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Resumo de Leucemias

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Beatriz Cunta – @biaemedicina 
DEFINIÇÃO 
É uma neoplasia da medula óssea que culmina 
no acúmulo de células brancas. 
➢ HEMATOPOIESE: 
 
Se há uma doença gerando acúmulo das células 
imaturas, há uma leucemia aguda. 
Se há uma doença gerando acúmulo das células 
mais maduras, há uma leucemia crônica. 
➢ CLASSIFICAÇÃO: 
• Leucemia linfoide aguda 
• Leucemia linfoide crônica 
• Leucemia mieloide aguda 
• Leucemia mieloide crônica 
FISIOPATOLOGIA 
➢ CAUSAS: 
Ocorrem devido a mutações genéticas, como: 
• Trissomia cromossômica 
• Deleção cromossômica 
• Translocação cromossômica 
Essas mutações podem ser identificadas por 
exames laboratoriais como: cariótipo e método 
FISH. 
1. Mutação (deleção, translocação, ganho) 
2. Formação de oncogenes (multiplicação) 
3. Leucemia 
LEUCEMIAS AGUDAS 
Ocorre aumento da produção de células 
imaturas que infiltram a medula e secretam 
fatores que impedem que a eritropoiese 
prossiga. Com o tempo, extravasam para o 
sangue periférico. 
➢ MANIFESTAÇÕES: 
➔ Proliferação: 
Medula repleta de blastos, levando a 
pancitopenia, dor óssea (principalmente 
quando afeta linhagem linfoide) e febre. 
Essa febre pode ser causada pela proliferação de 
blastos de origem linfoide e liberação de fatores 
piogênicos. Porém, não se descarta infecção. 
➔ Leucemização: 
Paciente apresenta leucocitose (às custas de 
blastos) e leucostase (sangue viscoso). 
➔ Infiltração: 
Há infiltração de outros órgãos, como: 
• Fígado e baço: hepatoesplenomegalia 
• Pele 
• Gengiva 
• SNC 
• Órbita 
• Linfonodos 
• Testículos 
 
➢ EXAMES COMPLEMENTARES: 
➔ Sangue: 
• Aumento de blastos 
• Pancitopenia 
 
➔ Aspirado/Biópsia de medula óssea: 
Beatriz Cunta – @biaemedicina 
Normalmente o aspirado é obtido na crista ilíaca. 
A biópsia, por outro lado, é obter um fragmento 
da medula. 
• ≥ 20% de blastos (Diagnóstico pela OMS) 
A partir do mielograma é possível definir se são 
blastos mieloides ou linfoides. 
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
Mais prevalente em homens > 60 anos. 
➢ APRESENTAÇÃO CLÍNICA: 
• Astenia: anemia 
• Febre: leucopenia 
• Petéquias e equimoses: plaquetopenia 
• Leucostase e infiltração 
OBS – Manifestações específicas: 
• Cloroma: subtipo M2 
• CIVD: subtipo M3 
• Hiperplasia gengival: subtipos M4 e M5 
 
➢ DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico é realizado com a presença de ≥ 
20% blastos MIELOIDES na medula óssea. 
São células grandes, com incisões em formato de 
bastonetes de Auer. 
 
Além disso, existem algumas proteínas de 
membrana características dessa linhagem 
(reconhecidas na imunofenotipagem): CD-33, CD-
34, CD-13 e CD-14. Basta ter alguma dessas 
proteínas para corroborar o diagnóstico. 
Outro modo de identificar é pela 
citogenética,detectando alterações como t(8,21), 
t(15,17) e inv(16). 
➢ TRATAMENTO: 
É dividido em três etapas principais: 
➔ Específico: 
Quimioterapia → esquema de poliquimioterapia. 
Para o subtipo M3, o ácido transretinoico surgiu 
como opção de tratamento e mudou desfecho 
de doença. 
➔ Suporte: 
Transfusão de concentrado de hemácias em 
pacientes com corte mais baixo: 
• Hb ≤ 6-7 g/dL 
• Hb ≤ 8-9 g/dL no cardiopata/idoso 
• EXCETO HEMÓLISE CRÔNICA 
Em relação à plaquetopenia, podemos 
transfundir de modo profilático ou terapêutico: 
• < 10.000/ mm3 – SEMPRE TRANSFUNDIR 
• < 20.000/mm3 – Febre ou infecção 
• < 50.000/mm3 – Sangramento 
OBS – Neutropenia febril 
Pacientes neutropênicos estão sujeitos a 
infecção, mas sem uma resposta imune 
adequada. É uma emergência hematológica! 
É definida como: 
• Neutrófilos < 500 mm3 (ou previsão de 
perda de neutrófilos - quimioterapia) 
• Febre ≥ 38,3º ou > 38º por mais de 1h. 
A conduta, nesses pacientes, consiste em: 
• Coleta de culturas 
• Antibioticoterapia: garantir cobertura 
para Pseudomonas (cefepime; 
tazobactam/piperacilina) 
 
OBS – Cobrir gram positivo se: instabilidade, 
infecção de cateter, acometimento cutâneo 
(vancomicina). 
OBS – Associar antifúngico se: não houver 
melhora em 4-7 dias (anfotericina B, 
caspofungina). 
OBS – Tratamento domiciliar se: paciente de 
baixo risco (Clavulin + Ciprofloxacino). São 
pacientes com expectativa de resolução rápida 
da neutropenia, sem disfunção orgânica, sem 
manifestações gastrointestinais. 
 
 
Beatriz Cunta – @biaemedicina 
➔ Síndrome de Lise Tumoral: 
Ocorre pela destruição das células tumorais 
diante do tratamento com quimioterapia. Ela é 
marcada por: 
• Hipercalemia 
• Hiperfosfatemia 
• Hiperuricemia 
• Hipocalcemia 
• Disfunção renal: pela deposição de 
cristais de ácido úrico e fosfato de cálcio 
nos néfrons. 
A prevenção é realizada com: 
• Hidratação vigorosa: “lavar” os cristais 
nos túbulos renais 
• Hipouricemiante: alopurinol, 
rasburicase 
É mais raro observar esse fenômeno em 
cânceres sólidos, sendo mais comuns em 
tumores hematológicos. 
LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
É a neoplasia mais comum da infância. 
➢ APRESENTAÇÃO CLÍNICA: 
• Astenia: anemia 
• Febre: leucopenia 
• Petéquias e equimoses: plaquetopenia 
• Leucostase e infiltração 
OBS – Manifestações específicas: 
• Dor óssea 
• Infiltração de SNC e testículo 
• Linfadenopatia 
OBS – Subtipos de LLA: 
• Subtipo L1: mais comum na infância 
• Subtipo L2: mais comum no adulto 
• Subtipo L3: Linfoma de Burkitt 
 
➢ DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico é realizado com a presença de ≥ 
20% blastos LINFOIDES na medula óssea. 
Se diferenciam principalmente em aspectos de 
imunofenotipagem. 
A linhagem B apresenta: CD-10, CD-19 e CD-20. 
A linhagem T apresenta: CD-3 e CD-7. 
Pela citogenética, estão associadas a: t(12,21) e 
hiperploidia (melhor prognóstico) e t(9,22), o 
cromossomo Philadelphia (pior prognóstico). 
➢ TRATAMENTO: 
Além da quimioterapia, do tratamento de 
suporte e da abordagem da Síndrome de Lise 
tumoral, deve-se realizar PROFILAXIA DO SNC. 
OBS – Quimioterapia intratecal: comum na LLA 
para profilaxia do SNC. 
LEUCEMIAS CRÔNICAS 
Ocorre um aumento da produção de células 
maduras na medula, que logo se disseminam 
para a circulação periférica. 
Essas células maduras, inicialmente, dividem-se 
em granulócitos (basófilos, eosinófilos e 
neutrófilos – que se dividem em: mielócitos, 
metamielócitos, bastões e segmentados) e 
mononucleares (linfócitos e monócitos). 
➢ MANIFESTAÇÕES: 
➔ Proliferação: de células maduras 
➔ Leucemização: leucocitose e leucostase 
➔ Infiltração: baço, fígado e linfonodos 
 
OBS – Diferentemente da leucemia aguda, não 
ocorre pancitopenia pois logo as células 
maduras atingem a circulação periférica (a 
leucemização é mais precoce). 
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA 
➢ PATOGENIA: 
É provocada pela translocação (9,22) → 
Cromossomo Philadelphia. 
 
A translocação aproxima os genes BCR e ABL e 
sua transcrição leva à síntese de tirosina-
quinase → proliferação predominante de 
granulócitos maduros (pode ocorrer proliferação 
de monoblastos e megacarioblastos também). 
Beatriz Cunta – @biaemedicina 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
Acomete paciente, em média, com 55 anos. 
➢ APRESENTAÇÃO CLÍNICA: 
• Esplenomegalia de grande monta 
• Síndrome de leucostase 
• Não há infecção: formas maduras 
 
➢ LABORATÓRIO: 
• Neutrofilia com desvio à esquerda 
• Basofilia e eosinofilia 
• Trombocitose e anemia 
• Fosfatase alcalina leucocitária BAIXA: 
forma de diferenciar a leucemia de uma 
reação leucemoide (qualquer leucocitose 
exuberante). 
 
➢ DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico pode ser feito pela análise do 
sangue periférico: 
• Pesquisa de cromossomo Philadelphia 
• Pesquisa de gene BCR/ABL 
A biópsia ou o aspirado de medula são realizados 
para avaliar prognóstico de doença, não para 
diagnóstico. 
➢ TRATAMENTO: 
O paciente pode apresentar a chamada crise 
blástica, uma forma de evolução muito grave, se 
não realizar o tratamento. 
Durante o processo de diferenciação, após certo 
tempo de doença, alguns blastos podemse 
proliferar e seguir a evolução de uma leucemia 
aguda. 
Assim, o tratamento é realizado com um inibidor 
da tirosina-quinase = IMATINIBE, e com cerca de 
12-18 meses de tratamento é possível erradicar 
as células com a translocação. O TMO também é 
outra opção. 
LEUCEMIA LINFOCÍTICA 
CRÔNICA 
➢ EPIDEMIOLOGIA: 
É mais prevalente em idosos. 
➢ PATOGENIA: 
É causada pelo acúmulo de células adultas que 
não amadurecem. 
➢ APRESENTAÇÃO CLÍNICA: 
• Linfadenopatia 
• Linfocitose 
• Hipogamaglobulinemia 
• Anemia e plaquetopenia se grave: 
fases terminais 
 
➢ DIAGNÓSTICO: 
O diagnóstico é realizado a partir da análise de 
sangue periférico: 
• Linfocitose: > 5.000 
• CD-5 + à citometria: não está presente 
nas células B fisiológicas 
 
➢ ESTADIAMENTO: 
 RAI BINET 
O Linfocitose 
Linfocitose e < 3 
áreas acometidas 
A 
I + Linfadenopatia Linfocitose e ≥ 3 
áreas acometidas 
B 
II + Hepatoesplenomegalia 
III + Anemia (Hb 11g/dL) Anemia (< 10g/dL) e 
Plaquetopenia 
C 
IV + Plaquetopenia 
 
➢ TRATAMENTO: 
Geralmente realiza-se o tratamento em 
pacientes nos estágios mais terminais: estágios 
III e IV de RAI e estágio C de BINET. 
 Procura-se mutações e trata (Venetoclax, 
ibrutinibe, etc.)

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