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Infecções bacterianas Patologia oral – aula 5 25/03/2022 · Tuberculose. · é uma doença infecciosa crônica, causada por Mycobacterium tuberculosis (agente etiológico). · A tuberculose primária ocorre em indivíduos não expostos previamente ao microrganismo, envolvendo quase sempre o pulmão. · Quase sempre envolve os pulmões. · Nódulo localizado fibrocalcificado. · Normalmente assintomático. · A maioria das infecções ocorre como resultado da disseminação direta de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias de um paciente com a doença ativa. Inicialmente, o microrganismo evoca uma resposta inflamatória crônica inespecífica. Na maioria dos indivíduos, a infecção primária resulta apenas na formação de um nódulo localizado fibrocalcificado no sítio inicial do envolvimento. No entanto, microrganismos vivos podem estar presentes nestes nódulos e permanecer latentes por vários anos ou pela vida inteira. · Apenas cerca de 5% a 10% dos pacientes com TB progridem de infecção para a doença ativa, e um estado de imunossupressão coexistente frequentemente é responsável. · Em raras situações, a TB ativa pode decorrer diretamente de uma infecção primária. Entretanto, a doença ativa costuma se desenvolver em uma fase mais tardia da vida, com a reativação do microrganismo em uma pessoa previamente infectada. Tal reativação é associada ao comprometimento da defesa do hospedeiro, sendo chamada de tuberculose secundária. · Doença ativa, quando desenvolve os sintomas. · A doença ativa é rara de ocorrer diretamente da infecção primaria. · Pode se disseminar (tuberculose miliar) = tuberculose disseminada. · tuberculose secundária está associada a medicamentos imunossupressores, diabetes, idade avançada, pobreza e condições de vida superpovoadas. A AIDS representa um dos fatores de risco mais fortemente associados à progressão da infecção para a doença. · as lesões da tuberculose secundária estão localizadas no ápice pulmonar, porém elas podem propagar-se para muitos sítios diferentes através de material infectado expectorado ou através de vasos sanguíneos ou linfáticos. Os pacientes apresentam febre baixa, mal-estar, anorexia, perda de peso e sudorese noturna. Com a progressão pulmonar da doença, desenvolve-se tosse produtiva, usualmente acompanhada de hemoptise (saída de sangue na tosse) ou dor torácica. · Tuberculose extrapulomar pode atingir outros órgãos, tecidos. · Sistema linfático, pele, SNC, rins e trato intestinal. (sempre junto com a lesão pulmonar). · Lesões orais de TB são incomuns. As apresentações mais comuns de envolvimento oral são ulcerações crônicas e aumentos de volume. · Normalmente representam quadro de infecção secundaria. · Adultos de meia idade, + comum. · Disseminação hematopatogenica (pela corrente sanguínea) ou exposição ao escarro. OBS da imagem: Tuberculose. Ulceração mucosa crônica da superfície ventral da língua no lado direito. OBS da imagem: Tuberculose. Área de granulação e ulceração do rebordo alveolar inferior e soalho bucal. OBS da imagem: Lençóis de histiócitos misturados com células gigantes multinucleadas e áreas de necrose. Formação de granulomas e células gigantes (de Langherans), muitos macrófagos e linfócitos. OBS da imagem: tuberculose. Exibindo organismos micobacterianos dispersos na forma de pequenos bastões vermelhos. · O diagnóstico da doença ativa deve ser confirmado pelas colorações especiais para o microrganismo e pela cultura de tecido infectado ou do escarro. Mesmo se detectada por colorações especiais, a identificação do microrganismo em cultura é apropriada. · Teste cutâneo (PPD). · Não diferencia infecção de doença ativa. · Possibilidade de falso negativo. · Cultura. · Biopsia com a utilização de coloração especial (coloração de ziehl-neelsen). · M. tuberculosis pode sofrer mutações e se tornar resistente a terapias com um único agente medicamentoso. Para enfrentar essa habilidade, a terapia com múltiplos agentes é o tratamento de escolha para uma infecção ativa e o tratamento geralmente envolve duas ou mais drogas ativas por vários meses ou anos. · Sífilis. · = lues. · A sífilis é uma infecção crônica mundial causada pelo Treponema pallidum. · O organismo é muito vulnerável ao meio seco; portanto, as principais vias de transmissão são o contato sexual e da mãe para o feto (congênita). · Em pacientes com sífilis, a infecção sofre uma evolução característica que se desenvolve classicamente em três estágios. Um paciente acometido pela sífilis é altamente infeccioso apenas durante os dois primeiros estágios, porém as gestantes também podem transmitir a infecção para o feto durante o estágio de latência. · Sífilis primaria: · A sífilis primária é caracterizada pelo cancro duro (lesão inespecífica), que se desenvolve na área de inoculação, tornando-se clinicamente evidente de 3 a 90 dias após a exposição inicial. · As lesões orais são vistas mais nos lábios, mas outras áreas incluem a língua, palato, gengiva e amígdalas. · Neste momento, o microrganismo se dissemina sistemicamente através dos vasos linfáticos, preparando o palco para a futura progressão. Caso não seja tratada, a lesão inicial cicatriza dentro de três a oito semanas. · Cancro ocorre na região que foi infectada. Então, em caso de sexo, na genitália e sexo oral, na boca. Ocorre no local de contato (inoculação). · FERIDA. CANCRO DURO. OBS da imagem: Cancro da Sífilis Primária. Massa eritematosa e ulcerada na mucosa jugal anterior direita. · Sífilis secundaria (disseminada): · sendo identificada clinicamente de quatro a dez semanas após a infecção inicial. · As lesões da sífilis secundária podem surgir antes da resolução completa da lesão primária. Durante a sífilis secundária, os sintomas sistêmicos em geral surgem. Os mais comuns são linfadenopatia indolor, dor de garganta, mal-estar, cefaleia, perda de peso, febre e dor musculoesquelética, erupções maculo-papulares (manhas na pele elevadas) e placas mucosas (placas brancas). · Disseminada para outros lugares. · Um sinal consistente é uma erupção cutânea maculopapular difusa e indolor, disseminada por todo o corpo e que pode acometer inclusive a região palmo-plantar. Essa erupção também pode envolver a cavidade oral, apresentando-se como áreas maculopapulares vermelhas. Ainda que a erupção cutânea possa resultar em cicatrizes e hiperpigmentação ou hipopigmentação nas áreas afetadas, na maioria dos pacientes, ela cicatriza sem deixar marcas. · Ao contrário do cancro isolado encontrado na sífilis primária, lesões múltiplas são típicas da sífilis secundária. · ERUPÇÃO CUTÂNEA CORPORAL. OBS da imagem: Placa Mucosa da Sífilis Secundária. Placa branca circunscrita na mucosa labial inferior. OBS da imagem: Placa Mucosa da Sífilis Secundária. Placa branca espessa e irregular do lado direito do palato mole. OBS da imagem: Condiloma Lata. Múltiplos nódulos endurecidos e levemente papilares no dorso da língua. · Sífilis terciaria: · Após a sífilis secundária, os pacientes entram em uma fase livre de lesões e sintomas, conhecida como sífilis latente. Este período de latência pode durar de um a trinta anos. · Goma (necrose, sítio ativo de inflamação granulomatos), glossite intersticial, glossite sifilica), afeta SNC. · = neurosifilica. · Lesões intraorais geralmente acometem o palato ou a língua. Quando o palato é envolvido, a ulceração com frequência o perfura em direção à cavidade nasal. A língua pode ser difusamente envolvida pelas gomas e apresenta-se aumentada, lobulada e com formato irregular. Esse padrão lobular é chamado de glossite intersticial e se acredita que seja resultado da contratura da musculatura lingual após a cicatrização das gomas. A atrofia difusa e a perda das papilas do dorso lingual produzem uma condição chamada de glossite luética. · AFETA OS ORGAOS INTERNOS. OBS da imagem: Sífilis Terciária. Perfuração do palato duro. · Sífilis congênita: · as alterações encontradas na sífilis congênita e definiu três achados diagnósticos patognomônicos, conhecidos como tríade de Hutchinson:· Dentes de Hutchinson (incisivos de hutchinson e molares em amora).hipoplasia do esmalte. · Ceratite ocular intersticial (ceratina no olho). · Surdez associada ao comprometimento do oitavo par de nervos cranianos. · Adicionalmente à tríade de Hutchinson, uma série de outras alterações podem ser visto, como nariz em sela, palato arqueado, bossa frontal, hidrocefalia, incapacidade intelectual, gomas e neurossífilis. OBS da imagem: Incisivos de Hutchinson da Sífilis Congênita. Dentes exibindo coroas sofrendo estreitamento em direção à margem incisal. OBS da imagem: Molar em Amora da Sífilis Congênita. Molar superior exibindo superfície oclusal com numerosas projeções globulares. · Diagnostico. · Biopsia (coloração especial de Warthin-Starry). · Esfregaço. · Teste sorológico (VDRL, FTA-ABS), mais específico. · Hanseníase. · = lepra, doença de Hansen. · A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. · O microrganismo tem baixa infectividade e a exposição raramente resulta em doença clínica. · Acredita-se que o microrganismo precise de baixa temperatura corpórea do hospedeiro para sobreviver. Embora a forma de transmissão exata não seja conhecida, o alto número de microrganismos nas secreções nasais sugere que, em alguns casos, o sítio inicial de infecção possa ser a mucosa nasal ou a orofaringiana. Transmissão parece ser pelas vias respiratórias. · Duas apresentações clínicas mais importantes são observadas, representando dois extremos opostos do espectro, estando relacionadas à reação imune do organismo. · Lepra tuberculoide (paucibacilares) - A primeira, chamada de lepra tuberculoide, que aparece em pacientes com resposta imune alta. Classicamente, os microrganismos não são encontrados em espécimes de biopsias de pele, os testes cutâneos para microrganismos mortos pelo calor (lepromina) são positivos e a doença é usualmente localizada. · Tendencia a destruir melanócitos e células nervosas. · Pacientes com resposta imune elevada. · Bacilos não são encontrados nas biopsias cutâneas. · Lesões bem circunscritas, Manchas hipopigmentação, sem sensibilidade e com perda de sudorese local. · Lesões orais são raras nessa variante. · Testes cutâneos para microrganismos mortos pelo calor (teste lepromina): positivo. · Doença localizada (pequeno numero de lesões). · Lepra lepromatosa (multibacilar) - A segunda forma, a lepra lepromatosa, é observada em pacientes com resposta imune mediada por células reduzida. Esses pacientes exibem numerosos microrganismos no tecido, não respondem ao teste cutâneo da lepromina e apresentam doença difusa. · Face leonina – muito deformada. · Coloração de fite (visualização de vários filamentos). · Não responde ao teste de lepromina. · Envolvimento de nervos (decrescem da sudorese e sensibilidade). · Lesões bucais não são raras. · A face é um local comum de acometimento e os aumentos de volume cutâneo podem levar a uma aparência facial deformante (fácies leonina). O cabelo, incluindo as sobrancelhas e os cílios, é frequentemente perdido. · O envolvimento neural leva à perda da sudorese e à diminuição das sensações de toque suave, dor e temperatura. Essa perda sensorial se inicia nas extremidades e se dissemina por quase todo o corpo. O envolvimento nasal resulta em sangramento nasal, entupimento e perda do olfato. Os tecidos duros do assoalho, do septo e da ponte nasal podem ser afetados. O colapso da ponte nasal é considerado patognomônico. OBS da imagem: Hanseníase Multibacilar (Lepromatosa). Numerosos nódulos faciais espessados. OBS da imagem: Hanseníase Multibacilar (Lepromatosa). Perda das sobrancelhas e dos cílios. · Diagnostico: O diagnóstico definitivo é baseado no aspecto clínico, sendo fundamentado pela demonstração de microrganismos acidorresistentes em um esfregaço ou no tecido. · Noma. · = cancrum oris, gangrena orofacial, estomatite gangreosa, estomatite necrosante. · O noma é uma infecção oportunista, polimicrobiana, de progressão rápida, causada por componentes da microbiota oral normal que se tornam patogênicos durante períodos de comprometimento do estado imunológico. · O sarampo precede mais frequentemente o desenvolvimento de noma; outras doenças comuns que podem preceder mais raramente o noma incluem: herpes simples, varicela, escarlatina, malária, tuberculose, gastroenterite e broncopneumonia. · Classicamente, o noma afeta crianças entre um e dez anos, embora possa ocorrer também em adultos com doenças debilitantes relevantes (p.ex., diabetes melito, leucemia, linfoma, infecção pelo HIV). A infecção geralmente começa na gengiva como uma GUN, a qual pode se estender para a vestibular ou lingual, envolvendo os tecidos moles adjacentes e formando áreas chamadas de mucosite ulcerativa necrosante. · Zonas de necrose também podem se desenvolver nos tecidos moles, sem continuidade com a gengiva, particularmente nas áreas de trauma. OBS da imagem: Mucosite Ulcerativa Necrosante. A, Grande área de necrose dos tecidos moles do palato mole posterior, no lado esquerdo. B, Cicatrização do sítio da mucosite necrosante seis dias após o início do tratamento com tetraciclina. OBS da imagem: Noma. Necrose orofacial extensa enegrecida na bochecha do lado direito em um paciente imunocomprometido. · Além do uso de antibióticos apropriados para o tratamento de noma, o clínico deve direcionar atenção terapêutica não só ao tratamento das feridas locais, mas também no sentido de corrigir a nutrição inadequada, a hidratação e o desequilíbrio eletrolítico. · Microrganismos, geralmente, que já fazem parte da mucosa oral, mas em imunodeprimidos podem causar a NOMA. · Actinomicose. · OBS: tomar cuidado!! Nome facilmente leva a acreditar que seja um fungo, mas é uma bactéria. · Agente etiológico: actinomyces israelli. · Os actinomicetos são componentes saprófitas normais da microbiota oral. · A actinomicose pode se apresentar tanto como uma infecção aguda, com progressão rápida, quanto como uma infecção crônica, de disseminação lenta associada à fibrose. Mais comum na região cervicofacial. · A reação supurativa da infecção pode liberar grandes partículas amareladas, que representam colônias da bactéria, chamadas de grânulos sulfúricos. Apesar de comuns, os grânulos sulfúricos não estão invariavelmente presentes. · Na região cervicofacial, o microrganismo penetra no tecido através de uma área de trauma prévio, como uma lesão de tecido mole, bolsa periodontal, dente desvitalizado, alvéolo dentário pós-exodontia ou infecção amigdaliana. A infecção não se dissemina ao longo dos planos faciais e geralmente não respeita as rotas normais dos vasos linfáticos e sanguíneos. A extensão direta através dos tecidos moles é observada e há envolvimento linfonodal apenas se estiverem no caminho do processo. · A descrição clássica é de uma área endurecida de fibrose, com aspecto “lenhoso”, que ao final forma uma área central mais macia de abscesso. A infecção pode se estender para a superfície, formando um trajeto fistuloso. A dor geralmente é mínima. Os tecidos moles da região submandibular, submentoniana e geniana são sítios comuns de envolvimento, sendo a área sobrejacente ao ângulo da mandíbula o local mais afetado. OBS da imagem: Actinomicose. Fístula drenando na área submandibular direita. · Diagnostico: Na ausência de resultados positivos na cultura, uma forte presunção diagnóstica pode ser feita pela demonstração de colônias típicas em material de biopsia das lesões. O material para cultura e exame histopatológico é normalmente obtido durante a exploração cirúrgica, com a punção aspirativa por agulha fina sendo um substituto satisfatório em muitos casos. A presença de grânulos sulfúricos em outras infecções é tão rara que sua presença suporta fortemente o diagnóstico. Se desejado, pode ser usado anticorpo conjugado com fluoresceína nos grânulos para identificar definitivamente as espécies de Actinomyces. · Resumo: aspecto microscópico (grânulos de enxofre, biopsia, cultura. Vê-se neutrófilos, colônias de bactériasde actinomyces. · Tratamento: O tratamento de escolha para a actinomicose em casos de fibrose crônica é o uso de altas doses de antibiótico por tempo prolongado, associado à drenagem do abscesso e excisão da fístula. Ou seja, antibioticoterapia (penicilina). Infecções fúngicas · Candidíase. * · = candidose. · A infecção pelo fungo de levedura Candida albicans é denominada candidíase. · É a infecção fúngica mais comum em humanos. · É um fungo dimorfo (dimorfismo), possui duas formas. · Forma de levedura. · Forma de hifa. · SO CAUSA DOENÇA NO FORMATO DE HIFA. · Na verdade, C. albicans pode ser um componente da microbiota oral normal, com 30% a 50% das pessoas apresentando estes fungos sem evidência clínica de infecção. · Faz parte da flora normal da boca. · Pelo menos três fatores gerais podem determinar se existem evidências clínicas de infecção (o que faz ele causar a doença de repente): · O estado imune do hospedeiro (como em recém nascidos, pacientes idosos, alguns medicamentos que diminua a saliva, prótese, dentadura, que podem mudar o ambiente da mucosa oral). · O ambiente da mucosa oral. · A cepa da C. albicans (mudança de virulência). · Tipos clínicos: · Candidíase pseudomembranosa (=sapinho). * · a candidíase pseudomembranosa é caracterizada pela presença de placas brancas aderentes que se parecem com queijo cottage ou leite coalhado na mucosa oral. · A remoção dessas placas pode ser feita com uma espátula ou esfregando uma gaze seca. · Comum em crianças, devido ao sistema imune pouco desenvolvido e HIV positivo. · as placas são distribuídas normalmente na mucosa jugal, palato e dorso da língua. OBS da imagem: Candidíase Pseudomembranosa. Várias placas brancas sobrejacentes à alteração mucosa eritematosa no palato mole. OBS da imagem: Candidíase Pseudomembranosa. A, Várias placas brancas sobre uma base eritematosa, característica da candidíase pseudomembranosa. B, A remoção de várias placas pseudomembranosas revela uma superfície mucosa levemente eritematosa, mas nenhuma evidência de sangramento. · Candidíase atrófica aguda (= “boca ferida por antibiótico). · os pacientes com candidíase eritematosa não exibem manchas brancas ou uma lesão branca não é uma característica proeminente. A candidíase eritematosa é indubitavelmente mais comum que a candidíase pseudomembranosa, embora frequentemente seja clinicamente negligenciada. · Atrofia do epitélio por isso vê-se com mais facilidade o tecido conjuntivo, visualizando vermelho). · A candidíase atrófica aguda¸ ou “feridas na boca por antibiótico”, geralmente surgem após um curso prolongado de antibioticoterapia de amplo espectro. Os pacientes se queixam frequentemente de que a boca parece queimada por bebida quente. Essa sensação de queimação geralmente é acompanhada por uma perda difusa de papilas filiformes do dorso da língua, resultando em uma aparência despapilada e avermelhada na língua. OBS da imagem: Candidíase Eritematosa. O eritema difuso com uma aparência trófica lisa do dorso da língua representa candidíase eritematosa. OBS da imagem: Candidíase Eritematosa. A, Apresentação grave da atrofia papilar central. Nesse paciente, a lesão era assintomática. B, A regeneração acentuada das papilas do dorso da língua ocorreu duas semanas após a terapia antifúngica com fluconazol. · Candidíase atrófica crônica ( = estomatite por dentadura).* · Essa condição é caracterizada por graus variados de eritema, às vezes acompanhado por hemorragia petequial, localizada nas áreas portadoras de próteses totais ou parciais removíveis. · Embora a aparência clínica possa ser impressionante, o processo raramente é sintomático. Geralmente o paciente admite o uso contínuo da prótese, só a removendo periodicamente para higienização. · Geralmente, em indivíduos que usam dentadura ou prótese. Associada a má higienização dessa dentadura. Costuma ser assintomático, mas fica vermelho. OBS da imagem: estomatite por Dentadura. A, Dentadura máxima com abóbada palatina incompleta associada à hiperplasia tecidual na linha média. B, A mucosite corresponde ao contorno da prótese. C, Resolução da mucosite após a terapia antifúngica e limpeza adequada da dentadura. OBS da imagem: Estomatite por Dentadura. Estomatite por dentadura com Candida albicans não associada, confinada à mucosa que suporta a estrutura de uma dentadura maxilar parcial. · Glossite romboidal mediana (=atrofia papilar central). Imagem acima. · Atrofia da papila na língua na região central do dorso da língua. · Queilite angular ( = perlèche).* · O envolvimento da comissura bucal (queilite angular, perlèche) é caracterizado por eritema, fissuras e descamação. · frequentemente ocorre isolada, em geral no indivíduo idoso com perda da dimensão vertical e pregas acentuadas na comissura bucal. A saliva tende a se acumular nessas áreas, mantendo-as úmidas, favorecendo uma infecção pela levedura. Os pacientes relatam que as lesões passam por períodos de remissão e exacerbação. · Na comissura do lábio (comum em idosos que perderam os dentes e não usam prótese, devido a perda de dimensão vertical, leva a áreas de maior acumulo de saliva fungos. · Áreas de fissura: vermelhão e comissura do lábio. OBS da imagem: Queilite Angular. Lesões características aparecem como alterações eritematosas fissuradas na pele dos cantos da boca. OBS da imagem: Queilocandidíase. A, Infecção por Candida da pele perioral ocasionada pelo uso de um produto à base de vaselina. A condição começou como queilite angular, mas o paciente aplicou continuamente pomada de vaselina nas comissuras e na pele perioral, vedando a umidade dentro da camada de queratina da epiderme, permitindo com isso que a Candida prosperasse. B, Duas semanas após interromper a pomada de vaselina e usar iodoquinol tópico com triancinolona. · Candidíase multifocal crônica. · Alguns pacientes com atrofia papilar central também podem exibir sinais de infecção da mucosa oral por Candida em outros sítios. Essa apresentação da candidíase eritematosa foi denominada candidíase multifocal crônica. Além do dorso da língua, os sítios que exibem envolvimento incluem o limite palato duro/mole e a comissura bucal. A lesão no palato aparece como uma área eritematosa que, quando a língua está em repouso, entra em contato com a lesão do dorso da língua, resultando no que se chama lesão “kissing” devido à grande proximidade das áreas envolvidas. OBS da imagem: Candidíase. A, Candidíase oral multifocal caracterizada por atrofia papilar central da língua e outras áreas de envolvimento B, Mesmo paciente exibindo uma lesão kissing de candidíase oral no palato duro. · Candidíase crônica hiperplásica ( = leucoplasia por cândida). · Em alguns pacientes com candidíase oral pode haver uma mancha branca que não pode ser removida por raspagem; nesse caso, o termo candidíase hiperplásica crônica é adequado. Essa forma de candidíase é a menos comum. · No entanto, em alguns casos a Candida sozinha pode ser capaz de induzir uma lesão hiperqueratótica. Normalmente essas lesões estão situadas na mucosa vestibular anterior e não podem ser diferenciadas clinicamente de uma leucoplasia. · É branca e não sai com raspagem. OBS da imagem: Candidíase Hiperplásica. Essa lesão da mucosa vestibular anterior se parece clinicamente com leucoplasia, pois é uma placa branca que não pode ser removida por esfregação. Com a terapia antifúngica, esse tipo de lesão deve se resolver completamente. · Candidíase mucocutânea. · A alteração imune fica evidente durante os primeiros anos de vida quando o paciente começa a ter infecções por Candida na boca, unhas, pele e outras superfícies mucosas. As lesões orais geralmente são descritas como placas brancas e espessas, que normalmente não saem ao serem esfregadas (basicamente a candidíase hiperplásica crônica), embora as outras formas clínicas da candidíase também possam ser vistas. OBS da imagem: Síndrome da Distrofia Autoimune Poliendocrinopatia-Candidíase-Ectodérmica (APECED). A, Candidíase eritematosa envolvendo de maneira difusaa língua de um homem de 32 anos de idade. B, O mesmo paciente exibindo distrofia ungueal. C, A queratopatia corneana também é observada. O paciente tinha uma história de início de hipoparatireoidismo e hipoadrenocirticismo que foram diagnosticados na segunda década de vida. OBS da imagem: Candidíase. Preparação citológica demonstra hifas fúngicas de aparência tubular e leveduras ovoides de Candida albicans (coloração de ácido periódico de Schiff [PAS]). · Diagnostico: O diagnóstico da candidíase costuma ser estabelecido pelos sinais clínicos, associado à citologia esfoliativa. A identificação definitiva do organismo pode ser feita por meio de cultura. Uma amostra para cultura é obtida friccionando um cotonete estéril sobre a lesão e depois passando o cotonete na superfície de um ágar Sabouraud. RASPAGEM. · Tratamento: antifúngico. · Paracoccidioidomicose. · = blastomicose sul-americana. · É uma infecção fúngica profunda, ocasionada pelo organismo Paracoccidioides brasiliensis. A condição é observada com mais frequência nos pacientes que vivem na América do Sul. · Predileção pelo sexo masculino. Essa diferença impressionante é atribuível, segundo se acredita, a um efeito protetor dos hormônios femininos. · É uma infecção respiratória, comum em trabalhadores rurais. · Também é um fungo dimorfo, porem a forma de LEVEDURA que causa a doença. · Tem disseminação hematopatogenica ou linfática. · Os pacientes com paracoccidioidomicose geralmente são de meia-idade no momento do diagnóstico e a maioria com atividade na agricultura. A maioria dos casos de paracoccidioidomicose aparece inicialmente como infecções pulmonares após a exposição aos esporos do microrganismo. · As lesões orais são normalmente observadas e aparecem como ulcerações similares a amoras que afetam na maioria das vezes a mucosa alveolar, gengiva e palato. Ulceras moriformes (lembra amora, tem projeções avermelhadas na superfície). OBS da imagem: Paracoccidioidomicose. Essa lesão granular, eritematosa e ulcerada dos alvéolos maxilares representa infecção por Paracoccidioides brasiliensis. OBS da imagem: Essa microfotografia de alta resolução exibe uma grande levedura de Paracoccidioides brasiliensis (seta) dentro do citoplasma de uma célula gigante multinucleada. Um corte corado com metamina de prata de Grocott-Gomori (destaque) ilustra a aparência características de “orelhas de Mickey Mouse” das leveduras brotando. (Cortesia do Dr. Ricardo Santiago Gomez.) · Diagnostico: biopsia/ raspagem histopatológica. Precisa de coloração especial: de PAS. Tem aspectos de orelha de Mickey mouse na Histopatologia. · Histoplasmose. · A Histoplasmose, infecção fúngica sistêmica mais comum nos Estados Unidos, é ocasionada pelo organismo Histoplasma capsulatum. · Assim como outros fungos patogênicos, H. capsulatum é dimórfico, crescendo como uma levedura à temperatura corporal no hospedeiro humano e como um bolor em seu ambiente natural. · As áreas úmidas com solo enriquecido por excrementos de pássaros ou morcegos são especialmente adequadas para o crescimento desse microrganismo. Sua preferência de hábitat explica por que a histoplasmose é encontrada endemicamente nos vales férteis dos rios, como a região drenada pelos rios Ohio e Mississippi nos Estados Unidos. Os esporos do organismo transportados pelo ar são inalados, passam para as passagens terminais dos pulmões e germinam. · LEVEDURA é a forma patogênica (também é dimorfo). · É também uma infecção pulmonar, relacionada a ambientes úmidos, como grutas. · É uma ulcera, precisa de biopsia para diagnostico. Lesão granulomatosa, com células gigantes, fungos pequenos. Geralmente, sintomas gripais. · A maioria dos indivíduos que se expõem ao microrganismo é relativamente saudável e não inala uma grande quantidade de esporos; portanto, ou não apresentam sintomas ou têm uma doença branda parecida com a gripe, por uma a duas semanas. OBS da imagem: histoplasmose. Essa microfotografia de média resolução exibe macrófagos epitelioides dispersos e entremeados com linfócitos e plasmócitos. Alguns macrófagos contêm organismos de Histoplasma capsulatum.