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PLECT Paracoccidioidomicose É uma micose profunda Agente · Paracoccidioides brasiliensis Forma pulmonar pouco diagnosticada, correspondendo a um quadro respiratório agudo com infiltrado pulmonar e adenopatia hilar geralmente é autolimitado. Forma crônica · idade > 40 anos · acometimento pulmonar + lesões cutaneomucosas · predominam lesões gengivais e de toda a orofaringe. · Lesões ulceradas e vegetantes / estomatite moriforme (pontos hemorrágico) · Com o tempo, as lesões tornam-se vegetantes levando a deformações nos lábios, laringe (c/ disfonia) e raramente traqueal (podendo indicar traqueostomia). · Lesões da pele ocorrem por disseminação hematogênica do fungo, e a face é o local mais acometido. · Há acometimento de linfonodos regionais · Lesões acompanhadas de lesões pulmonares, linfonodomegalia e lesões de outros órgãos, mesmo que subclinicamente. Diagnóstico É feito com o isolamento do fungo dos tecidos. · Exame direto (de pus e secreções) · Cultura · Exame histopatológico · Testes imunológicos: IgG e IgM anti-P Tratamento ➤ Duração de 6-12 meses. Se melhora clínico-sorológica, interrompe. ➤ Acompanhar pct por 2 anos com exames clínicos, radiológicos e sorológicos após o tratamento. Sulfametoxazol + trimetoprima · ataque, 2 meses: sulfametoxazol 2.400 mg e trimetoprima 480 mg/dia, e · depois manutenção reduzindo a dose para: sulfametoxazol 1.600 mg e trimetoprima 320 mg/dia por 22 meses; Itraconazol (droga de escolha na maioria dos casos) · dose de ataque de 200 mg/dia por 1-2 meses e · manutenção com 100 mg/dia; Sulfametoxazol + trimetoprima · dose de ataque de 800/160 mg de 8/8h p/ 4 sem. · seguido de 800/160 mg de 12/12h; Leishmaniose tegumentar Agente · Leishmania braziliensis / guyanensi / amazonensis (difusa) Transmissão vetorial · flebotomíneos (Lutzomyia) = mosquito palha · Reservatório: animais (cachorro pode ser) · Incubação: 1 - 3 meses ➤ Promastigota é a forma encontrada no tubo digestivo do mosquito ➤ Amastigota é a forma encontrada no interior dos leucócitos mononucleares (monócitos e macrófagos) Epidemiologia e ciclo evolutivo · Antes era uma doença de florestas, mas agora há focos em zonas rurais e regiões periurbanas (desmatamento) · No Brasil há mais casos na região norte, centro-oeste e nordeste (nessa ordem). 1. Promastigotas estão nas glândulas salivares da fêmea e 2. São inoculados na pele. 3. Penetram nos macrófagos e monócitos da derme / hipoderme, perdem o flagelo e viram amastigota 4. liberam um grande número de parasitos para infectar outras células. 5. Os monócitos carreiam a Leishmania pela corrente sanguínea, disseminando a infecção para outros tecidos (como as mucosas). Manifestações clínicas ➤ Classificada em duas formas: 1. cutânea 2. mucosa (ou mucocutânea). ➤ A forma cutânea pode ser ainda dividida em: 1. ocalizada 2. disseminada (múltiplas lesões, até 2% dos casos) 3. recidivante (ativação da lesão nas bordas e de resposta terapêutica inferior) 4. difusa (rara e grave, com a presença de anergia e deficiência na resposta imune celular a antígenos de Leishmania). · lesão infiltrativa (parece H. Virchowiana) · Reação de Montenegro negativa ➤ A forma mucosa é secundária à lesão cutânea (história de evolução crônica e curada sem tto ou com tto inadequado). ➤ Período de incubação de 1-3 meses Lesão inicial · pápula eritematosa no local de inoculação, que vira vira uma lesão papulocrostosa, papulovesiculosa ou papulopustulosa Lesão típica · úlcera indolor, borda elevada, “em moldura” · dias ou semanas depois · centro granulado de cor vermelho vivo e c/ secreção serosa. Lesões vegetantes · podem evoluir para cicatrização espontânea ou para a formação de placas vegetantes, verrucosas que cronificam e crescem lentamente Lesões mucosas · 1-2 anos depois da pápula de inoculação. · geralmente ocorrem por disseminação hematogênica · Acometem especialmente o nariz, começando com eritema, edema e discreta infiltração no septo nasal, asas do nariz e mucosa, evoluindo com maior infiltração e lesão ulcerovegetante, que pode se estender para as regiões laterais, lábios superiores e inferiores · orofaringe pode ser acometida com lesões no palato, gengiva, laringe e faringe. · doença vai destruindo a cartilagem nasal, provocando o desabamento do nariz Diagnóstico · Exame direto (raspado da lesão) · Histopatológico · Cultura (NNN) (positiva em 40% dos casos) · Sorologia (sensi de 75%) · Molecular (PCR) · Teste Intradérmico de Montenegro (IRDM) · exceto na difusa · inoculação de 0,1-0,3 ml de uma solução de promastigotas mortas no antebraço. · surgimento de pápula > 5 mm de diâmetro indica teste + · sensi quase 100% em imunocompetentes · curados mantém +, tempo indeterminado Tratamento ➤ Antimonial pentavalente (escolha) · acompanhar com ECG (pode alongar intervalo QT Torsades des Pointes) · 15 mg/kg/dia (formas cutâneas puras) · 20 mg/kg/dia (formas cutâneo-mucosas), IM ou IV (correr lentamente), por 10-30 dias. · Não fazer em gestantes e HIV. ➤ Anfotericina B · 1-4 mg/Hg/dia, IV · diariamente até completar 1 a 1,5g de dose total · 1ª escolha para coinfecção c/ HIV ➤ Isotionato de pentamidina · 4 mg/Kg/dia, em dias alternados IV ou IM · 3 a 10 aplicações · Pode usar em coinfecção c/ HIV ➤ Eletrocirurgia, criocirurgia e cirurgia corretiva podem ser adjuvantes (casos mais graves e c/ destruição nasal) Esporotricose Agente · Sporothrix schenckii (inoculação: jardineiro / gatos) Epidemiologia · homem, outros animais como gatos, cachorros, ratos, cavalos e papagaios. · fazendeiros, jardineiros, feirantes e outros · mordedura e arranhadura de gatos Diagnóstico · isolamento do fungo a partir de um fragmento do tecido ou do exsudato da lesão. · Esses materiais são cultivados em ágar Sabouraud e num intervalo de 5 a 21 dias observamos o crescimento do fungo · Exame histopatólogico: · observa-se a formação de granuloma na derme. · depósito de AC ao redor das estruturas fúngicas = corpúsculo asteroide Forma cutâneolinfática (70%) · Mais comum · nódulo ulcerativo + linfangite em rosário · Pode haver ulceração nos nódulos com eliminação de material purulento. · Mais comumente nas áreas expostas: membros superiores e inferiores (adultos) e face (crianças). Diagnóstico · cultura, aglutinação, esporotriquina Tratamento · iodeto de potássio VO · 5 gotas de 8h/8h c/ refeições · aumentar diariamente 1 gota, até 20 · itraconazol · 100-200 mg/dia Forma cutâneo localizada · Lesão papulosa ou nodulosa que evolui c/ ulceração e eliminação de exsudato purulento · Ocorre mais amiúde na face, pode acontecer na mucosa orofaríngea. · NÃO há linfangite, permanecendo localizada, crescimento centrífugo, por continuidade e limitado Tratamento · igual ao da cutâneolinfática Forma disseminada / extracutânea · pacientes imunossuprimidos Tratamento · deve ser mantido até 1 mês após a cura clínica · itraconazol · 200-400 mg/dia · anfotericina B · casos mais graves · infusão venosa lenta de 3-5 mg/kg/dia Cromomicose (cromoblastomicose) Etiologia e epidemiologia ➤ Fonsecaea pedrosoi considerado o principal no Brasil ➤ Cladosporium carrionii, principal no semiárido · Fungos presentes no solo, vegetais e produtos vegetais em decomposição. · Para que ocorra a doença é necessária a inoculação transcutânea direta, geralmente de forma traumática, não havendo transmissão inter-humana. · Mais comum na zona rural e em profissionais que trabalham com o solo e com plantas. Manifestação clínica · pápula verrucosa que cresce por continuidade na pele evoluindo continuamente para uma placa verrucosa, com pontos enegrecidos. · Os ptos enegrecidos são ricos em parasitas (colhe material p/ cultura neles) · Lesões oligo/assintomáticas, exceto quando há infecção bacteriana secundária (prurido) Locais mais comuns · extremidades de membros inferiores Diagnóstico Através do isolamento e identificação do fungo a partir da crosta, fragmento de tecido ou exsudato. · Exame direto · Cultura em ágar Sabouraud · Exame histopatológico Tratamento Não tem boa resposta às drogas antifúngicas. Nas formas localizadas· medidas cirúrgicas (crioterapia com N líquido, exérese cirúrgica, eletrocirurgia, laser de CO2) · associar itraconazol 200-400 mg/dia Nas formas extensas · itraconazol 200 mg/dia (18meses) + fluorocitosina 150 mg/kg/dia ou · anfotericina B. Tuberculose cutânea Agente ➤ causada pelas micobactérias do complexo que contém os agentes Mycobacterium tuberculosis (principal), M. bovis, bacilo BCG e M. africanum (somente na Lesões ➤ lesões são de fundo granulomatoso, com necrose caseosa (granuloma caseoso). Lúpus vulgar ➤ forma crônica da TB cutânea ocorrendo mais em adultos PPD reatores, como um tipo de TB pós-primária por disseminação de um foco tuberculoso interno, por via linfática, hematogênica ou contiguidade. ➤ lesões se localizam preferencialmente na face, acometendo a região malar (daí o nome “lúpus vulgar”), dorso do nariz, mento e pavilhão auricular, embora possa surgir nos membros e no tronco ➤ principal característica do lúpus vulgar: pela vitropressão, obtém-se à inspeção uma cor amarelada tipo “geleia de maçã”. Tuberculose verrucosa ➤ forma de TB cutânea por inoculação, mas de um indivíduo que já havia sido previamente sensibilizado pelo bacilo (PPD reator). ➤ fazendeiros ou açougueiros, pela inoculação do M. bovis e indivíduos que trabalhavam com o bacilo da tuberculose no laboratório. ➤ Lesões papulares iniciais evoluem lentamente para placas verrucosas excêntricas, podendo ocorrer atrofia central. Predominam no dorso das mãos, dedos ou pés. Escrofuloderma ➤ forma mais comum ➤ Resulta da invasão bacilar por contiguidade de lesões do tipo linfadenite (escrófula), TB ósseo ou articular, ou ainda TB do epidídimo. ➤ As lesões localizam-se na região submandibular, cervical e/ou supraclavicular. ➤ Aparecem nódulos subcutâneos eritematosos ou eritematocrostosos que fistulizam material caseoso ou purulento Cancro tuberculoso ➤ TB primária de inoculação. ➤ Após 3-4 semanas do evento, surge uma pápula ou nódulo inflamatório que evolui para ulceração e que tende a se cronificar. ➤ mais comum nas mãos e dedos ou na cavidade oral Reação à BCG 1. erupções exantemáticas, eczematosas ou eritema nodoso por hipersensibilidade; 2. lúpus vulgar; 3. fenômeno de Koch (reação local exacerbada, aumentando a úlcera e inflamando os linfonodos axilares); 4. escrofulodermia; 5. abscesso subcutâneo; 6. linfadenite regional exagerada. BRUNO REIS DE MOURA - UFPE CAA
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