Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia Nefrologia DOENÇA RENAL CRÔNICA (DRC) Todas as doenças renais, se não forem tratadas, vão evoluir para DRC. Passos relacionados a DRC 1 - IDENTIFICAR A DRC Quando se identifica a DRC se analisa o estágio de doença, pensa na causa, avalia comorbidade e o que precisa ser corrigido e identifica se esse paciente tem consequências da DRC e trata-las. Para identificar a doença, tem que saber a definição. DEFINIÇÃO: Antiga: Perda progressiva e irreversível da função renal. Definição mais restrita que só englobava quem tinha insuficiência renal. Atual: anormalidades da estrutura e/ou função dos rins, por mais de 3 meses, com implicação para a saúde. ANORMAL IDADES OU CRITÉRIOS Proteinúria ou albuminúria >30 mg/dl. Se estiverem anormais, por um tempo > 3 meses é uma DRC, mesmo que tenha uma função renal normal, creatinina normal e TFG normal. Alteração no sedimento urinário. Hematúria persistente, de origem glomerular >3m. Alteração eletrolítica. Se pensa em doença tubular renal, que é doença crônica que vai causar distúrbios hidroeletrolíticos como, hipercalemia ou acidose, acidose metabólica. Alteração histológica. Se numa biópsia tiver alterações crônicas como: alterações cicatriciais, fibrose intersticial, atrofia tubular, glomerulonecrose. Tudo que for de cicatrização é alteração crônica. Alteração anatômica. É vista através dos exames de imagem. É um paciente que tem doença renal policística, alteração na estrutura do rim, mesmo que tenha uma função renal normal. Redução da TFG (< 60 ml/min/1,73m²) Tempo >3 meses Às vezes vocês ficam na dúvida: Se não tem insuficiência renal, tenho que dizer que tem uma DRC? Pela definição atual, se tem alguma alteração anatômica, histológica, alteração no segmento urinário por mais de 3 meses, alteração na TFG, isso já é definido que tem DRC. 2 - VER EM QUE ESTÁGIO ESTÁ É um estágio duplo que analisa TGF e albumina. Então se diz G1A0 OU G1A3. É insuficiência renal se for <60 ml/min. Acima de 60 não tem redução de taxa de filtração, não tem insuficiência renal, mas pode ter outros critérios: uma proteinúria persistente ou uma doença hematúrica. ANÁL ISE DA TFG ➢ G1: TGF >90 ml/min/1,73m² ➢ G2: TGF entre 60 e 89 ml/min/1,73m² ➢ G3: TGF entre 30 e 59 ml/min/1,73m² ▪ G3a: entre 45-60 ml/min/1,73 m² ▪ G3b: entre 30-45 ml/min/1,73 m² ➢ G4: TGF entre 15 e 29 ml/min/1,73m² ➢ G5: TGF < 15 ml/min/1,73m² ANÁL ISE DA ALBU MINA ➢ A1: albuminúria normal < 30 mg/24h ➢ A2: albuminúria > 30 mg/24 h ➢ A3: albuminúria >300 mg/24h Não é obrigado saber a fórmula para calcular esses estágios, mas deve saber os estágios da doença renal. Quadro que coloca os estágios de G 1 a G5 associados a presença de albuminúria na ideia de prognóstico. Verde: tem prognóstico melhor. Vermelho: tem prognóstico pior. Quanto menor a TFG pior é o prognóstico renal. Quanto maior a presença de proteinúria, pior é o prognóstico renal. Se vê, também, que no mesmo estágio – por exemplo- a presença de proteinúria interfere no prognóstico do paciente. Então se o paciente que tem uma mesma TFG e um tiver proteinúria e o outro não tiver, o que tem a proteinúria tem um prognóstico pior, tem uma chance de progressão de DRC maior. Presença de proteinúria é um fator a mais para evoluir para DRC. A presença da albuminúria é vista pelo exame de urina ou microalbuminuria de 24 horas. Se for <30 é o normal. Os estágios são de acordo a TFG. Ao identificar o paciente com uma doença renal, tem que ver em qual estágio ele está, e para encaixa-lo tem que calcular a TFG. 2 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia COMO CAL CULAR A TF G O que é para entender: a TFG é a mesma coisa da creatinina? O ideal para medir a TFG era ter uma substância que fosse filtrada pelo glomérulo, mas que não fosse secretada e nem reabsorvida. Então ao ver o quanto aquela substância foi extraída teria exatamente a TFG. Mas não se tem isso na prática. Na prática, tem- se a creatinina. Ela é o melhor marcador por enquanto, mas não é o ideal porque ao ser filtrada pelo glomérulo ela é secretada pelo túbulo. Então quando calcula o clearence de creatinina ele não é exatamente igual a TFG, mas dá para estimar. Ou seja, ao calcular o clearence de creatinina tem a TFG estimada. CLEARENCE DE CREATININA - Em urina de 24 hrs (dosa a creatinina da urina de 24 horas e o do sangue e faz um cálculo de quantos ml/min ele elimina a creatinina) - Estimada pelas formulas CKD- EPI, Cockcroft gault, MDRD A outra forma de dosar a creatinina é a creatinina sérica que é mais usada. Faz o exame de sangue, pega a creatinina sérica e coloca em uma fórmula. A fórmula de gault é mais simples. Utilizada na prática! CLEARENCE DA INSULINA A inulina é uma substância exógena (inserida no corpo), que seria o ideal porque ela não é secretada nem reabsorvida, é só filtrada. Mas não é reproduzível para uma grande população. CINTIL OG RAFIA RENAL COM DTPA É um exame em que injeta o contraste, faz a cintilografia, depois de algumas horas repete a cintilografia que dá a TFG. É um exame que dá a taxa de cada rim, direito e esquerdo. É caro, usa contraste e não vale a pena só para ver a TFG. 3 – PENSAR NA CAU SA No adulto, as causas mais óbvias e comuns são nefropatia diabética, nefroesclerose hipertensiva e glomerulopatia. Em criança aparecem anormalidade congênita renal e genitourinária. Nefropatia diabética Nefroesclerose hipertensiva Glomerulopatia crônica Anormalidades congênitas renais e genitourinárias Doença renal policística (menos comum. Doença genética que cursa com cistos renais que substituem o parênquima renal, levando a DRC) Doença túbulointerticiais (menos comum) Outras Afastar causas reversíveis Além de pensar nas causas óbvias listadas acima, tem que analisar também outras causas. Se tem causa reversível ou não, será que tem uma doença sistêmica que contribui? Fundoscopia Quando tem um paciente com diabetes e nefropatia diabética, é esperado encontrar a retinopatia diabética. Num paciente diabético espera-se encontrar proteinúria pura. Então se o paciente tem também uma hematúria já cogita a pensar se tem uma outra glomerulonefrite associada, logo olha o fundo de olho. Se não tiver uma retinopatia diabética isso leva a pensar que a doença renal também não é diabética, então faz a biópsia porque deve ser por outra glomerulonefrite. Quando pensa em outras causas pode fazer exames de imagem para afastar alterações anatômicas, por exemplo. CASO CLÍNICO HAM, sexo masculino, 67 anos, natural e procedente de Salvador, motorista aposentado. Encaminhado por alteração de exame de creatinina. HMA: hipertenso há 20 anos, cardiopata há 5 anos. Deu entrada na emergência há 1 mês com crise hipertensiva (250x160mmHg), transferido para UTI do HGRS, onde ficou por 2 dias. Na alta foi orientado a procurar um nefrologista. Suspenso Losartana e acrescentado outros. Medicações em uso: Furosemida 80 mg, hidralazina 100 mg 8/8h, nebivolol 5mg, anlodipino 10mg 1x, clonidina 0,100mg 12/12h, marevan 5mg, sinvastatina 40mg Nega DM, refere cardiopatia, FA crônica, AVC há 19 anos, artrite gotosa prévia e passado de uso de AINE, TVP prévia. HAS na família, irmãos com DM. Ao exame: PA 160X80mmHg, FC 62bpm, peso 98kg, IMC38 ACV: RC irregular, em 2T bulhas hipofonéticas, sem sopros Pulmões limpos ABD globoso, flácido, indolor, sem visceromegalias EXT: edema de MMII com cacifo ++/IV Lab (16/05/19): HB 15,5; glic 95; COL T 221; HDL 42; LDL 156; CR 1,65; UREIA 40 Sumário de URINA: sem alterações Micralbuminúria: 2065mg USG ABD T: RD 9,6 cm; RE 9,8, sem dilatações No histórico do paciente tem algo em que identifique que tem uma DRC? Quais as anormalidadesque definem a doença renal? Microalbuminúria, proteinúria, creatinina alterada. A taxa de filtração é de 32ml/min, ou seja, tá reduzida. Não tem alteração anatômica. Então precisa ter um histórico de >3 meses. Ele trouxe exames do ano passado em que mostrava alterações, logo já define que tem DRC. Hipótese diagnóstica: DRC Estágio G3bA3 secundário a nefroesclerose hipertensiva. Tem que pensar em outras causas 3 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia também que pode ser: secundário a doença tubulointersticial, secundário a AINEcrônico (devido aos anti-inflamatórios). Identifica se o paciente tem DRC através de edema e hipertensão? Não. É através do que foi listado anteriormente. HIPERTENSÃO ARTERIAL BENIGNA Paciente tem hipertensão de longa data e com muitos anos e é mal controlado. Logo, esse mau controle da pressão cronicamente vai levar a lesões isquêmicas renais e pode gerar uma hipertensão intraglomerular que vai gerar uma glomeruloesclerose segmentar focal e que progride para glomérulos remanescentes que vão levar a uma hiperfiltração e leva a uma insuficiência renal crônica. Progressão da glomeruloesclerose: Começa uma glomeruloescrerose segmentar, com o mau controle da hipertensão, isso vai se espalhando para os outros glomérulos até ter uma glomeruloesclerose difusa. OBS: A cicatriz é toda laceração crônica. A esclerose e fibrose são cicatrizes. A arteriosclerose hialina também veremos por uma alteração nos vasos glomerulares, artérias principalmente, com deposição hialina na íntima do vaso. 4 – AVAL IAR E CORRIGIR AS COMORB IDADES Essas comorbidades interferem na progressão da DRC. Vão interferir quando estão mal controladas, e por isso temos o objetivo de controlar. A depender de que estágio meu paciente esteja, por exemplo, estágio 1 ou 2, ainda não tenho insuficiência renal, no estágio 3, pode aparecer uma anemia e outras consequências, no estágio 4, vai aparecer as consequências da doença renal, que aí eu vou tratar as consequências. Mas, antes disso, já posso começar a tratar a DRC, que meu objetivo é evitar a progressão da DRC. Não tem nenhum remédio que possa tratar a DRC, o que existe é controlar as comorbidades. Quando as corrijo, lentifico a progressão da DRC, o que faz parte do tratamento inespecífico. Vou corrigir então: Hipertensão: ver o que que ele tá usando, acrescentar drogas ou aumentar a dose, tirar sal da dieta. Diabetes: O alvo do DM é a hemoglobina glicada menor do que 7. Se tiver maior que isso, encaminhar ao especialista para ajustar a medicação. Tem que atingir o alvo. Dislipidemia: Eu vou poder tratar com estatinas, etc. Obesidade: orientar a perder peso, fazer dieta e exercícios físicos. Tabagismo: Cessar completamente. Uso de drogas nefrotóxicas: evitar anti-inflamatório e contraste iodado (tomografia ou angiografia). Albuminúria: Se diminuir a ingestão de proteína, eu diminuo a perda de proteínas. A única coisa que temos que fazer é uma dieta hipoproteica. A medicação que temos para diminuir a proteinúria é o IECA (Inibidor da Enzima Conversora de angiotensina) ou BRA (Bloqueador do receptor da angiotensina): - Tem o efeito tanto para reduzir a hipertensão sistêmica, quanto para reduzir a hipertensão no rim. Isso porque fazem a vasodilatação da arteríola eferente, diminuindo a pressão intraglomerular. Como eu diminuo essa pressão, acabo diminuindo a filtração glomerular e consequentemente a proteinúria. - O inibidor de ECA e o BRA ainda tem uma ação antiproliferativa e antifibrótica, pois conseguem diminuir as quimiocinas que estão envolvidas com a fibrose e a esclerose, então diminui TGF-beta, antes que outras quimiocinas que, pela ativação do sistema renina-angiotensina, seriam agentes pró- inflamatórios e pró-fibróticos. Ao bloquear o sistema, eu diminuo isso. Isso é super importante. A gente tem indicação de usar essas medicações mesmo em um paciente que não é hipertenso, basta ter proteinúria. É mais um mecanismo que freamos a progressão. Vou usar um medicamento que reduz a taxa de filtração no paciente que tem DRC? Como é? Foi comprovado que o IECA e o BRA reduzem apenas um pouco a taxa de filtração, numa quantidade pequena, exemplo, creatinina de 8 vai para creatinina de 2, não é uma redução da taxa de filtração progressiva, ela só sobe um pouco a linha basal (?). Eu tenho o cuidado de pedir no paciente que está usando IECA e BRA, um exame de creatina e de potássio para ele me trazer com duas semanas. Se piorar muito a taxa de filtração, eu vou suspender. Qual são as contraindicações de usar IECA e BRA na Doença renal? (importante) Estenose da artéria renal bilateral (má perfusão, taxa de filtração glomerular pode cair muito e eu vou ter insuficiência renal aguda). Hipercalemia grave (efeito do BRA, retém potássio e libera o sódio; se for leve, a gente tolera, pois quero o efeito a longo prazo de nefroproteção; se for grave, suspende) DRC muito avançada, já no estágio V (ligeira taxa de filtração glomerular diminuída nesse momento, vai fazer diferença para ele, então eu suspendo para ganhar alguns meses). Como o efeito das medicações em reduzir a fibrose e a esclerose é a longo prazo, e muitas vezes, eu não tenho isso. Os riscos de ter hipercalemia fazem com que nós suspendemos a medicação. Nos outros estágios, podemos manter o IECA e o BRA. 4 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia HIPERTENSÃO GL OMERUL AR E SRA 5 – IDENTIFICAR E TRATAR AS CONSEQUÊNCIAS Anemia: Devido à redução da EPO (eritropoetina – função endócrina do rim, junto com a produção da vitamina D). O rim tem a função de controle eletrolítico e hídrico também. Além disso, a anemia pode ser devido a redução das vitaminas, redução do ácido fólico, de ferro. Repor vitaminas do complexo B e ácido fólico, fazer ferrocinética (ferro, ferritina e saturação de transferrina. Se estiveram baixos, tem que primeiro repor ferro e depois a EPO. A EPO está indicada numa hemoglobina <10, com todas as vitaminas corrigidas). No paciente com estágio 4 ou 5 da doença renal, o paciente já está com uma síndrome urêmica que é um estado inflamatório crônico o que pode levar a uma anemia da doença crônica. Hiperuricemia: Uma redução da taxa de filtração faz com que substâncias que deveriam ser eliminadas na urina, se acumulem no corpo. Logo terei acúmulo do ácido úrico. Distúrbio hidroeletrolítico: Quais são? ➢ Acidose metabólica: acontece por causa do consumo de proteínas. As escórias proteinadas (metabólitos protéicos) vão virar NH3+ e há uma diminuição do crearence dessas substâncias pelo rim. Então há um acúmulo de ácidos decorrente do metabolismo proteico. O problema da doença renal crônica não é a perda de bicarbonato, só se for uma doença tubular renal. ➢ Hipercalemia/ hiperpotassemia: 85% do potássio normalmente é eliminado pelos rins. A acidose metabólica favorece a hipercalemia. Já que o NH3+ é liberado junto com o H+, quando eu tenho H+ livre, tem uma bomba nas células que troca ele pelo potássio ... o H+ entra e o K+ sai da célula. Então, geralmente, se eu corrigir a acidose, eu corrijo a hipercalemia. ➢ Hipocalcemia e hiperfosfatemia: O fósforo da dieta também está presente em todos os alimentos que contém proteína e o cálcio nos derivados de leite. Há uma excreção de fósforo muito grande e aí temos um sistema tampão no osso que regula a quantidade ideal de fósforo. Se eu tenho uma situação que leva a uma hiperfosfatemia, o osso vai tamponar isso, reduzindo o cálcio sérico, colocando-o para dentro do osso. OBS: A lesão da proteína não é uma lesão de perda da integridade da membrana, é uma perda da função de barreira. A REDUÇÃO da TFG não leva a uma proteinúria, é por uma lesão glomerular. A TFG é o quantoconsegue remover daquele sangue, para isso tem que haver barreira para as proteínas, a barreira de carga. A função da barreira é prevenir a perda de proteína. Distúrbios ácido base Hipervolemia: Quanto mais avançada a DRC, temos maior diminuição da TFG, tendo uma tendência a reter líquido e hipervolemia. Consequências: piora da hipertensão, edema, congestão pulmonar, tamponamento cardíaco. Distúrbio do cálcio e fosforo e Osteodistrofia renal: uma das funções endócrinas é a produção da EPO, a outra é a conversão da pré-vitamina D em vitamina D ativa. Quem tem DRC, tem uma redução da Vitamina D. Isso faz com que haja hiperplasia das paratireoides e aumento na produção de PTH, estimuladas pelo cálcio baixo, fósforo alto e vitamina D baixa. O aumento do PTH vai gerar uma osteíte fibrosa que é uma lesão em que há o aumento da função de osteoclastos e osteoblastos para um remodelamento excessivo e a formação óssea de forma desordenada, osso mais frágil, com possibilidade de ter fraturas, dor óssea, ruptura de tendão, deformidade óssea. Como tratar? Corrigir 3 coisas que causam o aumento. Repor cálcio. Diminuir fósforo, tenho que diminuir fontes alimentares como leite e derivados e proteínas, a dieta é hipoproteica. Quando eu uso uma reposição de carbonato de Cálcio, esse carbonato tem duas funções: o cálcio aumenta o cálcio sérico; o carbonato tem a função de quelante, se liga ao fósforo da dieta e ele não terá absorção intestinal, sairá nas fezes. Repor análogos de Vitamina D, para que assim seja possível diminuir PTH. Em alguns casos, o aumento da paratireoides pode gerar adenoma. Quando isso acontece, ele é um produtor de PTH mesmo sem estímulo, nesses casos, será indicada a cirurgia. Uremia ➢ Gastrointestinais: falta de apetite, vômitos, náusea, soluços, sangramento GI, diarreia ➢ Sintomas neurológicos: Pode ter neuropatia periférica, insônia, convulsão, coma, encefalopatia urêmica ➢ Sintomas CV: relacionados com a volemia. ➢ Sintomas hematológicos: anemia, disfunção plaquetária (favorece sangramentos). ➢ Perda de peso, emagrecimento, fraqueza. Desnutrição: ocorre porque trata-se de um estado inflamatório crônico, e além disso pode ter falta de apetite, 5 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia dispepsia, hiporexia. O estado inflamatório consome mais as reservas energéticas. ATENÇÃO! Na DRC as consequências vão aparecendo por etapa. Então, quer dizer que no estágio 1 e 2, não espero encontrar nenhuma consequência. A partir do estágio 3b, eu espero encontrar alguma coisa, e a medida que se progride a doença renal, as consequências vão se tornando mais evidentes. A síndrome urêmica geralmente aparece no estágio 5, quando já há infiltração. EXAMES Não precisa decorar, mas serão usados no ambulatório. ▪ Para o diagnóstico e acompanhamento ▪ Sumário de urina ▪ Microalbuminúria ou relação proteína/creatinina urinária ou proteinúria de 24 h ▪ Função renal (ureia e creatinina) ▪ USG de vias urinaria PARA AVALIAR AS CONSEQUÊNCIAS Hemograma Eletrólitos (Na, K, cálcio, fósforo) PTH, fosfatase alcalina, 25-OH vitamina D Ácido úrico Proteínas totais e frações Para avaliar as comorbidades Glicemia, HbA1c Colesterol total e frações, triglicerídeos OU TROS EXAMES Sorologia, AgHBs, Anti-HCV, anti- HIV TSH, T4 livre, eletroforese de proteínas, CK total Fundoscopia Biópsia renal, se a DRC não for avançada e necessitar do diagnóstico etiológico TRATAMENTO MEDIDAS PARA LENTIFICAR A PROGRESSÃO DA DOENÇA RENAL: CONTROLE DAS COMORBIDADES • Usar IECA ou BRA • Evitar uso de drogas nefrotóxicas TRATAR AS CONSEQUÊNCIAS • Dieta hipossódica, hipoproteica, pobre em K, pobre em fosforo e em ácido úrico • Vitaminas, sulfato ferroso, eritropoetina • Diurético, anti-hipertensivo • Quelante de fósforo, análogo da vitamina D • Reposição de bicarbonato, alopurinol TRATAMENTO DA DRC Terapia de substituição renal (TRS) - Diálise- hemodiálise - Diálise peritoneal Transplante renal 6 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia LESÃO RENAL AGUDA Objetivo central: Avaliar o valor da creatinina oscilante em um paciente com insuficiência renal aguda. Na lesão renal aguda, haverá uma injúria renal, e com isso a taxa de filtração glomerular será alterada. Logo que ocorre essa injúria, a taxa de filtração não vai estar em equilíbrio. Objetivo 2: Diagnóstico etiológico da lesão renal aguda: Pré- renal (perfusão inadequada do rim, que sofre consequências), pós-renal ou renal (intrínseca). FUNÇÕES DOS RINS Quando falamos em função renal deve-se lembrar: Retirada da circulação de produtos do metabolismo, que é a taxa de filtração glomerular. Controle hídrico e volemia; Manutenção da homeostase dos eletrólitos: balanço neutro do que entra e do que sai. Eliminação do excesso de ácido – funciona como tampão; Eliminação de toxinas exógenas. Função endócrina na produção de hormônios: renina, eritropoietina, vitamina D ativada. Quando se tem lesão renal, a gente perde essas funções. Em situações a nível hospitalar queremos saber como está a função renal (taxa de filtração desse paciente). A depender do estado do paciente, se a FG estiver alterada, por consequência, todas as demais funções do rim estarão alteradas também. Usaremos a creatinina para avaliar como está a função renal. U SAR A CREATININA PARA AVAL IAR A FUNÇÃO RENAL NO PACIENTE COM FU NÇÃO RENAL ESTÁVEL Através do Clearence mediado: Urina 24 horas. Creatinina sérica: estimativa da filtração glomerular. Peso e altura do paciente. TGF estimada por fórmulas baseadas na creatinina sérica: Cockroft-gault, MDRD, CKD-EPI. U SAR CREATININA PARA AVALIAR A FUNÇÃO RENAL NO PACIENTE COM LESÃO RENAL AGUDA Função renal oscilante. No decorrer dos dias, vai ocorrendo um aumento gradual da creatinina até chegar em um valor que há equilíbrio (estacionamento em um valor). Depende se a injúria foi em um momento único ou persistente., como também vai depender do tempo dessa LRA. A taxa de filtração glomerular no dia da injúria vai dar normal (a taxa prévia do paciente). A creatinina só se altera quando perde mais de 50% da filtração glomerular. Tem um período na janela onde a creatinina não se alterou ainda, mas já existe lesão renal. A creatinina não é bom marcador, tendo seu valor variando diariamente. Só se modifica quando já tem um tempo da injúria. Por esse motivo usa-se o NGAL como marcador precoce. Linha vermelha tracejada: representa uma injúria, mas não representa uma insuficiência renal. Então o NGAL sobe um pouco mas não ultrapassa o valor limite para uma insuficiência renal. Depois de 24 horas normaliza. Quando ocorre a LRA, a NGAL atinge o pico nas primeiras 3 horas e já reduz em 24 horas, sendo assim usada como marcador precoce da lesão. Linha roxa: Representa a creatinina após uma injúria (representada por uma cirurgia). Somente depois de 24 horas vemos a alteração de creatinina a níveis considerados como insuficiência renal. O restante dos marcadores do gráfico ainda não estão em uso no Brasil, somente em estudos clínicos. CKD-EPI: mais fidedigna para estimar a TFG. DEFINIÇÃO KDIG O 2012 7 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia Essa classificação de LRA é a Junção de outras duas classificações, que leva em consideração o aumento da creatinina e a diurese. Estágio 1: Para aquele paciente ambulatorial que está internado na enfermaria que eu tenho a creatinina inicial e 7 dias depois eu tenho outra. Se aumentar 1,5 do valor de craniana basal é LRA. Ainda é estágio 1 quando se tem a redução em 0,5ml/hora da diurese no período de 6 horas, geralmenteacontece em pacientes que estão na UTI. Quando o paciente está diminuindo a diurese é chamado de claudicação. Estágio 2: É quando há elevação de 2X o valor basal da creatinina em 7 dias com a diurese reduzida em 0,5 ml/kg/hora em 12 hs. Estágio 3: É a elevação de 3X a creatinina basal em 7 dias, ou uma creatinina >4. E elevação de 0,5mg/ dL do valor basal. OLHAR A TABELA!!! Essa tabela serve para saber a partir de que ponto é uma LRA. Melhorou muito o diagnóstico. OBS: Se o paciente de acordo com a creatinina ele for estágio 2 e na diurese estágio 3, eu uso o mais grave. Existe uma FÓRMULA QUE NOS AJUDA A TENTAR CALCULAR A TFG ATRAVÉS DA CREATININA – utiliza o dia da injúria ou a creatinina basal + o próximo dia que você dosou considerando o intervalo de tempo. A taxa de FG usamos para calcular as dosagens de medicamentos e saber como será o prognóstico desse paciente. Antes, quando o paciente tinha LRA calculávamos as dosagens de medicamentos a partir do clearence de creatinina <10. Hoje é a partir dessas fórmulas abaixo. KINETIC EGFR Avaliar o grau de retenção de creatinina e baixa filtração glomerular. Utilizando a creatinina basal vai calcular a taxa de FG basal. Depois precisa ter a creatinina 1 (a do dia da injúria) e a creatinina 2 (atual). Na fórmula pede o intervalo de tempo em que a creatinina aumentou. O resultado da fórmula diz em qual velocidade a creatinina está aumentando e qual será o nível em que vai estabilizar. Através dela estima-se a taxa de FG e o equilíbrio. AKIN E RIFFLE Depuração de creatinina em uma determinada faixa de tempo. KDIGO 2012 Estimar a gravidade antes do intervalo de 48 horas. Classifica a lesão renal aguda. Não é para decorar. Serve para identificar uma lesão renal aguda. É PRA SABER! Elevação de creatinina de 0,3 mg/dl em até 48 horas. Aumento de 1,5 vezes no valor basal de creatinina em até 7 dias. Redução de débito urinário para valores menores que 0,5 ml/kg/h por pelo menos seis horas. Quando ocorre algum desses (NÃO PRECISA OCORRER OS 3) já é diagnóstico de lesão renal aguda. 1 dia da injúria – Fórmula (Kinect e GFR) para tentar achar a taxa de filtração glomerular. Antigamente, nas primeiras 24 horas, se a creatinina deu 3, eu faria uma fórmula que daria a taxa de filtração. A TF é usada para calcular dose de medicação e prognóstico. A L ESÃO RENAL AGU DA PODE SER: PRÉ-RENAL Quando a gente fala em pré-renal ocorre uma perfusão inadequada desse rim, trazendo consequências. Isso pode ocorrer devido: Depleção de volume (sangramento, hipovolemia, perda de líquido) Hipotensão persistente (qualquer condição clínica que curse com hipotensão, medicações DIU). Má perfusão + edema (IC, cirrose- edema de MMII, ascite, síndrome nefrótica. Doenças sistêmicas que cursam com má perfusão do líquido. Deve-se tentar o mais rápido, se possível, corrigir a doença de base que está levando a LRA para cessar a mesma. AVAL IAÇÃO DA VOLEMIA ▪ Exame físico: Sinais vitais, ausculta pulmonar, avaliação de edema, avaliação de mucosa, avaliação de turgor. 8 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia ▪ Ultrassom: Pulmão (se tem congestão ou não), calibre da veia cava (hipovolêmico = calibre diminuído e hipervolêmico = calibre aumentado). Ecocardiograma. ▪ Monitorização invasiva: Medida da pressão venosa central, pressão e oclusão de artéria pulmonar, variação de pressão de pulso (principalmente em UTI, como mostra a figura abaixo). Com essa manobra, acontece o aumento do retorno venoso e observa-se uma melhora na pressão, diminuição da taquicardia. Isso nos induz a pensar que aquele retorno venoso que chegou ali foi capaz de melhorar o parâmetro hemodinâmico, então, é porque esse paciente estava hipovolêmico. Deve-se avaliar a volemia do paciente. As frações de Na e U < 20 fala a favor de LRA pré-renal. A urina vai estar concentrada., porque há uma reabsorção do sódio para tentar manter a volemia. Então, a fração de excreção de sódio pode ser menor que 1. Alta osmolaridade e densidade: A osmolaridade vai estar maior que 500 e a densidade urinária também estará alta, por ser uma urina concentrada. Relação ureia creatinina: Na pré – renal, quando o rim reabsorve Na e água para tentar manter a volemia ele reabsorve a ureia. Então o sangue terá uma desproporção de ureia (maior) e creatinina (menor). O aumento da ureia (que era para ser absorvida uma parte) vai ser mais excretada na urina. A relação ureia/ creatinina é a menos fidedigna, porque outros fatores podem interferir na cinética da ureia. * Fena (excreção fracionada de sódio) - (maior marcador de lesão renal). O rim está hiporperfundido. Ativa a SRAA. Retenção de sódio, Água e ureia. PACIENTE DESIDRATADO E HIPOPERFUNDIDO PODE TER LESÃO RENAL AGUDA Lembrar de pacientes que usam diuréticos, e vão aumentar a excreção de sódio. Então você perde essa relação. Por este motivo, a relação do sódio na avaliação de LRA em pacientes que fazem uso de DIU não deve ser utilizada, e sim relação de ureia. EXAME DE URINA Rotina para confirmação de lesão renal aguda pré-renal. O paciente vai apresentar uma urina concentrada, com coloração amarela forte. A densidade estará aumentada > 1020. Pode aparecer Leucócitos e hemácias normais. Cilindros hialinos presentes ou ausentes. Esses cilindros hialinos são cilindros normais formados a partir das proteínas produzidas pelas células tubulares, que são as proteínas de Tamm Horsfall. Quando essas proteínas tomam forma dos túbulos coletores elas saem em forma de cilindros. Qualquer pessoa normal pode encontrar cilindros hialinos na urina. Na LRA não tem alteração de sedimento urinário, mas é uma urina concentrada e com densidade elevada. AVAL IAÇÃO DO PACIENTE Dados necessários para a avaliação do paciente são: Avaliação clínica. Laboratorial (hemograma). História clínica. DIAGNÓSTICO Para fazer o diagnóstico é só corrigir a volemia do paciente. Se ele melhorar é porque a LRA é pré-renal. RENAL INTRÍNSECA Grande parte das causas de lesão renal são recorrentes de lesão das células tubulares, ou seja, necrose tubular aguda. Então, as causas desta lesão podem ser devido a lesões tubulares no componente intersticial, vascular ou glomerular. Qualquer injúria em algum desses componentes vai levar a uma LRA. De todos eles, o mais comum é a necrose tubular aguda. Se juntar todas as causas (pré, pós e renal) o mais comum é a pré renal ou a intrínseca - Necrose tubular aguda (NTA). NECROSE TUBULAR AGUDA (NTA) Ela pode surgir por 2 motivos: Isquêmica ( se a pré-renal não for resolvida a tempo ou a isquemia for grave) ou nefrotóxica (lesão tóxica por medicamento, por exemplo). ISQUÊMICO Durante o processo isquêmico, quem primeiro é atingido são os túbulos. As células tubulares sofrem agressão, morrem e se desgarram do epitélio tubular. O epitélio torna-se denudo, porque, as células epiteliais caem na luz do lúmen dos túbulos. Quando as células estão no lúmen do vaso elas se juntam com as proteínas de Tamm Horsfall e formam cilindros granulosos, que podem obstruir o lúmen do vaso. Esses cilindros são diferentes dos cilindros hialinos. E na urina irá aparecer cilindros granulosos. 9 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia Quando há essa obstrução... há um edema intersticial por um aumento da pressão hidrostática, ocorrendo assim uma obstrução que pode afetar outros túbulos, e assim, progredir a LRA. Explica a ocorrência de LRA oligúrica. Histologicamente, a LRA por isquemia e nefrotóxica são iguais. Percebe-se o afastamento entre os túbulos e as células mais achatadas. Causas: Pode ser devido uma falta de perfusão por conta de um sangramento,desidratação importante, má perfusão periférica. A má perfusão está muito relacionada com sepse. O paciente com sepse tem uma vasoplegia, fazendo uma vasodilatação decorrente do processo da doença. Devido a hipoperfusão periférica o paciente vem a te a má perfusão renal. LEMBRAR QUE A SEPSE É UMA IMPORTANTE CAUSA DE NTA. O paciente com sepse já é um paciente de UTI, com várias outras restrições e sistemas envolvidos. Outra causa de NTA isquêmica: cirurgias que precisem de circulação extracorpórea. Os fatores de risco são: pessoas com lesões renais prévias e idosos. TÓXICA Pode ser tóxica por substâncias endógenas e exógenas. Exógenas: as medicações como anti-inflamatórios, alguns ATB (carcomicina, aminoglicosídeo, anfontericina B), antirretrovirais e contraste iodado. Drogas que tem um potencial nefrotóxico. Usando esses medicamentos em doses altas em muito tempo pode surgir uma lesão tubular aguda. Endógenas: a mioglobina é uma proteína que fica dentro do músculo. Quando há um trauma muscular essa proteína cai na corrente sanguínea e vai em direção ao rim, lá ela acusará um NTA nefrotóxica. Assim como síndrome de lise tumoral após quimio/radioterapia + mioglobina + mieloma múltiplo (produção exacerbada de cadeias leves de Imunoglobulinas que são nefrotóxicas). Na NTA as células epiteliais morreram e não conseguem efetuar as funções renais, não conseguindo reabsorver sódio e água, e assim, não conseguindo concentrar a urina. Nesse paciente o sódio urinário estará aumentado (O sódio urinário é normal >40) e a fração de ejeção de sódio também será >2 A osmolaridade urinária é quase igual a do sangue (valor normal de: 285-290), não estará concentrada. A densidade estará baixa, porque é uma urina que não consegue concentrar o líquido. A relação ureia e creatinina vai aumentar proporcionalmente. A atuação de seleção de ureia também estará aumentada em relação a pré-renal. SU MÁRIO DE U RINA ( SU) -Terá uma densidade diminuída, porque o rim não consegue filtrar. -A leucocitúria e hematúria podem estar presentes ou não, geralmente estão ausentes. A depender da causa pode ter leucocitúria e a presença de cilindros granulosos. Recuperação: 07 a 15 dias. No compartimento vascular pode ser uma Dissecção Aórtica, e o sangue ao invés de passar normal ele passa por trás a dissecção, gerando uma hipoperfusão renal causada por lesão vascular. Em resumo, a dissecção Aórtica é uma “causa¨ pré- renal, mas quando o paciente tem alguma manifestação da doença, já aparece como NTA devido a hipoperfusão renal. As doenças de pequenos vasos são as vasculites de grandes, médios e pequenos vasos. Elas geralmente acontecem de forma difusa. A microangiopatia trombótica é uma lesão vascular de pequenos vasos, ou seja, ocorre hemólise microvascular decorrente de doença autoimune, em que ocorre anemia hemolítica microidiopática. Quando tem hemólise, o COOMBS indireto é positivo, bilirrubinas aumentadas, LDH aumentado, reticulócitos aumentados. Especificamente na microangiopatia trombótica, por ser lesão que ocorre dentro dos vasos tem COOMBS negativo, mas apresenta Esquizócitos em sangue periférico; plaquetopenia associada; pode ter ou não alteração de coagulograma. Nas vasculares é necessária uma investigação na história do paciente e observar muito bem o quadro clínico, para ver qual o tipo de vasculite. Nas glomerulonefrites que causam NTA são as que cursam com a forma rapidamente progressiva, com perda de função renal rápida, podendo ser de dois tipos: Compartimento glomerular: glomerulonefrite pós estreptocócica (a mais importante). Cilindro hemático: patognomônico de glomerulopatia. O que sugere uma glomerulopatia é o SU com hematúria e proteinúria. A proteinúria mostra que tem a perda da barreira e a hematúria mostra que tem inflamação e proliferação celular. Então,, quando é um SU com essas características não pode ser discartada a possibilidade de uma glomerulopatia. A leucocitúria pode ser encontrada, indicando inflamação; Cilindros granulosos; Cilindros hemáticos (hemácias com proteínas produzida pelas células). Lembrar que cilindros hemáticos é patognomônico de glomerulopatia, mas a sua ausência não afasta a doença. 10 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia RESUMO NECROSE TUBUL AR AGU DA • A persistência de má perfusão renal ou lesão tóxica. • Pode ser endógena ou exógena. • Exame de urina: Densidade urinária <1015. Leucocitúria e hematúria costumam estar ausentes, podendo estar presentes. • Cilindros granulosos. MICROANG IOPATIA TROMB ÓTICA • Disfunção renal. • Anemia hemolítica com COOMBS negativo. • Esquizócitos (fragmentos de hemácias) em sangue periférico. • Hemólise que ocorre dentro do vaso. • Plaquetopenia. • Com ou sem alteração do coagulograma. • Doença geralmente autoimune. • Lesão em bulbo de cebola. GLOMERUL ONEFRITE RAPIDAMENTE PROG RESSIVA Piora progressiva da função renal Linear → Goodpasture, doença por anticorpo, anti-MS. Granular → Depósito IgD, depósito IgA, padrão Full House. Negativa → Pauci-imune. • Lesão renal aguda de causa desconhecida. • Rins de tamanho normal. • Sedimento urinário ativo. • Presença de estigmas de doenças sistêmicas. EXAME DE URINA – ROTINA NAS GLOMERUL OPATIAS • Presença de hematúria e leucocitúria (inflamação); • Presença de proteinúria (perda da barreira); • Cilindros granulosos; • Cilindros hemáticos (hemácias com proteínas produzidas pelas células). MANIFESTAÇÕES CL ÍNICAS Piora aguda de função renal, rash cutâneo, eosinofilia, eosinofilúria, leucocitúria estéril, febre. DROGAS QUE PODEM CAU SAR NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA CASO A PESSOA SEJA SENSÍVEL AINE, penicilina ou cefalosporina, sulfametoxazol-trimetropina, Diuréticos de alça ou tiazídicos, quinolona, rifampicina, alopurinol, omeprazol, indinavir. O tratamento é retirar a droga, e se for muito grave, utilizar corticoesteroide. EXAME DE URINA – ROTINA NA NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA • Densidade urinária < 1015. • Leucocitúria presente (com urocultura negativa). • Eosinofilúria. • Cilindros leucocitários. Quantos mais glomérulos crescendo maior será a lesão. Quando tem mais de 50%dos glomérulos crescendo cursa com a forma progressiva da doença. BIÓPSIA A biópsia não diz qual o tipo de glomerulonefrite. Biopsiar paciente com lesão renal aguda de etiologia indefinida. É insuficiência renal aguda secundária a quê? Particularmente na suspeita de: Glomerulopatias, vasculites microangiopatia trombótica, nefrite intersticial aguda. A imunofluorescência sabe a hemoglobina que está testando. Se for um depósito imune granular subepitelial de IgG pode ser estreptocócica. *Em resumo, o como guia para a glomerulopatia é o SU, que irá sugerir que o problema é Glomerular. A biópsia e a imunofluorescência são exames mais específicos e invasivos. PÓS-RENAL Ocorre devido a qualquer obstrução no trato urinário que cause uma dilatação ou hidronefrose (dilatação do ureter na pelve renal) secundária a uma obstrução pós renal. Tem várias causas secundárias de obstrução, como tumores de pelve, ginecológico, bexiga, ureter e próstata. É bem característico de pós-renal quando paciente estava bem e do nada começou com uma anúria ou hematúria. Esses eventos sugerem uma obstrução aguda no trato urinário baixo. Insuficiência renal em que a causa não é no rim. Hidronefrose por hiperplasia prostática, ureter dilatado pela obstrução, bexiga repleta de urina, uretra comprimida. QU ADRO CL ÍNICO CARACTERÍSTICO • Anúria/hematúria. Sugere alguma lesão no trato urinário baixo. • Deve-se analisar se tem alguma massa abdominal. • Dor lombar/suprapúbica. 11 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia LESÃO RENAL AGUDA EM PACIENTE ONCOLÓGICO (HISTÓRIA CL ÍNICA DO PACIENTE) Passado de câncer colo de útero, bexiga, próstata, cólon/sigmoide/reto. Saber se o paciente já fez radioterapia na pelve, pois ela pode causar uma cicatrização em forma de bridas, ou formar aderências que impeça a progressão da urina, podendo causar uma obstrução pós renal. Paciente com histórico de tumor de pelve, tem que afastar se é pós renal ou não. ULTRASSOM RENAL A ultrassom é um ótimo exame para analisar a hidronefrose e seus graus. Grau 1: Dilatação na região da pelve renal. Vai aumentando a dilatação de acordo com o grau 2, 3 e 4. EXAME DE URINA ROTINA NA L ESÃO RENAL AGU DA PÓS -RENAL Paciente pode ser anúrico; Caso não tenha anúria, pode ter o campo tomado por hemácias (secundário a tumor, cálculo…); Nas reações reagentes pode achar Heme-pigmento positivo. As obstruções pós-renais agudas, assim como nas pré-renais, podem ser reversíveis. Deve somente conter a obstrução. OBS: pacientes com obstrução renal crônica podem desenvolver LRC. TRATAMENTO DE LESÃO RENAL AGU DA Pacientes internados em risco de lesão renal aguda Instabilidade hemodinâmica. Paciente com alteração prévia de função renal – idoso; Pacientes em uso de drogas nefrotóxicas; Pacientes com patologias graves: IC agudamente descompensada, hepatopatia crônica politraumatizados ou grandes queimados, sepse, cirurgia de grande porte. Manejo dos pacientes de risco para lesão renal aguda Retirar as medicações nefrotóxicas. Avaliação da taxa FG. Corrigir as drogas de acordo com a FG. Corrigir a volemia do paciente Manter FG adequada Manter pressão adequada Monitorar a ureia, creatinina e débito urinário Controle adequado da glicemia Corrigir distúrbios eletrolíticos Todas as anormalidades que aparecerem durante esse período devem ser resolvidas. Buscar alternativas para exames contrastados. ADEQUAÇÃO DAS MEDICAÇÕES Abordagem prática: • Evitar subdose em pacientes graves • Considerar clearence menor que ml/min se creatinina ascensão ou paciente em diálise • Nos demais casos individualizar • Considerar o tipo de diálise realizada • Prescrever dose pós diálise quando indicado DIETA Tentar sempre via oral/enteral. Será hipoproteica e hipoglucótica, pobre em potássio e fósforo. Devido ao estado de catabolismo do paciente. Fornecer aporte calórico com 20 a 30 kcal/kg/dia. Não restringir proteína para postergar/evitar TRS. Fornecer proteína conforme esquema: 0,8 – 1,0g/kg para pacientes não catabólicos em tratamento conservador 1,0 – 1,5g/kg para pacientes em TRS Até 1,7g/kg para pacientes em Terapia contínua ou hipercatabólicos TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA ( HEMODIÁLISE OU DIÁL ISE) Objetivos: Manutenção da homesostase. Permitir recuperação da função renal. Eliminação de toxinas. Permitir medidas de suporte clínico: dieta parenteral, hemotransfusão, antibioticoterapia. 12 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia A indicação da terapia renal constitutiva nos quadros agudos pode ser diálise e nos casos crônicos a hemodiálise, diálise peritoneal ou hemodiálise peritoneal. As indicações clínicas para essas terapias são: Sintomas urêmicos (uremia), hipercalemia grave/refratária, acidose metabólica grave/refratária, hipervolemia refratária/Anúria. INDICAÇÕES AB SOLU TAS DE TRS NA LRA Hipercalemia grave e refratária, traz risco a vida. Acidos e metabólica grave e refratária. Hipervolemia refratária, ou seja, a anúria pós renal. Inicio de sintomas urêmicos (Uremia com valores menores de ureia e creatinina que o renal crônico). Hipercalcemia. Hiperuricemia. Intoxicação exógena (AAS, metformina, etilenoglicol, metanol, lítio). INÍCIO IMEDIATO TRS NA L RA Presença de indicação absoluta: Hipercalemia grave e refratária Hipervolemia refratária Uremia Ausência de indicação absoluta: gravidade da doença de base; perspectiva de recuperação da função renal; disfunção de outros órgãos; expectativa de piora rápida (lise tumoral); a necessidade da administração de fluidos, evolução dos exames laboratoriais. 13 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia DOENÇAS QUE CURSAM COM HEMATÚRIA INTRODU ÇÃO Eliminação de número anormal de hemácias na urina. Alguns autores falam que hematúria seria acima de 2 ou 5 hemácias por campo. Macro/Microscópica: o Macroscópica: a urina é vista avermelhada ou acima de 100 hemácias por campo. o Microscópica: abaixo de 100 hemácias por campo. Apresentação: o Permanente: aparece hematúria em todos os exames de urina. o Recorrente: tem períodos que aparecem e outros que desaparecem. o Isolada: sem proteinúria ou ser associada a proteinúria. Sintomática/assintomática: o Sintomática: com sintomas clássicos da doença. Ex: se for cálculo renal, vem com sintomas de cólica renal. o Assintomática: tem só hematúria, mas não tem sintoma nenhum Origem: o Glomerulares: causada por uma doença glomerular ou glomerulopatia. o Não-glomerulares: quando a causa é urologia (ureter, bexiga ou pelve renal). Quando a hematúria é glomerular, a forma dessa hemácia será diferente. Então, existe o dismorfismo eritrocitário presente. Hemácias em alvo: codócitos Hemácias com vacuolização da parede: acantócitos. Essas duas formas de hemácias quando aparecem na urina sugere que é glomerular. Essa alteração de forma só aparece na hematúria glomerular. Toda vez que o dismorfismo eritrocitário estiver presente, diz que é de causa glomerular e não urológica. É patognomônico: os dismorfismos tem que ter acantócitos ou codócitos. Cilindro hemático: também é patognomônico glomerular. HEMATÚRIA GLOMERULAR CAUSAS ▪ GNDA (glomerulonefrite difusa aguda ou pós-infecciosa): glomerulonefrite; ▪ GN do LES: do lupus; ▪ Doença de Berger ou nefropatia por depósitos de IgA; ▪ GN da púrpura de Henoch – Schonlein; ▪ Nefrite familiar ou síndrome de Alport; ▪ Hematúria recorrente ou familiar benigna; ▪ Síndrome hemolítico-urêmica. HEMATÚRIAS NÃO GLOMERULARES A grande maioria das hematúrias são de origem não glomerulares, ou seja, causa urológicas. Causas mais comuns: ▪ ITU: causa mais frequente de hematúria ▪ Nefrolitíase; ▪ Distúrbios metabólicos: o Hipercalciúria idiopática o Hiperuricosúria idiopática o Acidose tubular renal ▪ Anomalias do trato urinário ▪ Cistos complexos: podem ser por neoplasia cística ou cistos hemáticos que podem romper e causar hematúria. ▪ Tumores; ▪ Hemangiomas; ▪ Traumatismos; ▪ Esforço físico: podendo existir a hematúria transitória. Não significa doença. ▪ Medicamentos que podem facilitar o sangramento: heparina, aspirina, penicilina (podem causar alteração tubular), ciclofosfamida (cistite hemorrágica). Causam distúrbio de coagulação ou alteração tubular. ▪ Doenças hematológicas: anemia falciforme e traço falcêmico; ▪ Queimaduras grandes; ▪ Febre: pode causar hematúria transitória. ▪ Desidratação ▪ Hábitos: ciclismo, masturbação, limpeza excessiva. DIAGNÓSTICO DE HEMATÚRIA Confirmação pelo sumário de urina: pede duas vezes o SU para ter certeza que não é uma hematúria transitória. Cuidados para a coleta do exame de urina: o Primeira amostra da manhã; o Fazer higiene antes da coleta; o Coleta recente: em até duas horas da coleta para evitar proliferação bacteriana e alcalinização. o Frasco preenchido ao máximo: para evitar alcalinização da urina. 14 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia Ver história clínica: tem sintomas, como cólica renal, polaciúria, ardência miccional? É um paciente idoso tabagista para pesar em neoplasia? Em relação a hematúria glomerular: pensar se o paciente tem sintomade glomerulopatia como edema, HAS, espuma na urina (que indica proteinúria). Identificar história de doença renal ou autoimune. • Sexo: LES mais frequente em mulheres, Sd.Alport mais grave no sexo masculino e Hemofilia nos homens. • Idade: RN e lactentes (doença cística, tumores, doenças hereditárias, ITU, vasculopatias), Criança (GNDAPE, traumatismos, LES, glomerulopatias), Idoso (neoplasias no trato urinário). • Hematúria inicial: sangramento uretral • Hematúria terminal: sangramento vesical • Presença de coágulos: sangramento urológico • Febre, polaciúria, disúria, dor lombar: ITU • Dor abdominal, cólicas: litíase • Dor abdominal, sangramento intestinal: PHS • Diarreia aguda anterior: SHU; • Edema, oligúria, proteinúria: glomerulopatias; • Hematúria mascroscópica após IVAS: Berger, hematúria recente benigna • Artralgias, artrites: LES, PHS • Déficits auditivos e visuais: Sd. Alport • Lesão de pele: LES, GNDAPE, PHS • Cateterismo umbilical: trombose de vasos renais. A BORD AGEM D A S HEMAT Ú RIAS A SSINTO MÁT ICA S G LOME RU LA RES INVESTIG AÇÃO • Sumário de urina e urocultura: pois a causa mais comum é a ITU. • Dismorfismo eritrocitário: o laboratório vai avaliar o sedimento da urinase vai examinar a forma das hemácias. • Proteinúria de 24h ou a relação proteína/creatinina urinária em 1 amostra de urina. • Uréia e creatinina: função renal; • Hemograma, coagulograma, proteínas totais e frações, lipidograma: pra ver se tem associação com síndrome nefrótica. • C3 e C4: frações do complemento. • Sorologias para Hepatite B e C e HIV: são doenças que podem causar glomerulonefrites com hematúria. • FAN • Eletroforese de Hb • USG • Pesquisa de distúrbios metabólicos em repetidos exames: Cálcio urinário, Cistina urinária, Citrato urinário, Oxalato urinário, Magnésio urinário e Ácido úrico sérico e urinário → Outros exames: TC, RNM, urografia excretora, cistoscopia: para identificar alguma alteração anatômica que possa estar causando essa hematúria. • Encaminhar ao urologista: se a causa é não glomerular. • Urografia excretora: útil para detecção de lesões do trato superior (como ureter e pelve), para tentar identificar cálculos e tumores. • Cistoscopia: ➢ Deve ser realizada em regime de urgência na hematúria macroscópica que queira investigar neoplasia. ➢ Imprescindível na suspeita de malignidade. • Tomografia com contraste: primeiro exame que deve ser realizado em caso de massa renal. DOENÇAS MAIS COMUNS QUE CURSAM COM HEMATÚRIA NEFROPATIA POR IGA (DOENÇA DE BERGER) Causa mais comum de glomerulonefrites em adultos. Hematúria microscópica persistente e hematúria macroscópica recorrente. Essa última só aparece quando tem evento viral. Quadro clinico clássico. Ocorre isolada ou num quadro idêntico que acompanha a púrpura de Henoch-Schonlein, doença celíaca e doenças hepáticas. Ocorre depósito imune mesangial de IgA: é o mais característico na nefropatia por IgA. Pode ter depósito também de C3. Morfologia: ▪ Proliferação mesangial (comum): identificada por mais de 3 núcleos por eixo. ▪ Pode ser confundida com a glomerulonefrite proliferativa focal e glomeruloesclerose segmentar: São diferenciadas pela imunofluorescência, que identifica a imunoglobulina IgA no caso da nefropatia por IgA. Quando faz a biópsia, tira 3 fragmentos e manda um pra microscopia óptica (avalia anatomia do glomérulo), outro para microscopia eletrônica e o último para a imunofluorescência (faz cortes histológicos e avalia em cada lâmina o complexo, como exemplo o fibrinogênio, IgA,IgM, IgG). Glomerulonefrite com crescentes (raro) É uma doença que pode ser localizada só no rim, que seria a nefropatia por IgA, ou pode ter sintomas sistêmicos, fazendo parte da síndrome da púrpura de Henoch-Schonlein. A glomerulonefrite pós-estreptocócica tem exposição ao antígeno e depois de um tempo que produz os anticorpos que 15 Beatriz Machado de Almeida Resumo de Nefrologia estão envolvidos na patogenia. Na nefrite por IgA, a IgA aparece imediatamente após o evento viral. Essa é a grande diferença entre as duas doenças. A nefropatia por IgA pode ser apresentar também como síndrome nefrótica, síndrome nefrítica e glomerulonefrite rapidamente progressiva. Vai depender da intensidade da lesão e envolvimento mesangial. Mesmo a nefropatia por IgA se apresentando como síndrome nefrótica, a hematúria estará sempre presente. Quando a nefropatia por IgA apresentar de forma clássica tem evolução benigna. Porém, quando se apresentar como síndrome nefrótica ou nefrítica tem resposta ruim ao tratamento e pode desenvolver doença renal crônica. GN DA PÚ RPU RA DE HENOCK -SCHONL EIN Tem sintomas sistêmicos. A patogenia é a mesma da nefropatia por IgA. ▪ Exantema purpúrico predominante em nádegas e MMII, artrite transitória; ▪ Em 50% dos casos aparecem a IgA. ▪ Comum em crianças; ▪ Dor abdominal e hemorragia digestiva em 25% dos casos; ▪ Comprometimento renal é variável: hematúria microscópica -> síndrome nefrótica, IRA; ▪ Pode anteceder ou seguir as manifestações sistêmicas; ▪ Manifestação durante eventos virais. ▪ Complemento sérico normal (C3 e C4): não tem consumo de complemento. HEMATÚRIA RECORRENTE BENIGNA OU HEMATÚRIA FAMILIAR BENIGNA OU DOENÇA DA MEMB RANA FINA É rara, mas faz diagnóstico diferencial com a nefropatia por IgA. É diferenciada pela biópsia. Em geral, a hematúria por si só não tem indicação de fazer biópsia, por ter curso benigno quando isolado. ▪ Doença da membrana fina; ▪ Autossômica dominante; ▪ Hematúria microscópica persistente ou recidivante; ▪ Algumas vezes, hematúria macroscópica; ▪ Precipitada por exercício físico ou IVAS; ▪ Não existem manifestações sistêmicas; ▪ Complemento normal; ▪ Não há perda da função renal. Nem toda hematúria microscópica glomerular vai ser por nefropatia por IgA. NEFRITE FAMILIAR OU SÍNDROME DE ALPORT Autossômica dominante / ligada ao X / autossômica recessiva. Em homens: morriam de uremia. Em mulheres: viviam a vida toda, mas apresentam a hematúria e não cursam com doença renal crônica. Manifestação maior nos homens. ▪ Defeito no gene que codifica algumas cadeias do colágeno tipo IV. Todo órgão que tiver colágeno do tipo 4 terá manifestação e alguma alteração. Ocorre manifestações na membrana basal glomerular, no ouvido e olho. ▪ Hematúria microscópica persistente: no rim com tendência a progressão para doença renal crônica; ▪ Manifestações extra-renais (frequência variável): Surdez: fazer audiometria, pois pode ter dificuldade para determinar frequências. Alterações oculares: lente cone anterior – não é patognomônico, mas muitos pacientes apresentam. ▪ Complemento sérico normal: C3 e C4 normal. Na histologia: A microscopia óptica não apresenta alteração. Pode encontrar dependendo do momento da biopsia algumas alterações de cronicidade como: glomeruloesclerose, fibrose... Imunofluorescência é toda negativa, pois não é uma doença mediada por anticorpo. Apresenta a alteração na membrana basal glomerular na espessura, com áreas mais finas e áreas mais espessas. Isso é típico da síndrome de alport.
Compartilhar