá substitui-lo. Consequências da sua deficiência: Desnutrição, Retardo no desenvolvimento (mental). FENILCETONÚRIA (PKU) ➔ FORNECER O MÍNIMO PERMITIDO. Levando em consideração: Atividade residual da enzima fenilalanina hidroxilase; idade; Velocidade de crescimento; Quantidade de proteína isenta de fenilalanina oferecida por meio da fórmula metabólica; Estado de saúde do indivíduo. AMAMENTAÇÃO: É segura e viável desde que se tenha controle diário de fenilalanina; Deve ser feita 2 a 3 vezes/dia + fórmula restrita ou sem fenilalanina. É pobre em fenilalanina (46 mg / 100 ml) A demanda por amamentação ajuda a estabelecer um bom vínculo mãe-bebê. Ofertar a fórmula infantil sem fenilalanina antes de cada amamentação. FENILCETONÚRIA MATERNA: É raro que as mulheres com fenilcetonúria consigam engravidar, devido ao espessamento das secreções (tanto masculinas, quanto femininas). Consequências para o feto: microcefalia, retardo mental, doença congênita cardíaca e retardo do crescimento intrauterino. A fenilalanina materna é teratogênica. Fenilalanina tem gradiente positivo da placenta para o feto. Níveis adequados: 2 a 4 mg/dL Recomendações diárias de ingestão de energia e nutrientes para lactentes e crianças portadores de fenilcetonúria (Acosta e Yannicell (2001): Recomendações diárias de ingestão de energia e nutrientes para gestantes portadoras de fenilcetonúria (Acosta e Yannicell (2001): ALIMENTOS PERMITIDOS E PROIBIDOS: PROIBIDOS: Carne bovina, aves, pescados, frutos do mar, leite e derivados, farinha de trigo e produtos que a contenham e o aspartame. PERMITIDOS LIVRES: Açúcar, óleos, margarina vegetal, sal, vinagre, sucos artificiais, mel e polvilho. CONTROLADOS: Cereal, vegetais, frutas e outros alimentos com baixo teor proteico. → Grupo das aminoacidopatias; → Herança autossômica recessiva - Exceção: deficiência de transcarbamilase (ligada ao X) que é mais frequente → Ciclo da ureia – via metabólica de conversão da amônia a ureia → Diagnóstico: hiperamonemia, níveis elevados plasmáticos de glutamina e alanina e a presença de ácido orótico e ornitina na urina. Deficiência de alguma enzima presente no ciclo da ureia, que transforma as substâncias! Consequentemente, a substância que não foi transformada, irá fica aumentada – TÓXICO. Na maioria das vezes não dá tempo de dá diagnóstico, pois a tríade é fatal nos pacientes, e o tratamento não permite maior qualidade de vida. É incompatível com a vida, porque a conduta é que se realize restrição proteica. Início dos sintomas: após 24h de vida; Forma de início tardio: atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; vômitos; irritabilidade e cefaleia. DEFEITOS DO CICLO DA UREIA • FASE AGUDA: preveniros efeitos tóxicos da amônia. • FORA DAS CRISES: Restrição proteica, uso de fórmulas metabólicas. "É uma doença hereditária do metabolismo dos aminoácidos de cadeia ramificada resultante de um défice ao nível do complexo enzimático de descarboxilação da leucina, isoleucina e valina". (SPDM, 2007) Também conhecida como: Doença da Urina do Xarope de Bordo. Grupo das aminoacidopatias Herança autossômica recessiva Deficiência da enzima α – cetoácido desidrogenase de cadeia ramificada Diagnóstico: Análise dos níveis séricos dos aminoácidos: valina, isoleucina e leucina. Estes estarão elevados na presença da doença, tendo em vista a deficiência da enzima α – cetoácido desidrogenase de cadeia ramificada METABOLISMO DA LEUCINA, ISOLEUCINA E VALINA – Metabolismo da leucina, isoleucina e valina inicia-se através da dieta, posteriormente esses componentes serão metabolizados para produzir seus metabólitos, para produção de energia. As enzimas responsáveis por esses processos estarão comprometidas (deficiente), assim, a via metabólica não funcionará. Se trata de um defeito no metabolismo dos aminoácidos ramificados (leucina, isoleucina e valina) ➔ há uma disfunção da atividade do complexo alfa- cetoácido desidrogenase de cadeia ramificada (BCKDH) – Essa disfunção produz-se devido a mutações (alterações estáveis e hereditárias) nos genes que codificam as proteínas que formam este complexo enzimático. ➔ ISSO RESULTA EM: ↑ Leucina, isoleucina e valina + seus subprodutos tóxicos (cetoácidos) = intoxicação por produtos neurotóxicos. Para saber os tipos, é necessário realizar os testes genéticos. FORMA CLÁSSICA – Comum na primeira semana de vida, com quadro neonatal grave. Mais grave, início dos sintomas: 4º ao 7º dias de vida Sintomas como: recusa alimentar, letargia, alterações do tónus, movimentos de boxage, sucção débil, alterações neurológicas, convulsões, soluços, hipotermia e coma. FORMA INTERMEDIÁRIA – Com menor gravidade, é de apresentação no lactente e infância Sinais e sintomas como: atraso de desenvolvimento psicomotor, má evolução estaturo-ponderal, convulsões e ataxia. FORMA INTERMITENTE – Nessa forma verifica-se crescimento e desenvolvimento normais. Sinais e sintomas como: crises de ataxia que poderão ser acompanhadas de cetoacidose. FORMA SENSÍVEL À TIAMINA – Pouco frequente e tem uma apresentação clinica semelhante à forma intermediaria ou intermitente. FORMA DEFICIENTE NA SUBUNIDADE E3 – Forma muito rara, possui igualmente um quadro de apresentação clínica semelhante à forma intermédia. • Dieta semelhante a fenilcetonúria; • Dificuldade adicional: 3 aminoácidos; • Fórmula isenta de isoleucina, leucina e valina →Msud diet, Msud 1 e Msud 2. • Fórmulas infantis e alimentos para manter os níveis de isoleucina, leucina e valina, pois as fórmulas não são nutricionalmente completas. • Oferecer óleo vegetal para suplementar AGE. • Oferecer fonte de HC – simples e complexos/maltodextrina ou sacarose. FASE AGUDA E FASE SEM SINTOMAS: Objetivo: evitar e/ou diminuir a descompensação metabólica e o acúmulo de produtos tóxicos, combater o catabolismo, promover o anabolismo e minimizar o dano cerebral. FASE AGUDA – RESTRIÇÃO DE PROTEÍNAS NATURAIS DA DIETA; DIETA ISENTA DE LEUCINA; ATENÇÃO PARA EVITAR A FALTA DE VALINA E ISOLEUCINA. EM LONGO PRAZO – LEUCOCINOSE DIETA RESTRITA EM AMINOÁCIDOS DE CADEIA RAMIFICADA (AACR); RESTRIÇÃO DE ALIMENTOS MUITOS PROTEICOS; AACR DEVEM SER OFERTADOS EM QUANTIDADE MÍNIMA. ALIMENTOS PERMITIDOS E PROIBIDOS: PROIBIDOS PERMITIDOS LIVRES CONTROLADOS Carne bovina, aves, pescados, frutos do mar, leite e derivados, farinha de trigo e produtos que a contenham, e leguminosas. Açúcar, óleos, margarina vegetal sem leite e/ ou gelatina, sal, vinagre, sucos artificiais, mel e polvilho. Cereal, vegetais, frutas e outros alimentos com baixo teor proteico. Ç Nas duas últimas décadas houve aumento do número de mulheres com diagnóstico de diabetes em idade fértil e durante o ciclo gravídico-puerperal - crescimento populacional, aumento da idade materna, falta de atividade física e aumento da obesidade. • Doença de herança autossômica recessiva; • Diminuição da atividade da enzima frutose 1,6 bifosfatase; • Indivíduos assintomáticos até a exposição à frutose. Normalmente irá apresentar depois dos 6 meses de idade (introdução alimentar). Ocorre a diminuição da atividade da enzima frutose 1,6 bifosfatase ➔ A enzima está envolvida no ciclo glicolítico, participando do metabolismo da frutose. Quando a enzima está diminuída, há um acúmulo de frutose pois a via metabólica é interrompida. Irritabilidade, letargia, recusa alimentar, vômitos, dor abdominal, hipoglicemia, convulsão e coma. → APÓS A INGESTÃO DE FRUTOSE, SORBITOU OU SACAROSE. É muito subnotificada, pois os indivíduos só apresentam sintomas após a exposição à frutose; O teste do pezinho não rastreia; Em crianças só é possível identificar após a introdução alimentar. Restrição de frutose < 40 mg/ Kg de peso corporal/ dia ➔ Assegurar o crescimento normal e a prevenção dos distúrbios metabólicos da intoxicação crônica de frutose. Padrão alimentar muito diferenciado, sendo necessário restrição de todas as frutas de alguns vegetais na dieta ➔ aumento da propensão a deficiências nutricionais. ➔ Pode ser necessária a suplementação nutricional, com atenção para fibras e probióticos. Eliminar o consumo de sacarose (glicose + frutose), presente na cana-de-açúcar e na beterraba por exemplo. Além disso deve-se eliminar o sorbitol, pois ele se converte em frutose no seu metabolismo; Proibição de consumo de produtos diet contendo sorbitol e poliol; INTOLERÂNCIA HEREDITÁRIA À FRUTOSE DIETA SEM FRUTOSE – ALIMENTOS PERMITIDOS E PROIBIDOS: É uma doença metabólica de ordem genética caracterizada pela deficiência de uma das enzimas responsáveis pela conversão da galactose em glicose. Erro inato da galactose; Herança autossômica recessiva. Surge após o RN iniciar sua alimentação com leite (nas primeiras semanas), podendo ter sintomas precoces no terceiro ou quarto dia de vida; No estágio mais inicial da doença, a criança apresenta uma sintomatologia não tão preocupante (vômitos, inapetência etc), podendo agravar o quadro; O teste do pezinho auxilia no diagnóstico! Atraso mental, déficit de atenção e hiperatividade, deficiências na fala e linguagem, distúrbios motores, risco de sepse, crescimento insuficiente, osteopenia. Como ocorre? Dependendo de qual enzima foi afetada durante a alteração no metabolismo a doença pode se manifestar de formas diferentes. GALT Deficiência da enzima galactose-1- fosfato-uridiltransferase GALK Deficiência na atividade da galactoquinase GALE Deficiência da enzima uridilfosfato- galactose-4-epimerase (GALE) Nesse caso, cada enzima dessas é um tipo de galactosemia (não há alteração nas três), todas elas vão levar a um único problema: Excesso de galactose! pode resultar em complicações com risco de vida, incluindo problemas na alimentação (como sucção débil) e piora do quadro nutricional (falha de crescimento e baixo ganho de peso ponderal). Os altos níveis de galactose e galactose-1-fosfato podem causar lesões hepáticas e renais; A diminuição da UDP-galactose (precursor de moléculas glicosiladas) ➔ compõem os lipídios cerebrais; O acúmulo de galactitol e galactonato provoca edema tecidual e toxicidade para as células. GALACTOSEMIA CLÁSSICA – GALACTOSEMIA Os sintomas de intolerância à lactose são completamente diferentes da galactosemia. Pois os sintomas não são gastrointestinais. Intervenção precoce; Dieta fracionada e balanceada de acordo com: (1) Restrição dietética de lactose e galactose (2) Suplementosde vitaminas e minerais; Substituição do LM e fórmulas lácteas por fórmula de isolado proteico de soja (Cuidado com as fórmulas sem lactose, porque a maioria tem galactose); Suplementar Ca; A dieta precisa ser balanceada e fracionada em: restrição dietética de lactose e galactose + suplementação de vitaminas e minerais (D, K, cálcio – apenas se houver necessidade); Restrição de frutas e vegetais (quantidade significativa de galactose (> 10mg/ 100g produto); Leitura de rótulos de alimentos. TEOR DE GALACTOSE NOS ALIMENTOS: FORMULAS ISENTAS DE LACTOSE – O tratamento dietético é a principal forma de controle destes erros, pelo fato deles serem decorrentes de alterações enzimáticas do metabolismo de nutrientes. Na maioria dos casos, a suspensão dietética da substância resolve o problema. Porém deve-se ter bastante cautela, visto que muitos destes nutrientes podem ser imprescindíveis ao organismo, pois podem estão relacionados com a produção de substâncias importantes, como o caso dos neurotransmissores, que necessitam indiretamente da fenilalanina. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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