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Óptica experimental - 2°/2022 1 Julia Vieira Saliba Rebouças 1 3. Resultados e Discussão 3.1 Difração por dupla-fenda Na primeira parte do experimento, foi incidido sobre um anteparo de dupla-fenda um raio lazer, como o exemplo da fig. 1. E foi observado o padrão formado pelas duplas-fendas com d=6mm, 4mm e 2mm, conforme as figuras 2, 3 e 4. Figura 1: Interferência de dupla fenda. Fonte: [3]. Figura 2: Interferência em sistema de dupla fenda com d=6mm. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 3: Interferência em sistema de dupla fenda com d=4mm. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 4: Interferência em sistema de dupla fenda com d=2mm. Fonte: Elaborado pelos autores. Como pode ser observado nas fig. 2, 3 e 4, a luz formou um padrão no qual, na região central, há uma alta intensidade da luz e nas laterais, baixa intensidade da luz. Além disso, pode ser visualizado franjas mais brilhantes onde ocorreu interferência construtiva e franjas escuras onde ocorre interferência destrutiva. Comparando as três fotos obtidas é possível notar que quanto maior a distância d entre as fendas, maiores são as franjas de interferência. Além disso, é notável que quanto menor o tamanho d, mais franjas são formadas. Essas observações podem ser explicadas através da eq. 1, a qual descreve a formação de interferência construtiva e eq. 2, para a interferência destrutiva. Em que m é um número inteiro que representa o número de franjas e λ é o comprimento de onda. (1) 𝑑 * 𝑠𝑒𝑛 α = 𝑚 λ (2) 𝑑 * 𝑠𝑒𝑛 α = ( 𝑚 + 1 2 )λ Ao diminuir “d”, para que o comprimento de onda seja constante, o número de franjas “m” precisa aumentar, justificando o maior número de franjas na fig. 4. Óptica experimental - 2°/2022 2 3.2 Determinação do comprimento de onda da luz do laser Na segunda parte do experimento busco-se calcular o comprimento de onda da luz vermelha do lazer. Para isso, a luz foi emitida no centro de uma rede de difração de 1000 fendas/mm e projetada em uma régua milimetrada, o padrão formado foi fotografado (fig.5). A distância entre a fonte de luz e a rede de difração foi de 300mm, entre a rede de difração e a régua (D) 233mm. Figura 5: Laser incidido sobre uma rede de difração de 1000 fendas/mm. Fonte: Elaborado pelos autores. O ponto máximo da luz foi incidido sobre o centro da régua, o segundo máximo a direita foi medido a 198mm±1,5mm do centro e o segundo máximo a esquerda foi medido a 195mm±1,5mm, distâncias muito próximas. Como essa é a primeira franja de interferência construtiva, o valor de m é 1. Para calcular o comprimento de onda da luz vermelha, conforme a eq. 1 é necessário saber d e α. Conforme a fig. 1, α pode ser calculado a partir de: (2) α = 𝑡𝑎𝑛 − 1 ( 𝑦 𝐷 ) (3) α = 𝑡𝑎𝑛 − 1 ( 198 ± 1 , 5 233 ± 1 , 5 ) = 0 , 7 ± 7 * 10 − 3 A equação 5, foi utilizada para o cálculo da propagação do erro experimental. (4) ∆ 𝑓 = ∂ 𝑓 ∂ 𝑥 1 ||| |||∆ 𝑥 1 + ∂ 𝑓 ∂ 𝑥 2 ||| |||∆ 𝑥 2 ... ∆α = ∂ ∂ 𝑦 ( 𝑡𝑎𝑛 − 1 ( 𝑦 𝐷 )) | | | |∆ 𝑦 + ∂ ∂ 𝐷 ( 𝑡𝑎𝑛 − 1 ( 𝑦 𝐷 )) | | | |∆ 𝐷 (5) ∆α = ( 𝑦 𝑦 2 + 𝐷 2 )∆ 𝐷 + ( 𝐷 𝑦 2 + 𝐷 2 )∆ 𝑦 De acordo com Young (2015, p.136) “o valor de d é dado pelo inverso do número de fendas por unidade de comprimento”, sabendo que a rede de difração é de 1000 fendas/mm, tem-se que: (6) 𝑑 = 1 𝑚𝑚 1000 = 10 − 6 𝑚 Isolando λ da eq.1, pode-se calcular o comprimento de onda da luz vermelha. (7) λ = 𝑑 * 𝑠𝑒𝑛 α 𝑚 = 10 − 6 * 𝑠𝑒𝑛 ( 0 , 7 ± 7 * 10 − 3 ) 1 (8) λ = 644 ± 5 𝑛𝑚 = 0 , 644 𝑒 − 6 ± 5 𝑒 − 9 𝑚 De acordo com Young(2015, p.13), o comprimento de onda da luz vermelha é a partir de 700nm, comparando com o valor medido, tem-se valores próximos, dessa forma concluímos que o experimento foi bem-sucedido, apesar de uma diferença, a qual pode ter sido causada por erros grosseiros de medida do pesquisador. 3.2 Determinação do comprimento de onda médio das cores principais do espectro visível Na terceira parte do experimento busco-se calcular o comprimento de onda das cores vermelha, laranja, amarela, verde, azul e anil. Para isso, uma luz policromática foi emitida no centro da rede de difração de 1000 fendas/mm e projetada em uma régua milimetrada, o padrão formado foi fotografado (fig.6). A distância entre a rede de difração e a régua (D) 370±0,5mm. Óptica experimental - 2°/2022 3 Figura 6: Luz branca incidida sobre uma rede de difração de 1000 fendas/mm. Fonte: Elaborado pelos autores. Como pode ser analisado na fig. 5, após a passagem da luz branca na rede de difração, a luz sofreu uma dispersão, sendo formado o espectro de luz visível. Isso ocorre, pois quando a luz passa pela rede de difração, as ondas sofrem um desvio da trajetória em muitos ângulos, sendo possível calcular o comprimento de onda de cada cor, com precisão. Com pode ser observado ao fundo da fig.6, foram formadas mais de 1 franja de difração, ou seja, m>1. Medindo a distância do centro(y) às cores principais, tem-se que, vermelha = 310±10mm, laranja = 285±3mm, amarela = 260±5mm, verde = 225±5mm, azul = 200±5mm e anil = 170±10mm. O erro foi estimado observado a região em que a cor estava com maior intensidade. Usando a eq. 2 para calcular α e a eq. 5 para o cálculo do erro, é possível calcular o comprimento de onda para cor, dessa forma, foi construída a tabela do anexo 1. Comparando os comprimentos de onda obtidos experimentalmente, com os valores esperados (fig. 7), tem se que os resultados obtidos estão próximos do esperado. Figura 7: Comprimento de onda do espectro da luz visível. Fonte: Adaptado de Halliday[2]. A frequência das cores é dada por: (9) 𝑓 = 𝑐 λ Dessa forma, a frequência das cores, foi calculada e inserida na tabela 1. Sabendo que a energia da radiação luminosa é dada pela eq. 10, em que h é a constante de Planck, tem se na tabela 1, a quantidade de energia de cada cor. (10) 𝐸 = ℎ𝑓 Tabela 1: Comprimento de onda, frequência e energia das cores. Cor λ±Δλ f (Hz) Δ f (Hz) E Vermelho 642±10,8 4,66E+14 7,83E+12 3,09E-19 Laranja 610±3,8 4,90E+14 3,03E+12 3,25E-19 Amarelo 575±5,9 5,20E+14 5,37E+12 3,45E-19 Verde 520±6,0 5,75E+14 6,61E+12 3,82E-19 Azul 476±5,9 6,29E+14 7,79E+12 4,17E-19 Anil 418±10,3 7,16E+14 1,77E+13 4,75E-19 Fonte: Elaborado pelos autores. Dessa forma, a cor que possui maior energia é a cor anil. Por fim, é importante pontuar que existe um espectro de radiação, com comprimentos de onda, os quais não são visíveis aos olhos humanos, entre 700nm e 400nm. Depois do vermelho (700nm) tem-se o infra-vermelho e antes do anil(400nm), tem-se o ultra-violeta. Óptica experimental - 2°/2022 4 Referências [1]YOUNG , Hugh; FREEDMAN , Roger. Física IV: Óptica e Física Moderna. 14. Ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. [2]RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; WALKER,J. Fundamentos de física: Óptica e Física Moderna. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.Vol 4. Anexo 1 Tabela 1: Cálculo do comprimento de onda para as cores principais. Cor D±ΔD(mm) y±Δy(mm) α±Δα(rad) λ±Δλ(nm) Vermelho 370±0,5 310 ± 10 0,70 ± 0,0141 642 ± 10,8 Laranja 370±0,5 285 ± 3 0,66 ± 0,0048 610 ± 3,80 Amarelo 370±0,5 260 ± 5 0,61 ± 0,0073 575 ± 5,90 Verde 370±0,5 225 ± 5 0,55 ± 0,0070 520 ± 6,00 Azul 370±0,5 200 ± 5 0,50 ± 0,0067 476 ± 5,90 Anil 370±0,5 170 ± 10 0,43 ± 0,0114 418 ± 10,3
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