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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Estabilidade de Encostas Professor: Robson Palhas Saramago RELATÓRIO DE ESTABILIDADE DE ENCOSTAS José de Almeida Otavio Júnior Matrícula: 620037006 1. Introdução: Este relatório tem como objetivo avaliar a estabilidade de uma encosta específica, identificar possíveis problemas e fornecer recomendações para mitigar os riscos associados à estabilidade. A encosta em questão é esta da figura 1 abaixo e possui as seguintes características: altura de 30m, tipo de solo com argila arenosa, silte argiloso (1), silte argiloso (2) e areia argilosa e será verificado uma sobrecarga de 55kN/m². A estabilidade de encostas é um tema de grande importância no campo da engenharia geotécnica e ambiental. Encostas naturais e taludes artificiais estão presentes em diversos ambientes, desde áreas urbanas até regiões rurais, e a sua estabilidade é crucial para garantir a segurança das pessoas e a preservação do meio ambiente. Figura 1: Talude Analisado. Uma encosta estável é aquela que mantém sua forma e posição sem sofrer movimentos indesejados, como deslizamentos, escorregamentos ou quedas de blocos. No entanto, várias condições podem levar à instabilidade das encostas, como a presença de solos com baixa resistência, a influência de processos erosivos, a variação do nível de água nas proximidades, a remoção inadequada de vegetação, entre outros fatores. Os movimentos de massa em encostas podem causar sérios danos, resultando em perdas humanas, destruição de propriedades e infraestruturas, interrupção de serviços essenciais e impactos ambientais significativos. Portanto, a compreensão e a avaliação da estabilidade de encostas são fundamentais para a prevenção e mitigação desses riscos. A análise da estabilidade de encostas envolve a aplicação de métodos geotécnicos e hidrológicos para investigar as características do solo, a geometria da encosta, a presença de água e outros fatores relevantes. Com base nessas informações, é possível calcular os fatores de segurança, que indicam a capacidade da encosta de resistir às forças atuantes e evitar movimentos indesejados. 2. Metodologia: Método de Análise Primeiramente, foi feita uma importação de um arquivo DWG do programa AutoCad para o programa Slide 2, no qual tinha um perfil geotécnico do talude da figura 1. Figura 2: Perfil Geotécnico da seção. Logo após esta etapa, foram estabelecidos a orientação da falha e o método de análise em que será aplicado. Os procedimentos para avaliar a estabilidade baseiam-se na área delimitada por uma superfície de ruptura e na determinação do equilíbrio em uma massa de solo ativa, denominando-se “Métodos de Equilíbrio Limite”. Nesta análise, optou-se pela orientação da esquerda (região mais alta do talude) para a direita (região mais baixa do talude). Quanto ao método da análise, foi escolhido o método Spencer por sua clareza e atendimento aos requisitos. Materiais das Camadas do Solo Depois de definir o método de análise, foram incluídos os materiais nas camadas do solo, apresentando na figura 1. Cada cor representa uma estratificação que se distingue de acordo com sua densidade, coesão e ângulo de atrito. A seguir estão os valores de cada camada: Primeira camada – Argila Arenosa: Densidade = 16 kN/m³ Ângulo de atrito = 26° Coesão = 8 kPa Segunda camada – Silte Argiloso (1): Densidade = 17 kN/m³ Ângulo de atrito = 28° Coesão = 10 kPa Terceira camada – Silte Argiloso (2): Densidade = 18 kN/m³ Ângulo de atrito = 30° Coesão = 12 kPa Quarta camada – Areia Argilosa: Densidade = 20 kN/m³ Ângulo de atrito = 35° Coesão = 20 kPa Inclusão do Carregamento e do Nível D’água: Após a definição dos materiais das camadas do solo, foram incluídos o carregamento de valor 55 kN/m² e o nível d’água, conforme a figura 3. Figura 3: Inclusão do carregamento e nível d'água. O nível d’água foi inserido de forma manual tentando seguir a orientação do talude na primeira camada onde temos a argila arenosa. Já a sobrecarga foi definida o valor e foi escolhido a localização de forma manual na crista do talude, na qual estamos tratando dos piores cenários em que se aumenta o risco de um deslocamento parcial ou total do talude visto que está na região mais alta e está no sentido da orientação do talude. 3. Resultados da Avaliação: Foram analisados quatro cenários possíveis para talude, sendo eles: a. Caso 1 = Sem sobrecarga e sem nível d’água; Figura 4: Caso 1 - sem sobrecarga e sem nível d'água. b. Caso 2 = Sem sobrecarga e com nível d’água; Figura 5: Caso 2 - sem sobrecarga e com nível d'água. c. Caso 3 = Com sobrecarga e sem nível d’água; Figura 6: Caso 3 - com sobrecarga e sem nível d'água. d. Caso 4 = Com sobrecarga e com nível d’água; Figura 7: Caso 4 - com sobrecarga e com nível d'água. Após identificarmos os quatros cenários possíveis podemos fazer a seguinte análise, em nenhum dos quatros casos foi possível atender o fator de segurança mínimo exigido na norma NBR 11682, na qual necessita de fatores de segurança mínimos acima de 1,5. Para todos os casos, o programa faz uma busca por aproximadamente 19.000 superfícies de ruptura através de uma região do tipo circular, que é caracterizado por um escorregamento rotacional, ocorrendo devido a perda de resistência do solo devido ao intemperismo, sobrecarga na crista do talude ou elevação do nível d’água. Percebe-se que nas figuras 4, 5, 6 e 7 temos cores diferentes da região circular da superfície de ruptura, sendo a região em vermelho a região mais crítica (possui menor fator de segurança) e a região em que temos a cor azul são as regiões com maiores fatores de segurança (situação menos crítica). Para cada caso, está indicado o pior cenário do fator de segurança, no qual está indicado no número acima do talude em verde. Como citado anteriormente, em nenhum dos casos se atingiu o valor mínimo de 1,5 do fator de segurança, mas pode-se destacar o pior cenário em que se considera a sobrecarga de 55 kN/m² e o nível d’água (caso 4), apresentando um fator de segurança de 0,928. Analisando todos os casos percebe-se que a sobrecarga influencia mais do que o nível d’água, devido ao posicionamento da carga na crista do talude. Depois dessa análise, foi feita a divisão de fatias verticais denominadas lamelas, sendo realizado o cálculo dos esforços para cada uma delas. Abaixo, mostra-se a figura 8 em que contempla uma dessas fatias da superfície crítica. Figura 8: Representação das lamelas do talude. Também foi possível identificar outros dados dessa fatia, que estão representados nas figuras 9 e 10 a seguir. Figura 9: Dados referentes a uma lamela Figura 10: Dados de uma lamela. 4. Conclusão: É essencial adotar uma abordagem minuciosa no estudo da estabilidade de taludes, levando em consideração diversos fatores, como carga, nível da água e características do solo. Após analisar a estabilidade de um talude neste estudo e considerar as configurações e resultados obtidos, fica claro que a posição da carga exerce uma influência significativa nesse aspecto. O uso de um software especializado é uma ferramenta fundamental, pois proporciona resultados mais precisos e facilita a tomada de decisões em relação às medidas de contenção necessárias para garantir a segurança do talude. É extremamente importante buscar fatores de segurança acima do mínimo recomendado pelas normas, a fim de garantir a estabilidade e a proteção das estruturas próximas ao talude.
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