Buscar

Clostridioses - medicina veterinária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Doenças associadas 
• Carbúnculo sintomático 
• Tétano 
• Botulismo 
• Enterotoxemia 
• Carbúnculo hemático 
O que são clostridioses? 
• São um grupo de doenças causadas por 
bactérias do gênero clostr 
• Bactéria idium spp. E que são encontradas 
normalmente no intestino de animais e no 
ambiente 
• As patogenias podem ser causadas tanto pelo 
microrganismo quanto por suas toxinas 
Carbúnculo sintomático 
• Doença enfisemática aguda, infecciosa, mas 
não contagiosa, acomete em geral bovinos 
jovens 
• Causa uma doença aguda altamente fatal em 
bovinos 
Agente etiológico 
• Clostridium chauvoei 
• Bactéria gram-positiva anaeróbica, com 
formação de esporos e toxina → toxina A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Epidemiologia 
• Tem distribuição mundial e causa grandes 
impactos econômicos na produção animal 
• Existe vacina, mas ainda há surtos 
• Programas de controle após escavação do 
solo ou inundações pois há reativamento dos 
esporos 
• Afeta bovinos jovens (6 meses a 2 anos) 
 
• O agente etiológico também pode estar ligado 
a gangrena gasosa de ruminantes 
• É a clostridiose mais comum no Brasil 
• Tem curso rápido → morte entre 24-36h após 
inicio dos sintomas 
• Esporos tem alta resistência ambiental 
• Se causar miosite necrosante = mortalidade 
de 100% 
• Solo e pastagens, fezes ou decomposição de 
carcaças infectadas 
Sinais clínicos 
• Claudicaçao 
• Inchaço 
• Espasmos 
• Lesões no miocárdio 
Clostridioses 
Esporos ingeridos → multiplicação no intestino → invasão da 
mucosa intestinal → acesso a circulação sanguínea → órgãos e 
tecidos – musculatura esquelética 
• Permanecem adormecidos nos órgãos e tecidos até que não 
haja lesão muscular → germinação e proliferação 
 
Surtos de carbúnculo sintomático podem 
ocorrer: 
1. De forma recorrente, todos os anos, na 
mesma região geográfica 
2. Logo após a movimentação de animais para 
novas pastagens 
3. Em animais alimentados com ração 
Patogenia 
• Forma clássica → maior ocorrência na 
musculatura esquelética 
• Forma visceral → raramente encontrada, 
afetando principalmente o coração 
• Os esporos presentes no intestino são 
veiculados por macrófagos ate a musculatura 
onde permanecem em latência 
• Quando há trauma, criam ambiente 
anaeróbio que permite a germinação de 
esporo e produção de toxinas 
• Pode haver transmissão transplacentária 
Clinicamente 
• Temperatura elevada 
• Depressão e manqueira quando o membro é 
atingido 
• Edema 
• Crepitação (bolha de gás → multiplicação 
bacteriana) 
Exames de sangue → alterações 
• Leucopenia com desvio a esquerda e 
neutrófilos tóxicos 
• Linfopenia 
• Na citologia é possível identificar a presença 
de bastonetes 
Diagnostico 
Ante mortem → histórico + sinais clínicos 
• Confirmação do diagnostico → aspirado de 
conteúdo exsudativo 
➔ Teste de gram., imunofluorescência, 
imuno-histoquímica, cultura bacteriana e 
PCR 
• Biopsia muscular, tecidos ou fragmentos do 
subcutâneo 
➔ É bactéria! Não queremos contaminantes! 
➔ Coleta estéril, coletores adequados → 
encaminhar frescos, refrigerados ou 
congelados 
• Anaerobiose → meio enriquecido (ágar 
sangue 48h) 
➔ Sangue de ovelha, bovino, coelho, porco e 
cachorro 
➔ NÃO utilizar sangue humano, de cavalo, 
cobaia ou galinha 
Tratamento 
Quando possível → altas doses de antibióticos, 
preferencialmente beta-lactâmicos 
➔ Penicilina, ampicilina, tetraciclinas 
(doxiciclina) e clorafenicol 
• A eficácia desse tratamento em ruminantes é 
muito limitada 
Cavalos 
• Altas doses de antibióticos + anti-
inflamatórios + fluidoterapia + fascitomia ou 
miotomia nas primeiras 24h de internação 
foram recomendados 
Prevenção 
• A erradicação é praticamente impossível pela 
resistência dos esporos no ambiente 
➔ Iodo, cloro e outros desinfetantes 
oxidantes destroem a forma ativa e 
esporulada 
➔ Capazes de tolerar a ação de 
desinfetantes a base de amônio 
quaternário e/ou fenólico e da fervura 
Imunização dos animais + restrições de higiene são 
medidas eficazes no controle da doença 
• Vacinas bacterianas X toxoides 
• Vacinação a partir de 4-6 semanas de vida 
Vacinação 
• São quase 100% eficazes na prevenção após a 
exposição natural 
• É uma vacina viva atenuada 
Tétano 
• É uma infecção aguda e grave causada pela 
toxina do bacilo tetânico – Clostridium tetani 
• É gram-positiva, anaeróbica, fermentativa e 
também requer meios enriquecidos para 
cultivo 
• Entra no organismo por lesões de pele e não é 
transmissível 
• Bactéria presente no intestino e esporos em 
fezes 
• Muito comum em cavalos 
• O tétano decorre de acidentes e se manifesta 
pelo aumento da tensão muscular geral 
➔ Síndrome neuro paralítica 
• Os esporos são altamente resistentes no 
ambiente, são capazes de suportar 
temperaturas altíssimas 
• Produz varias toxinas, sendo a neurotoxina 
tetânica (TeNT) responsável pelos sintomas 
clínicos de paralisia espástica 
• O período de incubação é em média de 10 
dias 
• De um modo geral, o tétano é uma doença 
individual do rebanho 
Sinais clínicos 
• Os primeiros sinais detectáveis são → rigidez 
generalizada e relutância em se mover 
• Mudança na marcha → andar rígido, postura 
de “cavalo-serra” (rigidez do musculo 
extensor) 
• Exame físico → causa rígida, pelo 
comprometimento dos músculos coccígeos 
• Expressão alterada: cabeça estendida, narinas 
dilatadas, orelhas eretas e pálpebras bem 
abertas 
• Músculos da mastigação → tentativas de abrir 
a boca com extrema rigidez 
• Perda da capacidade de deglutir → 
desidratação progressiva 
• Há diminuição das contrações do rúmen = 
aumento do volume de gás 
• Tremores musculares que vão evoluindo 
conforme a evolução da doença 
• Convulsões por estimulo 
• Incapacidade motora → rigidez muscular 
extrema 
• Muita DOR → lesões musculoesqueléticas, 
luxação de quadril e fraturas de ossos longos 
• A EUTANÁSIA pode ser uma opção 
Diagnostico 
Exame físico + histórico + vacinação 
• Exames complementares para descartar 
outras possibilidades 
• Não há um teste ou um laboratório especifico 
para fazer este diagnostico 
Tratamento 
• Bovinos apresentam melhor resposta se 
comparados aos cavalos e ovelhas 
• Eutanásia em muitos casos deve ser 
considerada 
1. Fornecer relaxamento muscular 
2. Neutralizar o TeNT não ligado a toxina 
3. Estabelecer imunidade antitóxica ativa 
4. Eliminar a infecção 
5. Manter a hidratação e nutrição 
6. Fornecer boa base com cama profunda 
Soro antitetânico 
• É um pó liofilizado, com imunoglobulinas 
prontas purificadas e concentradas obtidas 
pela hiper imunização de equinos com toxina 
e toxoide tetânicos + 0,35% de fenol (para 
preservação) 
Doses e modo de usar 
Profilaxia → casos de ferimentos ou cirurgias aplicar 
5.000 UI (1 frasco) por via subcutânea ou 
intramuscular 
Tratamento → aplicar de 100.000 a 200.000 UI 
conforme indicação do médico veterinário 
• As contraindicações praticamente não 
existem e estão mais ligadas a reações 
alérgicas 
Vacinação 
• Geralmente vacinas múltiplas 
• Contem prevenção contra tétano 
Botulismo 
• Doença bacteriana grave, não contagiosa 
• Causada pela ação de toxinas Clostridium 
botulinum 
• É encontrada no solo, nas fezes humanas e de 
animais e nos alimentos 
• A doença pode levar a morte por paralisia da 
musculatura respiratória 
1. Botulismo alimentar → ingestão de alimentos 
contaminados com toxinas pré-formadas 
2. Botulismo de ferimentos (RARO) → 
contaminação de uma ferida com esporos 
3. Botulismo indeterminado → semelhante ao 
infantil, mas ocorre em adultos 
4. Botulismo por inalação → bioterrorismo 
Classificação das toxinas 
• Os esporos são resistentes a irradiação 
• O processo de pasteurização mata a bactéria 
e não os esporos 
• O tipo de toxina C, D → nãosão proteolíticos 
Epidemiologia 
• Animais, ambiente, solo → importante papel 
na transmissão 
• Distribuição mundial 
• Peixes também podem ser afetados e 
transmitirem pela alimentação 
Botulismo bovino 
Em produções extensivas 
• deficiência alimentar de fosforo/proteínas → 
animal busca ossos e carniça que podem 
conter a toxina 
Em produções intensivas 
• Contaminação da ração ou água por matéria 
orgânica em decomposição contendo a toxina 
ou a bactéria do botulismo 
• Alimentos de alta umidade (silagem ou grãos) 
→ podem apodrecer ao invés de fermentar e 
geram um ambiente anaeróbico ideal 
Sintomatologia 
• Causa paralisia progressiva e os animais vão a 
óbito por insuficiência respiratória – paralisia 
de músculos 
• Pode apresentar → marcha rígida e sialorreia 
→ difícil exposição da língua 
• Fazem posição de rã → estendem patas 
traseiras para trás a fim de facilitar a 
respiração 
• Morte rápida → 12-24h após o aparecimento 
dos sinais 
Patogênese 
• Atua no neurônio motor e na junta muscular 
• Compromete o estimulo da contração 
muscular → resulta em paralisia flácida 
Diagnostico 
• Analise da toxina → quanto antes a coleta das 
amostrar é melhor 
• Anteceder a administração do soro 
antibotulinico (SAB) para evitar que a toxina 
ativa seja neutralizada antes da coleta 
• O diagnóstico é realizado por bioensaio 
• HISTÓRICO + EXAME CLÍNICO + ATESTADO DE 
VACINAÇÃO 
• Exame post-mortem deve ser feito para 
ajudar no descarte e outros diagnósticos 
diferenciais 
Diagnósticos diferenciais 
• Febre efêmera (não tem no Brasil) 
Tratamento 
• Não há tratamento específico, APENAS 
tratamento suporte → sintomas de acordo 
com a toxinas (se for ligado a terminações 
nervosas, não haverá atividade da 
neurotoxina homologa 
• Alimentos suspeitos devem ser removidos e 
substituídos 
• Animais devem receber sombra, água e 
alimento → lembrar das paralisias de 
deglutição 
• Eutanásia deve ser considerada 
O que é o botox? 
• Trata-se do uso de neurotoxina tipo A 
purificada e fortemente diluída 
Arma biológica 
• Pode ser usada como arma biológica 
• A toxina é extremamente potente e letal 
• São fáceis de produzir e transportar 
• Pessoas com botulismo requerem tratamento 
hospitalar prolongado 
Prevenção e controle 
• Retirada e incineração de cadáveres e 
pastagens 
• Suplementação com mineral fosforo → evirar 
osteofagia (comer ossos) 
• Vacinação com o toxoide botulínico bivalente 
C e D 
• Compostagem adequada 
• Controle da qualidade de água e alimentos 
• A vacinação deve ser anual!!! 
Enterotoxemia 
• Intoxicação alimentar causada por Clostridium 
perfringens e resulta da ingestão de alimentos 
contaminados pela bactéria 
• Coloniza o intestino delgado → libera toxina 
que causa diarreia 
• A bactéria causa diversos tipos de doenças 
incluindo a gastroenterite 
• A doença grave que lesiona o intestino leva a 
morte 
• Carne bovina, aves, molhos e alimentos 
desidratados ou pré-cozidos contaminados 
são normalmente responsáveis por surtos de 
intoxicação alimentar por Clostridium difficile 
Epidemiologia 
• Infecção intestinal aguda geralmente fatal → 
culmina em toxemia sistêmica 
• Enterite necrótica ou hemorrágica, associada 
ao C. perfringens tipo C → em bezerros 
neonatos 
• Clostridium perfringens tipo A → associado a 
edema maligno 
• 
Sinais clínicos 
• Sinais neurológicos 
• Morte súbita 
• Doença no rim polposo 
Patogênese 
• Ambiente natural da flora intestinal de 
ruminantes ou ser adquirido pelo ambiente 
ou alimentos 
• Fatores predisponentes → mudanças 
repentinas de dieta sem período de 
adaptação 
• Alimentos ricos em carboidratos 
fermentáveis, raçoes concentradas, infestação 
por vermes intestinais, etc. → fatores que 
podem ser determinantes 
• Há aumento da permeabilidade vascular e 
essa toxina ganha a circulação sanguínea 
➔ Toxina épsilon pode atingir os rins, 
pulmões e encéfalo 
Sinais clínicos associados 
• Dispneia 
• Letargia 
• Redução da motilidade rumenal 
• Perda de consciência 
• Convulsões 
• Hiper salivação 
• Edema pulmonar 
• Hemorragia de mucosas 
• Conteúdo aquoso no intestino delgado 
• Encefalomalacia focal simétrica 
Sinais mais comuns 
• Diarreia liquida e cólica abdominal 
• Forma superaguda ou aguda → diarreia 
sanguinolenta, desidratação, anorexia, dor 
abdominal intensa, pode causar morte súbita 
(associado a toxina épsilon) 
• Forma crônica → geralmente em animais 
mais velhos que ingeriram grande quantidade 
de alimentos contendo inibidores de tripsina 
→ caracterizado por diarreia persistente sem 
sangue a desidratação 
Achados na necropsia 
• Lesões no intestino delgado 
• Dilatação das alças intestinais 
• Fluido hemorrágico peritoneal 
Diagnóstico 
• Post-mortem → necropsia em animais em 
estado agônico ou até 6h após a morte 
• Conteúdo intestinal → fora das alças 
intestinais → refrigerado ou congelado 
• Isolamento e identificação do agente + 
pesquisa da toxina beta ou épsilon 
Tratamento 
• Frequentemente malsucedido 
• Antibióticos NÃO TEM AÇÃO FRENTE A 
TOXINA 
• Tratamento suporte → fluido + anti-
inflamatórios (podem ser indicados a 
depender do caso) 
Controle 
• Vacinação sistemática dos rebanho 
• Vacinação de bezerros → aos 3 meses de 
idade 
• Revacinação anual 
Carbúnculo hemático 
Bacillus anthracis → saprófito, em solos ricos em 
matéria orgânica 
• Bastonete, gram-positiva, anaeróbio 
facultativo, encapsulado, imóvel e produz 
esporos 
• Acomete herbívoros → ruminantes → doença 
infecto-contagiosa/zoonótica de origem 
animal, conhecida vulgarmente por peste da 
“manqueira” 
Esporos 
• Podem ser destruídos a altas temperaturas 
• Chuvas de primavera + verão seco → facilitam 
a permanecia do esporo no solo 
Fonte de infecção 
• Manuseio de lã, couro e ossos de animais 
infectados 
• Ingestão de alimentos contaminados 
• Não é transmitida de forma direta de uma 
pessoa para outra 
• Biossegurança nível 3 
Patogênese 
• Fator I → edematoso: responsável pela 
formação de edemas 
• Fator II → fator antígeno protetor: enzimas 
que potencializam as outras frações, sendo 
inativa quando sozinhas 
• Fator III → fator letal 
Sintomatologia 
• Super aguda → mais frequente em bovinos e 
ovinos 
• Aguda → mais frequente em equinos e 
bovinos: hipertermia, congestão e edema 
pulmonar (48h) 
• Sub-aguda → mais frequente em suínos → 
febre, dispneia, edema de glote, diarreia 
sanguinolenta (morte em 72h) 
Diagnostico 
• Carbúnculo sintomático na sua forma super-
aguda 
• Enterotoxemias 
• Descargas elétricas 
Cultura + identificação + inoculação em animais de 
laboratório 
Tratamento e prevenção 
• Evolução do quadro é muito rápida 
• Antibióticos beta-lactâmicos podem ser uma 
boa escolha para o tratamento 
• Profilaxia: destruição das carcaças de animais 
mortos + vacinação dos animais + controle de 
roedores/insetos e vetores 
•

Continue navegando