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Óptica experimental - 2°/2022 1 Julia Vieira Saliba Rebouças 1 3. Resultados e Discussão 3.1 Lentes convergentes e divergentes Na primeira parte do experimento foram incididos 5 feixes de luz paralelos, em uma lente plano-convexa. Inicialmente a luz foi incidida no lado convexo da lente, sendo obtido o padrão da figura 1. Como pode ser observado, a lente convergiu todos os feixes para um único ponto, sendo esse o ponto focal da lente. Figura 1: Feixe de luz incidido sobre o lado convexo de uma lente plano-convexa. Fonte: Elaborado pelos autores. Então, a luz foi incidida sobre o lado plano da lente. Conforme observado na figura 2, o padrão obtido é igual ao da figura 1, ao comparar os dois pontos, concluiu-se que são os mesmos. Dessa forma podemos concluir que independente do lado de incidência da luz, a lente irá convergir a luz para o mesmo ponto focal. A distância focal medida da lente experimentada é de 9cm. Figura 2: Feixe de luz incidido sobre o lado plano de uma lente plano-convexa. Fonte: Elaborado pelos autores. Os feixes de luz também foram incididos sob uma lente plano-côncava, no lado plano (fig. 3) e no lado côncavo (fig.4). Foi constatado que esse tipo de lente separa os raios de luz, ou seja, ela é uma lente divergente. Também, pode ser observado que, assim como na lente plano-convexa, o padrão independe do lado de incidência. Entretanto, diferentemente da lente plano-convexa, o ponto focal da lente plano-côncava está localizado antes da lente. Figura 3: Feixe de luz incidido sobre o lado plano de uma lente plano-côncava. Fonte: Elaborado pelos autores. Figura 4: Feixe de luz incidido sobre o lado côncavo de uma lente plano-côncava. Fonte: Elaborado pelos autores. Sobrepondo as duas imagens obtidas (fig. 3 e 4), podemos notar que a imagem formada pelas duas é igual e projetando os raios formados, para trás dessa lente, é possível observar que o ponto focal é o mesmo para as duas configurações (fig.5). Dessa forma podemos concluir que Óptica experimental - 2°/2022 2 independente do lado de incidência da luz, a lente irá divergir a luz igualmente. Figura 5: Sobreposição das figuras 3 e 4, e marcação do foco de uma lente plano-côncava. Fonte: Elaborado pelos autores. Por fim, a luz foi incidida sobre as duas lentes, plano-convexa e plano-côncava, encaixadas uma na outra, resultando a fig. 6. Foi constatado que a luz convergiu na primeira lente e divergiu na segunda, dessa forma a luz permaneceu no mesmo caminho. Figura 6: Luz incidida sobre as lentes plano-convexa e plano-côncava unidas. Fonte: Elaborado pelos autores. 3.2 Formação de imagem Na segunda parte do experimento buscou-se estudar a formação de imagens por lentes delgadas, as quais são lentes convergentes. Para isso, foi utilizada uma lanterna para projetar um objeto na lente e então foi analisada a imagem do objeto formada pela lente. O objeto projetado na lente foi a letra “F”, de 12mm de altura. Ao colocar a lente a 400mm ± 0,5mm do objeto, a imagem formou-se à 174mm ± 3,5mm do eixo óptico da lente, e como pode ser observado na fig. 8, a imagem formada pela lente foi real, invertida e ao medir o seu tamanho constatou-se que ela é menor que o objeto. Figura 8: Luz incidida sobre as lentes plano-convexa e plano-côncava unidas. Fonte: Elaborado pelos autores. Após obter a primeira imagem, a lente foi aproximada 10mm do objeto, e a imagem foi obtida aproximando o anteparo até esta ficar focalizada. Esse procedimento foi realizado 20 vezes e as distâncias da lente ao objeto ( p ) e da lente a imagem ( i ) foram anotadas na tabela 1 em anexo. Com os resultados obtidos foi gerado um gráfico de i (mm) em função de p (mm). Como pode ser observado na fig. 9, o gráfico é o eixo x positivo de uma função recíproca. Figura 9: Gráfico de i em função de P. Fonte: Elaborado pelos autores. Óptica experimental - 2°/2022 3 Ao isolar i da equação para lentes delgadas (eq.1) e considerando que a distância focal ( f) da lente é constante temos uma função recíproca (eq. 2) , dessa maneira o gráfico obtido confirma a teoria. (1) 1 𝑓 = 1 𝑝 + 1 𝑖 (2) 𝑖 = 𝑓𝑝 𝑝 − 𝑓 Para analisar os dados obtidos também foi gerado um gráfico de em 𝑖 − 1 função de , a propagação de erros foi 𝑝 − 1 calculada a partir da eq. 3 (anexo 1). (3) ( 𝑥 ± ∆ 𝑥 )− 1 = 𝑥 − 1 ± 𝑥 − 2 ∆ 𝑥 Figura 10: Gráfico de em função de . 𝑖 − 1 𝑝 − 1 Fonte: Elaborado pelos autores. Como pode ser observado na fig. 10, o gráfico obtido é uma reta decrescente, ao realizar o ajuste linear obteve-se o coeficiente angular igual a e o coeficiente linear − 0 , 86 ± 1 , 6 * 10 − 3 . Isolando da 7 , 5 * 10 − 3 ± 7 , 7 * 10 − 5 𝑖 − 1 eq. 1 encontramos a eq. 4, dessa forma temos que o coeficiente angular esperado era de -1 e o coeficiente linear encontrado é . 𝑓 − 1 (4) 1 𝑖 = 1 𝑓 − 1 𝑝 A partir disso é possível calcular a distância focal da lente, conforme a eq. 5. (5) 𝑓 = 1 7 , 5 * 10 − 3 ± 7 , 7 * 10 − 5 = 133 , 3 ± 1 , 37 𝑚𝑚 A lente utilizada é uma lente de 8 di, caso fosse utilizada uma lente de 4di, a distância focal seria o dobro. Através do experimento também é possível relacionar o tamanho da imagem (h) formada com a distância da lente do objeto, para isso ao mudar as distâncias i e p , também foi medido o tamanho da imagem formada (h’), esses valores foram colocados na tabela anexada. Através da eq. 6 e 7 é possível determinar a ampliação lateral da lente experimentada. (6) 𝑚 =− 𝑖 𝑝 (7) 𝑚 | | = ℎ ' ℎ Igualando as duas equações é encontrado que: (8) ℎ ' ℎ = − 𝑖 𝑝 || || O gráfico da fig. 11 é um gráfico de em função de . O cálculo da ℎ ' ℎ 𝑖 𝑝 propagação de erros foi feito através da eq. 9 (anexo 2). (9) ( 𝑥 ±∆ 𝑥 )( 𝑦 ±∆ 𝑦 ) = 𝑥 𝑦 ± 1 𝑦 2 ( 𝑥 ∆ 𝑦 + 𝑦 ∆ 𝑥 ) Como pode ser observado na fig. 10, o gráfico obtido é uma reta crescente, com coeficiente linear igual a , e coeficiente 6 , 2 * 10 − 4 ± 6 , 8 * 10 − 3 𝑚𝑚 Óptica experimental - 2°/2022 4 angular, . Analisando a eq.8 o 0 , 9 ± 0 , 01 𝑚𝑚 coeficiente linear esperado é nulo e o coeficiente angular igual a 1. Ao comparar os resultados teóricos e experimentais obtidos, pode-se concluir que a teoria descreve com exatidão o experimentado. Pode-se concluir também que a razão entre o tamanho da imagem e do objeto é diretamente proporcional a razão entre a distância em que a imagem é formada da distância da lente do objeto. Figura 11: Gráfico de em função de . ℎ ' ℎ 𝑖 𝑝 Fonte: Elaborado pelos autores. Por fim foi realizado o experimento de formação de imagem com a lampada do projetor, obtendo assim a fig. 12. Figura 12: Imagem obtida da lâmpada do projetor. Fonte: Elaborado pelos autores. Com a distância da lâmpada para a lente, a distância da lente para a imagem e o tamanho do filamento da imagem é possível estimaro comprimento do filamento da lâmpada, usando a eq. 8. Dessa forma temos que: (10) ℎ = ℎ ' * 𝑝 𝑖 = 5 𝑚𝑚 * 450 𝑚𝑚 250 𝑚𝑚 = 9 𝑚𝑚 Dessa forma temos que o filamento da lampada mede 9mm. Referências RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; WALKER,J. Fundamentos de física: Óptica e Física Moderna. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Vol 4. YOUNG , Hugh; FREEDMAN , Roger. Física IV: Óptica e Física Moderna. 14. Ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. Óptica experimental - 2°/2022 5 ANEXO 1 p i Δp(mm) Δi 1/i 1/p Δ(1/i) Δ(1/p) h'(mm) Δh'(mm) 400 174 0,5 3,5 0,0057 0,0025 1,16E-04 3,13E-06 6 0,5 390 176 0,5 1,5 0,0057 0,0026 4,84E-05 3,29E-06 6 0,5 380 178 0,5 4,5 0,0056 0,0026 1,42E-04 3,46E-06 6 0,5 370 178,5 0,5 2,5 0,0056 0,0027 7,85E-05 3,65E-06 6 0,5 360 181 0,5 1,5 0,0055 0,0028 4,58E-05 3,86E-06 7 0,5 350 186 0,5 1,5 0,0054 0,0029 4,34E-05 4,08E-06 7 0,5 340 191,5 0,5 2,5 0,0052 0,0029 6,82E-05 4,33E-06 8 0,5 330 192,5 0,5 3,5 0,0052 0,0030 9,45E-05 4,59E-06 8 0,5 320 197 0,5 2,5 0,0051 0,0031 6,44E-05 4,88E-06 8 0,5 310 202 0,5 3,5 0,0050 0,0032 8,58E-05 5,20E-06 9 0,5 300 207 0,5 2,5 0,0048 0,0033 5,83E-05 5,56E-06 9 0,5 290 209 0,5 3,5 0,0048 0,0034 8,01E-05 5,95E-06 10 0,5 280 217 0,5 3,5 0,0046 0,0036 7,43E-05 6,38E-06 10 0,5 270 221 0,5 3,5 0,0045 0,0037 7,17E-05 6,86E-06 11 0,5 260 238 0,5 2,5 0,0042 0,0038 4,41E-05 7,40E-06 12 0,5 250 243 0,5 2,5 0,0041 0,0040 4,23E-05 8,00E-06 13 0,5 240 251 0,5 4,5 0,0040 0,0042 7,14E-05 8,68E-06 14 0,5 230 263 0,5 3,5 0,0038 0,0043 5,06E-05 9,45E-06 15 0,5 220 288 0,5 7,5 0,0035 0,0045 9,04E-05 1,03E-05 17 0,5 210 325 0,5 4,5 0,0031 0,0048 4,26E-05 1,13E-05 21 0,5 Óptica experimental - 2°/2022 6 ANEXO 2 h'/h i/p Δh'/Δh(mm) Δi/Δp 0,500 0,4350 0,0417 0,009293750 0,500 0,4513 0,0417 0,004424721 0,500 0,4684 0,0417 0,012458449 0,500 0,4824 0,0417 0,007408692 0,583 0,5028 0,0486 0,004864969 0,583 0,5314 0,0486 0,005044898 0,667 0,5632 0,0556 0,008181228 0,667 0,5833 0,0556 0,011489899 0,667 0,6156 0,0556 0,008774414 0,750 0,6516 0,0625 0,012341311 0,750 0,6900 0,0625 0,009483333 0,833 0,7207 0,0694 0,013311534 0,833 0,7750 0,0694 0,013883929 0,917 0,8185 0,0764 0,014478738 1,000 0,9154 0,0833 0,011375740 1,083 0,9720 0,0903 0,011944000 1,167 1,0458 0,0972 0,020928819 1,250 1,1435 0,1042 0,017703214 1,417 1,3091 0,1181 0,037066116 1,750 1,5476 0,1458 0,025113379
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