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MEDIDAS E AVALIAÇÕES FISICAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA

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Yanara Araujo

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MEDIDAS E AVALIAÇÕES FISICAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA.
UNIDADE 01 - DEFINIÇÕES, APLICAÇÕES PRÁTICAS E OBJETIVOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA.
INTRODUÇÃO A MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
A compreensão dos elementos contidos neste tópico será alcançada a partir do entendimento do que vem a ser medidas e avaliação em Educação Física e Esportes, perpassando pelo conhecimento a sua finalidade bem como suas diversas formas de aplicação em contextos diversos. 
A partir dos conhecimentos trabalhados especificamente nesta unidade, será possível compreender melhor sobre a importância o uso de medidas e avaliação ao trabalho do profissional de educação física nos seus mais diversos âmbitos de atuação. 
Independentemente do objetivo do aluno, cliente, atleta, ou do tipo de treinamento proposto, tendo como finalidade, por exemplo, a melhora de parâmetros físicos relacionados à saúde, à estética, rendimento esportivo ou à preparação mental, seremos capazes de perceber que o uso de instrumentos de medidas e avaliação são imprescindíveis para o monitoramento e acompanhamento de resultados obtidos a partir de quaisquer programas proposto. Assim, haverá melhora na qualidade no serviço prestado e metas traçadas serão adequadamente atingidas no decorrer dos programas de intervenção. 
CONCEITUAÇÃO DO USO DE MEDIDAS E AVALIAÇÃO
Antes de mais nada, ao adentrar no universo da disciplina de medidas e avaliação em Ed. Fisica e Esporte, é preciso primeiramente buscar compreender sua definição. ( MORROW, ET. AL. 2014); 
Conforme apontado por Tritschler (2003), medidas e avaliação em educação física trata-se de uma disciplina vinculada à área da biodinâmica do movimento humano, na qual, a partir de um conjunto de processos práticos aplicados sobre determinado indivíduo ou grupo de indivíduos, torna-se possível, por meio da obtenção de dados quantitativos e qualitativos, reunir e concluir informações sobre características físicas, motoras, metabólicas e bioquímicas dos investigados.
O processo de medir e avaliar deve ser conduzido quando objetiva-se tomar boas decisões a partir dos resultados identificados. Dentro do contexto da Educação Física e Esporte, atuam como norteadores em tais decisões relacionadas às inúmeras possibilidades em se criar ou ajustar estratégias de intervenção, isto é, programas de atividades ou exercícios físicos frente às diferentes necessidades das pessoas ou grupo de pessoas (MORROW et al., 2014).
OBJETIVOS E POSSIBILIDADES DE APLICAÇÕES PRÁTICAS DE MEDIDAS E AVALIAÇÃO.
O uso de medidas e avaliações sempre deve ser feito quando há o objetivo de se tomar boas decisões a partir dos resultados observados (MORROW et al., 2014). Logo, a partir da aplicação deste conceito, é possível selecionar variáveis que devem ser mensuradas, classificar essas variáveis e determinar um diagnóstico a partir do qual serão tomadas decisões futuras (SCHMITT e BATAGLION, 2017). Da Fontoura, Formentin e Abech (2011) destacam que seu uso pode ser aplicado a uma série de finalidades, como identificar o estado atual de um indivíduo ou verificar possíveis limitações apresentadas, visando, a partir de informações obtidas, propor estratégias de intervenção que sejam capazes de possibilitar com que o indivíduo atinja sua meta ou supere suas limitações.
Por exemplo, em relação às características motoras, para prescrever um programa de exercício físico adequado a uma pessoa ou um grupo de pessoas que desejam iniciar uma prática esportiva, ou ajustar um programa de treino em função das capacidades e potencialidades de um atleta já mais experiente, a identificação dos níveis das aptidões físicas relacionadas à saúde (força muscular, aptidão cardiorrespiratória, equilíbrio, coordenação) e ao desempenho (velocidade, agilidade, potência), respectivamente, a partir do uso de instrumentos e equipamentos aplicados em medidas e avaliação, permitem ao profissional de Educação Física, seja sua atuação como instrutor, personal trainer ou preparador físico, ajustar o programa de treino proposto em direção ao contínuo desenvolvimento ou aperfeiçoamento das aptidões físicas de seus atletas e/ou clientes (GUEDES; GUEDES, 2006).
O uso de informações acerca de medidas e avaliação também tem seu papel relevante no trabalho de entendimento e acompanhamento do processo de crescimento e desenvolvimento ao longo das diversas etapas biológicas da vida humana (DA FONTOURA, FORMENTIN E ABECH, 2011). Tais conhecimentos podem e devem ser utilizados no que diz respeito à identificação frente às alterações físicas ocorridas ao longo do tempo, sobretudo com crianças e adolescentes no decorrer do processo de crescimento e desenvolvimento (TRITSCHLER, 2003). Durante a infância e adolescência, os indivíduos passam por rápidas alterações físicas, tais como mudanças na estatura e variáveis de composição corporal (RÉ, 2011).
Desse modo, a identificação dessas medidas pode fornecer dados importantes em relação ao processo de crescimento e desenvolvimento físico cronológico do indivíduo, possibilitando ainda que esses dados morfológicos possam ser contrastados com medidas biológicas, como a produção hormonal de progesterona ou testosterona que impactam diretamente o desenvolvimento dessas variáveis morfológicas.  
Somado a isso, todas essas informações podem ser empregadas em conjunto a fim de concluir, por exemplo, porque adolescentes integrantes em equipes ou clubes esportivos, sejam em modalidades individuais ou coletivas, embora apresentem a mesma idade cronológica, biologicamente falando, diferem-se quanto ao nível de maturação, o que pode explicar em partes a diferença entre os níveis das capacidades e qualidades físicas avaliadas em indivíduos de mesma idade cronológica (STODDEN et al., 2008).
Em relação ao uso de medidas e avaliações para fins de identificação de variáveis metabólicas, estas podem ser amplamente utilizadas ao se investigar informações relacionadas a parâmetros bioquímicos de saúde em grupos populacionais específicos, tendo por objetivo, por exemplo, o intuito de avaliar o estado de saúde do ponto de vista metabólico inicial para que, a partir deste, um determinado programa de treino possa ser orientado ou modificado em função do que se observa (DA FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008). 
A exemplo disso, pode-se fazer uso de instrumentos de medidas e avaliação em grupos de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, tais como diabéticos e hipertensos, buscando investigar o atual índice de glicemia e o nível de classificação em relação à hipertensão arterial, respectivamente, a fim de que programas de exercícios físicos adequados, isto é, tipo de exercício adotado (aeróbio, anaeróbio) e parâmetros como intensidade, carga, volume, frequência, duração e intervalos de recuperação possam ser organizados de modo com que contribuam efetivamente para o tratamento da comorbidade e prevenção de comorbidades associadas. Desta forma é possível proporcionar, consequentemente, uma melhor qualidade de vida e saúde ao indivíduo (GUEDES; GUEDES, 2006), como a partir de melhoras cardiorrespiratórias, alterações na composição corporal (diminuição de massa corporal gorda e aumento de massa corporal magra), além de modificações enzimáticas (FRANCISCHI et al., 2001).
Um outro exemplo de grande importância do uso dessas medidas no que concerne à saúde se dá com a população idosa. Segundo Guccione (2008), o envelhecimento da população idosa está ligado ao conjunto de mudanças do desenvolvimento que ocorrem na velhice, estando relacionado a alterações profundas na composição corporal. Com a idade, há uma crescente na massa de gordura corporal e uma queda da massa corporal magra, ocorrendo, sobretudo, como efeito das perdas da massa muscular esquelética. 
Tal redução gradativa, por sua vez, acaba impactando na diminuição dos níveis de força muscular dessa população que passa a apresentar menor capacidade funcional e autonomia na execução das tarefas da vida diária, o que aumenta a propensão a quedas e fraturas (BRADY et al., 2014). Nessesentido, o uso de medidas e avaliação que possibilitem recorrer à identificação dessas alterações sobre a composição corporal são muito importantes para a elaboração de programas de treino que possibilitem promover benefícios físicos e também psicológicos a esse grupo populacional de forma adequada (TRITSCHLER, 2003). Dessa forma, também é possível minimizar a possibilidade de se proporem estratégias de treinamento que possam servir como fator de agressão a esses indivíduos com necessidades que requerem muito cuidado e atenção (DA FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008).
Somado a isso, a estratégia de uso de medidas e avaliação em Educação Física e Esporte também é utilizada tendo por finalidade motivar o aluno ou cliente ao mesmo tempo que desenvolve suas aptidões físicas (DA FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2008). A partir de resultados obtidos por meio de avaliações físicas, por exemplo, é possível que o aluno ou cliente perceba claramente sua evolução em termos mensuráveis, no que concerne ao desenvolvimento de suas capacidades físicas, no decorrer de um programa de treinamento sistematizado – proporcionando, dessa maneira, que esses resultados observados sirvam como estímulo para motivá-los ainda mais a continuar fazendo parte da equipe ou participando do programa de treinamento proposto pelo profissional (GALLAHUE e DONNELLY, 2008).
Ao referir-se ao alto rendimento, torna-se imprescindível o uso de medidas e avaliações na obtenção de informações relativas às características dos atletas. Elas são essenciais para determinar se um praticante de nado, por exemplo, está apto ou não para integrar uma equipe, ou para que certos indivíduos possam ser direcionados a posições ou modalidades específicas dentro do atletismo de acordo com suas particularidades (MORROW et al., 2014). A exemplo disso, medidas em relação às capacidades físicas exigidas na natação, como um bom nível de envergadura e deslocamento em velocidade no meio aquático, ou da modalidade praticada e categoria em questão, podem ser utilizadas como parâmetros para realizar essa seleção.
Desse modo, para que as aplicações práticas de medidas e avaliações elencadas acima possam ocorrer de forma adequada, inicialmente é extremamente importante que o profissional ou profissionais responsáveis por desenvolver essa tarefa conheçam o público-alvo para que, então, objetivos possam ser corretamente traçados a partir do diagnóstico preliminar.
CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR
O uso de medidas e avaliação se faz necessário e é de extrema valia como recurso a ser utilizado para coletar informações que possam ser úteis em tomadas de decisão. Sendo assim, é imprescindível que o profissional que pretende fazer uso desse tipo de recurso compreenda a linguagem da avaliação, ou seja, o significado dos principais termos relacionados a ela (TRITSCHLER, 2003), uma vez que esses termos podem ser constantemente interpretados como sinônimos (GUEDES e GUEDES, 2006).
TERMINOLOGIA 
Substantivo, plural “ terminologias”
1. O sistema de termos pertencentes ou relacionados a ciências, arte ou áreas especializadas; nomenclatura.
2. O termo cientifico, usado para áreas da ciência ou artes. 
Origem e história da palavra “ termologia “. 
CONCEITO DE TESTE
Um dos principais termos utilizados em medidas e avaliação é a palavra teste. Pode-se inferir que esta palavra está relacionada a uma série de contextos. Por exemplo, considera-se um teste no contexto educacional quando há a realização de uma avaliação escrita a partir da qual objetiva-se investigar o conhecimento de um aluno ou grupo de alunos. 
 
No âmbito da medicina, testes como de gravidez ou de visão são empregados com o objetivo de verificar uma possível resposta em relação aos parâmetros bioquímicos e visuais investigados. Ainda nesse sentido, no dia a dia, outros testes podem ser aplicados, como teste para licença de motoristas (TRITSCHLER, 2003).
De maneira geral, a partir dessas informações podemos entender que testes consistem em instrumentos, ferramentas, procedimentos ou técnicas utilizadas para obter alguma medida, podendo consistir em uma ferramenta oral, fisiológica, psicológica ou qualquer equipamento mecânico (MORROW et al., 2014). Portanto, em Educação Física, de acordo com Guedes e Guedes (2006), testar significa verificar os resultados de uma ou mais variáveis relacionadas a um indivíduo a partir de situações padronizadas e planejadas, ou seja, através de testes previamente estabelecidos.
Assim, na área da Educação Física e Esporte existe uma série de testes, a partir dos quais é possível obter diferentes medidas. Há aqueles que permitem obter, por exemplo, medidas de aptidão física, habilidades físicas especializadas, estresse físico e lesões decorrentes da prática esportiva (TRITSCHLER, 2003). Desse modo, os profissionais que administram a aplicação de tais testes são capazes de observar diferentes respostas físicas, fisiológicas, metabólicas ou cognitivas (TRITSCHLER, 2003; MORROW et al., 2014).
Por fim, é importante frisar que tais testes podem ser empregados nos mais diversos ambientes, como em laboratórios, ginásios esportivos ou pistas de atletismo. Os testes aplicados aos indivíduos podem ocorrer individualmente ou em grupo, a depender dos protocolos específicos de teste indicados para cada situação investigada (TRITSCHLER, 2003).
CONCEITO DE MEDIDA
Em relação ao termo medida, este é definido como a descrição em termos quantitativos dos resultados obtidos a partir de um teste. Assim, podemos concluir que todo teste nos fornece uma medida (GUEDES; GUEDES 2006). Por exemplo, para traçarmos um perfil acerca da frequência semanal em que um grupo de pessoas realiza atividade física moderada à vigorosa, podemos solicitar a esse grupo para que registrem ao longo de um período o número de dias em que realizaram atividades desse tipo, ou para que registrem o tempo em minutos ao longo da semana em que estiveram engajados em atividades com tais características (MORROW et al., 2014).
Desse modo, de maneira geral, medidas de interesse sempre poderão ser interpretadas como o resultado numérico obtido a partir de um teste, como: medida de tempo ou distância (obtida a partir de um teste de corrida); estatura, variáveis de composição corporal ou perímetros corporais (obtidas a partir de testes antropométricos); dados de frequência cardíaca (obtidos a partir de um teste de esforço); entre outros (TRITSCHLER, 2003).
CONCEITO DE AVALIAÇÃO
Já o termo avaliação pode ser compreendido como todo o processo de descrição subjetiva de uma variável de interesse a partir de informações qualitativas ou quantitativas previamente coletadas (TRITSCHLER,2003).
Guedes e Guedes (2006), acrescentam que a interpretação de dados qualitativos e/ou quantitativos no processo de avaliação deve ser conduzida no sentido de se determinar o julgamento desses valores na interpretação da informação coletada para determinada pessoa ou grupo de pessoas. A exemplo, podemos considerar a seguinte situação: se previamente conseguirmos determinar o nível de atividade física de um indivíduo, é possível comparar esse resultado com um padrão nacional ou internacional, a fim de concluir se o nível de atividade física da pessoa investigada é suficiente a ponto de ser capaz de proporcionar benefícios significativos à saúde (MORROW et al., 2014). No Quadro 1 são apresentados os conceitos de teste, medida e avaliação, extraído da obra Medidas e avaliação em Educação Física (de 2017), elaborado por Schmitt e Bataglion:
Podemos ainda mensurar a potência aeróbia de um indivíduo ou grupo de pessoas de diversas maneiras, como por exemplo, em ambiente laboratorial a partir do uso de uma esteira rolante e ergômetro ou, de um cicloergometro; a partir da aplicação de um teste de campo, como um o teste de 12 minutos ou de Cooper. Cada ferramenta proporcionará um valor numérico, por exemplo, a entrada de O2 e eliminação de CO2, razão da troca respiratória, frequência cardíaca máxima, entre outros. Apenas a verificação dos resultados observados em relaçãoa esses indicadores não é suficiente para definirmos o que avaliamos. Para que a avaliação de fato ocorra, os resultados observados devem ser comparados com medidas ou normas de referência (MORROW et al., 2014).
Desse modo, toda declaração avaliativa tem a característica de comparar a informação obtida tendo como base determinado conhecimento normativo. Por exemplo, um VO2máx de 30 ml.kg.min-1 pode ser considerado aquém do adequado para um jovem adulto, enquanto para uma senhora de 70 anos pode ser considerado como dentro do esperado para a boa aptidão cardiorrespiratória (MORROW et al., 2014).
COMPREENSÃO SOBRE A ATUAÇÃO DO AVALIADOR FÍSICO E DISCIPLINAS RELACIONADAS À PRATICA PROFISSIONAL.
Todo profissional de Educação Física e áreas correlatas, tais como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, podem valer-se de informações oriundas da aplicação de avaliações físicas. Um professor de Educação Física da área escolar, por exemplo, pode fazer uso de avaliações físicas com a turma previamente no início do ano letivo no intuito de verificar se o nível das habilidades motoras está de acordo com a fase de desenvolvimento na qual determinado grupo de crianças se encontra. Cientistas ligados à área da Educação Física e Esportes podem valer-se de informações obtidas a partir de baterias de testes de aptidão física a fim de proporem exercícios e metas realistas à população. Técnicos esportivos podem fazer uso das informações relativas ao desempenho motor dos integrantes da equipe a fim de proporem programas de treino que sejam capazes de contribuir na melhora das limitações evidenciadas (TRITSCHLER, 2003).
A PROFISSÃO DE AVALIADOR FÍSICO
Embora uma gama de profissionais da saúde possa se empenhar formalmente nos processos de avaliação física (TRITSCHLER, 2003), recentemente a profissão de avaliador físico passou a ser reconhecida nacionalmente pela Classificação Brasileira de Ocupações a partir do código 2241-10 (CBO, 2020). Conforme sua descrição, a profissão de avaliador físico passa a ser entendida como responsável pelo desenvolvimento de atividades físicas, treinamentos especializados e técnicas esportivas com indivíduos das mais variadas faixas etárias. Este profissional ainda é responsável por avaliar e supervisionar a preparação física de atletas bem como práticas desportivas, além de ser responsável por criar informes de natureza científica voltados à área da atividade física e esporte. Em relação à formação e experiência do avaliador físico, de acordo com a CBO (2020), tal função deve ser desempenhada por indivíduos que apresentem formação superior em Educação Física e que possuam registro no conselho profissional.
É importante ressaltar que, para a realização de avaliações formais, testes de campo ou laboratoriais são os que mais se destacam dentro do contexto da avaliação física. Nesse sentido, como o primeiro apresenta menor custo em relação aos equipamentos e instrumentos utilizados, bem como uma maior facilidade na aplicação, logo, também não requer que seus avaliadores apresentem alto grau de especialização. Em contrapartida, testes realizados em ambientes laboratoriais, os quais necessitam de equipamentos caros e específicos, requerem a ação de avaliadores físicos que apresentem maior grau de especialização (SCHMITT e BATAGLION, 2017).
PONTOS FUNDAMENTAIS AO AVALIADOR
Independentemente do tipo de teste a ser aplicado, é papel fundamental do avaliador explicar ao avaliado os procedimentos adotados no decorrer deste, buscando, sempre que possível, sanar quaisquer dúvidas. Para que haja uma avaliação correta é imprescindível que o avaliado entenda passo a passo cada etapa, para que possa realizar o teste corretamente.
Desta forma, é comum antes de sua execução o avaliador demonstre como será realizada a tarefa. Mais recentemente padrões de instrução têm sido elaborados com o objetivo de que os avaliadores possam satisfatoriamente conduzir essas informações aos avaliados (MORROW et al., 2014; SCHMITT e BATAGLION, 2017).
Quanto ao papel do avaliador ressalta-se, novamente, a importância de que este conheça muito bem o público-alvo com o qual esteja trabalhando (atletas, idosos, pessoas com deficiência, entre outros), pois a forma de aproximação aos indivíduos será essencial para se obter medidas confiáveis. Há ocasiões na qual a coleta de dados pode ser comprometida em função de algum constrangimento que possa ser gerado aos avaliados, como ao fazer uso de questionários para coleta de dados, certas questões relacionadas com o poder socioeconômico, com a saúde e atividade sexual podem levar os avaliados a não serem sinceros em suas respostas. Assim, conhecer o público-alvo, bem como sua motivação por trás do processo de avaliação, pode contribuir ainda mais com o papel do avaliador a fim de que os indivíduos avaliados se sintam mais dispostos e engajados em realizar os testes propostos (NÉRICI, 1993).
DICA
Padrões de instrução podem ser encontrados na literatura como técnica de familiarização ou procedimentos de familiarização, sendo que para cada tipo de teste um procedimento padrão é adotado, visando fornecer ao indivíduo o conhecimento prévio do instrumento, equipamento e ações a serem desempenhados no decorrer da sua execução. 
DISCIPLINAS DE GRADUAÇÃO 
Em relação às disciplinas de graduação trabalhadas no curso de Educação Física, algumas se destacam na contribuição de conhecimentos necessários à atuação profissional como avaliador físico. Estas correspondem àquelas associadas à área da biodinâmica do movimento humano, as quais buscam trazer informações acerca de aspectos físicos, biológicos e psicológicos do ser humano, como a disciplina de comportamento motor, fisiologia do exercício e psicologia do exercício e esporte (MORROW et al., 2014). Tais disciplinas são essenciais para que o avaliador possa, por exemplo, conhecer as mudanças físicas que ocorrem nas diferentes fases da vida humana e aplicar tais informações na avaliação de aspectos físicos que sejam de fato relevantes para o público-alvo investigado (GUEDES; GUEDES, 2006).
Somado a essas disciplinas, no que concerne a avaliação de características físicas, as disciplinas ou conteúdos acerca da antropometria e cineantropometria também apresentam grande importância à prática profissional do avaliador. Conhecimentos relativos a características antropométricas, isto é, avaliação da dimensão física e composição corporal de indivíduos de ambos os sexos ou de diferentes faixas etárias, possibilitam ao avaliador, relacionar tais informações com o desempenho físico destes mesmos indivíduos, sendo capaz de gerar uma avaliação mais precisa (TRITSCHLER, 2003; SCHMITT e BATAGLION, 2017).
Nesse mesmo sentido, conhecimentos relativos à cineantropometria, isto é, a compreensão do movimento humano em diferentes contextos, são capazes de contribuir com o papel do avaliador no que concerne, por exemplo, a relacionar as medidas obtidas em indivíduos adolescentes com o período de maturação biológica, proporcionando uma melhor avaliação dos resultados investigados (TRITSCHLER, 2003; SCHMITT e BATAGLION, 2017).
Embora a disciplina de estatística não seja exclusividade do curso de Educação Física, esta não pode deixar de ser mencionada, pois se faz de grande valia ao avaliador no que tange a análise e apresentação das medidas obtidas com um grupo de indivíduos avaliados quando objetiva-se determinar uma avaliação coletiva. Para isso, o modelo estatístico descritivo ou modelo inferencial podem ser utilizados (TRITSCHLER, 2003).
EXPLICANDO 
Entende-se por modelo estatístico descritivo a apresentação de informações numéricas acerca das medidas avaliadas, seja por média e desvio padrão, mediana e amplitude interquartil, frequência ou porcentagem. Já o modelo inferencial corresponde aos testes estatísticos, como teste de WILCOXON ou ANOVA ONE WAY, que foram conduzidos a fim de se chegar à apresentação das medidas apresentadas no modelo descritivo. 
CONDUTAS ÉTICAS E ADMINISTRATIVAS DO AVALIADOR 
// Aspectos éticos
É fundamental que o avaliadortenha pleno conhecimento acerca da conduta ética que deve ser adotada por ele no dia a dia, uma vez que tal função lida diretamente com pessoas e, dessa forma, é necessário que aspectos éticos sejam legalmente seguidos (GUEDES; GUEDES, 2006). Portanto, é tarefa imprescindível dos avaliadores que estes informem formalmente ao público-alvo sobre os procedimentos aplicados nos testes (o que será realizado e como, sem deixar dúvidas e nem omitir informações), os instrumentos e/ou equipamentos a serem utilizados, a possibilidade de ocorrerem falhas na obtenção das informações e, dessa forma, deixarem os indivíduos a par de que pode ser que haja a necessidade de se repetir algum procedimento (SCHMITT e BATAGLION, 2017).
Cabe ainda enfatizar que, quando possível, os indivíduos que optarem por participar das avaliações devem sempre fazê-lo a partir da assinatura de um termo de consentimento, por meio do qual os avaliados consentem de livre e espontânea vontade participar do processo de avaliação, concordando com todos os procedimentos relativos aos testes previamente esclarecidos. No caso de avaliações conduzidas com crianças ou adolescentes, além das informações quanto aos procedimentos prestados, estas devem ainda ser apresentadas aos pais ou responsáveis que deverão formalizar a autorização por escrito, consentindo a condução da avaliação com os menores. No entanto, é importante frisar ainda ao avaliador que qualquer indivíduo tem a liberdade de solicitar com que as avaliações sejam interrompidas a qualquer momento. Caso o avaliador perceba que, por algum motivo, o avaliado se sinta desmotivado ou desconfortável, este também pode solicitar que a avaliação seja interrompida, pois, caso a coleta de dados prossiga dessa forma, pode ser que haja interferência na confiabilidade dos resultados (GUEDES; GUEDES, 2006; DA FONTOURA, FORMENTIN e ABECH, 2011).
Somado a esses aspectos, Tritschler (2003) acrescenta ainda que:
· Toda avaliação física deve ser administrada visando evitar danos físicos ou psicológicos aos avaliados;
· Os resultados oriundos das avaliações devem ser utilizados apenas para os objetivos para os quais foram desenvolvidos, não sendo orientada, por exemplo, para punir de algum modo o indivíduo; 
· Os dados coletados devem ser sempre mantidos sob confidencialidade.
// Aspectos administrativos
Em se tratando das condutas administrativas relacionadas com a prática profissional, o planejamento é algo a ser levado em consideração pelo avaliador durante a sua atuação no dia a dia. O bom planejamento é capaz de assegurar com que as etapas da avaliação ocorram de forma econômica, segura e eficiente (GUEDES e GUEDES, 2006). Assim, Schmitt e Bataglion (2017) destacam alguns elementos que devem ser levados em consideração no planejamento do avaliador, tais como a definição prévia do que deve ser medido e avaliado, qual decisão será tomada com base nos resultados evidenciados, determinar como será realizada a análise dos resultados.
Somado ao bom planejamento, Da Fontoura, Formentin e Abech (2011) acrescentam ainda que o profissional deve sempre:
· Seguir adequadamente os procedimentos dos testes;
· Ter conhecimento suficiente suficiente para determinar a aplicação de testes e técnicas adequados ao público-alvo;
· Manter-se sempre atualizado;
· Adotar uma postura ética e profissional;
· Fornecer informações acerca dos resultados das avaliações aos indivíduos avaliados, sempre de maneira clara possibilitando que possam compreender estes dados.
Em relação a esse ultimo aspecto, essas informações devem ser fornecidas a partir de laudos que expliquem o modo claro e detalhado a avaliação do aluno ou cliente, a fim de que eles tenham pleno conhecimento sobre da sua condição física e sejam capazes de verificar a sua própria evolução à medida do tempo. 
EXPLICANDO
Entende-se por laudo o parecer técnico de um especialista indicado para avaliar uma determinada situação ou condição. O laudo deve fornecer a “tradução” dos elementos técnicos captados pelo profissional numa linguagem clara e concisa ao indivíduo avaliado. 
SINTETIZANDO
No decorrer deste conteúdo fomos capazes de compreender de fato o que vem a ser medidas e avaliação em Educação Física e Esportes, bem como os principais conceitos relacionados às terminologias aplicadas a ela. Isso possibilita o processo de entender cada etapa relacionada com a atuação profissional nesse âmbito.
Observamos ainda que medidas e avaliação se aplicam a uma série de profissões ou situações diversas, sendo que sua utilização na área da Educação Física também é muito ampla, servindo como base para que seja definida uma série de decisões a serem tomadas com o publico-avo que se esteja trabalhando. 
Somado a isso, vimos que recentemente houve a regulamentação para a profissão de avaliador físico, com critérios e tarefas claramente designadas tanto para este profissional, como para todos os outros, incluindo os profissionais de Educação Física, o pleno conhecimento acerca da aplicação de testes, obtenção de medidas e conhecimento do publico-alvo com o qual se trabalha é de fundamental importância. Desta forma, a coleta de dados fornecerá conclusões adequadas acerca das variáveis avaliadas. 
Por fim, observamos ainda que a atuação do avaliador físico deve estar sempre de acordo com critérios éticos estabelecidos. Deve-se sempre atentar para o fato de que os indivíduos devem estar cientes de todo o procedimento a ser realizado pelos avaliadores no decorrer da coleta de dados, sendo que estes devem concordar formalmente com tais procedimentos. Todo processo deve ser sempre claramente informado ao avaliado.
UNIDADE 2 – ESCALAS DE MEDIDAS, AVALIAÇÃO FUNCIONAL E TIPOS
CONCEITOS EM MEDIDAS E AVALIAÇÃO
Ao discorrer sobre medidas e avaliação física, o entendimento das características associadas aos conceitos aplicados aos testes, medidas e avaliações tem como objetivo facilitar a condução do trabalho do avaliador, apresentando a ele aspectos relacionados ao uso desses conceitos. Este profissional pode, a partir dessa compreensão, utilizar as informações obtidas dentro das possibilidades do desenvolvimento da avaliação fornecida por ele no dia a dia.
Conceitos em medidas e avaliação: medida
Medir significa obter informações quantitativas a partir da aplicação de testes. Medir, portanto, é uma etapa básica da avaliação física, assim como testar. Há uma série de medidas a serem investigadas em Educação Física e Esportes, tais como medidas de estatura, massa corporal, nível de habilidades motoras, índice de capacidades físicas e valores de indicadores bioquímicos, entre outros. É importante destacar que as medidas podem ser classificadas de duas formas: em diretas ou indiretas (TRITSCHLER, 2003).
Entende-se como medidas diretas aquelas que podem ser obtidas diretamente do indivíduo avaliado a partir de testes considerados “padrão ouro”, ou seja, que apresentam os melhores índices de validade, fidedignidade e objetividade, sendo, portanto, mais custosos do ponto de vista financeiro. Tais medidas são as mais confiáveis quando em comparação com as medidas indiretas, as quais são obtidas a partir de procedimentos de testes aplicados em campo, em que há, por exemplo, a utilização de outros instrumentos e equipamentos empregados para realizar essas medidas (GUEDES; GUEDES, 2006).
Conceitos em medidas e avaliação: teste
Os testes podem ser compreendidos como situações previamente organizadas em que, com o uso de instrumentos ou equipamentos,   procedimentos são empregados com o objetivo de verificar certas características do desempenho de um indivíduo ou um grupo de indivíduos (GUEDES; GUEDES, 2006). Embora haja uma infinidade de testes que buscam verificar uma série de medidas de desempenho, eles se classificam em duas categorias: de laboratório e de campo (MORROW et al., 2014).
Em relação aos testes de laboratório, estes geralmente envolvem maior custo para serem aplicados. Isto ocorre devido a alguns motivos, como o fato de que os equipamentos e instrumentosutilizados tendem a ser mais fidedignos com relação às medidas obtidas, ou seja: são mais propensos a apresentar menores índices de erro de medida em comparação com testes de campo e, portanto, tendem a ser mais caros.
Há ainda a questão da necessidade de um avaliador que tenha conhecimento de como conduzir o teste nesse ambiente, o que novamente requer recursos financeiros. Por outro lado, testes de campo, também conhecidos como “indiretos”, apesar de geralmente apresentarem maior variação em relação à obtenção de uma medida real de determinada variável, requerem menos recursos financeiros, seja nos equipamentos e instrumentos utilizados ou na preparação do avaliador para lidar com tais procedimentos aplicados aos testes (TRITSCHLER, 2003). 
Conceitos em medidas e avaliação: avaliação
A avaliação engloba todas as etapas envolvidas nos testes para que seja possível obter determinadas medidas. Assim, uma avaliação tem como finalidade buscar identificar o que (qual aspecto, atributo ou característica) está sendo avaliado; o motivo da necessidade de avaliá-lo e identificar quem (características do sujeito, como idade e se ele é praticante de exercício físico ou não, por exemplo).
Tais informações são imprescindíveis para uma boa avaliação, uma vez que indivíduos que se enquadram em categorias distintas, como de acordo com o sexo, podem apresentar melhora em uma variável observada a partir da avaliação. Esta melhora pode exibir níveis supostamente adequados, mas, para outra categoria (sexo), estar aquém do esperado (GUEDES; GUEDES, 2006). 
Assim, a avaliação pode ser entendida de três maneiras: diagnóstica, somativa e formativa. Enquanto a diagnóstica corresponde à primeira avaliação aplicada a uma pessoa ou grupo de pessoas antes de se iniciar um programa de treino, a segunda é entendida como aquela ou aquelas empregadas durante a intervenção proposta, visando, a partir dos resultados observados, monitorar determinadas variáveis e propor ajustes para melhorar o desempenho daquilo que está sendo medido.
DICA
Ao aplicar um programa de treino fazendo uso de uma avaliação diagnóstica, somativa(s) e formativa, é muito importante que todas as avaliações empreguem os mesmos testes, procedimentos e formas de obtenção de medidas. Isto visa “padronizar” o processo de avaliação em todas as etapas desenvolvidas. 
Por fim, a última corresponde ao tipo de avaliação empregada ao final de um programa de treino com o objetivo de obter um parâmetro geral da evolução do indivíduo ao longo de determinado período (SCHIMITT; BATAGLION, 2017).
PRINCÍPIOS DA AVALIAÇÃO FÍSICA
Para realizar uma avaliação física, são empregados testes com o objetivo de, a partir dos resultados observados, tomar uma decisão em relação à intervenção que será proposta com um indivíduo ou com um grupo de pessoas, como equipes esportivas ou idosos com diferentes patologias. Dependendo das características do indivíduo ou do grupo avaliado, os instrumentos utilizados diferem entre si no que diz respeito aos requisitos de qualidade do teste, metodologia de aplicação, aspectos pedagógicos e quanto à forma de utilização dos resultados (SCHIMITT; BATAGLION, 2017).
Desse modo, em relação à determinação dos instrumentos de avaliação, a escolha de cada instrumento deve se dar de acordo com a pretensão de seu uso. Determinados testes administrados devem apresentar excelente precisão, visto que são utilizados como ferramentas para que seja possível tomar decisões críticas, como diagnosticar se determinada pessoa se encontra em boas condições para realizar uma cirurgia de alto risco.
Por outro lado, a aplicação de testes mais rápidos e menos eficazes do ponto de vista de erro de medida podem ser utilizados para tomar decisões menos importantes, como utilizar as informações obtidas a fim de agrupar pessoas com diferentes características para a realização de aulas de educação física (TRITSCHLER, 2003). 
Conforme apontado por Tritschler (2003), independentemente do indivíduo em particular ou do grupo que fará uso de determinada ferramenta para ser avaliado, todo bom instrumento de avaliação apresenta um alto grau de quatro qualidades psicométricas: validade, objetividade, fidedignidade e liberdade. Portanto, cabe ao avaliador informar o nível de cada uma dessas qualidades aos envolvidos. 
Da mesma forma que um veículo pode ser avaliado por sua capacidade de consumo de combustível ou aceleração, por exemplo, tanto o comprador do carro como quem fará uso do teste devem ter em mente informações que possam ser úteis na decisão relacionada ao valor que um produto apresenta em particular (TRITSCHLER, 2003).
CONCEITOS EM MEDIDAS E AVALIAÇÃO: VALIDADE
Dentre os componentes das qualidades psicométricas, o principio da validade refere-se à capacidade de um instrumento possui de medir aquilo a que se propõe (CHARRO et al., 2010). Ou seja: a validade corresponde ao grau de veracidade, integridade e segurança do resultado do teste ou da medida. 
Em relação a esse princípio psicométrico, é importante destacar que nenhum instrumento de avaliação pode ser considerado 100% válido sob nenhuma hipótese ou apresentar o mesmo grau de validade em todas as ocasiões. Assim, o nível de validade de um instrumento pode ser determinado em relação ao objetivo pretendido ou para uma população específica (TRITSCHLER, 2003).
A validade pode ser classificada de acordo com três categorias: validade por conteúdo, validade por critério e validade por constructo. Rojas e Barros (2003) acrescentam ainda dois tipos de validade, a saber: concorrente e preditiva. O primeiro tipo diz respeito a quando determinados indicadores obtidos representam um aspecto morfológico ou fisiológico analisado que tem como base a confirmação de um profissional ou utilização em larga escala (GUEDES; GUEDES, 2006).
Morrow e colaboradores (2014) acrescentam que a validade de um conteúdo deve basear-se em decisões e interpretações lógicas, como o exame final de uma disciplina que inclui questões referentes aos conteúdos trabalhados ao longo do semestre. Dessa maneira, os testes aplicados em modalidades esportivas com o objetivo de identificar o nível de determinadas habilidades devem refletir os elementos exigidos nessas. Isso posto, no basquete, por exemplo, um teste de habilidade deve contemplar as ações de arremesso, drible e passe, entre outros.
Na Figura 2 encontra-se o teste de velocidade de 20 metros, extraído da obra Projeto Esporte Brasil: manual de testes e avaliação (2016) e elaborado por Adroaldo Gaya e Anelise Reis Gaya. Esse teste apresenta uma excelente validade de conteúdo para a modalidade de futsal devido ao fato de incluir a avaliação da capacidade de velocidade em uma distância semelhante aos esforços aplicados na prática da modalidade (20 metros).
Embora um determinado teste possa corresponder ao princípio de validade do conteúdo, ele não pode sempre ser considerado válido. Em certas ocasiões, por exemplo, como quando o teste é administrado por alguém que apresente pouca experiência ou não possua qualificação para sua aplicação, qualquer erro conduzido durante o procedimento de obtenção da medida pode inviabilizar sua validade. Em outras palavras, por mais que o teste seja válido do ponto de vista do conteúdo, quando aplicado por um indivíduo de forma errônea esse princípio é posto em xeque (MORROW et al., 2014).
Em contrapartida, a validade por critério relaciona-se ao fato de dado teste apresentar uma relação estatística com determinada variável ou atributo que está sendo medido (MORROW et al., 2014). Ademais, os critérios também podem corresponder a resultados de testes que já foram considerados como válidos inicialmente (TRITSCHLER, 2003). Em relação a este último, suponha que alguém deseje mensurar o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) de um grupo de jovens. Isso pode ser feito a partir da aplicação de exercícios de intensidade máxima em esteira, piscina ou cicloergômetro, por exemplo. 
No entanto, se essa pessoa não tem a possibilidade de conduzir um teste de intensidade máxima para cadaindivíduo que deseja avaliar, ela pode fazer uso de medidas alternativas para estimar o VO2máx, como testes de intensidade submáxima ou equações preditivas na condição de esses testes alternativos apresentarem previamente boa correlação com o critério (teste padrão em esteira, cicloergômetro ou piscina). Assim, se uma forte relação for evidenciada entre a medida de critério e a medida alternativa adotada, os indivíduos avaliados podem fazer uso de medidas alternativas (MORROW et al., 2014).
Um teste alternativo que possui boa validade de critério com relação a um teste já desenvolvido que apresenta alto custo de aplicabilidade e necessidade de avaliadores experientes (Reação em Cadeia de Polimerase em Tempo Real, ou qPCR) são os testes rápidos aplicados em farmácias. No caso do COVID-19, a partir de uma amostra de sangue inserida na cavidade de um pequeno poço de plástico de um instrumento, o sangue é captado por uma fita absorvente e entra em contato com o reagente, que irá identificar se há ou não a presença de anticorpos contra a Sars-Cov-2.
Em relação à validade por constructo, a evidência dessa comparação pode ser realizada tanto de forma lógica, a partir de observação, quanto por meios estatísticos (TRITSCHLER, 2003). Assim, esse processo existe para validar certas medidas que não podem ser observadas, mas que teoricamente existem, como o quociente do índice obtido a partir da comparação entre escores evidenciados com grupos distintos em relação a uma determinada variável ou atributo, como a inteligência (QI), e determinadas medidas de atitude em relação à prática de exercícios físicos e dieta, entre outros. 
Para que haja uma boa validade por constructo, é necessária que haja uma grande quantidade de informações lógicas ou estatísticas que, quando analisadas de forma conjunta, possam adicionar evidências de que dado atributo teórico está sendo medido (MORROW et al., 2014).
É muito importante considerar a validade por constructo na validação de certos instrumentos psicométricos que buscam avaliar o estado de saúde mental dos indivíduos. Uma vez que a variável “saúde mental” não pode ser de fato medida na prática, informações obtidas acerca de características, sentimentos e emoções dos avaliados, quando analisadas em conjunto, permitem a obtenção de um parâmetro, ou seja: uma evidência do estado de saúde mental em dado momento da avaliação.
A validade concorrente pode ser entendida como o grau em que um novo método desenvolvido se correlaciona com um método previamente existente e já validado (TRITSCHLER, 2003). Guedes e Guedes (2006) destacam que neste tipo de validade apresenta-se a relação estatística existente entre os indicadores obtidos pelo instrumento de medida já validado e os indicadores de mesma natureza obtidos pelo instrumento de medida alternativo, sendo possível, assim, adquirir informações que possam favorecer a aplicabilidade de um método alternativo. 
Nesse tipo de validade, os dados do critério se encontram disponíveis aproximadamente ao mesmo tempo que a classificação executada pelo previsor. Desse modo, a utilização da distância percorrida em um teste para mensurar o VO2máx pode ser considerada um exemplo de validade concorrente (MORROW et al., 2014).
Ainda no que diz respeito ao exemplo citado, como forma de verificar a validade concorrente na obtenção de medidas de intensidade submáximas de exercício, é possível lançar mão de uma avaliação a partir de um método já existente e validado (esteira ergométrica) e compará-la com a avaliação da intensidade submáxima em um ergômetro alternativo, como no aparelho de remo (Figura 5).
Em relação à categoria de validade preditiva, esta corresponde ao tipo de processo mais rigoroso para que seja possível estabelecer a validade de um teste. Ela envolve o uso de um critério (comportamento no futuro) que pode ser predito a partir de cálculos matemáticos. Assim, considera-se que um teste apresenta boa validade preditiva quando as medidas obtidas a partir dele são capazes de se correlacionar de forma significativa com outro comportamento ou característica futura (ROJAS; BARROS, 2003). 
Um exemplo de validade preditiva relaciona-se com uma graduação: ao considerar que o critério definido para o sucesso é a média de notas nas disciplinas, é possível “prever” o comportamento desse critério no futuro ao realizar o levantamento de dados do histórico escolar e da média de notas nas disciplinas do curso até o momento atual (MORROW et al., 2014).
No que diz respeito a esse exemplo, também é possível verificar os aspectos biomecânicos, antropométricos e de desempenho em diferentes tipos de nado durante o decorrer da infância. Com base nessas informações (comportamentos anterior e atual) e a partir de certos cálculos matemáticos que consideram as variáveis analisadas, é possível “prever” a possibilidade de as crianças avaliadas se tornarem indivíduos com um alto potencial de rendimento esportivo quando adultas.
CONCEITO EM MEDIDAS E AVALIAÇÃO: FIDEDIGNIDADE
O conceito de fidedignidade também pode ser encontrado na literatura como confiabilidade e apresenta o mesmo sentido que o empregado no dia a dia: um indivíduo considerado como fidedigno tem como característica a consistência. Assim, testes e escalas utilizados na avaliação devem constituir-se como instrumentos consistentes, lembrando que a consistência é obtida quando o instrumento é capaz de avaliar tudo o que é capaz. Por exemplo: uma balança de banheiro que monitora a massa corporal pode ser considerada um instrumento fidedigno, uma vez que é capaz de medir indivíduos de forma consistente. 
Porém, ela pode não ser considerada válida se puder avaliar algo além do que o proposto. Assim, cabe destacar que não é porque um instrumento é fidedigno que ele será sempre válido; além disso, toda avaliação precisa primeiro ser sempre fidedigna para que seja válida (TRITSCHLER, 2003).
É importante levar em consideração que quando um instrumento de avaliação é considerado fidedigno, sua consistência não poderá ser afetada por erros ou fatores que possam vir a ocorrer em detrimento da execução do teste, podendo aumentar ou reduzir a medida avaliada em dias consecutivos. Alguns exemplos incluem sinais de cansaço, fadiga e desconforto por parte dos avaliados durante a execução dos testes. Desse modo, um alto valor de fidedignidade poderá ser obtido apenas se os elementos que podem afetar negativamente a realização dos testes forem reduzidos ou eliminados (MORROW et al., 2014).
É importante considerar que a verificação da fidedignidade é obtida com base em um valor numérico que pode ser calculado a partir de evidências, o qual indica que o grau de fidedignidade pode variar de 0 até 1. Ressalta-se que, por melhor que seja um instrumento, ele nunca será perfeitamente fidedigno, visto que erros de medição sempre irão existir, independentemente da administração do avaliador. O índice de fidedignidade é mais facilmente obtido que o índice de validade; portanto, espera-se que os valores de fidedignidade sejam superiores aos valores correspondentes de validade (TRITSCHLER, 2003).
A fidedignidade, assim como a validade, pode ser classificada de acordo com suas categorias. A primeira delas refere-se à fidedignidade de teste-reteste. Os índices de teste-reteste são utilizados para estimar a consistência dos resultados obtidos a partir de um teste ao longo do tempo. Desse modo, para tal verificação, um grupo de pessoas deve ser submetido a um instrumento de avaliação duas vezes em um período de tempo relativamente curto. 
Os resultados (ou medidas) observados são então relacionados a partir de dois métodos estatísticos: o primeiro deles é a ANOVA, a qual também é chamada de análise de variância, que tem como finalidade comparar o resultado médio da aplicação do teste com o reteste. O segundo método estatístico utilizado para avaliar a fidedignidade teste-reteste consiste na correlação de Pearson, a qual visa correlacionar os resultados obtidos (TRITSCHLER, 2003).
Dentre as diferentes categorias de classificaçãoda fidedignidade, a de teste-reteste é a mais utilizada para instrumentos de avaliação em Educação Física e Esportes por ser apropriada para avaliações que envolvem respostas do padrão motor. Um fator que deve ser levado em consideração na obtenção dessa fidedignidade é o tempo de intervalo entre a administração das avaliações, posto que, caso haja um período muito longo entre a primeira e segunda, alterações físicas ou na aprendizagem podem interferir nos resultados. 
Desse modo, o ideal é que o intervalo entre a administração do teste e o reteste, bem como o coeficiente de fidedignidade, sejam registrados e tomados como pontos importantes ao se realizar a avaliação da confiabilidade (MORROW et al., 2014). Como exemplo, pode-se considerar a bateria de testes desenvolvida para a modalidade do basquete, que engloba indivíduos de ambos os sexos a partir dos dez anos até a idade universitária. Ressalta-se que a aplicação do reteste nos testes de basquetebol que integravam a bateria ocorreu poucos dias após o teste inicial. 
O índice de fidedignidade foi registrado para cada um dos testes administrados na bateria a partir do coeficiente de correlação intraclasse (CCI). Observou-se que, para o sexo masculino, o teste envolvendo controle da ação do drible variou de 0,88 a 0,95, enquanto que para o sexo feminino esse valor foi de 0,93 a 0,97. Tendo isso em mente, a Figura 7 apresenta o teste de controle da ação de drible.
Um outro tipo de classificação da fidedignidade é a de consistência interna. Tal medida está relacionada ao grau de consistência do indivíduo avaliado a partir de partes que constituem o teste ou em relação a cada tentativa executada. Assim, um teste pode ser dividido em duas partes equivalentes com o mesmo número de tentativas em cada metade (por exemplo: um teste de dez tentativas de arremesso no basquete que as divide em duas metades, com a primeira considerando as tentativas ímpares e a segunda as pares).
Desse modo, cada “resultado” do indivíduo passa a ser determinado para cada metade do teste e, por fim, essas duas metades são correlacionadas – esse tipo comum de fidedignidade é denominado de fidedignidade dividida ao meio. Todavia, a interpretação do índice de confiabilidade ao meio conforme apresentado anteriormente deve ser empregada com cautela, uma vez que, geralmente, testes mais demorados tendem a ser mais confiáveis do que testes aplicados em um menor período de tempo (MORROW et al., 2014). 
Desse modo, Tritschler (2003) afirma que o coeficiente de correlação dado para as metades do teste tende a subestimar seu grau de fidedignidade como um todo e, portanto, deve ser ajustado considerando a aplicação da fórmula de Spearman-Brown, objetivando representar a fidedignidade total do teste aplicado:
R do teste = 2 (r das metades) (1)
1+ (r das metades)
A fidedignidade de formas paralelas, também conhecida como fidedignidade equivalente, é aplicada essencialmente em instrumentos de avaliação escritos, sendo importante em pesquisas nas quais determinada forma de um instrumento é utilizada no pré-teste e outra no pós-teste, a partir da aplicação de alguma intervenção. Quando o grau de confiabilidade na verificação dessas formas paralelas de instrumentos é alto, considera-se que elas são possíveis de serem aplicadas, minimizando o resultado do teste do indivíduo avaliado. O índice dessa fidedignidade é obtido a partir do coeficiente de equivalência, sendo calculado a partir da correlação entre as formas de instrumentos utilizados durante o processo de validação (TRITSCHLER, 2003). 
A última classificação da confiabilidade se dá em função da proficiência repetida, sendo esta determinada com base na consistência observada nas medidas obtidas dos avaliados considerados proficientes e não proficientes em momentos distintos. Por exemplo: aplica-se determinado teste de proficiência duas vezes em um grupo de 80 pessoas. Dessas, 34 foram consideradas proficientes em ambos os momentos, 30 não proficientes em ambos, 9 proficientes apenas no primeiro momento da avaliação e 7 no segundo (TRITSCHLER, 2003).
Em resumo, embora cada classificação de fidedignidade seja interpretada de modo único, é difícil aceitar um grau de confiabilidade com índice menor que 0,70. Além disso, observa-se que testes que envolvem força muscular tendem a apresentar maiores índices de fidedignidade do que testes de aptidão motora. Por fim, ressalta-se que testes com maior tempo de aplicabilidade também tendem a apresentar maior grau de confiabilidade do que testes mais curtos (TRITSCHLER, 2003).
CONCEITOS EM MEDIDAS E AVALIAÇÃO: OBJETIVIDADE
De acordo com Tritschler (2003), a objetividade é entendida como o grau de consistência observado quando pretende-se obter o resultado de um instrumento utilizado em avaliações. Dessa maneira, a objetividade pode se dar, por exemplo, entre a associação da coleta de uma medida realizada de forma inter avaliador, ou seja, entre dois ou mais avaliadores (MORROW et al., 2014). 
Sendo assim, quando uma boa objetividade é diagnosticada (em outras palavras: a associação entre medidas coletadas por avaliadores distintos), determinado instrumento de avaliação pode então ser utilizado de forma consistente por diferentes avaliadores, permitindo a obtenção de resultados semelhantes independentemente de quem o esteja administrando. 
Por outro lado, ela também pode ser verificada a partir da objetividade intra resultados, que considera o grau de consistência na obtenção do resultado de uma medida por um mesmo avaliador. Assim, a estatística de correlação pode ser aplicada para verificar o coeficiente de objetividade e é importante destacar que, no geral, para uma boa objetividade são aceitos valores de 0,80 ou mais (TRITSCHLER, 2003).
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Após algumas etapas da avaliação, como a aplicação de testes e a obtenção de medidas, os resultados observados devem ser interpretados, a fim de concluí-la.
Em relação às variáveis que podem ser interpretadas, considera-se tanto as informações qualitativas como as quantitativas, visando comparar esses dados com algum padrão com o objetivo de julgar o aspecto do indivíduo que está sendo medido e, com base nisso, tomar decisões adequadas em relação ao que se objetiva (TRITSCHLER, 2003).
De acordo com Morrow e colaboradores (2014), é possível afirmar que, dentre os processos de avaliação, destaca-se a utilização de dois sistemas: a avaliação referenciada por normas e a avaliação referenciada por critérios.
NORMA DE REFERÊNCIA E CRITÉRIO DE REFERÊNCIA 
A avaliação referenciada por normas consiste na interpretação dos escores baseada na comparação com determinado padrão ou modelo considerado e recomendado pela literatura. Assim, torna-se possível comparar os resultados evidenciados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com “padrões normativos” pré-estabelecidos para as variáveis medidas, podendo estes serem, por exemplo, regionais, nacionais ou mesmo internacionais (SCHIMITT; BATAGLION, 2017). 
Um bom exemplo de avaliação referenciada por normas se dá na comparação da massa corporal e estatura de um grupo de crianças com relação ao padrão da curva de crescimento esperado para uma faixa etária e sexo, cuja base fundamenta-se em evidências observadas em indivíduos semelhantes. A partir dessa informação, é possível verificar quantas crianças desse grupo podem ser classificadas em valores de referência normal, acima do normal ou aquém.
A avaliação baseada em critérios de referência, ao contrário das normas de referência, fundamenta-se na classificação de uma avaliação de acordo com diferentes categorias. Para isso, técnicas específicas de validade são utilizadas para avaliações baseadas em critérios de referência. Ressalta-se que tais técnicas se diferem das aplicadas em normas de referência (MORROW et al., 2014).
Conforme apontado por Cureton e Warren (1990), as avaliações baseadas em critérios de referência apresentam certas vantagens e limitações, conforme apresentado a seguir.
VANTAGENS 
· Avaliações de diagnóstico específicas podem seraplicadas para melhorar o nível do critério se os padrões adequados não foram alcançados;
· Devido ao nível de desempenho não ser o aspecto mais importante, mas sim a obtenção de uma medida classificada em determinada faixa, em muitas competições o objetivo é alcançar o padrão do critério de referência adequado;
· As avaliações com base em critérios de referência trabalham com valores absolutos, sendo, portanto, independentes do número de indivíduos que alcance esse padrão;
· Critérios padrão de referência constituem índices específicos de desempenho almejados que são diretamente associados a um critério;
· Em avaliações por critério de referência, o desempenho associa-se a determinados resultados específicos;
· Os indivíduos avaliados reconhecem exatamente o padrão de resultado que é esperado deles durante a aplicação das avaliações.
LIMITAÇÕES
· As medidas utilizadas como pontos de corte dentro de cada categoria estão relacionadas ao julgamento subjetivo, o que pode afetar a determinação da seleção do critério de desempenho, uma vez que poucos critérios são de fato claramente definidos;
· No caso do uso de critérios de referência, as consequências da avaliação podem ser graves. Por exemplo: se um médico prescrever um medicamento com base em um critério de referência equivocado, é possível verificar diversas consequências graves nos pacientes que fizeram uso do medicamento;
· O estabelecimento de avaliações a partir de critérios de referencia pode desestimular os examinados que nunca atingem determinados pontos de corte a melhorar determinada variável, fazendo-os perder o interesse. Também pode desmotivar aqueles indivíduos que já atingiram o ponto de corte pré-estabelecido a buscarem alcançar maiores níveis quanto às medidas avaliadas.
· Como exemplo de avaliação por critério de referência, pode-se considerar o teste disponível na obra Physical Activity Guidelines for Americans (2008). As recomendações indicam que, para que os benefícios à saúde humana possam ser mantidos ou melhorados, indivíduos adultos devem manter pelo menos 150 minutos de atividades físicas e/ou exercícios que combinem as intensidades moderada e vigorosa.
· Em relação a esta última, considera-se o dobro de tempo em minutos. Por exemplo: uma pessoa pode ser capaz de atender a recomendação semanal de prática de atividades físicas e/ou exercícios se mantiver pelo menos 75 minutos (150 minutos = 2x 75 minutos) de exercícios ao longo da semana somente na intensidade vigorosa.  
· Assim, o que vale é ter realizado um acúmulo de 150 minutos de atividade ou exercícios entre a intensidade moderada e vigorosa ao longo da semana. Isso posto, considera-se como critério de referência os 150 minutos. Se por diversos fatores os indivíduos não atingirem o critério pré-estabelecido, ajustes ou sugestões podem ser feitos a fim de auxiliá-los a alcançar esse critério na próxima semana ou ao longo de determinado período. 
· Caso uma pessoa já mantenha regularmente essas recomendações em relação à prática de atividades e exercícios físicos, ao estabelecer novamente o mesmo critério (ou seja: que ela realize 150 minutos de exercícios de intensidade moderada a vigorosa ao longo da semana) pode haver uma certa desmotivação em virtude de não se perceber um benefício adicional à saúde quando forem realizados esforços acima dos 150 minutos recomendados, limitando assim a prática de exercício físico adicional para este indivíduo. 
· Outro exemplo de avaliação realizada com base em critérios de referência consiste nas baterias de testes que visam avaliar os níveis das aptidões físicas relacionadas à saúde. Em relação a um desses componentes de aptidão, destaca-se a avaliação da flexibilidade. O critério considerado como padrão no teste de avaliação da flexibilidade (especificamente no teste de sentar) é o indivíduo examinado ser capaz de posicionar os dedos das mãos nos dedos dos pés quando as pernas se encontram completamente estendidas. 
EXPLICANDO: Entende-se por aptidões físicas relacionadas à saúde aquelas capacidades físicas inerentes aos indivíduos que são requeridas pelas atividades físicas realizadas no dia a dia, como flexibilidade, resistência cardiorrespiratória, força muscular e equilíbrio, entre outras. 
Caso seja capaz de ultrapassar essa referência, o avaliado pode ser considerado como “muito flexível”; em contrapartida, se não for capaz de alcançá-los, pode ser considerado como “pouco flexível”. Há ainda um outro exemplo clássico de avaliação por critério de referência: o Índice de Massa Corporal (IMC).
Desse modo, pode-se afirmar que, em referências que se baseiam em critérios, os escores das medidas obtidas são categorizados de acordo com pontos de corte pré-determinados, estabelecendo a partir da análise dos resultados individuais ou em grupo uma estimativa de “sucesso” ou “fracasso” em relação ao desempenho fundamentado na análise das medidas de resultado (GUEDES; GUEDES,2006).
Assim sendo, no Quadro 1 encontram-se as principais diferenças entre avaliação por norma e avaliação por critério.
SINTETIZANDO
Ao longo desta unidade, compreendemos as características dos conceitos básicos inerentes à avaliação física, as qualidades psicométricas e os tipos de comparação conduzidos com os resultados observados, cujo objetivo é estabelecer uma avaliação direcionada para determinada finalidade. Tais conteúdos são muito importantes dentro da disciplina de Medidas e Avaliação, uma vez que servirão de base para uma boa atuação do profissional.
Entendemos que existem características que se diferenciam em relação à aplicação de testes e que as medidas podem ser obtidas de diferentes maneiras, bem como há duas formas de classificar os resultados de uma avaliação. Esses resultados constituem informações imprescindíveis para que o profissional de Educação Física seja capaz de identificar diferentes possibilidades de testar, medir e avaliar um grupo de pessoas, cabendo ajustar seu orçamento e disponibilidade à sua capacidade de desenvolver uma avaliação.
Quanto às qualidades psicométricas, analisamos os princípios de validade, fidedignidade e objetividade, os quais permitem ao profissional a possibilidade de gerir de maneira adequada o teste que será escolhido ou desenvolvido e validado. Isto visa garantir que essa escolha seja feita da melhor maneira, atendendo a critérios pré-estabelecidos, minimizando, assim, um possível erro de medida ao optar por um teste indireto e aproximando-se o máximo possível da realidade do examinado.
UNIDADE 3 – HISTORICO E PRINCIPAIS TECNICAS NA AREA DA ANTROPOMETRIA.
HISTORICO DA ANTROPOMETRIA
A etimologia da palavra antropometria vem do grego anthropos, que significa homem, e metrom, que corresponde a medida. Desse modo, a Antropometria compreende uma parte da antropologia que estuda as proporções e medidas do corpo humano (MICHELS, 2000). Os aspectos relativos ao biotipo do homem, como a composição corporal, têm apresentado evolução desde o período pré-histórico, visando como principal fator a adaptação frente às necessidades de sobrevivência ao meio, como caça, pesca, locomoção e adaptação ao clima (WANG; WANG, HEYMSFIELD, 1999).
A própria evolução humana ao longo do tempo e as mudanças promovidas na sociedade, tais como os grandes conflitos armados, a ênfase na ascensão social e a estética, fazem o ser humano alterar o seu próprio biotipo ao longo das épocas (MICHELS, 2000). A esse exemplo, é possível considerar o ideal do padrão de beleza predominante durante o período Paleolítico e suas transformações, conforme observado nas “estatuetas de vênus”, como a Vênus de Dolni Vestonice (27-31 mil anos, período Paleolítico), a Vênus de Willendorf (24-26 mil anos; período Paleolítico), a Vênus de Kostenki (30-15 mil anos; p eríodo Paleolítico) e a Vênus de Cucuteni (5.500-2.750 anos; período Neolítico).
Assim, no decorrer da história, o ser humano promove mudanças em virtude dos acontecimentos ou necessidades vivenciadas, transformando as características biológicas em valores matemáticos, contribuindopara o desenvolvimento da Antropometria (MICHAELS, 2000). Dados anteriores revelam que, durante o período antigo, os valores antropométricos eram utilizados por várias civilizações a fim de traçar parâmetros adequados aos segmentos corporais. Os egípcios, por exemplo, consideravam 19 polegadas a estatura ideal de um indivíduo, enquanto para os gregos tal valor correspondia a 8 vezes o tamanho da sua cabeça (SCHMITT; BATAGLION, 2012).
A história apresenta que, na Grécia antiga, ao longo do período clássico, há o primeiro registro de medidas de proporcionalidade, empregadas pela primeira vez pelo escultor Phidias (490-430 a.C), ao projetar o templo de Partenon, dedicado à deusa Atena. Na projeção do templo, Phidias fez uso da medida de proporção áurea. Tal proporção também se verifica em relação aos segmentos do corpo, como a medida entre a cabeça e o umbigo ou entre o umbigo e os pés, aplicada durante o período renascentista por Leonardo da Vinci em obras como a Monalisa e o Homem Vitruviano, representando um ideal de beleza conforme os padrões antropométricos da época (FREITAS JR., 2018).
Somado às artes no geral, a Antropometria do corpo humano também é utilizada como parâmetro para a criação de ferramentas e outros materiais de trabalho. Nos períodos de escravidão de presidiários de guerras e negros, medidas antropométricas, como estatura e massa corporal, eram levadas em consideração na compra de escravos de acordo com a utilidade (SCHMITT; BATAGLION, 2012).
A partir do século XIX, a Antropometria ganha grande relevância, dado o impulso de diversas escolas (francesa, alemã, americana e italiana), que dão origem às pesquisas sobre Antropometria. Na atualidade, dados antropométricos são muito aproveitados em vários setores, como indústrias, produtos de consumo, habitação, entre outros (FREITAS JR., 2018).
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA 
A Antropometria é a verificação de dimensões físicas e composição corporal (SCHMITT; BATAGLION, 2012). Nesse sentido, a avaliação antropométrica é empregada para identificar tamanho, forma, proporção e composição corporal dos indivíduos (MARTINS; WALTORTT 2007). As avaliações antropométricas são aplicadas em vários setores, como indústria de beleza, automóveis, moda, produção de móveis, equipamentos eletrônicos, além das ciências da saúde (SCHMITT; BATAGLION, 2012).
Quanto à indústria de beleza, tamanho, forma e composição corporal são levados em consideração nos concursos de beleza, que classificam candidatas e candidatos tendo por base o “padrão” antropométrico julgado o mais adequado à beleza do indivíduo. Em relação à produção de automóveis, as variáveis antropométricas são levadas em consideração ao definir as medidas do volante, marcha e retrovisores, de modo a se adequar às características morfológicas do motorista.
Na indústria da confecção de roupas, a identificação de medidas de massa corporal, estatura e tamanho dos segmentos corporais são importantes para produzir vestimentas adequadas às características da população. Na construção de equipamentos eletrônicos, a antropometria, sobretudo em relação às proporções das mãos e dedos, também é levada em consideração ao criar teclados de computadores e celulares. Na área das ciências da saúde, como a medicina, os indicadores antropométricos são vitais para acompanhar o crescimento e desenvolvimento adequado de bebês, crianças e adolescentes.
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA NA EDUCAÇÃO FISICA
No que concerne ao contexto da Educação Física, as avalições antropométricas são empregadas por profissionais ou pesquisadores da área a uma série de populações com pessoas de características distintas, tendo por objetivo diversas finalidades (TRITSCHLER,2003).
A avaliação antropométrica, sobretudo da composição corporal, é parte de uma avaliação abrangente dos componentes da aptidão física relacionados à saúde. Uma vez detectados percentuais elevados de massa corporal gorda, se entende que esses valores devem ser reduzidos, a fim de promover uma melhora dos componentes da aptidão física, como resistência e força muscular, que se relacionam com a composição corporal.
Para monitorar mudanças nos componentes corporais a partir de um programa voltado ao emagrecimento, o uso de avaliações da composição corporal é relevante, de modo que as alterações nos parâmetros de massa corporal magra e gorda servem de referência para ajustes na intervenção e também, quando apresentadas, motivem a continuar no programa de dieta ou treino proposto. Somado a isso, se destaca o emprego de avaliações antropométricas com a finalidade de monitorar e identificar o grau de eficiência de programas de treinamento físico voltado ao rendimento esportivo.
Quando variáveis como estatura, massa corporal total e massa corporal magra dos sujeitos, estão de acordo com os índices adequados para o esporte praticado, o desempenho na prática da modalidade tende a ser superior. No basquetebol, a variável estatura é uma característica a ser levada em consideração quando se objetivam bons resultados no que tange ao desempenho.
Em suma, a avaliação antropométrica no contexto da Educação Física tem como objetivo proporcionar a identificação de medidas de tamanho, proporção, forma e composição corporal relativos ao indivíduo, a fim de possibilitar que os resultados dessas medidas auxiliem no entendimento das características da performance esportiva e o exercício físico (MARTINS; WALTORTT, 2007).
TÉNICAS E INSTRUMENTOS
Há uma série de instrumentos empregados na obtenção das medidas para avaliação na área da Educação Física e Esportes, como os que verificam capacidades motoras (testes motores), variáveis bioquímicas (testes laboratoriais) e atributos antropométricos. Em relação a estes últimos, Guedes e Guedes (2006) destacam instrumentos antropométricos que podem ser aplicados à obtenção das medidas de certos atributos.
Em relação ao crescimento físico, este pode ser verificado a partir de instrumentos de medida antropométricos que sejam capazes de fornecer indicadores de altura, massa corporal, largura corporal, diâmetros da arquitetura da região dos ombros e quadril, diâmetros ósseos, entre outros, conforme verificado no Quadro 2.
EXPLICANDO: Parâmetros antropométricos que monitoram o crescimento físico, além de seu uso por profissionais da saúde no monitoramento do desenvolvimento físico, são empregados no contexto da Educação Física em larga escala, em parâmetros de prescrição e monitoramento dos resultados de programas sistematizados de treinamento.
ESTATURA, MASSA CORPORAL E IMC
A técnica aplicada para a obtenção da medida de estatura
Conforme apontado por Guedes e Guedes (2006) a medida da estatura é obtida ao verificar a distância entre o ponto mais alto da cabeça até a planta dos pés (a partir do uso de um estadiômetro ou de uma fita métrica). Tal medida é obtida com a pessoa avaliada em pé ou em decúbito dorsal, sendo mais comum a posição em pé (ortostática). Em relação a essa última posição, quando adotada, é preciso:
 
· Permanecer em pé, mantendo pés descalços e unidos;
 
· Manter toda parte posterior do corpo (calcanhar, panturrilhas, costas, cabeça) próximos ao instrumento de medida;
 
· Manter braços estendidos ao longo do corpo;
 
· Distribuir o peso entre as pernas;
 
· Manter o olhar fixo no horizonte.
 
Em relação à posição de quem avalia, Guedes e Guedes (2006), afirmam que a pessoa deve:
 
· Permanecer em pé, ao lado direito da pessoa examinada;
 
· Utilizar a mão direita para manter a cabeça no plano de Frankfurt (quando necessário);
 
· Utilizar a mão esquerda para comprimir os cabelos e fazer a leitura adequada da medida da estatura do indivíduo.
A técnica aplicada para a obtenção da medida da altura troncoencefálica
A medida troncoencefálica é avaliada quando se objetiva monitorar o crescimento físico e analisar a característica étnica de cada população. Essa medida é obtida a partir da verificação da distância entre o ponto mais alto da cabeça e as espinhas isquiáticas, com a pessoa avaliada em posição sentada (GUEDES; GUEDES, 2006). Considerandoa posição, se senta sobre um banco de 50 centímetros de altura, com quadris em torno de 90° em relação ao tronco, mantendo o olhar fixo à frente. Enquanto isso, a pessoa que avalia fica de pé ao lado direito da pessoa examinada (ALVAREZ; PAVAN, 2009).
A técnica aplicada para a obtenção da medida da massa corporal
A massa corporal é uma medida capaz de refletir o peso corporal total (ALVAREZ; PAVAN, 2009), sendo utilizada para averiguar o crescimento físico e o estado nutricional do indivíduo (SCHMITT; BATAGLION, 2012). Assim, tal medida é obtida a partir de uma balança manual ou digital (GUEDES; GUEDES, 2006). Conforme apontado por Guedes e Guedes (2006), para avaliação do peso corporal, a pessoa avaliada permanece sobre a balança com o mínimo de vestimenta possível, sem o uso do calçado, com o peso distribuído entre as pernas. Quem avalia fica ao lado da balança, de frente para a escala de medida.
A técnica aplicada para a obtenção da medida de IMC
O índice de massa corporal, também conhecido como IMC, consiste em uma medida obtida a partir de dados antropométricos de uma pessoa (massa corporal total e estatura), cujo principal objetivo é avaliar, de forma indireta, a composição corporal, sendo uma medida muito útil em várias situações clínicas e de campo (TRITSCHLER, 2003). O IMC é determinado a partir da divisão da massa corporal total (quilogramas) pela estatura elevada ao quadrado (em metros) (WHO 2000). Por exemplo, se uma pessoa apresenta 1,60 m de estatura e tem uma massa corporal total de 65 kg, ela possui um IMC de 25,3 [65/ (1,60)2]. Assim, a partir do resultado obtido, a pessoa avaliadora faz a classificação conforme o Quadro 3.
Embora o IMC seja uma variável aplicada em larga escala, o erro padrão tende a ser elevado quando empregado em grupos específicos, como crianças e idosos, em razão da rápida alteração na massa corporal magra. Mesmo para indivíduos em idade adulta, o IMC é falho na capacidade de diferenciar a massa corporal magra da massa corporal gorda. Desse modo, uma mulher com IMC com valor de 23 tem entre 24 a 34,4% de gordura corporal, enquanto um homem com mesmo IMC tem entre 9,3 e 21,3% (TRITSCHLER, 2003).
PERIMETRIA, RCQ E IC
A técnica aplicada para a obtenção dos perímetros corporais
Perímetros corporais consistem em medidas de segmentos corporais. A avaliação de perímetros fornece informações sobre o crescimento, mas também auxilia na interpretação de informações sobre a distribuição da gordura do corpo e o estado nutricional da pessoa avaliada (PELEGRINI et al., 2015). A técnica para obtenção das medidas de perimetria envolve o uso de uma fita métrica flexível (material metálico ou outro, desde que não apresente elasticidade). Assim, orienta-se que as fitas tenham comprimento aproximado de 2 metros, a fim de facilitar o seu manuseio.
Quem avalia, segura o marco da fita com o ponto zero com a mão esquerda e o restante com a mão direita. Em seguida, realiza três medidas seguidas no mesmo local (segmento), adotando o valor medial e posicionado de forma que a visão permaneça no plano do local medido (AZEREDO, 2010). Não menos importante, para que a medida de perímetro seja feita de maneira adequada, é essencial que ela seja feita sobre a pele “nua”, isto é, local descoberto.
O perímetro da coxa pode ser medido de forma proximal, medial ou distal. Para a obtenção de quaisquer desses tipos de medida, a pessoa avaliada permanece em pé. Em relação à medida proximal, quem avalia se posiciona agachado de forma lateral à coxa direita a ser medida. Na sequência, abaixo da curvatura do glúteo, deve se posicionar a fita métrica, em sentido horizontal, ao redor da coxa (FREITAS JR., 2018).
 
Na obtenção do perímetro da coxa medial se encontra o ponto médio, entre a prega inguinal e a porção proximal da patela. Para localizar a linha inguinal, é importante realizar uma flexão do quadril da perna direita (a ser medida), apoiando a perna sobre uma superfície alta, de forma que o quadril e joelho apresentem uma flexão aproximada de 90°. Na sequência, é medido o comprimento da perna (entre a prega inguinal e a porção proximal da patela), a fim de marcar o ponto médio e medir a circunferência da coxa medial (MARTINS; LOPES, 2009; FREITAS JR., 2018). Quanto ao perímetro da perna medial, ele varia de indivíduo para indivíduo. Para a obtenção da medida, é necessário encontrar, de preferência na perna direita, o ponto médio no qual há maior volume da musculatura dos gastrocnêmios, e então aplicar a circunferência sobre esse ponto, estando o examinado em pé e com o peso distribuído entre as duas pernas (GUEDES; GUEDES, 2006).
 
Para a obtenção da medida do perímetro do braço, é recomendado permanecer de pé, com o peso distribuído entre as pernas, mantendo o antebraço direito com uma angulação aproximada de 90° em relação ao braço e a palma da mão direita voltada para cima. Assim, quem avalia se posiciona em pé, de frente à lateral direita do corpo da pessoa avaliada. O ponto medido pela circunferência é a distância média entre a borda súperolateral do acrômio e a região do olecrano da ulna (GUEDES; GUEDES, 2006).
 
Para se realizar a medida do perímetro do antebraço, a pessoa examinada permanece em pé, mantendo pés à largura dos ombros e braço direito relaxado, afastado do tronco e com a mão na posição supina. Em pé, se posicionando de frente à pessoa avaliada, quem examina posicionar a fita métrica de forma perpendicular sobre a maior área de circunferência do antebraço (FREITAS JR.,2009).
 
O ponto para obtenção da medida da cintura é a área de menor perímetro do abdômen. Para isso, a pessoa avaliada permanece em pé e quem avalia se agacha, em posição lateral. A partir do ponto identificado, é passada a fita, de trás para frente. Quando ela está posicionada de forma adequada, a pessoa examinada expira e a medida é realizada (MARTINS; LOPES, 2009).
 
O perímetro do quadril é obtido levando em conta a maior região dos glúteos e os trocânteres. Quanto à pessoa avaliada, ela permanece em pé, mantendo coxas e pernas unidas, além de braços afastados ao longo do corpo. Já quem avalia fica em posição agachada, de maneira lateral e à direita da pessoa examinada. Assim, a medida é feita por fita métrica sobre a maior região dos glúteos, observando sua passagem lateral pela região da pele e os trocânteres (MARTINS; LOPES, 2009).
A técnica aplicada para a obtenção da razão cintura-quadril (RCQ)
A técnica é aplicada com vistas a identificar o acúmulo excessivo de gordura na região do abdômen, uma vez que a gordura em excesso demonstra associação com alto risco para o desenvolvimento de doenças cardiometabólicas (TRITSCHLER, 2003). Assim, a obtenção dessa medida é feita de forma simples e com baixo custo. A RCQ nada mais é do que a medida da circunferência da cintura (perímetro da cintura) dividida pela medida da circunferência do quadril (perímetro do quadril). Um resultado de 0,85 ou menos para as mulheres e 0,95 ou menos para os homens representa um menor risco para o desenvolvimento de doenças crônicas relacionadas à gordura corporal na região da parede abdominal (TRITSCHLER, 2003; GUEDES; GUEDES, 2006).
A técnica aplicada para a obtenção do índice de circunferência da cintura (ICC)
A medida de circunferência da cintura substitui a medida da RCQ, posto que também se constitui de um método preditor de risco para o desenvolvimento de doenças cardiometabólicas. O ICC é obtido a partir da obtenção da circunferência da cintura (perímetro da cintura). Para o sexo feminino, o valor aceitável para baixo risco é de até 89 cm, enquanto esse índice corresponde a até 101 cm para os homens (TRITSCHLER, 2003).
DOBRAS CUTÂNEAS E COMPOSIÇÃO CORPORAL 
// Medidas de dobras cutâneas
A dobra cutânea é entendida como uma medida de dobra da pele e da camada de gordura subcutânea localizada abaixo dela. A espessura de uma dobra cutânea é verificada a partir de um instrumento chamado de compasso ou adipômetro, cuja medida é registrada em milímetros. O principal objetivo, ao medir a espessura de uma dobracutânea, é estimar a gordura corporal (TRITSCHLER, 2003).
Uma série de equações podem estimar a composição da gordura do corpo, levando em consideração medidas antropométricas e dobras cutâneas mensuradas (FREITAS JÚNIOR, 2009). Há equações que requerem maior ou menor número de medidas de dobras cutâneas dos segmentos do corpo, equações desenvolvidas para populações específicas, como adolescentes ou idosos, além de equações desenvolvidas para estimativa da gordura corporal com determinado sexo específico. As principais dobras cutâneas utilizadas para estabelecer a medida da gordura corporal nas diferentes equações:
· Panturrilha medial;
· Coxa medial;
· Supra ilíaca;
· Abdominal;
· Peitoral;
· Axilar média;
· Subescapular;
· Antebraço;
· Bíceps medial;
· Tríceps medial;
É importante destacar que, conforme apontado por Freitas Júnior (2009), independente da dobra a ser medida, quem avalia deve:
· bullet
Realizar sempre as medidas ao lado direito do examinado;
· bullet
Identificar e demarcar os pontos a serem medidos;
· bullet
Utilizar o dedo polegar e indicador da mão esquerda para destacar a prega a cerca de 1 cm;
· bullet
Quando posicionar o dedo indicador e polegar sobre a pele, deve fazê-lo a uma distância aproximada de 8 cm, de forma perpendicular em relação à prega cutânea a ser medida;
· bullet
Destacar a prega cutânea durante o momento da medida;
· bullet
Manter o adipômetro posicionado de forma perpendicular à prega, cerca de 1 cm abaixo dos dedos;
· bullet
Medir de fato a prega 4 segundos após ter liberado a pressão dos dedos sobre a região.
MEDIDAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL
A composição corporal alude às principais estruturas componentes do corpo humano. Assim, se destaca que a composição do corpo humano é um conjunto de ossos, massa corporal magra, massa corporal gorda, sangue, água corporal total, entre outros elementos (TRITSCHLER, 2003). A única forma de verificar a composição corporal de uma pessoa se dá pela técnica de dissecação de cadáveres, algo impossível de ser feito com um indivíduo em vida.
Assim, a estimativa da composição corporal, isto é, das principais estruturas que compõem o corpo humano, só é possível a partir do uso de várias técnicas, as quais apresentam benefícios e limitações. Entre essas técnicas, se destacam a pesagem hidrostática, a pletismografia, densitometria por dupla emissão de raios X (DEXA), medida de dobras cutâneas e a técnica de bioimpedância (TRITSCHLER, 2003; GUEDES; GUEDES 2006).
Com relação à pletismografia e DEXA, ambas se destacam como técnicas confiáveis pois apresentam menor erro de medida em relação às demais. Em contrapartida, necessitam de alto custo para aplicação, além de profissionais especializados para manipulação dos equipamentos, sem falar no diagnóstico mais demorado. No entanto, é importante ressaltar que, dentre os métodos existentes, a avaliação conduzida pela técnica de DEXA é considerada padrão ouro porque possui valores de composição corporal mais próximos aos reais.
Por outro lado, as técnicas de medidas de dobras cutâneas e bioimpedância, feitas a partir do uso de compasso de dobras cutâneas e uma balança de bioimpedância, oferecem maior acessibilidade para estimativa da composição corporal, devido ao baixo custo e maior facilidade de aplicação. Porém, elas se limitam a fornecer medidas com maior erro, dificultando a interpretação do valor real mensurado. Nesse sentido, ainda é importante ressaltar que, independente da técnica utilizada para verificar uma ou mais estruturas ou elementos do corpo humano, em hipótese alguma é possível obter a medida real de tais elementos.
DICA: Avaliação da composição corporal pela técnica de dobras cutâneas ou bioimpedância apresentam o mesmo índice de variação da medida. Nesse caso, na escolha por uma ou outra técnica, é recomendado levar em consideração a experiencia do avaliador, a precisão do compasso, o conhecimento das equações aplicadas ás diferentes populações e as características da balança.
DIAMETROS OSSEOS E FRACIONAMENTO EM QUATRO COMPONENTES. 
A TECNICA APLICADA PARA OBTENÇÃO DOS DIAMETROS ÓSSEOS
Diâmetros ósseos são compreendidos como distâncias entre dois pontos anatômicos distintos, caracterizados por protuberâncias ósseas de forma perpendicular ao eixo longitudinal do corpo. Dentre os principais, se destacam diâmetro biacromial, bicrista ilíaca, biepicondilar do fêmur, bimaleolar, biepicondilar do úmero e biestilóide. Tais diâmetros podem ser mensurados de ambos os lados do indivíduo examinado. Porém, é preferível que sejam verificados a partir do lado direito (GUEDES; GUEDES, 2006). Independente do diâmetro ósseo que se pretende medir, é necessário que a pessoa adote a sequência dos seguintes passos:
· bullet
Identificar os pontos anatômicos que deseja medir;
· bullet
Usar caneta ou outro marcador, para demarcar e localizar os pontos anatômicos;
· bullet
Medir três vezes consecutivas a mesma medida do diâmetro;
· bullet
Definir o valor mediano como resultado para a medida.
Os instrumentos para a verificação das medidas de diâmetros ósseos são os paquímetros, compassos e antropômetros, sendo que suas características variam conforme o diâmetro ósseo avaliado. O diâmetro biacromial compreende a distância entre o processo acromial esquerdo e direito. Para que a medida seja obtida, é indicado que o avaliado em pé, mantenha os braços alinhados ao lado do corpo e pés afastados na largura dos ombros. Enquanto isso, quem avalia, também em pé, se posiciona atrás (ALVAREZ; PAVAN, 2009).
Para a determinação do diâmetro bicrista-ilíaca, são utilizadas as proeminências das bordas superiores das cristas ilíacas. Em relação à posição da pessoa avaliada, ela deve estar em posição ortostática, afastamento dos pés na largura dos ombros e peso distribuído, deixando os braços estendidos ao lado do corpo. Já quem avalia, realiza a obtenção da medida de frente ou por trás do indivíduo (GUEDES; GUEDES, 2006). Para a obtenção correta do diâmetro biepicondilar do fêmur, se leva em consideração os pontos laterais e mediais do côndilo de maior destaque. Assim, para adequada visualização e medição, se orienta que o indivíduo esteja sentado, mantendo os joelhos flexionados em torno de 90°, enquanto quem avalia permanece em posição agachada em frente ao indivíduo.
A técnica envolvida na obtenção da medida do diâmetro bimaleolar requer que o avaliado permaneça sentado e com os pés afastados, estando o avaliador agachado à frente deste. É importante ressaltar que, em relação ao instrumento para a avaliação (compasso ou antropômetro), as hastes devem ser colocadas em posição oblíqua entre os pontos mais aparentes para a avaliação, uma vez que se encontram em planos distintos (GUEDES; GUEDES, 2006).
As referências anatômicas para obtenção da medida do diâmetro biepicondilar do úmero são os epicôndilos lateral e medial. Assim, é necessário que o avaliado esteja em pé, mantendo braços alinhados e estendidos na posição horizontal à frente da região do tronco, estando com ombro e cotovelo flexionados a cerca de 90°. Em relação à posição do avaliador, é indicado permanecer também em pé, de frente ao examinado (ALVAREZ; PAVAN, 2009; GUEDES; GUEDES, 2006).
A medida do diâmetro biestilóide é feita a partir da medição entre a distância das apófises do rádio e da ulna. Para sua obtenção, é necessário que o avaliado permaneça em pé, mantendo o seu braço direito estendido, em posição pronada à frente do corpo, com a mão flexionada para baixo. Por outro lado, o avaliador permanece em pé, de frente ao indivíduo examinado (ALVAREZ; PAVAN, 2009).
// Os quatro componentes da composição corporal
O avanço em relação ao estudo da composição corporal permite que as estruturas e elementos sejam classificados de acordo com os níveis de organização e análise, correspondendo ao fracionamento em quatro componentes, conforme se observa no Diagrama 1.
Conforme apontado por Freitas Júnior (2018):
No nível atômico (1), a composição do corpo se dá a partir dos elementos químicos que o compõem, como gases, cálcio, fósforo e potássio,muito importantes para a realização de processos químicos da célula, além da homeostase e manutenção da saúde do organismo;
Já no nível molecular (2), os elementos são compostos moleculares que também apresentam importante papel na regulação dos processos metabólicos. A esse respeito, se destacam, além dos compostos principais apresentados no Diagrama 1 (água, lipídios e proteínas), os ácidos nucléicos, presentes nos ácidos ribonucleicos (RNA) e desoxirribonucleicos (DNA);
Quanto ao nível celular (3), a massa celular é caracterizada pela presença de diferentes tipos de células, tais como osteócitos, miócitos e adipócitos. Enquanto os fluídos se caracterizam pela junção entre água e plasma intra e extravascular associadas a determinadas substâncias como colágeno, fibras elastinas, cálcio e fósforo;
Por fim, quanto ao nível tecidual, ele é composto pela presença de quatro tecidos corporais, sendo, em tese, mais simples de ser mensurado. É o mais utilizado para estabelecer medidas de composição corporal na área da Educação Física por levar em consideração a musculatura esquelética e a gordura corporal, fatores influenciados pelos programas de exercícios propostos.
SOMATOTIPO
Somatotipo é entendido como a distribuição da composição corporal de uma pessoa que dá origem a sua forma, ou seja, a sua proporção corporal. Desse modo, os somatotipos existentes são endomorfo, mesomorfo e ectomorfo. Indivíduos que apresentam o padrão endomorfo tendem a apresentar maior percentual de gordura corporal, enquanto mesomorfos apresentam maior massa muscular e, por fim, ectomorfos tendem a ser magros e longilíneos (FREITAS JR., 2018).
Conforme apontado por Petroski (2009), o método mais comum para avaliar o somatotipo é o Health Carter, aplicado a uma série de pessoas com características distintas, como praticantes de exercícios e atletas profissionais, a fim de auxiliar no processo de verificação de alterações físicas relacionadas ao treinamento físico. Tal método é aplicado quando obtidas as seguintes medidas antropométricas: massa corporal, estatura, prega tricipital, subescapular, suprailíaca e coxa medial, diâmetro biepincondilar do úmero e fêmur, perímetro do braço e da perna (FREITAS JR., 2018). Na Figura 8, é possível ver uma representação dos diferentes somatotipos.
AVALIAÇAO POSTURAL
A boa postura corresponde a um estado de completo equilíbrio entre o tecido ósseo e muscular, tecidos capazes de fornecer uma proteção adequada às demais estruturas corporais, independente da posição adotada. A avaliação postural é conduzida de inúmeras formas, entre as quais se destacam a avaliação clássica e a avaliação por fotogrametria digital.
A avaliação clássica ou visual permite a verificação qualitativa acerca das possíveis assimetrias corporais nos diferentes planos (BACK; LIMA, 2009). Apesar de ser mais simples e de baixo custo, uma limitação importante da técnica se relaciona ao fato de que a avaliação qualitativa visual faz com que poucas alterações posturais sejam verificadas, abrindo margem para erros de avaliação e variações entre interpretações feitas por examinadores distintos
Por outro lado, a técnica de fotogrametria ou análise digital das imagens, como também é conhecida, requer maior custo de aplicação, seja na compra de uma lente apropriada para a verificação fotográfica ou na compra do software específico para esse tipo de avaliação. Não se pode esquecer ainda que a aplicação da técnica requer que o profissional avaliador tenha instrução adequada para manuseio do equipamento e do software utilizado nas análises, que são mais objetivas que a avaliação visual (FEDORAK et al., 2003). Independente da técnica aplicada, a respeito dos elementos referentes à postura do indivíduo, se destacam a verificação da flexão de tronco, a avaliação do apoio podal, a avaliação da marcha, os testes musculares (comprimento do grande dorsal, medição lombar, peitoral menor, peitoral menor) e o comprimento dos músculos flexores do quadril (BACK; LIMA, 2009). (FEDORAK et al., 2003).
AVALIAÇÃO FUCIONAL
A capacidade funcional consiste na capacidade do indivíduo em manter em níveis adequados as habilidades mentais e físicas no decorrer da vida, aspectos importantes para autonomia e independência na realização de ações motoras desempenhadas no dia a dia. Desse modo, a redução da capacidade funcional, em virtude de inúmeros fatores, como maior fragilidade ou envelhecimento, se associa à perda de autonomia, mobilidade e maior risco de morte (CORDEIRO et al., 2002). Dentre os inúmeros instrumentos na prática clínica para realização da avaliação funcional, se destacam a medida de independência funcional (MIF), a escala de equilíbrio de Berg (EEB), o Short Form-36 (SF-36), o teste funcional de mobilidade e o teste de caminhada de 6 minutos (NUNCIATO; PEREIRA; BORGHI-SILVA, 2012).
Em relação à MIF, tal instrumento consiste numa escala que avalia 18 categorias, pontuadas de 1 a 7, que classificam quanto ao nível de independência para a realização da tarefa. Já a EEB é um instrumento com 14 itens relativos às atividades comuns desempenhadas no dia a dia, que visa avaliar o controle da postura. Por outro lado, o SF-36 é um questionário formado por 36 itens que tem por finalidade avaliar a qualidade de vida funcional entre demais aspectos do indivíduo (emocional, saúde mental; etc.) (NUNCIATO; PEREIRA; BORGHI-SILVA, 2012).
Em contrapartida aos demais testes apresentados, o teste funcional de mobilidade é um teste prático no qual o avaliado se levanta de uma cadeira, caminha por três metros e se senta outra vez. De acordo com o tempo despendido para a realização do mesmo, é possível estimar a capacidade de equilíbrio, estabilidade e mudança de trajetória do avaliado. Por fim, o teste de caminhada de 6 minutos estima a capacidade funcional do indivíduo como um todo (cardiovascular, metabólica e muscular), a partir da verificação da distância total obtida a partir de uma caminhada com intensidade submáxima durante 6 minutos (NUNCIATO; PEREIRA; BORGHI-SILVA, 2012).
SINTETIZANDO
Nesta unidade, foi possível conhecer melhor o histórico e a evolução da Antropometria no decorrer do tempo, bem como as diversas técnicas e instrumentos de avaliação antropométrica que são aplicadas pelos profissionais da saúde, incluindo profissionais de educação física que lidam com avaliações morfológicas e biotipológicas dos indivíduos. Esse conhecimento é essencial à rotina prática de atuação do avaliador físico, pois trata de aspectos antropométricos medidos que se relacionam com demais características dos indivíduos, como parâmetros de aptidão física, indicadores de saúde e risco para doenças adjacentes.
Desse modo, o conhecimento detalhado acerca de cada técnica aplicada aos atributos antropométricos fornece importantes informações associadas não só às alterações promovidas por um programa de intervenção física proposto, mas também no entendimento de determinadas limitações físicas e fisiológicas do indivíduo ou grupo de pessoas em questão. A fim de estabelecer diagnósticos precisos acerca dos diferentes atributos antropométricos, enfatizando a necessidade de ter um bom entendimento dos elementos que compõem a Antropometria, as técnicas existentes e os instrumentos que podem ser utilizados, cabe ao profissional ajustá-los de acordo com as características.
UNIDADE 4 – CARACTERÍSTICAS DOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADOS À SAÚDE: TESTES E AVALIAÇÕES. 
TESTE DE APTIDÃO FÍSICA RELACIONADOS À SAÚDE AO DESEMPENHO MOTOR E ÀS HABILIDADES ESPORTIVAS 
Teste de aptidão visam auxiliar na identificação dos parâmetros ou capacidades físicas/motoras relacionadas ao aspecto de habilidades esportivas de um individuo ou grupo de pessoas. É importante esclarecer que as capacidades físicas são inatas aos sujeitos, podendo ser melhoradas com o treinamento. Além disso, as capacidades físicas variam em função da relevância do aspecto da saúde ou do desempenho motor. 
Por exemplo, em relação aos testes de aptidão física relacionadosà saúde, eles visam identificar principalmente a capacidade cardiorrespiratória, a força, a flexibilidade, a resistência muscular localizada e a composição corporal (parâmetros que quando medidos ou mensurados são capazes de fornecer informações adequadas quanto ao estado de saúde física do avaliado e a prevenção no desenvolvimento de doenças). Dessa forma, testes que visem identificar a aptidão física relacionada à saúde são adequadamente empregados com indivíduos que queiram iniciar um programa de exercícios ou já façam parte de um, a fim de que esses aspectos possam ser monitorados ao longo do tempo, visando que se mantenham em índices adequados ao recomendado para uma boa saúde física.
Em contrapartida, testes de aptidão física relacionados ao desempenho motor visam investigar níveis de capacidades físicas necessários ao bom desempenho esportivo. Desse modo, destacam-se os testes de velocidade, agilidade, potência, equilíbrio e coordenação. Assim, testes de aptidão física relacionados ao desempenho motor são indicados para indivíduos fisicamente ativos que praticam qualquer esporte no qual objetiva-se ganho de rendimento esportivo. Portanto para se estabelecer adequadamente um protocolo de testes físicos que investiguem o desempenho esportivo de uma pessoa ou grupo de pessoas, primeiramente é imprescindível que o profissional identifique exatamente quais capacidades motoras são requeridas pela modalidade esportiva praticada, sabendo assim quais capacidades físicas convém medir ou mensurar.
No Quadro 1, é possível identificar os testes, bem como as respectivas capacidades motoras relacionadas ao desempenho esportivo na modalidade do futsal. As informações foram extraídas e adaptadas da obra Avaliação física no futsal: proposta de bateria de testes, de 2011, elaborada por Ricardo Alexandre Rodrigues Santa Cruz.
Por outro lado, as habilidades esportivas correspondem a ações motoras desempenhadas dentro do contexto de uma modalidade esportiva, as quais apresentam um objetivo pré-definido e que podem ser apreendidas ou reaprendidas. Nesse caso, a exemplo do basquete, ações como arremessar uma bola à cesta ou efetuar um passe de peito ao colega podem ser classificadas como ações que requerem certos níveis de habilidades esportivas. Portanto, a aplicação de testes que visem identificar habilidades esportivas deve ser feita com praticantes de alguma modalidade, levando em consideração a aplicação de testes que se relacionem à modalidade.
EXPLICANDO: As habilidades esportivas podem ser aprendidas quando a pessoa que está praticando a ação esportiva está em fase de aprendizagem da realização do gestor motor. Por outro lado, as habilidades esportivas podem ser reaprendidas quando a pessoa em questão aprendeu anteriormente o gestor motor e após um longo período o gesto motor e após um longo período sem a pratica volta a executa-lo. 
TESTE DE RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA 
A resistência cardiorrespiratória é um parâmetro multifatorial que se relaciona tanto com a aptidão física relacionada à saúde quanto à aptidão física associada ao desempenho esportivo. A resistência cardiorrespiratória está diretamente relacionada com o exercício submáximo, a pressão arterial, a função pulmonar e cardíaca e a potência aeróbia máxima. Portanto pode ser estimada a partir da aplicação de testes que visem analisar essas variáveis (TRITSCHLER, 2003).
Testes de exercício submáximo são capazes de estimar a resistência cardiorrespiratória com base na capacidade do indivíduo em sustentar baixas intensidades de exercício durante períodos prolongados. As funções pulmonar e cardíaca, quando verificadas, por exemplo, a partir da obtenção de medidas de pressão arterial e batimentos cardíacos, respectivamente, antes, durante e após o exercício, também são capazes de refletir, a partir dos valores apresentados, a resistência cardiorrespiratória do avaliado (TRITSCHLER, 2003).
Em relação à potência aeróbia máxima, este tem sido o meio mais utilizado na área de educação física e esportes para classificar a resistência cardiorrespiratória. A potência aeróbia máxima corresponde ao consumo máximo de oxigênio (VO2máx), uma variável que reflete o grau de eficiência do organismo como um todo em captar, transportar e utilizar o oxigênio pelos tecidos do corpo (ACSM, 2006). Assim, podemos classificar o índice de resistência cardiorrespiratória de um indivíduo ao encontrarmos o seu VO2máx.
Existe uma série de formas de determinarmos o VO2máx, seja a partir de equações estimativas, testes laboratoriais ou testes de campo. Aqui vamos nos pautar em comentar somente a respeito dos testes que podem ser empregados para determinação dessa variável.
Testes diretos podem ser realizados em ambiente laboratorial (onde haja controle maior de variáveis que possam influenciar no resultado do teste, como o grau de umidade e a temperatura), em áreas de campo (externas) ou em uma pista de atletismo, por exemplo (GUEDES; GUEDES, 2006). É importante frisar que independentemente de onde seja o local de aplicação desse teste, a obtenção da medida direta do VO2máx será feita a partir de um instrumento que seja efetivamente capaz de mensurá-lo a partir da análise de frações de oxigênio e gás carbônico inspiradas e expiradas, respectivamente, durante a realização do esforço físico (DIAZ et al., 2000). Esses instrumentos são chamados de analisadores de gases ou espirômetros. Dentre eles, os mais utilizados na área da educação física são os modelos K-4b2 ®, K-5b2 ®, Fitmate pro® e VO 2000®.
Assim, o resultado da medida direta do VO2máx quando determinada a partir de um protocolo de teste físico em cicloergômetro pode ser utilizado para avaliar a resistência cardiorrespiratória de atletas de ciclismo de estrada, buscando relacionar o resultado obtido com o desempenho no esporte, enquanto que a medida direta determinada a partir de um protocolo de caminhada em esteira com idosos é relevante para obter uma avaliação mais precisa da resistência cardiorrespiratória, buscando utilizar as informações da avaliação a fim de auxiliar na prescrição de programas de atividades físicas voltados à promoção da saúde e bem-estar.
Em contrapartida aos testes realizados sem o recurso do espirômetro para análise de gases, damos o nome de testes indiretos para determinação do consumo máximo de oxigênio. Eles são geralmente empregados em locais fora do ambiente laboratorial (quadras esportivas, pistas de atletismo, piscinas, entre outros). Embora sejam mais difíceis de controlar, certas variáveis que influenciam na obtenção da medida do teste são mais fáceis de serem administradas e demandam menos recursos financeiros e conhecimento técnico por parte do avaliador.
TESTE DE FORÇA/RESISTÊNCIA
Parâmetros de força e resistência muscular estão relacionados com o aspecto musculoesquelético e motor. Dessa forma, a força muscular é uma aptidão essencial à saúde, pois para que possamos realizar as atividades do dia a dia, como levantar-se, se locomover ou pegar objetos, é necessário que sejam empregados níveis de força adequados para cada uma dessas tarefas. Já a resistência muscular permite que níveis de força sejam mantidos por longos períodos na execução da tarefa.
A força e resistência muscular também são essenciais ao desempenho motor, uma vez que estas capacidades são fundamentais para o bom rendimento em todas as modalidades esportivas, variando apenas sob que circunstâncias elas serão mais ou menos exigidas (TRITSCHLER, 2003).
As medidas da força e resistência muscular podem ser obtidas a partir de instrumentos que permitam a avaliação direta da medida. Nesse casos as avaliações tendem a ocorrer em ambiente laboratorial. Para a avaliação direta, testes envolvendo o uso de dinamômetro de preensão manual, dinamômetro isocinético, dispositivos eletromecânicos e hidráulicos, máquinas de exercícios e plataformas com quilagens que promovam resistência constante ou variável podem ser utilizadas (TRITSCHLER, 2003).
Como alternativa aos testes diretos para mensuração das capacidades de forçae resistência muscular, há a possibilidade de se executar testes indiretos que permitam a obtenção dessas medidas, principalmente utilizados quando o avaliador não detém o uso desses recursos materiais para realização de testes mais precisos. Conforme apontado por Tritschler (2003), dentre os testes de campo utilizados para a mensuração da força, destacam-se o teste de uma repetição máxima (1 RM) e o teste de repetições submáximas (para predizer 1 RM). Já para estimativas da resistência muscular, há os testes de levantamento de supino, flexão em decúbito, flexão na barra, teste de resistência muscular abdominal, entre outros.
TESTE DE FLEXIBILIDADE
Para avaliação da flexibilidade, podem ser empregadas tanto técnicas de laboratório quanto de campo. Quanto às medidas obtidas em laboratório, Miller (1985) destaca as técnicas empregadas de amplitude articular como sendo as seguintes:
· Estimativa visual;
· Goniometria;
· Fotografia;
· Radiografia;
· Trigonometria;
· Medidas Lineares;
Enquanto a aplicação de algumas técnicas, como a radiografia, requerem maior custo de aplicação para obtenção da medida de flexibilidade, a maioria dos testes de flexibilidade, incluindo os testes de campo, são relativamente simples e requerem o uso de instrumentos de baixo custo e de fácil aplicação para obtenção da medida. Desse modo, entre os testes de campo utilizados para determinar a flexibilidade destacam-se o teste de flexão de tronco, o teste de sentar e alcançar e o de flexiteste.
TESTE DE VELOCIDADE
A velocidade é uma capacidade física relacionada ao desempenho motor. Por sua vez, pode ser classificada em duas categorias principais: a velocidade de reação e a velocidade empregada no tempo em movimento, a qual pode ser avaliada desde o início até o final da realização de uma tarefa motora (GUEDES; GUEDES, 2006).
A avaliação da velocidade de reação se faz necessária em uma série de esportes que envolvem o componente tempo de reação, como as provas de atletismo, natação, provas de ciclismo e modalidades que envolvam uso de raquete como o tênis. Assim, a velocidade corresponde ao tempo de reação, pois, quanto maior tende a ser a velocidade empregada na execução do gesto motor, menor é o tempo de reação.
Em contrapartida, a velocidade empregada na execução de tarefas motoras, do início ao fim, pode ser avaliada por uma série de testes. Entre os principais, destacam-se o teste de velocidade de deslocamento de 20, 30 e 50 metros, além dos testes de deslocamento por tempo, correspondendo a quatro e seis segundos (JHONSON; NELSON, 1979).
Em relação aos testes de 20, 30 ou 50 metros, o protocolo a ser adotado para realização do teste é sempre o mesmo. O que difere é apenas a distância que o avaliado deverá percorrer. Desse modo, é orientado que o avaliador meça a distância do teste (20, 30 ou 50 metros) e insira no marco zero e no marco final um cone, a fim de orientar o indivíduo quanto a distância que este deverá percorrer. É importante ainda que um cone seja inserido após dois metros da distância final do teste, a fim de que o avaliado só deixe de acelerar o movimento de corrida quando passar por este ponto. Para monitorar o tempo, o avaliador pode fazer uso de um cronômetro digital e, quando for possível, de um equipamento de fotocélula, o qual permite captar precisamente o tempo para realização do deslocamento quando o examinado passa com qualquer parte do corpo na frente da fotocélula localizada no marco zero e, por fim, na frente da outra fotocélula localizada no marco final (20, 30 ou 50 metros).
Na Figura 3 é apresentado o teste de velocidade de 20 metros. É importante ressaltar que para os testes de deslocamento que envolvem distâncias pré-definidas são orientadas três medidas, a fim de que seja adotada para representação do melhor desempenho obtido entre elas.
Quanto aos testes de velocidade de quatro a seis segundos, eles buscam mensurar o desempenho da velocidade com base na distância percorrida dentro do tempo limite. Assim, aas distâncias percorridas na corrida de quatro e seis minutos podem ser utilizadas como forma de avaliar a velocidade de deslocamento (JHONSON; NELSON, 1979).
TESTE DE POTÊNCIA
A potência muscular, também conhecida como força explosiva, é uma capacidade física que envolve a realização de movimentos sob a aplicação de elevados níveis de força muscular e velocidade, se fazendo presente nas principais ações musculares evidenciadas nos esportes coletivos (PINNO; GONZÁLEZ, 2008). Barbanti (2003) corrobora com essa informação, acrescentando que a potência muscular é caracterizada pela aplicação de grandes níveis de força muscular no menor tempo possível contra uma determinada resistência submáxima, sendo ela determinante no rendimento de várias modalidades esportivas.
A potência de membros inferiores pode ser facilmente observada em modalidades esportivas com características intermitentes. As modalidades de handebol, voleibol e basquetebol apresentam, durante as partidas, inúmeras ações de saltos, sprints, arremessos e bloqueios e, portanto, há a necessidade de que os atletas apresentem níveis de potência muscular ótimos para o bom desempenho dessas ações (DAVID, 2016).
Desse modo, existem protocolos de testes para determinação da potência anaeróbia que podem ser administrados tanto em ambiente laboratorial quanto em campo. Em relação ao primeiro grupo, destaca-se o teste de Wingate e o teste de salto contramovimento. Por outro lado, como alternativas mais viáveis, a literatura apresenta uma série de protocolos de baixo custo e fácil aplicabilidade que podem ser administrados em campo. No Quadro 6, são apresentados os principais desses protocolos, bem como as características de cada um.
Na Figura 4 é possível observar a posição do avaliado para a execução do teste de arremesso de medicine-ball:
CURIOSIDADE: O rast test consiste é um teste muito utilizado para determinar a potência de membros inferiores nos mais diversos esportes coletivos e individuais. 
TESTE DE AGILIDADE
A agilidade é uma capacidade física relacionada ao desempenho motor e está presente em uma série de modalidades esportivas, especialmente as coletivas. A agilidade pode ser definida como a capacidade de realizar trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento na realização de uma determinada ação durante o jogo (SILVA; DITTRICH; GUGLIELMO, 2011). Assim como as capacidades físicas apresentadas anteriormente, existe uma série de protocolos de testes que podem ser adotados para se identificar a agilidade.
Na Figura 5 é possível observar o percurso para realização do teste de agilidade de Illinois:
TESTE DE EQUILÍBRIO
 O equilíbrio é uma capacidade física que pode ser classificada como estática ou dinâmica. Enquanto a primeira está relacionada à capacidade de manter o equilíbrio parado e em pé, a segunda relaciona-se à capacidade de locomover-se mantendo o equilíbrio do corpo. 
É importante ressaltar que, quanto ao equilíbrio estático, seus níveis podem ser influenciados dependendo de como se realiza a tarefa como, por exemplo, de olhos abertos ou fechados. Já o tipo de equilíbrio dinâmico pode ser investigado a partir de tarefas de simples realização ou complexas do ponto de vista motor (MORROW JUNIOR, et al., 2014).
O equilíbrio é uma capacidade física importante, estando presente em uma série de ações motoras desempenhadas no contexto do exercício físico e esporte, permitindo que bons índices dessa capacidade propiciem a melhora do rendimento esportivo, principalmente em algumas modalidades em que o equilíbrio é mais requisitado (GUEDES; GUEDES, 2006). Conforme aponta Chandler (2000), o equilíbrio também é considerado uma capacidade motora de suma importância na realização das atividades de vida diária, em especial torna-se importante de ser investigado com indivíduos idosos, devido a reduções naturais sobre os índices dessa capacidade ocasionados pelo envelhecimento.
Entre os diversos testes clínicos utilizados para avaliação do equilíbrio, destacam-se o teste de alcance funcional, a escala de equilíbriode Berg, o teste timed up and go e o teste de equilíbrio de Tinnet (KARUKA; SILVA; NAVEGA, 2011). No Quadro 8, apresentam-se as respectivas características de cada um deles.
RESULTADOS DOS TESTES FÍSICOS
Uma vez coletadas as medidas dos testes físicos direcionados à identificação das variáveis relacionadas à saúde, ao desempenho motor ou à aquisição de habilidades motoras, Guedes e Guedes (2006, n. p.) apontam que os resultados observados para cada um dos testes devem ser comparados com tabelas de padrões normativos, as quais tendem a considerar características da população avaliada, tais como faixa etária, sexo e nível de atividade física habitual, por exemplo, para que haja a classificação dos índices das medidas obtidas de acordo com referenciais normativos.
A classificação de acordo com os padrões normativos para cada teste permite que as medidas coletadas possam ser comparadas de pessoa para pessoa ou entre um mesmo indivíduo em momentos distintos, permitindo assim o acompanhamento de alterações sobre os parâmetros mensurados (TRITSCHLER, 2003). Dessa forma, é possível comparar os índices de força muscular entre dois indivíduos de características semelhantes de acordo com padrões normativos apresentados pela literatura. Além disso, a avaliação dos testes referenciada a normas permite compreender, por exemplo, se uma determinada pessoa submetida a um programa de treinamento voltado ao ganho da aptidão cardiorrespiratória ao longo de determinado período de treinamento foi capaz de melhorar o seu índice de VO2máx, sendo capaz de alcançar níveis adequados de acordo com a idade e o sexo.
DICA: Sempre que o resultado da avaliação de uma capacidade motora ou habilidade for comparado com normas de referência, as tabelas de padrões normativos adotadas para essa comparação devem ser aquelas desenvolvidas para o teste aplicado por exemplo: Se a avaliação for explosiva foi feita a partir da aplicação do teste de salto contramovimento, para comparar o resultado obtido com a norma de referência dessa capacidade, o avaliador deve buscar na literatura quais os parâmetros considerados como bom, regular ou ruim exclusivamente para o teste de salto contramovimento, a fim de classificar a força explosiva. 
SINTETIZANDO
Ao longo desta unidade, fomos capazes de entender que os testes físicos podem ser utilizados para avaliar componentes de aptidão física relacionados à saúde, ao desempenho motor e às habilidades motoras. 
Vimos que existe uma série de testes motores que podem ser empregados a fim de determinar os níveis das capacidades motoras. Embora certas capacidades possam estar relacionadas tanto com o aspecto da saúde quanto ao aspecto do desempenho, há aquelas que apresentam melhor relação com um ou outro aspecto.
Independentemente do tipo de teste aplicado, pudemos compreender que os resultados evidenciados, ou seja, as medidas obtidas, devem ser comparadas com valores referenciados nas normas, e que consideram as características do indivíduo ou da amostra da população avaliada como critérios para o estabelecimento de parâmetros.
Assim, os conhecimentos adquiridos a partir desse conteúdo serão fundamentais para que profissionais de educação física que venham a trabalhar com a prescrição de programas de exercícios tenham conhecimento acerca dos testes direcionados a objetivos distintos.

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