Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P3 Vet 340 CONCEITO Doenças causadas por toxinas produzidas pela multiplicação de clostrídios no intestino e em outros órgãos abdominais (principal sinal: diarreia), ocorrendo a disseminação pela corrente sanguínea. Quase sempre fatal, de evolução rápida, normalmente seguidos de sinais nervosos. DOENÇA DE EMPANTURRAMENTO – animais “cheios” (timpanismo) e com paralisia no intestino. IMPORTANTE.: Grupo das clostridioses que resultam em diferentes quadros clínicos englobados no termo Enterotoxemias. Afetam principalmente ruminantes, causando impactos na pecuária. Embora algumas também afetem aves, humanos e cão. PROCESSOS CLÍNICOS MAIS IMPORTANTES Bovinos, ovinos e caprinos Enterotoxemia ictérica ou Hemolítica; Disenteria dos cordeiros; Doença do rim polposo; Enterotoxemia hemorrágica; Struck; Enterotoxemias por C. perfringens tipo E; Enterotoxemias por C. sordelli; Bradsot (C. septicum). OBS.: Nas clostridioses geralmente a vacina é polivalente, pois embora o principal agente seja o C. perfringens, os outros clostrídios podem estar envolvidos/associados. ETIOLOGIA C. perfringens (wellchii). Características microbiológicas: formador de endósporo subterminal, deformador da célula-mãe. 4 toxinas letais (principais): alfa, beta, épsilon e iota Agrupados em 5 grupos (A a E). Toxinas secundárias: Delta (δ) – hemolisina/Tetha (θ) – hemolisina; Kappa (κ)- colagenase/Mu (μ) – hialuronidase. Podem causar mastites, aborto e distúrbios neurológicos. EPIDEMIOLOGIA Habitante da microbiota normal do TGI: Tipo A TGI humanos, animal e solo; Tipos B–E TGI e surtos no solo. Animais adultos podem ser, porém os jovens são mais afetados; Independente de raça e sexo; Enfermidades infecciosas e não contagiosas (a toxina não passa de um animal pro outro); Contaminação dos animais não é suficiente para causar a doença – tríade epidemiológica. Fatores desencadeantes Animal, ambiente, e principalmente manejo e alimentação; Sobrecarga, rações proteínas e CHO (fácil fermentação) – mudança abrupta na ração (exemplo: leilões – animais morrem rapidamente); Aumento da multiplicação intestino ou estômago. OBS.: Alteração na microbiota residente leva a multiplicação e produção de toxina. A microbiota normal evita a multiplicação dos patógenos oportunistas e a parada dos movimentos dos alimentos no tubo digestivo (o peristaltismo mantém a eliminação da bactéria). OBS.: Excesso de alimentação diminui o peristaltismo. Enterotoxemia: Ovinos C. perfringens tipo D; Bovinos C. perfringens tipo A, B, C e D. PATOFISIOLOGIA Exotoxinas formadas de 18-24h: Termoestáveis Inativadas pelo formol; ENTEROTOXEMIAS Algumas Pró-toxinas (produzidas na forma inativa, com peptídeo sinal, que faz com que ela migre para fora da bactéria, onde é clivada). Ingestão Microbiota Fatores pré disponentes Multiplicação Produção de toxinas Enterotoxemia. TOXINAS Toxina alfa (Lecitinase) – atua na membrana celular causando destruição e morte celular. Está presente nos 5 tipos; Toxina Beta – é letal e necrosante; pró-toxina sensível a tripsina; presente nos tipos B e C; ação em neonatos, pois o colostro possui anti-tripsina (destrói a tripsina); Toxina Épsilon – pró-toxina ativada por proteases; aumenta a absorção; causa dano no epitélio vascular; presente nos tipos B e D; considerada uma neurotoxina; Toxina Iota – pró-toxina presente no tipo E. Mudança abrupta na alimentação (fatores predisponentes) Proliferação rápida Afeta permeabilidade intestinal Absorção da toxina (ação necrosante) Danos no endotélio Pequenas hemorragias, acúmulo de líquido cavidades serosas, edemas cérebro, coração e pulmão. SINAIS CLÍNICOS Enterotoxemia ictérica Quadro agudo Febre, depressão, apatia, palidez de mucosas, icterícia, hemoglobinúria. Disenteria de cordeiros Forma superaguda, geralmente não se observa sintomas; Fortes cólicas sem diarreia, distensão do abomaso, abomasite hemorrágica com liberação de conteúdo escuro, morte repentina, coágulos grandes no leite. Enterotoxemia hemorrágica Quadro agudo e superagudo Mortos sem causa aparente; Dor abdominal, convulsões e diarreia hemorrágica – morbidade alta. Struck Hiperemia, convulsão e morte rápidas; Quadro entérico: fezes pastosas/escuras/abundantes; Geral Prostração e coma. Enterotoxemia Clássica (Rim polposo) Toxina épsilon sangue Lesão de endotélio; Edema cerebral, hiperglicemia, danos no endotélio renal, edema pulmonar, hipertensão e infarto; Rapidez na putrefação cadáveres; Morbidade 100% e mortalidade 10-30%; Quadro clínico varia: agudo a subagudo (morte); Inapetência, cólica, convulsões, movimento de pedalagem, opistótono e nistagmos; Taquipneia, eliminação de conteúdo espumoso pela boca; diarreia abundante. DIAGNÓSTICO Clínico/Histórico Quadro clínico com morte súbita; Alimentação com alta [ ] de concentrados. OBS.: Geralmente é feito o diagnóstico clínico + PCR. Laboratorial Cultivo: características microbiológicas; Histopatologia; Glicosúria; Bioensaio em camundongos: Demonstração da toxina; Identificação da toxina. CONCLUSIVO! Genotipificação – PCR. TRATAMENTO Curso agudo – sem tempo; Antitoxina tipo apropriado (proteção dura 2-3 semanas): Doses profiláticas ➔ SC; Doses terapêuticas ➔ EV (endovenosa). OBS.: Tratamento caro. Drogas: beta-lactâmicos, tetraciclinas e sulfas. Tratamento sintomático (soro fisiológico); Cão e gato (C. perfringens tipo A) ➔ diarréias ➔ metronidazol, macrolídeos (Tilosina) ou ampicilina. VACINAS Amostras vivas, inativas e toxóides (vacina produzida para a toxina a partir do gene dela); Vacinar fêmeas em gestação; Vacinar cordeiro (>40 dias) e bezerros (>4-6 meses); Coadjuvante especial: Stimugen – adjuvante estimulador; Polivalentes e o tempo de imunização e variável. Antes do confinamento e na entrada (30 dias intervalo). PREVENÇÃO E CONTROLE Adequar a alimentação às necessidades dos animais em diferentes estados fisiológicos – serve também para o Botulismo (osteofagia); Evitar mudanças bruscas de alimentação, excessos de qualidade e quantidade; Redução de grãos e aumento de fibras; Evitar grandes ingestões de leite – promove fermentação; Controle de parasitas gastrointestinais – formação de êmbolos sépticos; Vacinação. “Mal do caroço” Geralmente ocorre em caprinos (superficial) e ovinos (visceral – se rompe levando a morte do animal). HISTÓRIA 1888 – Edmound Nocard deu o nome de Linfangite bovina (pode atingir também); 1891 – Hugo Von Preisz: abcesso renal em ovinos Bacilo “Preisz-Nocard”; 1934 – Churchward: primeiro relato na Austrália; 1948 – Corynebacterium pseudotuberculosis (lembra granuloma – antigo C. ovis); 1973 – Primeira descrição na Bahia e disseminação. Linfadenite caseosa (LAC) é uma enfermidade infectocontagiosa de caráter crônico que acomete caprinos e ovinos. Caracteriza-se pela formação de abscessos nos linfonodos (linfonodos superficiais fistulam, facilitando a contaminação). Possui duas formas clínicas: Superficial – Doença do caroço (caprinos); Visceral (comprometimento dos linfonodos internos e morte súbita) – Síndrome da ovelha magra (ovinos). ETIOLOGIA Corynebacterium pseudotuberculosis: Gram-positiva; Parasita intracelular facultativa; Não forma esporos; Aeróbios facultativos; Forma cocóide (grupamentos irregulares ou em paliçada – letra chinesa ou asa de gaivota). FATORES DE VIRULÊNCIA Fosfolipase D (PLD) – exotoxina Glicoproteína que possui ação nas células endoteliais: Hemólise; Aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos e linfáticos – ação direta nas células endoteliais com atividade esfingomielinástica (comprometimento dascélulas que forma o vaso). Parede celular lipídica Piogênico; Proteção contra a digestão pelas enzimas celulares, citotóxica e induz a caseificação (granuloma parecido com o da Tuberculose e Paratuberculose). Resiste à dessecação durante meses, permanecendo vivo na carne congelada (perigo da disseminação), fezes, exsudato purulento, solo, locais úmidos e escuro, pele, vísceras infectadas e intestinos; Pode sobreviver no solo infectado com pus por até 8 meses e nas instalações (cercas de arame farpado, baias de alumínio) por 4 meses. OBS.: Fator predisponente: brigas entre machos com chifres. EPIDEMIOLOGIA Distribuição mundial; Regiões tropicais e subtropicais; Todas as raças e sexos, e estações do ano, animais adultos mais acometidos; É endêmica no Brasil, possuindo uma prevalência clínica ~ 30%; Alta prevalência no Nordeste; Perdas econômicas Alta morbidade; Linfangite (linfadenite em gânglios linfáticos) ulcerativa em equinos; Abscessos superficiais em bovinos, suínos, cervos e animais de laboratório. TRANSMISSÃO Pele, mucosa, aerossóis ou ingestão O micro- organismo penetra em pele intacta ou escarificada, no subcutâneo ou na mucosa. OBS.: Caprinos se alimentam de cactos, o que favorece feridas. A tosquia também pode causar ferimentos. Ruptura de abcessos; Tatuagens; castração; brigas; marcação; compra de animais subclínicos; Humanos – linfadenite recidiva em veterinários e tratadores (não é considerada zoonose devido a não causar problemas mais sérios). PATOGENIA LINFADENITE CASEOSA (LAC) OBS.: LPMN: linfopolimorfos nucleares – células de defesa que chegam devido à inflamação). Organismo tenta isolar o microrganismo formando abscesso e impedindo que o antibiótico chegue até o local SINAIS CLÍNICOS Forma superficial: linfadenopatia uni ou bilateral – pode romper e se disseminar no ambiente. Linfonodos superficiais: submandibulares, parotídeos, pré-escapulares, pré-curais, supramamários ~75 a 87% das vezes ocorrem nas regiões da cabeça e inguinal. IMPORTANTE.: Formação de lamelas no linfonodo devido a recidivas (abre e fecha) – necroses recorrentes da cápsula, acúmulo de células inflamatórias e formação de uma nova cápsula). SINAIS CLÍNICOS Forma visceral: abcessos em órgãos (fígado, pulmões). OBS.: Filia por linfonodos. DIAGNÓSTICO Aspectos clínicos – aumento de linfonodos; Isolamento – drenagem dos abcessos e realização de cultura; Identificação do agente – HE/Bioquímicos/PCR; Identificação de anticorpos – ELISA/Imunodifusão/ Inibição da hemaglutinação; Linfadenite; Isolamento – cultura (ágar sangue) – crescimento de Corynebacterium em placa de ágar sangue, apresentando colônias de coloração branca e aspecto seco; Cultura – hemólise sinérgica entre C. pseudotuberculosis e R. equi. Teste CAMP; Isolamento – cultura (líquido). Identificação do agente: Provas Bioquímicas: Catalase +; Urease +; Fermenta carboidratos sem formação de gás; Não fermenta lactose; Não tem atividade proteolítica; ß-hemolítica. TRATAMENTO Drenagem de linfonodos + Retirada do conteúdo (utilizar saco plástico para evitar contaminação do solo e disseminação) + Iodo Tratamento com antibioticoterapia? Antibiótico não penetra a cápsula onde a bactéria está e é difícil atingi- lo quando está migrando pela circulação linfática, pois é mais intracelular. 2 BIOTIPOS OU BIOVARES – Ovis e Equi Enzima nitrato-redutase – conversão do nitrato para nitrito (vantagem para a bactéria e auxilia na identificação): Biotipo equi – capacidade de reduzir (Linfangite ulcerativa); Biotipo ovis – não reduz este substrato (Linfadenite caseosa). Biotipo equi – infecta preferencialmente os equinos; Biotipo ovis – acomete ppt os pequenos ruminantes; OBS.: Bovinos podem ser infectados pelos dois biovares, mas há predomínio do biotipo equi. Diagnóstico o Testes: Identificação de anticorpos; Infecção subclínica; Diversos antígenos utilizados no ELISA – sobrenadante de culturas bacterianas, antígenos da parede celular e exotoxinas recombinantes; Quantificação de IFN-gama – bons resultados. PROFILAXIA E CONTROLE Isolar os animais doentes com lesão supurada e remover os abscessos antes de supurarem; Descartar os animais positivos do rebanho; Inspeção periódicas; Incinerar todo material caseoso; Desinfetar as instalações com vassoura de fogo; Vacinar animais jovens e saudáveis. VACINA Linfovac – Vencofarma: A dose é de 1 mL, independente do peso do animal por via subcutânea; Vacinar os animais a partir de 3 meses de idade, revacinar 30 dias após e anualmente com 1 dose; Não vacinar fêmeas prenhes; Não vacinar os animais 21 dias antes do abate; Não vacinar animais doentes, inclusive animais que apresentem sinais clínicos compatíveis com LAC. PROTEÇÃO BOA! Glanders ou farcy, muermo, catarro de mormo, catarro de burro, lamparão, farcinose Doença infectocontagiosa (causada por agentes etiológicos e transmitida entre os animais) dos equídeos. Aguda ou crônica, manifesta-se por um corrimento viscoso nas narinas e presença de nódulos úlceras subcutâneas nas mucosas nasais, nos pulmões e gânglios linfáticos. Quando os linfonodos fistulam há disseminação para o ambiente. A bactéria não é muito resistente no ambiente, porém sua disseminação foi aumentada devido as cavalgadas, quando os animais paravam para comer e a liberavam junto com as secreções no ambiente. MORMO É ZOONOSE gravíssima! Notificação imediata de casos suspeitos (IN-50 13/09/13). Propriedade fechada até o diagnóstico negativo. Descrita em 425 a.C. por Hipócrates e recebeu o nome de Malleus por Aristóteles em 350 a.C. Considerada uma das 7 pragas do Egito. ETIOLOGIA Burkholderia mallei – imóvel, bastonetes G(-), aeróbicos restritos; Anteriormente: gêneros Pseudomonas mallei e pseudomallei e Actinobacillus mallei e pseudomallei – gênero Pseudomallei causa doença parecida com o mormo (pneumonia). OBS.: Algumas características fenotípicas eram similares entre os gêneros, porém, as genotípicas não; Parasita obrigatório, não resistindo a períodos superiores a 6 semanas no meio ambiente (quando protegida pelo exsudato); Cápsula e revestimento de LPS – auxilia na antifagocitose; Sobrevive na água por até 100 dias – tempo bom para disseminação e mantença da doença; Ambientes quentes e úmidos; Sensível ao calor (53ºC), a produtos iodados e resistente a produtos à base de fenóis. HISTÓRICO Não existem dados precisos da 1ª ocorrência no País; 1811 Ilha de Marajó – família real (cavalos de Portugal trouxeram a doença); Século XIX Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes, São Paulo, Salvador, São Lourenço da Mata (PE) – disseminação; 1988 Extinta, nenhuma ocorrência em 31 anos. OBS.: Sempre foi uma doença de notificação obrigatória; 1998/99: 7 animais positivos na Zona da Mata (PE e AL – compra de animais mais baratos) MAPA: exigência de testes para trânsito interestadual nas regiões de PE e AL Em 2004 expande para AM, PA, PR, SC, RR e NE, exceto Bahia. Disseminação: Bioterrorismo: Alemanha – I Guerra Mundial; Japão – II Guerra Mundial; URSS – Afeganistão; EUA – caso de contaminação em instalação de pesquisa militar (2000). OBS.: - O último caso registrado no Brasil de humano que morreu de mormo foi um veterinário militar da cavalaria; - Arma biológica: mutada e mata em 12h. EPIDEMIOLOGIA Ocorrência: equídeos; PI: 4 dias a meses, em humanos 1 a14 dias); Sensíveis: carnívoros, camelídeos, caprinos e homem; Resistentes: bovinos e suínos; Infecção experimental: ovinos, caprinos, caninos, felinos, camelos, cobaias, ratos de água, camundongos. Bovinos e suínos têm dificuldade de infecção experimental e aves são refratárias; Entrada: via digestória,respiratória, genital, cutânea. (mucosas respiratórias e digestivas, pele lesionada). Fonte de infecção: solípedes (apenas 1 dedo) infectados com a Burkholderia mallei, água e alimentos contaminados, vetores mecânicos (Musca domestica); Via de eliminação: corrimento nasal, secreção proveniente de úlceras cutâneas – a principal causa da disseminação é o fato dos animais comerem em cochos comunitários liberando secreções. Fatores predisponentes Clima e ecologia (alta umidade) – mantém a bactéria viável fora do corpo (impede a desidratação); Introdução de animais doentes – principal problema nas propriedades; Grandes concentrações de equídeos associados à disseminação da bactéria (também pode ser chamada de doença de estábulo, pois a disseminação é maior em animais confinados); Zona urbana/Sistema de criação; Manejo higiênico-sanitário – limpeza é uma medida importante de profilaxia. PATOFISIOLOGIA E SINAIS CLÍNICOS Ação da endotoxina (só é liberada quando a bactéria morre – gram negativa) Formam focos inflamatórios. MO pode ficar: Circunscrito Causa focos primários; Disseminar Causa focos secundários. Animais infectados: Forma aguda: mula e burro; Forma crônica: cavalos – CUIDADO! Pode estar eliminando o MO para o ambiente e ser confundido com Garrotilho, impedindo o controle e permitindo a disseminação (Mormo nunca foi extinto do Brasil, ficou isolado em algumas regiões). Sinais clínicos Artrite, edema peitoral, edema de prepúcio, taquipneia, hipertrofia dos nódulos linfáticos, abscessos subcutâneos, dispneia, úlcera nasal, claudicação, hipertermia, cicatriz em estrela, hiperemia de mucosas, edema de membros, apatia, estertores respiratórios, drenagem nasal, hipertrofia dos linfonodos submandibulares e caquexia. Formas de apresentação Forma nasal: febre alta, tosse e descarga nasal com úlceras nas narinas, gânglios submaxilares edemaciados (confundido com Garrotilho); Forma pulmonar: pequenos nódulos com centros caseosos ou calcificados e pneumonia crônica; Forma cutânea (Farcinose): nódulos e úlceras na região interna dos membros e abdome (afeta o trajeto linfático causando “rosário” sobre a pele) com presença ou não de secreção amarelada escura, nódulos no fígado e baço. Lesões o Nódulos maléicos subcutâneos (nódulos de tuberculose) Tamanho (ervilha – ovo de pombo); Alinhados como contas de terço – gânglios linfáticos; Centro amolecido; Líquido vermelho acinzentado ou pardo-escuro; Circundado por cápsula conjuntiva; Rompem para exterior – cura com rapidez (fístula fecha); Completa destruição do tecido com cura por cicatrização (estrela). o Gânglios linfáticos regionais Congestionados e frequentemente supurados. DIAGNÓSTICO Histórico: sintomas e lesões; Isolamento e cultura: Reação de Strauss (aplica o sobrenadante da cultura no testículo e observa inflamação purulenta). OBS.: Zoonose de alto grau: não podem ser feitos em qualquer laboratório, deve ser um de segurança e autorizado; Molecular: exame Anátomo-histopatológico (deformação da região do focinho do animal). MAPA PROGRAMA DE SANIDADE DOS EQUÍDEOS (PSE): OBS.: Também inclui a AIE (vírus). Triagem: fixação de complemento (FC) ou ELISA; Trânsito internacional: fixação do complemento FC; Teste complementar: Western Blotting (WB); Maleinização intrapalpebral: maleina PPD (igual o teste da Tuberculina, porém com aplicação intrapalpebral) – teste complementar usado somente em equídeos menores de 6 meses de idade com sinais de mormo Teste intrapalpebral (< 6 MESES DE IDADE): 0,1 ml via ID na pálpebra inferior de um olho com leitura após 48 horas Retirada como teste obrigatório (era até 2017), pois estavam ocorrendo muito falsos positivos. OBS.: - Causa conjuntivite violenta; - Swab no linfonodo aberto ou punção no fechado + Ágar sangue (cresce bem). Diagnóstico diferencial Adenite Equina (Strangles); Linfangite Epizoótica (Epizootic lymphangitis) – úlceras que não possuem as bordas elevadas e as lesões pulmonares não são usuais (vias aéreas superiores); Micoses: Blastomycose, Espirotricose, Rinosporidiose e Criptococose (zoonose); Linfangite Ulcerativa (Ulcerative lymphangitis) – esporádica, envolvimento sistêmico é raro; Tuberculose; Melioidose (B. pseudomallei) – não é uma doença primária de equinos, mas sim de humanos. TRATAMENTO Não é permitido pelo MAPA (código Zoosanitário – OIE, 2000) Sacrifício (o tratamento não é indicado pois os animais se tornam portadores crônicos e fontes de contaminação para outros animais). CONTROLE E ERRADICAÇÃO Notificação imediata à autoridade sanitária competente; Isolamento da área onde foi observada a infecção – impede entrada e saída dos animais e de todos os materiais que estiveram em contato; Isolamento dos animais suspeitos e sacrifício dos que reagiram positivamente; Cremação dos cadáveres no próprio local e desinfecção de todo o material que esteve em contato; Desinfecção rigorosa dos alojamentos; Suspensão das medidas profiláticas somente três meses após o último caso constatado. SAÚDE PÚBLICA Zoonose Fatal; Cuidado com animal de transporte e laboratório; Febre, com pústulas cutâneas, edema de septo nasal, pneumonia lobar e abcessos em diversas partes do corpo; Tratamento: Sulfadiazina, Doxiciclina e Azitromicina. Adenite equina, gurma Estreptococose equina, Rinofaringite equina Doença infectocontagiosa aguda ou subaguda, caracterizando-se por uma inflamação mucopurulenta do trato respiratório superior de equinos associada a linfadenite abscedativa, principalmente linfonodos submandibulares e retrofaríngeos (parece a Caxumba humana). ETIOLOGIA Streptococcus equi subespécie equi (grupo C de Rebecca Lansfield: fez a extração dos antígenos – Streptococcus que causam problemas nos equinos) – caracterizado pela formação de colar de cocos; Cocos G (+) – roxeados na coloração de gram; Cápsula de ácido hialurônico – atividade antifagocítica (fator de virulência); Possui proteína M – virulenta e antigênica (vacinas intranasais são baseadas na proteína – intranasais, pois devido a serem oleosas causavam abcessos na pele); Cresce em ágar sangue – beta-hemólise; Não é considerado um habitante comensal do trato respiratório. EPIDEMIOLOGIA Distribuição Geográfica universal; PI 2 a 6 dias; Qualquer idade (1 e 5 anos), mas ppt animais jovens (< 2 anos); Estresse; GARROTILHO Surtos – ppt em animais jovens; Morbidade alta (40 - 80 %) e mortalidade baixa (5 - 10%); 70% adquirem imunidade (IgA e IgG) – animais que sobrevivem podem ter sequelas (cavalo roncador); Espécies sensíveis: solípedes (equinos, asininos e muares); Transmissão: contato direto e indireto: animal/animal e fômites (materiais inertes que auxiliam a disseminação), instalações, água, tratadores contaminados com secreção purulenta, espirros, tosse e relincho; Infecções lactentes Estresse da desmama; Bactérias viáveis por 2 meses; Animais Enfermidade clínica e subclínica; Animais recuperados Fontes de contaminação. PATOGENIA PI: 4-8 dias: MO entra por mucosa oral e nasofaríngea Invade epitélios da região e tonsilares Se multiplica rapidamente Incapacidade de fagocitose dos neutrófilos devido aos fatores de virulência das bactérias (proteína M, cápsula e leucotoxina) Migração para linfonodos regionais Abscesso/Abscedação Quimiotaxia de neutrófilos Edema Comprometimento. OBS.: Leucotoxina destrói neutrófilos e libera substâncias tóxicas que destroem o epitélio da região. SINAIS CLÍNICOS Anorexia, temperatura de 39-41ºC; Corrimento nasal (coloração muda de branca para amarelada em 2-3 dias); Tosses e espirros; Linfonodos submandibulares e retrofaríngeos aumentam (reatividade), ficamquentes e doloridos e ocorre abscedação; Animal com cabeça baixa e estendida; Morte Extensão e complicações; Animal que sobrevive pode ter problemas. Bolsas guturais: 2 compartimentos associados à faringe e conduto auditivo, cuja função pode ser de termorregulação do cérebro e ressonância da audição Acúmulo de pus pode conter bactérias viáveis que podem voltar a disseminar (de tempos em tempos é importante realizar exame para identificar). Animal portador Todos animais eliminam o agente de 4-6 semanas após a recuperação dos sinais clínicos (eliminação lenta) – animal portador assintomático é preciso acompanhar o animal após a cura clínica para confirmar a bacteriológica; 10% eliminadores crônicos formam os condróides (MO na bolsa gutural); Identificação e tratamento dos portadores é essencial para o controle. Complicações 1 Trompas de Eustáquio, bolsas paranasais, seios paranasais Empiema crônico Obstrução de vasos linfáticos Edema intersticial ruptura abcessos Aspiração Broncopneumonia purulenta necrótica; 2 Hemiplegia do nervo laríngeo – síndrome do cavalo roncador; 3 Síndrome de Honer ou Paralisia óculo-simpática (paralisia dos nervos faciais e oculares); 4 Garrotilho Bastardo (disseminação para a cavidade torácica e abdominal); 5 Púrpura Hemorrágica (doença autoimune – depósito de imunocomplexos nos rins e na pele). DIAGNÓSTICO Epidemiológico, clínico, anatomopatológico; Laboratorial: variação de Ac. Diagnóstico diferencial Vírus (Radostits et al. 2002, página 634): Influenza – surtos explosivos, corrimento nasal mais seroso, tosse seca e grave; Rinovirose – doença discreta; Rinopneumonite equina – associado a abortos. TRATAMENTO Depende do estágio da doença (Radostits et al. 2002, página 633): Antibiótico Penicilina G (22.000 UI/kg, IM de 12/12h); Sulfa - Trimetoprim (20mg/Kg de 5 a 10 dias); Terapia de suporte; Maior número de animais Terapia de massa: medicamento na água ou ração; Compressas quentes para lavagem das narinas; DAINES (drogas anti-inflamatórias não esteroides): Fenilbutazona e Flunixin meglumine; Traqueostomia pode ser necessária (retirada de pus). CONTROLE E PROFILAXIA Animais infectados: isolados (4-5 semanas e cuidados com utensílios); Estábulos limpos e desinfetados, camas incineradas; Uso de antibióticos antes dos abcessos; Abcessos formados Tratá-los com antimicrobianos e compressas quentes; Potros: alto valor e risco doença; S. equi subsp. equi é sensível penicilina, sulfonamidas e cloranfenicol (isolados resistentes a estreptomicina, tetraciclinas e gentamicina). Medida profilática eficiente Aferir a temperatura 2x ao dia; Suspeita Swab nasal e cultura (60% identificação), quando combinado com PCR (90%); Repetir de 2-3 semanas 3 culturas negativas = animal não infectado. Vacinação Vacinas inativadas Subunidades proteína M ou bactéria inteira: Redução de ~50% da severidade e morbidade; Criação/reprodução equinos Realizar esquema de vacinação: 1ª dose: 8-12 semanas de vida; 2ª: 11-15 semanas de vida; 3ª: 14-18 semanas; 4ª dose no desmame (6-8 meses). Animais 1 ano ou + de vida Vacinados 2x/ano; Fêmeas prenhes Vacinadas 2x/ano: 1 dose 4-6 semanas antes; Últimos tempos Vacina intranasal (impede formação de abcessos sobre a pele). o Disponíveis Bacterinas; Extrato de proteína; Cepas modificadas; Mutantes de cápsula; Vacinas autógenas. Intramuscular Imunidade local ineficiente; Intranasal IgA (imunoglobulina de proteção de mucosas) – ainda não tem boa eficiência. Quarentena Coleta de amostras para ELISA, qPCR (aumenta a acurácia do diagnóstico) e cultura Três swabs ou lavados nasofaríngeos com intervalos semanais Se positivo: tratamento; Análise das bolsas guturais (endoscopia) Remoção de placas e instilação de penicilina Reanálise em 2- 3 semanas. Tratamento de portadores o Tratamento tópico: 2g de gelatina em 40ml de água estéril; Aquecer no micro-ondas; Esfriar 45-50C; Adicionar 10ml de água destilada estéril a 10.000.000 UI de penicilina benzatina; Misturar à gelatina fria (50ml); Dispensar em seringas e manter por 24hs a 4C.
Compartilhar