Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Isadora Silva Clínica Médica Doença renal do diabetes- Nefropatia diabética Todo paciente que tem diabetes temos que estar atentos para saber se o rim está com função renal normal. A nefropatia diabética é o comprometimento das funções renais secundários ao diabetes mellitus. Por ser uma doença silenciosa, o diabetes pode comprometer as suas funções renais. Acomete 30% dos pacientes com DM1 e 20% dos de DM2. É a principal causa de insuficiência renal nos EUA e no Brasil é a segunda causa de insuficiência renal. Acontece de forma lenta e assintomática. DM1: paciente nasce com alteração pancreática onde suas células B não funcionam, ou seja, não há produção de insulina. O paciente pode cursar com retinopatia diabética, nefropratia diabética e neuropatia diabética. O paciente deve nesse caso injetar insulina (que ele não produz). Os bebês não apresentam quadro diabético na idade de amamentação, porque o leite materno contém certa quantidade de insulina que vai suprir essa necessidade dela. Logo mais à frente quando essa criança começa a ter alimentação diferente, a hiperglicemia pode causar cetoacidose, e é a partir disso que vamos fazer o diagnóstico muitas vezes (sendo feito logo no início da doença). DM2: nessa doença as células β pancreáticas funcionam normalmente na produção de insulina, no entanto, a insulina não consegue se ligar ao seu receptor e a glicose nesse sentido vai ficar no sangue. O excesso de glicose no sangue faz com que o receptor não atue de forma eficaz. Como a glicose está em excesso, as células β pancreáticas são cada vez mais induzidas a produzirem insulina (por isso o paciente possui hiperinsulinemia), mas chega um momento que as células B pancreáticas são tão sobrecarregadas que acabam por se destruir e por isso o paciente também vai precisar de insulina a longo prazo. Geralmente o diagnóstico é quando a doença já está acontecendo durante um bom tempo já. A hiperglicemia por si só já causa alteração glomerular, principalmente na arteríola aferente que tende a ficar dilatada, enquanto a eferente se mantém com calibre normal. Vai entrar muito sangue e na hora de sair vai sobrar sangue no glomérulo aumentando a pressão glomerular (hipertensão glomerular). A pressão glomerular vai continuar sendo constantemente alterada (lesão glomerular) em cronicidade, mesmo tratando. Essa pressão permite que os podócitos sejam destruídos e proteínas começam a passar (tendo albuminúria), assim como a glicose (gliosúria). Nos túbulos renais existe uma proteína (SGL2) com função de reabsorção de glicose e sódio. Nos pacientes diabéticos essa proteína fica hiperfuncionante, aumentando ainda mais o nível de reabsorção de glicose, sódio (vindo também água) – além do aumento da pressão 2 Isadora Silva arterial glomerular acontece o aumento da pressão arterial. Como menos urina está saindo e precisamos fazer com que se tenha mais, o sistema renina angiotensina aldosterona permite que arteríola eferente faça mais vasoconstrição, aumentando ainda mais a pressão glomerular. FATORES DE RISCO PARA DOENÇA RENAL Hiperglicemia crônica HA Dislipidemia Tabagismo Predisposição genética: existiam pacientes que se cuidavam e evoluíam para nefropatia diabética, enquanto outros que não se cuidavam e não tinham a doença. Mas é comprovado que quanto melhor o controle menor é o risco, só que algumas tem predisposição genética (fazendo com que mesmo que ele trate sua diabetes, vai ter maiores riscos para desenvolver para nefropatia diabética). SINTOMAS Assintomáticos: a doença progride lentamente lesionando os glomérulos e por isso são assintomáticos por um bom tempo. É bom caracterizarmos a lesão renal antes de haver a lesão renal maciça. Proteinúria Hipertensão arterial Piora progressiva da função renal: dosagem de creatinina e ureia. RASTREAMENTO DM1: 3 a 5 anos após diagnóstico para início da triagem (como a doença foi descoberta no início, não teve muito tempo de lesionar os rins maciçamente). DM2: no momento do diagnóstico (aqui como a doença já está acontecendo, podemos já ter lesão renal). ---- Vamos reavaliar anualmente!! EXAMES Serve para análise da função renal 1- EAS 2- Urina 24hrs 3- Dosagem de albumina urinária 4- Exame de creatinina: avaliamos a taxa de filtração glomerular, pelo cálculo de Cocroft-Gault: 𝑇𝐹𝐺: (140 − 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒) 𝑥 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 72 𝑥 𝑐𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 -Mulheres tem que X 0,85 Se > 60: não tem nefropatia diabética Se < 60: paciente já tem nefropatia diabética 5- Vamos avaliar a excreção de albumina: quanto maior a albuminúria, maior a mortalidade. 3 Isadora Silva TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO: 1- Controle da glicemia 2- Controle da dieta 3- Atividade física regular 4- Hidratação 5- Cessar tabagismo e etilismo MEDICAMENTOSO: 1- Anti-diabéticos orais e/ou insulinas 2- Controle da PA em hipertensos: IECA ou BRA 3- Controle da dislipidemia
Compartilhar