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FISIOTERAPIA PEDIATRICA Período Neonatal: É o intervalo de tempo compreendido do nascimento até o 28º dia de vida. Idade Gestacional Primeiro trimestre de gestação • 1 a 4 semanas de gestação: 1 mês • 5 a 9 semanas de gestação: 2 meses • 10 a 13 semanas de gestação: 3 meses Segundo trimestre de gestação • 14 a 17 semanas de gestação: 4 meses • 18 a 22 semanas de gestação: 5 meses • 23 a 26 semanas de gestação: 6 meses Terceiro trimestre de gestação • 27 a 31 semanas de gestação: 7 meses • 32 a 35 semanas de gestação: 8 meses • 36 a 40 semanas de gestação: 9 meses Bebê de Risco Instabilidade Hemodinâmica e/ou fisiológica como conseqüência de: • Distúrbios Congênitos • Alterações Metabólicas • Prematuridade • Asfixia Perinatal • Problemas Gestacionais Necessitando de cuidados intensivos após o nascimento. Classificação do Neonato Quanto a Idade Gestacional: • Pré-termo: nascida viva antes da 37ª semana de IG; • A termo: nascida viva da 37ª à 42ª semana de IG; • Pós-termo: nascida viva após a 42ª semana de IG. Tempo médio de gestação: 40 semanas Classificação do RN quanto ao Peso: • AIG: adequado para IG; • PIG: pequeno para IG; • GIG: grande para IG. Prematuridade Os prematuros podem ser subdivididos em três grupos: • Prematuros limítrofes: entre 37 e 38 semanas. • Prematuros moderados: entre 31 e 36 semanas. • Prematuros extremos: entre 24 e 30 semanas. Os prematuros extremos podem ainda ser subdivididos: • Entre 28 e 30 semanas: embora sejam extremamente prematuros, existe esperança de vida, até mesmo sem sequelas aparentes. • Entre 24 e 27 semanas: muitas vezes vão a óbito pela imaturidade dos seus sistemas. Gestação de alto risco É aquela que apresenta interferências patológicas e/ou sociais, que são fatores de agressão ao binômio gestante/feto. Interferências Patológicas: • deficiência nutricional, • hipertensão crônica, • DHEG, • pré-eclampsia, • eclampsia, • diabetes, • diabetes gestacional, • sangramento durante a gestação FISIOTERAPIA PEDIATRICA • primigesta idosa, • infecção perinatal. Fatores sociais: • gravidez não-planejada, • adolescência, • falta de pré-natal, • fumo, • álcool, • outras drogas. Oligodramnia: redução do líquido aminiótico. Polidrâmnia: quantidade excessiva de líquido aminiótico. Parto Prematuro São aqueles que ocorrem antes da gravidez chegar a 38 sem. São a maior causa de mortalidade fetal. Contribuem para a prematuridade: HAS ou DHEG, infecções, diabetes, PP ou DPP, doença renal ou cardíaca, desnutrição, abuso de drogas, álcool, fumo, anomalias uterinas. Efeitos sobre o feto (especialmente para os menores de 32 semanas): imaturidade pulmonar, hemorragia intraventricular e infecções decorrentes do sist. imunológico imaturo. Parto Pós-termo É quando o parto ocorre após 42 semanas de gestação. Após a 42ª semana a placenta começa a “envelhecer” tornando-se incapaz de realizar trocas gasosas e deixa de fornecer suporte nutricional para o feto. Há também diminuição do líquido aminiótico. Efeitos fetais: falência de crescimento fetal, desidratação, pele escamosa e enrugada, ausência de vérnix caseoso e lanugem, descoloração da pele e hipóxia. Hipóxia -> estresse -> eliminação de mecônio -> SAM APGAR Índice descrito por Virgínea Apgar em 1953, com escores de 0 a 10 no final do 1º, 5º e 10º minutos, sendo utilizado para avaliação, diagnóstico e tratamento imediatos no período pós- parto. Tendo como base o resultado do índice de Apgar, podemos classificar o grau de hipóxia do RN: • 0 a 3: hipóxia grave ou síndrome hipóxico- isquêmica- hemorrágica • 4 a 6: hipóxia moderada • 7: hipóxia leve • 8 a 10: oxigenação adequada Avaliação da Idade Gestacional Pode ser avaliada em função de dados pré-natais: • DUM • História materna • Ultrassonografia • Dosagens bioquímicas do líquido amniótico: citologia, dosagem de creatinina, bilirrubina. Desenvolvimento: Refere-se a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais. O acompanhamento do desenvolvimento da criança objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua vida futura. Isso ocorre principalmente por meio de ações educativas e de acompanhamento integral da saúde da criança. A identificação de problemas: FISIOTERAPIA PEDIATRICA • Atraso no desenvolvimento da fala • Dificuldade no aprendizado • Tendência ao isolamento social • Alterações relacionais • Agressividade Fundamental para o desenvolvimento e a intervenção precoce para o prognóstico dessas crianças. DISTÚRBIOS DO DESENVOLVIMENTO Os fatores de risco para problemas de desenvolvimento podem ser classificados em: • Genéticos: Síndrome de Down, ... • Biológicos: Prematuridade, hipóxia neonatal, ... • Ambientais: Fatores familiares, de ambiente físico. Evolui durante os primeiros dois anos de vida para padrões de normalidade na maioria dos casos. LEIS DA MOTRICIDADE 1ª Lei: Céfalo-Caudal: O desenvolvimento motor ocorre de forma descendente, ou seja, partindo da cabeça até os MMII (cabeça – tronco – MMSS – MMII). 2ª Lei: Próximo- Distal: O desenvolvimento motor ocorre a partir do eixo corporal, indo gradativamente atingir a porção distal dos membros. 3ª Lei: Caudo-Encefálica: O desenvolvimento motor depende da sua maturação neurológica, que de forma ascendente parte da medula e alcança o córtex. REFLEXO Resposta motora a um estímulo sensorial. São movimentos simples, cujo controle motor é realizado principalmente pela medula, e algumas vezes com modulação mesencefálica. REFLEXO DE SUCÇÃO (0 A 5 MESES) • Posição de teste: Qualquer (Exceto em decúbito ventral). • Estímulo: Introdução do dedo do examinador entre os lábios do bebê. • Resposta: Desencadeará uma reação de sucção. REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR (0 A 3-4 MESES) • Posição de teste: Qualquer. • Estímulo: Contato do dedo do examinador na palma da mão do bebê. • Resposta: Flexão em massa dos dedos, persistindo até a retirada do estímulo. REFLEXO DO MORO (0 A 6 MESES) • Posição de teste 1: Examinador mantém a criança sentada. • Estímulo 1: Deixa cair a cabeça em extensão. • Posição de teste 2: Criança em decúbito dorsal. • Estímulo 2: Erguer rapidamente a pélvis, ou dar tapinhas no abdômen, o puxar o lençol. • Resposta tanto para 1 para 2: -> 1ª fase: Abdução dos MMSS com abdução e extensão os dedos. -> 2ª fase: Adução dos MMSS (Reação do abraço). REFLEXO DE LANDAU • Posição de teste: Criança em suspensão ventral. • Estímulo 1: Extensão passiva ou ativa da cabeça. • Resposta: Desencadeamento do tônus extensor, havendo extensão do tronco, quadril MMSS e MMII. FISIOTERAPIA PEDIATRICA • Estímulo 2: Flexão passiva ou ativa da cabeça. • Resposta: Flexão do tronco, quadril MMSS E MMII. REAÇÕES Movimentos automáticos controlados pelo mesencéfalo e que incluem padrões ritmicos, já bem aprendidos, como a mastigação, a preensão e até mesmo a marcha. Reações posturais de: • Equilíbrio • Proteção • Retificação PADRÕES DE MOVIMENTO Posturas adotadas para possibilitar a execução das habilidades motoras, tais como: • Supino • Prono • Sentado • Gatas • Em pé PLANOS DE MOVIMENTO Aquisição de movimentos nos planos: • Sagital - VERTICAL PERPENDICULAR (PLANO MEDIANO - DIREITA E ESQUERDA). • Coronal - VERTICAL (PLANO FRONTAL - ANTERIOR E POSTERIOR). • Transverso - HORIZONTAL (PLANO AXIAL - SUPERIOR E INFERIOR). UTI NEONATAL: UTI PEDIÁTRICA: IDENTIFICAÇÃOPais: • Nome, idade, trabalho, escolaridade, doenças ou hábitos inadequados (tabagismo, alcoolismo, uso de drogas, ...); • Estabilidade do relacionamento do casal; • Tipo sanguíneo; • Mãe: cirurgias e transfusões anteriores a gestação DADOS OBSTÉTRICOS Gestações anteriores: • Número; • Evolução: • Abortos; • Natimortos. • Tipo de parto. Gestação atual: • Consultas pré-natal; • Data da última menstruação; • Tipo de parto; • IG – US; • US • Resultados exames sorológicos. Obs 1.: Todas as informações sobre vacinação, intervenções cirúrgicas, procedimentos, complicações, medicamentos utilizados e hábitos durante a gestação devem constar na história. Obs 2.: Em partos de RN prematuros é importante que se anote se a mãe recebeu corticosteróide antenatal e que se busque justificativa para a ocorrência do parto antes do termo. PARTO • Duração do trabalho de parto e da expulsão; • Apresentação: • Cefálica • Pélvica • Tempo de ruptura da bolsa; • Características do Líquido Amniótico; FISIOTERAPIA PEDIATRICA • Medicações usadas durante o trabalho de parto e no parto; • Características da placenta. CLASSIFICAÇÃO – PESO AIG – Adequado para Idade Gestacional • Situado entre os percentis 10 e 90 na curva de crescimento intra-uterino. PIG – Pequeno para Idade Gestacional • Apresenta peso ao nascer abaixo do percentil 10 na curva de crescimento intra-uterino. GIG – Grande para Idade Gestacional • Peso superior ao percentil 90 na curva de crescimento intra- uterino. Classificação – Idade Recém-Nascido – até 28 dias de vida • RN pré-termo: < 37 semanas de IG • RN termo: 37-42 semanas de IG • RN pós termo: > 42 semanas de IG • Lactente: até 2 anos • Idade pré-escolar: até 5 anos • Idade escolar: > 6 anos Pé torto congênito (PTC): É uma deformidade congênita ortopédica onde a causa ainda não é definida, mas consiste na posição do pé para dentro em adução, para baixo em equino, com uma curva grande na parte anterior do pé em supinação e com a parte posterior (calcâneo) voltada para dentro. Pode ser bilateral ou unilateral. ADUÇÃO -> EQUINO -> SUPINAÇÃO -> VARO • Malformação Congênita: Período de Organogênese do embrião (Polidactilia/Sindactilia). • Displasia do Desenvolvimento: Período de Desenvolvimento do Feto. • Displasia do desenvolvimento do pé: 12ª semana de vida intrauterina até os 5 anos de idade. Classificação • Pé Torto Postural – ocorre devido o posicionamento do útero e se apresenta na posição equinovaro, não apresenta rigidez e as deformidades estruturais clássicas; • Pé Torto Idiopático – constitui o verdadeiro pé torto congênito, se apresenta com muita rigidez e deformidades musculoesqueléticas; • Pé Torto Teratológico – associado a malformações e síndromes e apresenta muita rigidez, como a S. de Freeman Sheldon, artrogripose múltipla congênita, S. de Larsen e outras. Como são tratadas as crianças com PTC no Brasil? ATUALMENTE → A maior parte é encaminhada a Hospitais de referência terciária e submetida a cirurgia corretiva de alta complexidade. → Uma pequena parcela é tratada pelo método Ponseti em ambulatórios. → Uma grande parcela das crianças não é tratada (negligenciadas). São estigmatizadas sofrem prejuízos em todas as FISIOTERAPIA PEDIATRICA esferas e geram um custo social. Tratamento cirúrgico • Riscos Inerentes ao procedimento cirúrgico extenso; • Limitação da ADM; • Dor; • Artrose precoce; • Altas taxas de recidivas. Tratamento Conservador - O MÉTODO PONSETI: São 5 fases e pode durar de 4 a 6 semanas. Método ponseti X Método cirúrgico PONSETI • Tratamento ambulatorial; • Rede secundária; • Anestesia local; • Menor taxa de recidivas; • Pé mais flexível e funcional; • Tratamento mais rápido (6,6 vezes menor; • Menor custo. CIRÚRGICO • Tratamento de alta complexidade; • Rede Terciária; • Anestesia geral; • Maior taxa de recidivas; • Pés mais rígidos e incidência de artrose e dor; • Mais demorado e maior custo; • Complicações pós-operatórias. Tratamento Fisioterapêutico • Alongamentos; • Liberação miofascial; • Mobilizações articulares; • Pode se usar bandagens; • Pode recomendar o uso de sapatos ortopédicos e órteses; • Orientação e treinamento aos pais e cuidador, para executar manobras de alongamento e mobilizações.