Buscar

RESENHA DO FILME NARRADORES DE JAVÉ


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESENHA 
Narradores de Javé (2004), filme de 100 minutos dirigido por Eliane Caffé, 
caracteriza-se como um drama um tanto tragicômico que narra os infortúnios do 
povo de Vale de Javé. O filme mistura atores profissionais (José Dumont, Nelson 
Xavier, Matheus Nachtergaele, Gero Camilo, Rui Rezende e Luci Pereira) com os 
habitantes da região. O filme foi rodado em locações no estado da Bahia e é uma 
coprodução entre Brasil e França. Narradores de Javé é um filme instigante que 
permite várias reflexões sobre o campo da cultura. 
 A trama central do filme trata do drama das gentes de Vale de Javé e da vinda das 
águas. O vale está em risco de inundação devido à construção de uma usina 
hidrelétrica. Para evitar o avanço das águas, é necessário redigir um documento que 
comprove que Jávé é uma cidade que possui patrimônio imaterial, ou seja, iniciar o 
processo de registro. Mas como a maioria dos habitantes da região é analfabeta, a 
tarefa cai nas mãos de Antônia Biá, interpretada por José Dumont. A narrativa do 
filme é rica e contém diversos elementos visuais e cênicos que levam a 
determinados focos: oralidade, memória, analfabetismo e valorização cultural. A 
partir desses pontos centrais, começará a análise do filme. 
Diante da decisão e da esperança de salvar o Vale das Águas, surge a necessidade 
de usar a escrita – que é evidenciada no início do filme como uma ferramenta de 
ouro, para a qual chamam a única moradora da cidade que sabia escrever, Antônia 
Biá , um vilão odiado por quase todos de caráter questionável por causa de sua 
história. Biá se viu em uma situação difícil porque, ao colher informações sobre 
como Yahweh surgiu, foi bombardeado com diferentes versões e pontos de vista, 
cada um com sua própria história e sua própria verdade, guerreiros, heróis e 
heroínas. O filme mostra que as pessoas, mesmo convivendo por muitos anos, cada 
uma tinha um estilo para desenvolver seus textos oralmente e torná-los únicos. 
Zaqueu, o principal articulador do esforço para salvar Javé, conta o que aconteceu 
com sua cidade no presente. O filme começa em um bar às margens do Rio São 
Francisco. Existem vários moradores nesta instalação. A mãe de Souza, 
personagem interpretada por Matheus Nachtergaele, senta no balcão lendo e se 
recusa a atender um dos clientes. Mais tarde, ele é advertido por seu filho, "Ler é 
uma perda de tempo", quando um dos presentes, o narrador de nossa história, 
Zaqueu, diz "às vezes não". É aqui que começa a história do Vale do Java. A 
primeira defesa da leitura e, posteriormente, da alfabetização está em andamento. 
O filme é rico em vários aspectos e permite reflexão com diferentes prismas. O fio 
parece centrar-se em torno do nosso conceito de narrativa, já que o próprio filme é 
principalmente uma forma de linguagem. Na história, a narrativa se concentra no 
conceito de oralidade e escrita, o que, por sua vez, leva a um debate sobre o 
analfabetismo. O filme também reflete sobre questões de cultura, memória e 
patrimônio histórico. 
Além de apresentar o melhor do cinema nacional, Narradores de Javé é também 
uma imersão na cultura popular, uma reflexão sobre oralidade, cultura e uma crítica 
ao alto índice de analfabetismo do país. 
Quanto à linguagem utilizada ao longo da obra, prevalece a linguagem coloquial e 
informal, observando as características culturais associadas ao filme. Dentre essas 
características, destacam-se o analfabetismo e a baixa escolaridade, que é o ponto 
principal do trabalho. 
No entanto, é possível identificar várias figuras de linguagem. No entanto, predomina 
a linguagem fática, associada a linguagens emotivas e apelativas, pois utiliza 
mecanismos geradores de emoções para trazer o espectador para uma realidade 
diferente da sua. No entanto, é uma obra que remete à própria realidade.

Continue navegando