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Pele Pele maior órgão de absorção do corpo Corresponde aproximadamente a 10% peso corporal; Apresenta 3 camadas: ➮ Epiderme; ➮ Derme; ➮ Hipoderme. Função da pele ➮ Proteção: Barreira mecânica; ➮ Termorregulação; ➮ Excreção: água, eletrólitos; ➮ Sensibilidade; ➮ Exposição: agressão: física, química, mecânica; ➮ Metabolismo: síntese Vit D na pele; ➮ Imagem Corporal: aparência. Classificação e tipos de feridas ➮ O termo ferida é utilizado como sinônimo de lesão tecidual, deformidade ou solução de continuidade; ➮ Pode atingir desde a epiderme, até estruturas mais profundas, como fáscias e músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens, tendões, ossos, órgãos cavitários. ➮ As feridas podem ser causadas por fatores extrínsecos, como incisão cirúrgica e lesões acidentais por corte ou trauma, e por fatores intrínsecos, como feridas produzidas por infecção, úlceras crônicas e vasculares, defeitos metabólicos e neoplasias. Quanto a espessura: ➮ Ferida superficial: atinge apenas a epiderme e a derme. ➮ Ferida profunda: destrói a epiderme, a derme e o tecido subcutâneo. ➮ Ferida profunda total: atinge o tecido muscular e as estruturas adjacentes (tendões, cartilagens, ossos, etc.). Quanto a etiologia: ➮ Acidental ou traumática: ocorre de maneira imprevista, sendo provocada por objetos cortantes, contundentes, perfurantes, lacerantes, inoculação de venenos, mordeduras e queimaduras em geral. ➮ Patológicas: são lesões secundárias à uma determinada doença de base. ➮ Intencional ou cirúrgica: quando é realizada de acordo com um fim terapêutico proposto. ➮ Iatrogênicas: feridas resultantes de procedimentos ou tratamentos (radioterapia) ➮ Fatores causais externos: feridas resultantes de pressão contínua exercida pelo peso do corpo, fricção, cisalhamento e umidade, como as úlceras de pressão. Quanto a evolução: ➮ Agudas: geralmente são feridas traumáticas, há ruptura da vascularização e desencadeamento imediato do processo de hemostasia (cortes, escoriações, queimaduras, etc.) Feridas ➮ Crônicas: descritas como de longa duração ou recorrência frequente; ocorre um desvio na sequência do processo cicatricial fisiológico. Quanto ao comprometimento tecidual: ➮ São classificadas em 4 estágios: ➮ Estágio I: pele íntegra com sinais de hiperemia, descoloração ou endurecimento. ➮ Estágio II: Perda parcial de tecido envolvendo a epiderme ou derme, ulceração superficial com presença de bolhas ou cratera rasa. ➮ Estágio III: perda total do tecido cutâneo, necrose do tecido subcutâneo até a fáscia muscular. ➮ Estágio IV: grande destruição tecidual, com necrose, atingindo músculos, tendões e ossos. Tipo de feridas ➮ Feridas mecânicas: feridas traumáticas, causadas por traumatismos externos, cortante ou penetrante, inclui esmagamentos e cortes. ➮ Feridas laceradas: apresentam margens irregulares, como as produzidas por caco de vidro ou arame farpado. ➮ Feridas químicas: causadas pela ação de ácidos ou bases muito fortes e alguns sais e gases. ➮ Feridas térmicas: feridas que se desenvolvem como resultado do calor ou frio extremo. ➮ Feridas por eletricidade: causadas por raios ou contato com objeto energizado, (rede elétrica). ➮ Feridas por radiação: causadas pela longa exposição a raios solares, RX ou outro tipo de radiação. ➮ Feridas incisas: produzidas por um instrumento cortante, faca, bisturi, etc. ➮ Feridas contusas: produzida por ação contundente de objetos rombos. Caracterizam-se por traumatismos das partes moles, hemorragias e edema. ➮ Feridas perfurantes: produzidas por arma de fogo, ou arma branca. Produzem pequena abertura na pele, porém podem atingir camadas teciduais profundas e órgãos, causando hemorragia interna. ➮ Feridas oncológicas: causadas por tumores da pele ou metástases cutâneas. ➮ Úlcera arterial: causada por isquemia, relacionada com a presença de doença arterial oclusiva, os sintomas incluem dor e perda tecidual. ➮ Lesão por pressão: causada por isquemia secundária a compressão. ➮ Úlcera venosa: perdas locais de epiderme e de níveis variados de derme e tecido subcutâneo, que ocorrem sobre ou próximo a maléolos dos MMII, causadas por edema e outras sequelas relacionadas com dificuldades de retorno venoso. ➮ Feridas vasculogênicas – pé diabético: ferida crônica dos pés, resultante de complicações da diabetes, como neuropatia diabética e doença vascular periférica. Pode ocorrer diminuição da sensibilidade, deformidades, diminuição do fluxo arterial, que predispõem a ulceração dos pés. ➮ Fístulas: trajeto anormal que conecta superfícies podendo ser causadas por infecção, traumas, etc. ➮ Escoriações: a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com arrancamento da pele. ➮ Equimoses e hematomas: na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade. ➮ Lesão de escalpamento do couro cabeludo: ocasionada por acidente em embarcação fluvial na região amazônica. Limpeza Objetivos ➮ Facilitar ambiente ótimo para a cicatrização. ➮ Remover tecidos mortos, material estranho, a fim de evitar proliferação de microrganismos Todas as feridas normalmente produzem exsudado inflamatório Qual o volume de líquido a usar? ➮ Deve ser suficiente para arrastar o material” solto” pela irrigação. ➮ Os líquidos utilizados devem estar à temperatura do corpo para não afetarem a cicatrização. Classificação da ferida Segundo a Cor: ➮ Vermelha indica tecido de granulação saudável e limpo. Quando uma ferida começa a cicatrizar, cobre seu leito uma camada de tecido de granulação róseo-pálido, que posteriormente torna-se vermelho-vivo ➮ Amarelo: indica a presença de exsudato ou secreção Necessidade de limpeza da ferida. O exsudato pode ser amarelo-claro, amarelo- cremoso, amarelo-esverdeado ou bege ➮ Preta: indica a presença de necrose. O tecido necrótico torna mais lenta a cicatrização Proporciona um local para proliferação de microrganismos Tratamento das feridas ➮ Avaliar de maneira apropriada, para permitir modificações; ➮ Terapia tópica selecionada para permitir a cicatrização; ➮ Tecido necrótico: desbridamento; ➮ Avaliar e monitorar a nutrição adequada; Infecções locais e sistêmicas precisam ser controladas ou eliminadas; ➮ A ferida que não cicatriza, (infectada ou com exposição óssea), precisa ser investigada quanto a presença de osteomielite Recomendações ➮ Lesões por mordeduras: Em princípio, não devem ser suturadas, (potencialmente infectadas) ➮ As profundas, com comprometimento do plano muscular, (aproximado). ➮ Feridas por arma de fogo A decisão da retirada do projétil deve ser avaliado caso a caso; caso haja apenas um orifício, não deve ser suturado, lavar bem o interior do ferimento, quando houver dois orifícios, um deles poderá ser suturado. ➮ Lesões por prego devem ser limpas e não suturadas, profilaxia do tétano. Porque é realizada a avaliação da ferida? ➮ Descrever de forma objetiva o que está sendo visto ➮ Desenvolver um plano de cuidados com estratégias de tratamento ➮ Monitorar a eficácia das estratégias de tratamento e acompanhar a evolução ➮ Para haver documentação Avaliação da ferida ➮ Tamanho (largura e comprimento) em centímetros. ➮ Profundidade em centímetros ➮ Presença de túneis e fístulas, medir em centímetros ➮ Localização ➮ Drenagem (exsudato) cor, odor, quantidade ➮ Presença de tecido necrótico Processo de cicatrização O conhecimento das fases evolutivas do processo fisiológico cicatricial é fundamental para o tratamento adequado da ferida. ➮ Fase inflamatória: Edema, eritema, calor e dor; Começa no momento da lesão e dura de 4 a 6 dias; O sangramento é controlado pela hemostasia; As bactérias presentes são destruídas por leucócitos granulocíticos,neutrófilos polimorfonucleares; 4 dias após a lesão os macrófagos substituem os leucócitos, atraindo para o local células necessárias para a reparação tecidual Na fase inflamatória ocorrem 3 etapas: ➮ Fase trombocítica: formação de trombos, agregação plaquetária e ativação da cascata de coagulação. ➮ Fase granulocítica: desbridamento da ferida e defesa contra infecções, há grande concentração de leucócitos, fazendo fagocitose das bactérias, decomposição do tecido necrosado e a limpeza da lesão. ➮ Etapa macrofágica: atuação local dos macrófagos, que influenciam no desbridamento da ferida e na regulação das outras fases da cicatrização ➮ Fase proliferativa: dura de 4 a 24 dias; Na ferida aberta, surge o tecido de granulação: macrófagos, fibroblastos, colágeno imaturo, vasos sanguíneos e substância matricial; À medida que o tecido de granulação prolifera, os fibroblastos estimulam a produção de colágeno, que proporciona ao tecido sua força de tensão e sua estrutura; A etapa final desta fase é a epitelização. ➮ Fase de maturação ou reparadora: duração entre 21 dias a 2 anos; As fibras de colágeno se reorganizam, remodelam e amadurecem, ganhando força de tensão; O processo continua até que o tecido cicatricial recupere cerca de 80% da força original da pele. ➮ Primeira intenção: Cicatrização ideal de uma ferida; É feito a junção dos bordos da lesão por meio de sutura ou aproximação; Reduz o potencial de infecção; Cicatriza em média em 10 dias; Ex: feridas cirúrgicas. ➮ Segunda Intenção Tipo de cicatrização relacionada a ferimentos infectados e a lesões com perda acentuada de tecido; Não é possível realizar a junção dos bordos Há necessidade de formação de tecido de granulação no leito da lesão; Ex: úlceras venosas, abscessos, etc. ➮ Terceira Intenção Existem fatores que retardam o processo de cicatrização, como aplicação de drenos, ostomias e feridas cirúrgicas infectadas; feridas que não foram suturadas inicialmente, que se romperam ou tiveram que ser reabertas para drenagens de exsudatos, e que após 3 a 5 dias serão ressuturadas. Fatores que influenciam a cicatrização das feridas ➮Perfusão de tecidos e oxigenação; pressão contínua sobre a área da lesão, impedindo que o fluxo de sangue chegue aos tecidos; ➮ Localização da ferida; ➮ Corpo estranho na ferida; ➮Medicamentos; corticoides, citotóxicos, penicilinas; ➮ Nutrição; ➮ Hemorragia; ➮ Edema e obstrução linfática; ➮ Infecção; ➮ Idade do paciente; ➮ Hiperatividade do paciente; ➮ Doenças associadas; hipertensão arterial, diabetes, hepatopatias, nefropatias, problemas vasculares, e neoplasias; Complicação das feridas ➮ A grande complicação: INFECÇÃO ➮ Fatores locais: contaminação, presença de corpo estranho, técnica de sutura inadequada, tecido desvitalizado, hematoma e espaço morto ➮ Fatores gerais: debilidade, idade avançada, obesidade, anemia, choque, grande período de internação hospitalar, tempo cirúrgico elevado e doenças associadas, principalmente o diabetes e doenças imunodepressoras. ➮ Outras complicações são a HEMORRAGIA e a DESTRUIÇÃO TECIDUAL Coberturas ➮filme de poliuretano: cobertura estéril, semipermeável, sendo impermeável a líquidos e bactérias. Facilmente adaptável a áreas de contorno do corpo. Adesivo acrílico hipoalergênico, permitindo aderência somente a pele integra e não aderindo à superfície úmida, evitando o trauma durante a sua retirada. ➮ácido graxo essencial: Cobertura originada de óleos vegetais poli- insaturados compostos fundamentalmente de ácidos graxos essenciais: acido linoleico, caprilico, cáprico, vitamina A, E e lecitina de soja. Prevenção e tratamento de dermatites, úlceras, por pressão, venosa, hidratação da pele íntegra. Tratamento de úlceras com ou sem infecção, úlceras diabéticas, isquêmicas, deiscências cirúrgicas. ➮ alginato de cálcio Cobertura composta por um polissacarídeo derivado de algas marinhas; Apresentação: gel ou fibras; Utilizado como curativo em lesões abertas e altamente exsudativas; Poder de absorção ➮ Hidrocolóide Curativo composto por partículas com capacidade de absorção (gelatina, pectina e carboximetilcelulose) dispersas em água formando um gel semi-solido Indicações: Gel: lesões tecido necrótico; Preenchimento cavidades secas; Ulceras por pressão; Ulceras de perna; Pasta: Ulceras exsudativas de pele: por pressão, de perna, diabéticas. Queimaduras de 3°; Placa: Ulceras de peles superficiais secas, pouco exsudativas, feridas cirúrgicas, proteção, prevenção, Ulceras por pressão (II-IV), exsudativas, de perna, abrasoes, áreas doadoras, queimaduras 2° e 3° ➮Hidrogel Gel que atua no sentido de umedecer o tecido desvitalizado e auxiliar no desbridamento autolítico, a umidade promove angiogênese. Indicado para feridas com necrose ou esfacelo. Reduzem significativamente a dor, dando uma sensação refrescante, devido a sua elevada umidade que evita a desidratação das terminações nervosas. Esse ambiente ajuda na autólise, ou seja, amolece e hidrata os tecidos desvitalizados, facilitando sua remoção. Em feridas livres de tecidos desvitalizados, propicia o meio ideal para a reparação tecidual. ➮Papaína Enzima derivada do mamão papaia. Realiza desbridamento químico, tem ação bacteriostática e acelera o processo de cicatrização Concentrações: -3% granulação -6% exsudato purulento -10% necrose ➮Sulfadiazina de prata -Cobertura de Sulfadiazina de prata a 1%, com ação bactericida, bacteriostática e fungicida pela liberação de íons prata que levam a precipitação de proteínas. -Indicação: prevenção de colonização e tratamento de queimadura. -Tempo ideal de uso: sete dias -Contra indicações: uso prolongado, lembrar que esta cobertura e nefrotóxica. ➮importância do meio úmido É essencial para facilitar o desbridamento autolítico, migração de células epiteliais, liberação de fatores de crescimento, diminuição da dor, trocas sem traumas. Previne o ressecamento, evita a formação de crosta, aumenta a epitelização, aumenta o reparo tecidual, diminui a inflamação, diminui a dor.
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