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INSTITUTO DENIZARD RIVAIL CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – TURMA ENF06M21 ESTÁGIO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DÉBORA ALESSANDRA DE SÁ FERNANDES MANAUS – AM MAIO/2023 INSTITUTO DENIZARD RIVAIL CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM – TURMA ENF06M21 ESTÁGIO EM SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DÉBORA ALESSANDRA DE SÁ FERNANDES Relatório de Estágio de Campo do Curso Técnico em Enfermagem, Turma ENF06M21, Turno: Matutino. Estágio Supervisionado ministrado na teoria pela Prof.º Enfa Vanuza Silva, e na prática pelo Prof.º Damares Chaves, na instituição Hospital Pronto Socorro da Criança Zona Sul. MANAUS – AM MAIO/2023 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 2 PERFIL ORGANIZACIONAL DA UNIDADE ........................................................... 5 2.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO............................................................................ 5 2.2 ENTIDADE MANTENEDORA ............................................................................ 5 2.3 HISTÓRICO DA UNIDADE ................................................................................ 6 2.4 HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO .................................................................... 6 2.5 GESTÃO ........................................................................................................... 7 2.6 MISSÃO INSTITUCIONAL ................................................................................. 7 2.7 CORPO TÉCNICO ............................................................................................ 7 3 CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO ................................................................... 8 4 ANÁLISE TEÓRICA DO CAMPO DE ESTÁGIO .................................................... 9 4.1 LEGISLAÇÃO: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................... 9 4.2 ASPECTOS POSITIVOS NO CAMPO DO ESTÁGIO ........................................ 9 4.3 ASPECTOS NEGATIVOS NO CAMPO DE ESTÁGIO ..................................... 10 4.4 PRINCIPAIS TIPOS DE PATOLOGIAS QUE FORAM OBSERVADAS DURANTE O ESTÁGIO ......................................................................................... 10 5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ......................................................................... 12 6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 19 7 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 20 8 ANEXOS .............................................................................................................. 21 9 APÊNDICE .......................................................................................................... 23 4 1 INTRODUÇÃO O estágio supervisionado é um momento do curso que possibilita o aluno (a) colocar em prática a teoria aprendida em sala de aula. Ele é importante para que haja uma vivencia da profissão, aquisição de experiência e desenvolvimento de habilidades. O aluno que faz um estágio supervisionado precisa realizar algumas tarefas ou exigências da instituição de ensino. Esse é o caso de entregar documentos e relatórios que atestam que ele realmente está estagiando, o material possibilita ao supervisor do estágio fazer avaliação do aluno enquanto estagiário. Afinal, ele precisa cumprir corretamente esse momento para que seja aprovado e tenha a carga horária computada no curso. O objetivo do presente relatório é descrever as atividades desenvolvidas em campo, evidenciando os conhecimentos teóricos e científicos, adquiridos ao longo do tempo, que foram aplicadas na realização de procedimentos voltados ao curso técnico de enfermagem. A enfermagem na pediatria, se refere ao cuidado integral, que concentra em ajudar e garantir que crianças e adolescentes cresçam saudável em todos os aspectos da vida. O bem-estar deles por meio da promoção e a restauração da saúde é, há muito, prioridade na atenção à saúde da população. Os estudos teóricos foram realizados na instituição de ensino Instituto Denizard Rivail, localizado na Avenida Torquato Tapajós, número 1947 no bairro Flores. Recebido pela instituição Hospital e Pronto Socorro da Criança Zona Sul, localizada na Zona Sul da capital de Manaus, a instituição oferta atendimento de média complexidade, porém apresentado suporte de nível terciário, já que há procedimentos de alta complexidade e pacientes com longa permanência, se destacando em atendimento de queimados, atendendo crianças e adolescentes da região. Estágio possuindo carga horária de 76hrs, no período de 02 de maio a 26 de maio, tendo como preceptora a enfermeira Damares Chaves. 5 2 PERFIL ORGANIZACIONAL DA UNIDADE FACHADA DO HOSPITAL E PRONTO SOCORRO DA CRIANÇA ZONA SUL Fonte: HPS da Criança Zona Sul 2.1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Hospital e Pronto Socorro da Criança Zona Sul. Localizado na Avenida Codajás nº 26, Bairro: Cachoeirinha, Manaus/Am, CEP 69065130, contato (92) 3664-2160; e- mail psc_zsul@saude.am.gov.br, tipo de estabelecimento Hospital Geral, CNES 2012472, CNPJ 00697.295/0047-80, município de Manaus. 2.2 ENTIDADE MANTENEDORA O HPS da Criança Zona Sul é mantido com recursos orçamentários e financeiros do Estado do Amazonas, autorizados mediante a apresentação formal de planos orçamentários e financeiros anuais, apresentados a Secretaria de saúde, tendo com prestadores de serviços empresas terceirizadas atuante em diversas áreas. Com administração direta da saúde, sendo mantido pelo Ministério da Sáude (MS). Governo do Estado do Amazonas, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES). 6 2.3 HISTÓRICO DA UNIDADE O Pronto Socorro Infantil Zona Sul foi fundado em 1983, na Avenida Codajás, número 26, bairro da cachoeirinha, zona sul da cidade de Manaus-AM, para assistir os segurados do Instituto Médico e Previdência Social do INAMPS, em anexo ao Posto de Assistência Médica (PAM). Funcionando a princípio como uma unidade de saúde destinada a atender exclusivamente aos segurados, em estado de urgência e emergência. Aos poucos, o Pronto Socorro do INAMPS foi perdendo suas características devido à grande demanda de pessoas que buscavam atendimento médico no local. Em agosto de 1990 o pronto socorro passou a chamar-se Pronto Socorro da Criança (PSC), visando substituir o Pronto Socorro Infantil Dr. Fajardo, o qual ficou apenas com os atendimentos ambulatoriais e hospitalares. Os serviços de urgência e emergência ficaram sob a reponsabilidade do PSC- Zona Sul, que foi inaugurado recebendo a mesma estrutura física do Pronto Socorro do INAMPS. Em 1990 foi projetada a reforma das instalações físicas do pronto socorro da criança que foi realizada em quatro etapas de obras. Com isso suas portas foram fechadas e só reabriram em 2001, e em 23 de agosto, foi concluído a 4ª etapa de obras o PSC- Zona Sul, o qual passou a abrigar a maior UTI pediátrica do Estado do Amazonas com 14 leitos dotados de equipamentos de alta tecnologia e equipes especializadas em cuidados intensivos para assistência à criança. Com a inauguração alguns serviços foram incrementados através do Programa de Revitalização da Saúde, elaborado pelo Governo do Estado do Amazonas, com o objetivo de padronizar todas as unidades do Amazonas. Em 2008 foram contemplados com equipamentos hospitalares de urgência e emergência e uma ambulância de primeiro nível, através de um projeto de expansão, que buscava junto ao governo e a secretaria, obras de reforma da área de internação. A Unidade contém um renomado corpo clínico, e se destaca pelas açõesassistenciais na área de pediatria. 2.4 HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO Este hospital funciona 24 horas por dia e 7 dias por semanas, com atendimento de urgência, emergência e internação hospitalar a pacientes portadores de diversos 7 tipos de patologias, dentre eles: clinico pediátrico, cirúrgicos e queimados (sendo a Unidade de maior referência nesta área), com demanda espontânea. A área administrativa funciona de segunda à sexta feira em dia útil, de 08:00 ás 17:00h, oferecendo os mais diversos serviços, internos. 2.5 GESTÃO A gestão do HPS da Criança e Zona Sul, é composta pelos seguintes colaboradores: Diretora Geral: Rosiene Bentes Lobo; Gerente Técnico: Dra. Cintia Claudine; Gerente administrativo e financeiro: Joelma Felipe dos Santos; Gerente de enfermagem: Enfª. Maria Gracimar Oliveira Fecury da Gama; Gerente de serviços especializados: Enfª Antônia Wellita Campelo de Aguiar; Coordenação do núcleo de educação: Jefferson Oliveira. 2.6 MISSÃO INSTITUCIONAL “Garantir uma assistência humanizada e qualificada em tempo integral, tanto na área de urgência e emergência, quanto nas internações, respeitando os preceitos éticos e morais, tendo por objetivo a prevenção, o diagnóstico rápido e o tratamento dos diversos pacientes, através de prestação de serviços e uma assistência especializada. Sem esquecer os valores humanos e os princípios éticos, de modo a promover a saúde e o bem-estar da criança e adolescente, contribuindo para o desenvolvimento do ensino (através do campo de estágio) e pesquisa nas ciências da saúde. “ 2.7 CORPO TÉCNICO Tabela 2: Corpo Técnico SERVIDORES ATIVOS Estatutário 134 Quadro Suplementar 118 RET 30 Contratação Direta 144 8 MS 19 Total 445 COOPERATIVAS Médicos Anestesiologistas 36 Coopati 21 Cooped 72 ICEA 25 ITO - AM 26 Uninefro 4 Total 184 Enfermeiros IETI 15 Segeam 68 Total 83 Fonte: Hospital e Pronto Socorro da Criança Zona Sul – Dados fornecidos pela preceptora 3 CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO A unidade funciona com toda sua capacidade assistencial, proporcionando melhoria na capacidade do serviço e atendimento ao público infantil, do bairro cachoeirinha e adjacência, composto por uma boa quantidade de funcionários habilitados para trabalhar na assistência pediátrica, sendo mantido com recursos orçamentários e financeiros do tesouro estadual, (autorizados mediante apresentação forma de plano anual de orçamento e finanças à Secretaria de Estado de Saúde), e de Recursos oriundos da prestação de serviços ao SUS. O HPSI é uma rede de Urgência e Emergência de referência no estado, em especial possui 01 clica de queimados com 09 leitos (sendo a maior da cidade de Manaus), integra ao ensino atuando em parceria com as universidades, através de estágios em diversas áreas acadêmicas. A HPS da Criança Zona Sul, procura proporcionar o melhor acolhimento e atendimento possível aos seus pacientes pediátricos, bem como ofertar um ambiente de trabalho saudável e confortável aos seus colaboradores. Tem presente uma equipe multidisciplinar engajada, comprometida com a unidade, cujo intuito é prestar uma assistência integral e com qualidade as crianças e suas famílias, contribuindo assim para o fortalecimento da rede assistencial do Sistema Único de Saúde – SUS. 9 4 ANÁLISE TEÓRICA DO CAMPO DE ESTÁGIO 4.1 LEGISLAÇÃO: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências, que regulamenta o artigo 227 da Constituição Federal, define as crianças e os adolescentes como sujeitos de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, que demandam proteção integral e prioritária por parte da família, sociedade e do Estado. Como consequência da doutrina de proteção integral à criança e ao adolescente, o ECA prevê a integração operacional dos órgãos e instituições públicas e entidades da sociedade civil, visando à proteção, à responsabilização por ação ou omissão de violação dos direitos, à aplicação dos instrumentos postulados pelo sistema e à interação entre os atores desse sistema. 4.2 ASPECTOS POSITIVOS NO CAMPO DO ESTÁGIO A NR6 é a lei que discorre sobre as regras a respeito do uso de Equipamento de proteção Individual (EPI) em todas as áreas de trabalho. Ela tem como objetivo principal a segurança e saúde dos colaboradores. Tanto empregadores quanto empregados devem seguir as regras e fazer o uso correto dos equipamentos. Na unidade onde foi realizado o estágio, foi observado o uso adequado e rigoroso dos EPI’s por parte dos funcionários e outros estagiários presentes, conforme o decorrer do tempo, as orientações ao uso dos EPI’s eram constantes por parte dos funcionários da unidade, promovendo segurança. A CCIH da unidade é muito presente nas atividades exercidas pelos contribuintes, as fiscalizações aos setores são constantes, e observações com o objetivo de melhor controle das infecções que podem ocorrer no ambiente hospitalar são realizadas periodicamente. 10 4.3 ASPECTOS NEGATIVOS NO CAMPO DE ESTÁGIO De acordo com VALSECCHI e NOGUEIRA (2002), a assistência emocional ao estudante é necessária durante sua formação. Por conter e abrandar ansiedades, conflitos e preocupações, contribui para o seu crescimento como pessoa e para sua maturidade ao enfrentar situações de dificuldades características do aluno. Na mesma obra eles também pontuam que aprendizagem e desenvolvimento não são duas coisas idênticas, nem separadas e independentes. Entre os dois processos há relações complexas que provocam determinações e influencias mútuas. Essa assistência pode vir tanto do preceptor, como dos funcionários da unidade. Durante o período de estágio grande parte dos funcionários foram de certa forma indiferentes e até grosseiros com a equipe de estagiários. Muitas vezes não dispostos a tiram dúvidas, como a localização de matérias, ignorando os estagiários. Situações como essas são desconfortáveis e constrangedoras. Resultando em alunos com insegurança na hora de questionar algo a respeito de procedimentos ou coleta de informações para estudo próprio. 4.4 PRINCIPAIS TIPOS DE PATOLOGIAS QUE FORAM OBSERVADAS DURANTE O ESTÁGIO Durante o período de estágio a aluna estagiária teve a oportunidade de acompanhar crianças com variáveis patologias, estando elas internadas na enfermaria jasmim. Crianças com diagnóstico múltiplo era a maioria dos internados, e a minoria obtinham somente um único diagnóstico. Através de observações em campo e pesquisas, foi concluído que as principais patologias que acometeram as crianças internada foram localizadas no sistema respiratório (asma, pneumonia, bronquiolite, etc), sistema digestivo (gastroenterite, apendicite, colecistite, etc), e também no sistema neurológico (mielomeningocele, hidrocefalia, esquizofrenia, etc), sendo estás ultimas, umas das maiores causadoras de crises convulsivas. Os fatores podem ser tanto biológicos e ambientais (genética, microrganismos, poluição, etc), e também 11 fatores externos (acidentes, queimaduras, quedas, etc), causadores de fraturas e hemorragias. Foi realizada uma atividade de pesquisa, requisitada pela preceptora enfermeira Damares. A pesquisa foi com base de um caso clínico de uma criança do sexo feminino, neuropata congênita, a qual apresentava múltiplos diagnósticos. A paciente deu entrada com crise convulsiva, a qual a mãe relatou duas crises anteriores na sua residência, tendo assim seu diagnóstico principal. Já se tinha como diagnóstico de patologia de base a hidrocefalia, e como diagnóstico secundário a mielomeningocele. Isso acarretou sequela, a qual foi diagnosticada como bexiga neurogênica, e após foi acometida por infecção no trato urinário(ITU). Sendo assim elas foram as principais patologias que a aluna teve contato durante o estágio. Sobre o diagnóstico principal, PEREIRA (2023), descreve a crise convulsiva como uma ocorrência transitória de sinais ou sintomas clínicos secundários a uma atividade neuronal anormal excessiva ou sincrônica, podendo ocorrer localmente ou difusamente no cérebro. Se ficarem restritos, a crise será chamada focal; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. É uma condição de emergência, onde o corpo sofre contrações musculares intensas e involuntárias. A hidrocefalia, segundo JARDIM (2022), é um acúmulo anormal de líquor nos ventrículos, que são as cavidades do cérebro. Esse excesso de líquido faz com que os ventrículos se alarguem, pressionando e causando disfunção das estruturas cerebrais. E sobre as causas dela pode ser congênita ou adquirida, e que não podem ser compreendidas completamente, mas em alguns casos pode estar relacionada à obstrução física do fluxo de líquor por algum tumor, sangue, ou por algum tipo de inflamação que leve ao aumento de proteínas deste líquido. A respeito mielomeningocele, BELTRAME (2022) diz que é o tipo mais grave de espinha bífida, no qual os ossos da coluna vertebral do bebê não se desenvolvem adequadamente durante a gestação, causando o aparecimento de uma bolsa nas costas que contém a medula, nervos e líquido cefalorraquidiano. E que geralmente, o surgimento da bolsa da mielomeningocele é mais frequente no fundo das costas, mas pode surgir em qualquer local da espinha, fazendo com que a criança perca a sensibilidade e função dos membros abaixo do local da alteração. 12 A bexiga neurogênica, conforme SANCHOTENE (2022), é uma disfunção desse órgão ocasionado por uma lesão neurológica, possuindo comportamentos diferenciados entre os pacientes, podendo causar continência (liberação de pouca urina) e incontinência (liberação de urina em excesso ou sem controle). E que independente das causas desse problema, a situação está normalmente associada às seguintes doenças cerebrais, como esclerose múltipla, doença de Parkinson, diabetes, tumores cerebrais, espinha bífida, neuropatia. Para SANTOS (2022), a infecção urinária é uma doença causada, principalmente, por bactérias, que invadem e multiplicam-se no sistema urinário. E que os pacientes com sondas vesicais estão predispostos a bacteriúria e infecções do trato urinário. Isso explica o acometimento a paciente, que também faz uso de SVD, que foi indicação para o esvaziamento da bexiga neurogênica. 5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES O estágio iniciou-se dia 02 de maio de 2023, no horário das 08:00 hrs às 12:00 hrs, onde foi realizado a integração dos alunos a unidade, a apresentação dos setores e seus serviços assistenciais prestados (conforme o decorrer do período de estágio) e o papel do profissional de enfermagem nos atendimentos no setor de unidade. Desde o início do estágio até o seu encerramento, foram realizados diversos procedimentos nos setores da unidade, conforme as descrições a seguir: O estágio prestou assistência aos pacientes pediátricos na enfermaria jasmim e no setor de medicação. Os cuidados vão além dos procedimentos inerentes à profissão, exigindo um olhar humanizado a fim de desenvolver habilidades como acolher o paciente e família, respeitar a autonomia de cada indivíduo e compreender que cada ser humano que cuida do outro, também tem suas limitações em vista da finitude da vida. Dentre os procedimentos básicos essenciais prestados na enfermaria jasmim, o controle dos sinais vitais é de fundamental importância para a manutenção ou estabelecimento de terapias. Os sinais vitais refletem uma situação de momento das funções orgânicas, e a qualquer desequilíbrio dessas funções, de origem física ou 13 psíquica, imediatamente a alteração desses parâmetros nos permite um pronto diagnóstico, garantindo rápida intervenção. Esses dados são obtidos através do controle da temperatura, frequência respiratória, frequência cardíaca, do pulso, pressão arterial e nível da dor, com adição da verificação dos níveis de oxigenação (saturação) do paciente. Podendo esses dados serem alterados os seus padrões normais conforme a idade ou/e fisiologia de cada pessoal. A respiração é caracterizada pela expansão e retração da caixa torácica, em movimentos rítmicos, inconscientes, que podem se apresentar alterados até por situações afetivas. Nos recém-nascidos e lactentes, a respiração é predominantemente abdominal ou diafragmática, e apenas por volta dos seis a sete anos de idade é que a respiração se torna progressivamente torácica. O fato de a respiração ser caracterizada por movimentos torácicos e abdominais permite o controle da frequência respiratória, contando-se esses movimentos durante um minuto, a fim de se constatar a existência de alguma arritmia. O controle deve ser realizado com a criança calma. Os valores normais da frequência respiratória para crianças em um minuto são: prematuro 50 rpm, lactentes 30 a 40 rpm, um ano de idade 25 a 30 rpm, pré-escolares 20 a 25 rpm, 10 anos de idade mais ou menos 20 rpm. O controle da frequência cardíaca (pulso) pode ser verificado através da palpação das artérias radial, braquial, femoral, carotídea, temporal, pediosa ou poplítea. A ausculta da contração do coração verificada na altura de seu ápice corresponde ao seu ponto máximo de impulso. A escolha da verificação do pulso ou da FC vai depender da idade da criança. Em recém-nascidos e lactentes, a verificação da FC é mais precisa, em razão da dificuldade em se palpar a artéria radial, embora seja possível a palpação da artéria femoral, temporal ou pediosa. Em crianças maiores é possível utilizar a técnica da verificação do pulso. Os valores normais da frequência cardíaca para crianças em um minuto são: Recém-nascidos 70-170bpm, 11 meses 80-160bpm, 2 anos 80-130bpm, 4 anos 80-120bpm, 6 anos 75-115bpm, 8 anos 70- 110bpm, 10 anos 70-110bpm, Adolescentes 60-119bpm. A temperatura da criança altera-se com mais rapidez do que a do adulto, principalmente no primeiro ano de vida, devido a imaturidade do sistema termorregulador, com a temperatura apresentando maior variação conforme a temperatura ambiente. O controle da medida de temperatura pode ser realizado por 14 via oral, retal ou axilar. A técnica com a qual se obtém o valor mais próximo da temperatura interna do organismo é a verificação da temperatura oral, nunca utilizada em crianças menores que cinco anos. A verificação da temperatura retal está indicada em crianças pequenas, porém extremamente traumática. Em nossa prática diária, a verificação mais utilizada é a axilar, devido à praticidade e segurança para a criança. Os valores e terminologias da temporada aferida pela axila são: Normotermia 36ºC a 37Cº, Hipotermia Abaixo de 36ºC, Temperaturas subfebris 37 – 37,5ºC, febre baixa 37,5ºC – 38,5ºC, Febre moderada 38,5ºC – 39,5ºC, febre alta 39,5ºC – 40,5ºC, febre muito alta (hiperpirexia) Acima de 40,5ºC. O manejo clínico da febre é diversificado. O uso de métodos farmacológicos, representado pelos antipiréticos, é a primeira escolha, mas os métodos não farmacológicos como banhos, sponging, compressas, bolsa de gelo, cobertores refrigerados, ingesta de líquidos, remoção de roupas e ventilação do ambiente. Na unidade foram utilizadas compressas frias, nos locais onde são geralmente posicionadas, como na panturrilha, na testa, atrás dos joelhos, virilha, na planta dos pés e na barriga. As compressas de água fria ajudam a reduzir a temperatura corporal. É a pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias. Depende da força de contração do coração, de quantidade de sangue circulante e da resistência das paredes dos vasos. Cabe destacar, que geralmente em outras unidades de saúde o procedimento da medida de PA (pressão arterial), apesar da sua relevância,é realizado somente em crianças com problemas específicos que alteram a PA as crianças em estado de alto risco e mesmo as que se encontram em unidades de emergência ou de cuidados intensivos não tem sua PA verificada rotineiramente, porém no HPS da criança Zona Sul se tem com rotina a sua aferição. Os valores alores normais de pressão arterial são: Até 3 anos 80 x 55 mmHg, 4 a 5 anos 85 x 55 mmHg, 6 a 8 anos 90 x 60 mmHg, 9 a 11anos 100 x 60 mmHg, 12 a 14 anos 110 x 65 mmHg. O gerenciamento da dor, na pediatria, envolve a avaliação de vários fatores, já que os pacientes apresentam dificuldade em definir o local e a intensidade da dor. Devem ser considerados a agitação, avaliação da expressão facial, alterações de frequência cardíaca, respiratória e fisiológica. Além disso, a avaliação dos pais e acompanhantes confere elementos importantes a respeito do quadro de seus entes. Diante de tais questões, o uso de escalas favorece o processo de avaliação de dor. 15 As escalas principais disponíveis para avaliação comportamental do paciente são a Children’s and Infant’s Postoperative Pain Scale (CHIPPS) e Neonatal Infant Pain Scale (NIPS). Crianças em idade escolar tendem a expressar a subjetividade de forma mais assertiva, qualificando e quantificando a sua dor e fornecendo informações mais exatas. Desta forma, nesta faixa etária é possível utilizar a escala de faces, a escala numérica ou a escala visual analógica. No setor de medicação, que é subdividida com salas de nebulização, soroterapia e sala de punção. Na pediatria se tem como desafio os cálculos individualizados da dose, baseada na idade, peso e superfície corpórea da criança, envolvendo operações matemáticas em várias fases do processo de medicação (prescrição, dispensação, preparo, administração e monitorização), onde o profissional técnico está inserido na fase de administração deste medicamento. O preparo dos medicamentos consiste na verificação do fármaco a ser administrado no paciente, ratificando com a prescrição médica, dose, via de administração, tempo de administração, horário, além da conferência dos dados de identificação segura, seguindo as metas de segurança do paciente, como nome completo e data de nascimento. Na pediatria ocorre com frequência a prescrição de doses muito pequenas de certos medicamentos, já que as doses dos medicamentos devem levar em conta a extensão corporal e idade, quanto menor for a criança, menor a dose. Isso é resolvido com uma técnica chamada fracionamento, que é efetuado de forma a preservar a integridade da embalagem primária, para que não haja desperdício de medicamentos. Se aspira somente a concentração da solução já líquida, presente no frasco. Existem outros processos realizados na preparação dos medicamentos, que são a reconstituição, diluição e rediluição. O processo de reconstituição compreende a diluição do pó liófilo do frasco-ampola em diluente próprio, para obtenção do medicamento em solução para administração nas vias conforme recomendação do fabricante. A diluição de medicamentos é o processo de redução da concentração de um medicamento pela adição de um diluente ou solvente a ele. Na rediluição se aumenta o volume do solvente (Água Destilada, SF, SG ou diluente para injeção), com o objetivo de obter dosagens pequenas, ou seja, concentrações menores de soluto, porém com um volume que possa ser trabalhado (aspirado) com segurança. 16 A absorção do fármaco e a sua biodisponibilidade depende, principalmente, da via de administração. Na via oral se a secreção gástrica, tempo de esvaziamento gástrico, motilidade intestinal, área de superfície intestinal, Ex.: neonato tem peristaltismo lento = maior tempo de absorção = maior toxicidade. Na via subcutânea (SC) ou intramuscular (IM) - Fluxo sanguíneo no local de aplicação e área de superfície do músculo, se tem massa muscular reduzida, perfusão periférica diminuída) e poucos sítios recomendados para IM e volume máximo de fármaco a ser administrado (crianças pequenas/lactentes) em um único local é 1ml, lactentes menores é 0,5ml. Crianças de 0 a 3 anos (vasto lateral é 1ª opção e ventroglútea é a 2ª opção). A região dorsoglútea deve ser evitada nessa idade, por ainda estar pouco desenvolvida, principalmente em crianças que andam há menos de 1 ano. O uso do músculo deltoide deve ser limitado a aplicações em todas as idades, por se tratar de uma área próxima ao nervo radial e artéria braquial. Em via endovenosa (EV) frequentemente usada em Pediatria (absorção rápida- efeito imediato). Utilizada em crianças que: que necessitam de concentração sérica alta do fármaco e que necessitam de medicação por período prolongado, para alívio contínuo da dor e tratamento de emergência. A terapia de hidratação venosa, realizada tanto na sala de soroterapia no setor de medicação, como também nas enfermarias da unidade, se tem como objetivo manter ou restaurar o volume e a composição normal dos líquidos corporais. A hidratação venosa tem três tipos de propostas terapêuticas, de acordo com a situação clínica do paciente: 1 - terapia de manutenção repõe as perdas fisiológicas normais; 2 - a terapia de reposição repõe as perdas anormais e excessivas; 3 - a terapia dos déficits é indicada para o tratamento do paciente hipovolêmico. As crianças, normalmente, têm grandes variações na ingestão diária de água e eletrólitos. Os líquidos de manutenção são necessários, por exemplo, em pacientes cirúrgicos, no pré e pós-operatório, nos lactentes, após oito horas de jejum absoluto para realizar procedimento, pois estes desidratam mais rápido que os pacientes com mais idade. Os líquidos de manutenção repõem as perdas de água, sódio e potássio que ocorrem pela urina e fezes e a perda de água pela pele e pulmões. A sua composição consiste em solução com água, glicose, sódio, potássio e cloro. Sabendo dessa complexidade, é essencial calcular adequadamente o gotejamento das soluções e/ou medicamentos administrados, e assim escolher o 17 equipo ideal para cada tipo de tratamento, além de acompanhar a resposta do paciente. O tipo de gotejamento de uma medicação está relacionado ao conteúdo que será administrado. Assim, para soluções que serão infundidas em grandes volumes, recomenda-se o equipo de macrogotas. Já o equipo de microgotas é mais utilizado em pacientes pediátricos e neonatais, pois, nesses casos, a precisão da quantidade é muito relevante para a resposta do paciente. Outro equipo de grande utilidade é aquele que deve ser conectado à bomba de infusão. Nesses equipamentos, é possível programar o cálculo automático da velocidade em que o medicamento será administrado, o que pode deixar os profissionais sem prática em fazer as análises matemáticas, quando necessário. Ciente que a versão macrogotas equivale a 20 gotas/mL, enquanto o tipo microgotas equivale a 60 gotas/mL, e que uma gota equivale a três microgotas. No cálculo de gotejamento das infusões foi utilizada a seguinte fórmula: Gotas (gts) = volume (mL)/tempo (horas) x 3, se atentado a macro e micro gts. O banho no leito é umas das atribuições do técnico de enfermagem, pois consiste na lavagem de toda ou parte da superfície corporal de forma a satisfazer as necessidades de higiene e conforto do paciente. É uma prática de higiene que tem como objetivo a remoção de suor, oleosidade, poeira e os microrganismos presentes na pele. Os materiais que foram utilizados nesse procedimento foram: EPI'S como luvas de procedimento, avental e máscara cirúrgica; toalha; roupa de cama limpas (lençol, fronha, traçado etc.); bacia; álcool; sabão líquido; bacia com água; balde grande para coletar a água com resíduos; biombo; hamper; compressas de banho ou abd; fraldas, se necessário. Se inicia o procedimento com a higienização das mãos com água e sabão, em seguida posicionar e abrir biombo (evitando exposição desnecessáriada criança), informar o procedimento para o acompanhante e paciente, trazer material de banho, balança digital e hamper, paramentar com os EPI´s, abaixar grade a qual está na sua direção, mantendo a do lado oposto, expor o paciente, lavar o mesmo por partes (cabeça, tórax, abdome e membros) secando em seguida, limpar região perianal, trocar roupa de cama e colocar a suja no hamper, pesar o paciente (se possível); colocar fraldas e roupas, levantar grades, guardar material, retirar luvas e lavar as mãos. Evitar a exposição desnecessária da criança, mantendo-a aquecida, sempre que possível e atentar para a prevenção de acidentes em caso de crianças com 18 cateteres venosos/ drenos/ traqueostomias, etc. E assim proporcionando higiene e conforto, além da manutenção de pele íntegra e livre de infecções do paciente pediátrico. Realizado o Registro de Enfermagem (ou anotação de enfermagem), na enfermaria jasmim, onde o registro foi referente aos cuidados realizados as crianças e os adolescentes internados. O Registro de Enfermagem nada mais é que o registro de informações relativas ao paciente organizado cronologicamente de modo a reproduzir a ordem de acontecimentos dos fatos. Ele permite identificar a evolução do paciente, detectar alterações, acompanhar a assistência prestada e avaliar os cuidados prescritos. Além de contemplar as informações sobre a assistência, o Registro de Enfermagem permite a continuidade do planejamento dos cuidados de Enfermagem nas diferentes fases, inclusive para o planejamento assistencial da equipe multiprofissional. Ele também é um documento legal de defesa dos seus profissionais e subsidia elementos para a pesquisa e informações nos âmbitos administrativo e clínico para a auditoria em Enfermagem. 19 6 CONCLUSÃO Irrefutavelmente o estágio foi uma grande oportunidade de complementar e aperfeiçoar a formação acadêmica, e me ajudou a identificar áreas que ainda necessito de mais conhecimento e estudo. O estágio, além de possibilitar uma primeira experiência profissional na área de pediatria, a qual cuidamos de crianças hospitalizadas, nós nos deparamos com o ser humano e seus familiares em estado de vulnerabilidade emocional, física e social, o que requer não só a compreensão da doença pelos profissionais de enfermagem, mas também a sensibilidade para sua particularidade. Entendeu-se que as ações de solidariedade, proximidade, afinidade, união, responsabilidade e apoio são ferramentas que podem ajudar a família a se sentir mais segura e forte diante da hospitalização da criança. Desta forma posso afirmar que foi a oportunidade que eu tive de vivenciar a profissão que pretendo seguir, me familiarizando com um novo ambiente de trabalho, e adquirindo experiências por estar em contato com profissionais já atuante, eu tive a oportunidade de realizar diversas atividades. Com a finalização deste relatório de estágio, não posso deixar de agradecer a preceptora enf. Damares Chaves, que com muito empenho nos proporcionou um estágio satisfatório e memorável. Também a todos os funcionários da unidade, que nos receberam de braços abertos, e que desempenham tão bem os seus ofícios, mesmo com a carência de um ambiente apropriado de trabalho. Por fim, afirmo que o estágio no HPS da Criança Zona Sul foi enriquecedor e contribuiu muito para o meu desenvolvimento como técnica em enfermagem, e como pessoa. 20 7 REFERÊNCIAS BRASIL. (2018). Norma Regulamentadora. NR 6 - Equipamento de proteção individual - EPI. Portaria SIT/DSST 194/2010 2018. Disponível em: Http://www.guiatrabalhista.com. br/legislacao/nr/nr6.htm. Acesso em: 17 maio 2023. BRASIL. (1990). Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 20 maio 2023. SES-AM, secretaria do estado de saúde. Carta de serviço, Hospital e Pronto Socorro da Criança Zona Sul, 2021. Disponível em: https://www.saude.am.gov.br/unidades-de-saude/hospital-e-pronto-socorro-da- crianca-zona-sul/. Acesso em: 15 maio 2023. VALSECCHI, Elizabeth Amâncio; NOGUEIRA, Maria Suely. Fundamentos de Enfermagem: incidentes críticos relacionados à prestação de assistência em estágio supervisionado. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2002. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-11692002000600011>. Acesso em: 17 maio 2023. PEREIRA, Aline Chacon. Crise Convulsiva. Abenep, 2023. Disponível em: https://www.abenepirio.com.br/wordpress/crise-convulsiva/. Acesso em: 19 maio 2023. JARDIM, Djalma Starling. Hidrocefalia: o que é, causas e formas de tratamento. Neurologica, 2022. Disponível em: https://www.neurologica.com.br/blog/hidrocefalia- o-que-e-causas-e-formas-de-tratamento/. Acesso em 19 maio 2023. BELTRAME, Beatriz. Mielomeningocele: o que é, sintomas, causas e tratamento. Tua Saúde, 2022. Disponível em: https://www.tuasaude.com/mielomeningocele/. Acesso em: 19 maio 2023. SANCHOTENE, Elton. Bexiga neurogênica: descubra as causas e tratamentos. Urologista Sanchotene, 2022. Disponíveis em: https://urologistasanchotene.com.br/bexiga-neurogenica/. Acesso em: 20 maio 2023. SANTOS, Vanessa Sardinha. Infecção Urinária. Brasil Escola, 2023. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/infeccao-urinaria.htm. Acesso em: 20 maio 2023 21 8 ANEXOS PROCEDIMENTOS: Preparando soroterapia Preparando medicação Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal Montando espaçador com medicação Banho no leito Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal 22 Registro da Enfermagem Higienização das mãos com água e sabão Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal SEMANA DA ENFERMAGEM: Prestigiando a equipe de enfermagem Leitura de liturgia e oração do enfermeiro Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal 23 9 APÊNDICE Check list de manutenção – prevenção de IPCS Fonte: Arquivo Pessoal Prescrição Diaria Fonte: Arquivo Pessoal Pesquisa de caso clínico pediátrico Fonte: realizado pela equipe de estagiários
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