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Caso clínico: advogada, 45 anos, trabalha 14 horas por dia, sem sintomas, e fez exame de rotina com glicemia 203mg/dL e HbA1c 7,0%. Diabetes é uma condição hiperglicemica. Podemos ter diabetes tipo 2, com resistência a ação da insulina e depois o pâncreas começa a cansar, entra em situações de insulinopenia. A qualidade nutricional e a obesidade andam juntas. Comer carboidrato e comidas industrializadas são mais acessíveis. 46% dos pacientes não sabem que são diabéticos porque são oligo ou assintomáticos. História natural do diabetes mellitus tipo 2: obeso, sedentário, péssima alimentação devido a falta de tempo, resistência a insulina, não consegue se ligar ao receptor e captar a glicose. O pâncreas aumenta a produção de insulina, para não deixar sobrar glicose e criar um ambiente hiperglicêmico, ao final disso, o pâncreas se cansa, e por fim, a célula beta começa a morrer, entrando em um quadro de insulinopenia. História natural do diabetes mellitus tipo 1: doença autoimune, o corpo começa a atacar o pâncreas em uma reação antígeno-anticorpo, atacando a célula beta pancreática, entrando em um quadro de insulinopenia muito rápido. Podendo causar a complicação aguda do DM1 que é a cetoacidose diabética. Complicações do diabetes: doenças microvasculares, com nefropatia diabéticas, retinopatia diabética e neuropatia diabética. A incidência de diabetes aumenta, porque a população está mais idosa e o pâncreas envelhece (a célula pancreática morre com o passar dos anos). Pessoas assintomáticas são muito comum, chega a 50% o número de pessoas que não sabem que tem diabetes. Ex: percebem que tem uma candidíase de repetição, mas não se preocupam, nunca pensam em um quadro de diabetes. Os sintomas mais específicos: poluiria, polidipsia, polifagia acompanhada de emagrecimento. Isso acontece quando o paciente tem insulina acima de 200mg/dL, o DM1 tem muito mais sintomas de poli, o DM2 fica pelo menos 4 anos assintomáticos. Isso é muito ruim, porque o paciente perde um tempo de tratamento e vai fazendo micro e macro lesão vascular. O DM1 causa peritonite, normalmente as crianças, apresentam dor abdominal, mas sem diarréia. Diferenças entre DM2 x DM1 O DM1 pode ser magro ou gordo, não tem relação com peso, uma vez que a doença é autoimune. Deve-se tomar cuidado já que crianças pequenas estão atualmente fazendo DM2 uma vez que a alimentação e o estilo de vida são bem ruins. Não é necessário saber o diagnóstico apenas clinicamente. Exames laboratoriais com anticorpos positivos, e peptídio C indicam DM1 ou DM2. Toda vez que a célula beta pancreática secreta insulina sai uma molécula chamada de peptídeo C. DM2 o peptídeo C vai estar alto, principalmente nos primeiros 10 anos da doença. Na DM1 o peptídeo C vai estar zerado ou diminuído. O anticorpo mais comum anti-GAD, mas nem sempre é esse anticorpo que está atacando as células beta, podem ser outros. Então é melhor pedir anti-GAD e peptídeo C. Gene HLA, genética que só vai existir se entrar com fator predisponente. Ex: pandemia do COVID-19 aumentou o número de diagnósticos de DM1. Fator genético em DM2 é muito importante, as vezes, a pessoa é magra, com atividade física, e apresenta DM2 com 40 anos, e tem um pai que desenvolveu DM2 com 35 anos. Os sintomas de poli aparecem mais no DM1. Complicações aguda DM1: cetoacidose diabética, não sabe o que tem, torpor, náusea e êmese. Glicemia de 350mg/dL. Quando eu não tenho insulina começo a produzir os corpos cetônicos, e mudam o pH, que é muito importante para que todas as reações enzimáticas aconteçam, pH fica bem ácido impedindo que ocorra as reações metabólicas. Cetoacidose não mata tanto, o paciente não entra mais na UTI. As vezes interna, para fazer educação em diabetes de uma criança. Herança genética do HLA. Complicação aguda DM2: síndrome hiperosmolar hiperglicemica, glicemia de 600mg/dL. Todo quadro de infecção faz estado hiperglicêmico para proteção. Faz poucos corpos cetonicos, porque ele sempre tem um tanto de insulina para secretar (um resto). Tem glicose na fórmula da osmolaridade, se eu aumento a glicose eu mudo a osmolaridade (capacidade de fazer empuxo para o intravascualar), vamos desidratar todas as células neuronais, o paciente desidrata e pode fazer Endocrinologia torpor neuronal. Tem maior capacidade de morbimortalidade do que a cetoacidose diabética. Complicações crônicas: lesão micro e macrovascular. DM2 etiologia multifatorial. Diabetes gestacional A gestação trouxe diabetes. Porque a gestação é um estado de resistência insulinica, para proteger o feto. É uma preservação da vida, aumentar a glicemia, preserva a vida do feto. Normalmente acomete mulheres que estão com um estilo de vida mais sedentário. Pode ocorrer no primeiro trimestre. Deve-se fazer o teste oral de tolerância a glicose no segundo trimestre para aquelas que negativaram no primeiro trimestre. O segundo trimestre é o pior trimestre de resistência insulinica. Se for diabetes gestacional, cerca de 1 mês após o nascimento do RN vai passar e a glicemia vai normalizar. Mas, devido a essa exposição e os hábitos de vida, essa pessoa tem maior chance de desenvolver DM2 ao longo da vida. E existem estudos que dizem que a criança, tem maiores chances de desenvolver diabetes ao longo da vida. Mody Ocorre uma mutação genética que muda todo o setpoint da célula. Existem dois Mody, tipo 2 e tipo 3. Mody 2: ex: trabalha com carregamento de caminhão, 22 anos, forte e magro. Glicemia de 115mg/dL. Repetir o exame deu 120mg/dL. E o paciente comenta que o pai e o avô tem essa característica. São famílias que não tem exposição ambiental, e que as células entendem, que o normal é 115mg/dL, devido a uma alteração genética, e o paciente não vai ter lesão de órgão alvo, nem sintomas. Parece que ele é um DM2. Deve-se ter atenção a história familiar, aos fatores de risco. Muitos médicos acabam classificando um Mody tipo 2 como DM2. Mutação no canal de potássio. O paciente não tem sintoma. É um diabéticos monogenetico, uma mutação. O tipo 3 muda o setpoint da glicemia, mas o paciente evolui ao longo da vida, apresentando sintomas. Deve- se adm sulfas (secretagogo de insulina) a melhor opção é glicazida pois é mais seletiva para o canal de potássio hepático. Lada (diabetes latente do adulto) Doença autoimune, desenvolve em pessoas mais velhas. É um DM1 mais tardio. 6 meses, passando mal. Demora pra fazer o diagnóstico. A destruição da célula beta pancreática é mais lenta do que em um DM1 recente. Ao exame irá apresentar anticorpo positivo, vai ser insulinopenico. O tratamento é insulina. Diabetes latente do adulto. Não tem cetoacidose, pode ficar sem medicação e insulina até 6-12 meses depois do diagnóstico. Tem anticorpo positivo. Ocorre entre 25 a 65 anos. DM1 (diabetes mellitus tipo 1) Cetoacidose, maioria dos pacientes fazem cetoacidose, e normalmente as crianças que abrem esse quadro fazendo peritonite. HLA modificado, genética para ter DM1, pode ter HLA que não desenvolve DM1, entrou em contato com fator predisponente (covid, citomegalovírus, herpes e outros), além disso pode ter uma história associada, alguém da família morreu, ocorre um trauma emocional associado. Começa um processo de insulinite (inflamação na célula beta pancreática), anticorpo anti-GAD. Dividido em 4 fases: 1) Pré-clínica: suscetibilidade genética. 2) Início da diabetes: pronto-socorro, cetoacidose diabéticas. 3) Período de lua de mel: ainda tem um pouco de secreção de insulina e consigo tratar com facilidade. 4) Diabetes estabelecido associado a complicações agudas e crônicas. DM2 (diabetes mellitus tipo 2) Síndrome metabólica: aumento da circunferência abdominal, hipertensão, dislipidemia, resistência a insulina. Fisiopatologia da DM2: rins maior reabsorção de glicose, célula alfa pancreática aumentaglucagon- fazer glicose, TGI deficiência da incretinas (GLP não está presente para absorver glicose), estimula a produção de insulina glicose dependente. Lipólise acelerada diminuição de HDL e aumento de TG. Fígado aumento da produção de glicose, neoglicogenese (metformina) inibindo a neoglicogenese. Octeto de Defronzo: resistência a incretinas, aumento de glucagon, aumento de glicose pelo fígado, disfunção neuronal, músculo diminui a capacidade de absorver glicose, lipólise acelerada e os rins excretam glicose. Aumento a concentração de insulina (resistência a ação da insulina) aumenta a produção da célula beta, começa a morrer, concomitante a resistência a insulina, tem aumento da glicemia em jejum e pós prandial. A insulina aumenta pós prandial inicialmente, porque depois que eu como, estímulo a insulina, mas ela não tem capacidade suficiente de absorver a glicose dos alimentos comidos. Ex: ingeri 3 pães pela manhã, mas meu pâncreas não está com uma capacidade bacana de produzir insulina, logo só vou conseguir transformar em glicogênio a glicose de 2 pães, a glicose do terceiro pão vai ficar circulante estimulando um quadro de hiperglicemia. Diabetes mellitus tipo 1 Diabetes tipo 1A: doença autoimune que acomete as células beta pancreáticas da ilhota de Langerhans. Diabetes tipo 1B: 1% idiopática, que as vezes o laboratório ainda não conseguiu identificar. A incidência vem aumentando principalmente em crianças pequenas menores que 5 anos. A incidência não é igual no mundo inteiro, temos lugares do mundo que há maior incidência como a Finlândia, e está associado principalmente em países mais frios, ou pode acometer países que ficam mais restritos ao seu território e por isso a genética vai sendo propiciada. Genética e ambiente que são responsáveis pela sua fisiopatologia. Os fatores ambientais servem como gatilho, sistema HLA envolvido. O paciente abre o quadro de diabetes tipo 1 de forma súbita, abrupta. A secreção de insulina vai sendo diminuída até chegar a níveis baixíssimos, indetectáveis, por isso realiza-se a dosagem de peptídeo C que vai chegar a 0, no paciente tipo 2 isso não ocorre. Genética: é uma condição poligenetica (diversos genes envolvidos na fisiopatologia da doença), a maioria estão no sistema HLA. E temos a diabetes Mody que existe um gene para cada Mody, monogênica. Maioria dos genes envolvidos estão no sistema HLA: DQA1, DQB1, DRB1, DQ2/DQ8, DR3/Dr4 e outros. Marcadores da auto-imunidade: • Anti-ilhotas. • Anti-insulina • Anti-GAD: neutraliza a enzima que secreta a insulina. • Antitirosina fosfatase (IA2 e IA2b) • Antitransportador de Zn (Znt) 80% dos pacientes tem 2 ou mais anticorpos presentes no início do quadro. Meio ambiente: vírus, bactérias, albumina bovina (crianças que foram submetidas ao leite de vaca mais precocemente, isso porque foi amamentada por pouco tempo e teve seu sistema imune estimulado mais cedo), toxinas e estresse. Os vírus mais comuns são: Coxsackie B, rubéola, caxumba, citomegalovírus, mononucleose, retrovírus, covid-19. Agressão da célula beta 1A: genética com os autoanticorpos, que vão agredir a célula beta, e ela entra em morte celular. Esse processo inflamatório nas células beta vai ser chamado de insulite, vão sendo produzidas citocinas, e radicais anti-inflamatórios. Já tentou-se muitos mecanismos como por exemplo imunossupressão, e então o paciente não seria diabético mas imunossupressor. E são estudadas drogas imunomoduladores. Prevenção primária: aleitamento materno, imunomoduladores e imunossupressores. Prevenção secundária: controle estrito reduz surgimento ou progressão de complicações crônicas (DCCT). Diabetes tipo 1: início agudo, os sintomas principais são as POLIs, poluíra, polifagia com emagrecimento e polidipsia. Paciente urina mais para tentar diminuir a glicose circulante, isso vai causar desidratação e por isso provoca polidipsia, e como não tem glicose na célula, essa célula vai usar como outra fonte de energia vai ser a lipólise numa fase inicial, formando corpos cetonicos, desenvolvendo a cetoacidose diabética. Normalmente o paciente vai ter menos de 30 anos, vai ter uma visão mais embaçada, isso não é retinopatia, é apenas glicose no vítreo, que irá voltar ao normal depois do controle glicêmico. Principais diferenças entre DM1 e DM2 DM1 • Autoimune; • Deficiência de insulina, insulite, auto- anticorpos, jovens, adolescentes; • Sem relação íntima com a obesidade; • Cetoacidose; • Início abrupto, com os sintomas de poli. DM2 • Síndrome metabólica (HAS, aumento da cintura abdominal, resistência a insulina, dislipidemia). • Resistência insulinica + deficiência de insulina; • Predominantemente em adultos; • Obesidade (85%); • Síndrome hiperosmolar hiperglicêmico; • Início insidioso, assintomático. Tem o receptor e o transportador de glicose que é o GLUT, vai na periferia e puxa a glicose para dentro. No paciente com DM1, ele tem o GLUT e tem o receptor, mas não tem insulina. No DM2, ele tem a insulina, tem o receptor, e tem o GLUT mas, tem a presença de algumas substâncias que impedem a ligação da insulina com o receptor e o GLUT não vai para a periferia. Glicemia normal em jejum <100. Diabetes >126. Duas glicemias acima de 126. Menor que isso é pré-diabético. Hb glicada <5,7% Entre esse valores temos a pre diabetes. Diabetes >6,5% Recomendações da ADA: glicemia pre prandial: 90- 130 Hbglicada: <7%. Orientação, medir 2horas após a refeição, 140-180. Paciente internado pos prandial, acima de 180 está tudo bem, lembrando que situações de inflamação provocam um estado hiperglicêmico por isso que essa situação vai ser aceitável uma hiperglicemia. Sempre levar em conta a glicemia glicada, a glicemia de jejum é muito pontual. A glicada é estável que consegue mensurar um período até 120 dias. Desvantagens da Hbglicada, pacientes anêmicos ou pacientes com hemorragia aguda. Tratamento: insulina, injetável. Novos sistemas de monitorização, maior flexibilidade, adequação do tratamento ao estilo de vida, novas insulinas, novos sistemas de aplicação de insulina, demonstração de que o controle intensivo reduz o surgimento de complicação crônicas. Novas insulinas: análogos de insulina, são iguais as anteriores mas tem algumas substâncias trocadas com ações melhores. Lembrar de falar para o paciente, que se ele tratar melhor a glicemia ele ficará saudável e irá evoluir melhor, aqueles que não tratam corretamente, vão ter complicações em pequeno período de tempo. A maioria dos pacientes aplicam no abdome, mas é importante indicar rodízio, caso o paciente não realiza rodízio pode começar a ter lipodistrofia. Deve-se aplicar no abdome, na gordurinha do braço, na coxa e glúteos. Existe também insulina inalada, é de forma rápida, com um preço extremamente elevado. E depois o paciente deve aplicar a de ação lenta intramuscular. Objetivos no manuseio intensivo do diabetes melittus: melhorar controle glicêmico, evitar hipo e hiperglicemia, minimizar complicações crônicas, melhorar qualidade de vida. Insulina Agente mais potente para reduzir a glicemia. Paciente chega no PS para abaixar a glicemia e recebe insulina. A insulina em relação ao antidiabético oral: injetável, causa mais hipoglicemia e ocasiona maior ganho de peso. A insulina é um agente anabolizante de lipídios. Indicações: sempre nos DM1, e para pacientes DM2 que chegam no ps com uma glicemia >300 e Hb glicada maior que 10%, se você adm a oral não irá causar efeito para a redução da glicemia. Tipos de insulina: existem a de ação rápida e as de ação lenta. Insulinas ultra-rápidas: aspartato, lispro e gliulisina. São de ação rápida 5 min, então devera ser usada antes da alimentação. Insulinas regulares: rápidas mas não tanto. Insulinas intermediaria: NPH devemos dar a lenta, e depoisa das refeições. Não dura 24h e não vai ser basal, deve dar 2 a 3 vezes no DM1. A NPH tem disponível no SUS. Glargina: também é mais lenta. Treisba: prolongada, toma 1 vez ao dia. Novas perspectivas: insulina inalada de ação ultra- rápida, métodos de monitorização da glicemia não invasivos, transplante de ilhotas (ilhotas de Langerhans que são implantadas na veia porta, e precisam de 5 doadores em 1 receptor), células tronco, imunoterapia para prevenção. Diagnóstico: Glicemia de jejum >126 duas amostras. Glicemia glicada > ou igual 6,5%. Reflete os últimos 3 meses dos diabéticos. Glicemia oral de tolerância a glicose em 2 horas, maior que 200. Feito para as pessoas grávidas, no segundo trimestre, se a glicemia de jejum estiver entre 100 e 126. Nas gestantes usam-se 3 tempos, 0min, 60 min e 120min. Diagnóstico de diabetes gestacional Primeiro trimestre: glicemia de jejum, menos de 92 apenas grávida. Entre 92-125 grávida com diabetes gestacional (adquiriu diabetes por um momento de resistência insulinica que é a gestação). Maior que 125, diabética tipo II e não sabia que era diabética e ficou grávida. Em suma, diabética tipo II e grávida. No segundo trimestre, as gestantes que estavam com a glicemia de jejum menor que 92, vão realizar teste oral de tolerância a glicose. As diabéticas gestacionais e as gestantes com DM2 não realizam esse teste. No teste oral de tolerância a glicose: no segundo trimestre é o período que tem maior resistência a insulina, por isso ele deve ser feito nesse período. Vamos querer no tempo (0min) <92. Uma hora depois (60 min) <180. Duas horas depois (120 min)< 153. Basta 1 alteração para ela ser diabética gestacional. Não usamos Hb glicada na gestante, porque ela está normalmente anêmica, com diminuição de Hb e hemodiluida. Diabetes para não gestantes: Hb glicada 6,5% ou glicemia de jejum acima 126, curva glicêmica 200 ou acima. Pre diabéticos: Hb glicada (5,7- 6,4) ou glicemia de jejum (100 a 125), curva glicêmica (140-199). Só vamos fazer teste oral de tolerância a glicose para o paciente que ficou entre 100 a 125 na glicemia de jejum. Problema da glicemia de jejum: reflete um único minuto, por isso precisa de 2 amostras para ver se aquele número é verdadeiro. Os sinais de poli, só vão aparecer com glicemia de 200 a 250. Para o TOTG temos que 2h< 140mg/dl. Entre 140 e 199mg/dl tolerância diminuída a glicose. E > 200mg/dl diabetes. Hemoglobina glicada: verifica os 3 últimos meses da diabetes, caso haja disfunção nas hemácias, ou caso tenha um quadro de hemorragia aguda, a hemoglobina glicada pode vir baixa, se eu tiver um distúrbio de produção de hemácias. Existe uma relação padronizada entre as glicemias de jejum e a Hbglicada, por isso devemos insulinizar os pacientes com Hb maior que 9 porque em média a glicemia de jejum seria maior que 200 e ele teria sintomas de poli. O alvo terapêutico, ter uma Hb< 7, isso diminui os riscos de lesões vasculares como retinopatia diabética, nefropatia diabética e neuropatia diabética. Também diminui a quantidade de lesão vascular que são lesões macrovascular. Tratamento Evitar doenças cardiovasculares, com uma Hbglicada <7. Atualmente temos cada vez mais remédios e não conseguimos deixar os pacientes com uma Hbglicada menor que 7. Isso porque, o estilo de vida dos pacientes prejudicam, não fazem exercício, não se alimentam corretamente. Podemos ter baixa adesão ao tratamento, ex: tomam metformina 1 vez ao dia, ao invés de tomar 3 vezes ao dia. Ex: paciente diz sobre o Natal, Ano Novo, com Hbglicada de 7,5, e os médicos entram em inércia terapêutica, o médico tem sempre que estar em cima, o paciente deve melhorar a alimentação, deve ter hábitos de vida saudáveis e praticar exercícios. Temos que avaliar o custo também, os medicamentos são caros em geral, só que são medicamentos a longo prazo, e os pacientes acabam gastando em um ano cerca de mil reais. E no SUS apenas temos as biguanidas (metformina e glifage XR), sulfa, e insulinas (NPH, regular e ultrarrápida). Inércia terapêutica: Hb<7 em até 3 meses. No mundo real demora cerca de 2,9 anos para os médicos adicionar uma nova droga. E os médicos em geral dão metformina e sulfa e demoram cerca de 7,2 anos para adicionar outro medicamento. O que o paciente deve fazer: mudança do estilo de vida, evitar hipoglicemia (atrapalha a adesão, hipoglicemia e uma causa de parada por assistolia, e hipocalcemia também causa assitolia), meta individualizada, evitar ganho de peso, pacientes mais novos devem manter a Hbglicada <6,5, monitorização dos medicamentos, que o paciente consiga utilizar o medicamento de forma contínua, que as terapias tenham acessibilidade, precisamos gerenciar as comorbidades, e escolher uma terapia que diminua risco cardiovascular. Biguanidas: metformina e glifage XR , diminui a gliconeogenese (formação de glicose), melhora a sensibilidade periférica a insulina (transloca o GLUT-4 que é o carreador que coloca glicose dentro da célula), aumenta os níveis de GLP1, aumentam as incretinas, que aumentam a liberação de insulina e inibindo a de glucagon. Não causa hipoglicemia. Não libera insulina. Apenas inibe a gliconeogenese. Por isso, tem maior adesão ao tratamento já que não causa hipoglicemia. Excretada na urina. Metformina de 850mg, ou metformina XR 500mg pode ser pego na farmácia popular. O XR tem uma liberação prolongada, durando 24 horas. Mas o comprimido é grande, o paciente toma 1g de manhã e 1g a noite. O metformina tem comprometimento gastrointestinal, flatulência, náusea, diarréia. E o glifage XR tem menor comprometimento gastrointestinal. Pode iniciar com doses menores, mas para diabetes e pre diabetes não tem evidência de eficácia de menos de 1g por dia. Dose do glifage XR: 2g por dia. Em geral a redução da Hb glicada é cerca de 2%, mas isso depende da população estudada, e se for uma população muito descompensada, a redução vai ser muito grande, se estou mais controlada, não vai ter uma redução tão significativa. Risco de acidose láctica, não podemos dar para pacientes com complicação, infecções muito agudas. Quem está internado vai usar apenas insulina. Se for fazer ultrassonografia com contraste suspender metformina. Pode causar diminuição de B12 causando anemia megaboblastica, e pode causar neuropatia por B12, e os médicos podem confundir com neuropatia diabética. Não podemos dar para pacientes com clearance menor que 30. Se for menos que 50 só podemos dar 1g de glifage. Octeto de defronzo: o melhor remédio vai ser aquele que agir em mais pontos. A metformina: aumento da captação de glicose no músculo, aumenta a captação de açúcar no intestino, aumenta a captação de GLP1 aumentando as incretinas aumentando a liberação de insulina e diminuindo de glucagon. Importante lembrar que inibe a neoglicogenese. Aumenta a lipogenese e diminui a lipólise. Altera a microbiota e aumenta a liberação de GLP-1 e de incretinas que aumentam insulina e inibem glucagon. Sulfas (secretagogos de insulinas): glibenclamida e glicazida. Atua no canal de potássio e aumenta a liberação de grânulos de insulina. Agem no canal de potássio, o fechamento desse canal aumenta o ATP e faz a liberação de grânulos com insulina. Tem capacidade de fazer hipoglicemia, já que libera insulina. Devemos dar para os pacientes Mody 3 que tem alteração do canal de potássio, que são pacientes com alteração genética, que o parâmetro de glicose de jejum da célula deles aumentam, mas os pacientes Mody 3 apresentam sintomas, diferente dos pacientes Mody 2 que são assintomáticos. Glibenclamida e glicazida, ambos são oferecidos no SUS. Glicazida é mais especifica para os canais de potássio do pâncreas e tem menores chances de eventos cardiovasculares. Não podemos adm em pacientes com clearance menor que 30. Glibenclamidaé menos específica sobre os canais de potássio, causa mais hipoglicemia e atuam no canal de potássio do coração. Sulfa: aumenta a secreção de insulina. Gestantes: dar insulina e pacientes internados com infecção. Pioglitazona: actos. Translocação da gordura visceral para gordura subcutânea. Melhora risco cardiovascular. Agonista do PPAR-gama, pega a gordura visceral e transloca para uma gordura subcutânea. A gordura subcutânea não prejudica o metabolismo. Gordura visceral diminui o metabolismo e prejudica a produção de insulina. Potência de resistência a insulina. Diminui em 72% o risco de progressão para o DM2 em pacientes com pre diabetes (IGT ou glicemia de jejum alterada). Maior risco de ganho de peso e edema, melhora a esteatose hepática, necroinflamacao e fibrose, hepática. Vai diminuir a produção de glicose, transloca gordura visceral, aumenta a quantidade de transportador GLUT. Não vai ser a primeira opção nem a segunda porque da edema e ganho de peso. ICC grau 3 ou 4. Primeiro medicamento com redução da esteatose hepática. Inibidores de DPP-4: galvus, januvia. Aumenta o tempo de atuação do GLP-1, aumenta insulina. Causam menos efeitos colaterais, usar com idosos. O DLP-1 e degradado pelos DPP-4, ele tem cerca de 3 min de execução, não emagrece. 0,5% para redução da hemoglobina glicada. Custo de 100-150 reais. Aumenta a quantidade de GLP1 e com isso aumenta as incretinas e aumenta a insulina, mas tem pouca diminuição do peso. Tem poucos efeitos colaterais. Ex: João Pedro, 87 anos, Hbglicada de 6,8% é um bom remédio, IMC 25 e 26. Está ótimo. Não deve ter muita resistência a insulina. Então podemos dar nesse paciente um inibidor de DPP-4. Não necessita de um clearance menor que 30. ISGLT2: Invokama, forxiga, jardiance. Inibe a reabsorção de glicose renal, causa glicosuria. Reabsorção de açúcar nos rins, impede a reabsorção de açúcar renal, elimina açúcar no xixi. Não causa hipoglicemia. Tem estudos de segurança cardiovascular. Protege muito os rins, microalbuminuria positiva, devemos prescrever esse medicamento. Pra quem não deve prescrever? Para quem não tem dinheiro de comprar. Temos glicosuria, podemos ter infecção genital, e pode até ter ITU. Principalmente em mulheres. Temos que orientar os pacientes, temos que indicar limpar a vagina e o pênis deixando bem seco. Liberado pela LME, para pacientes diabetes tipo II com AVC ou com insuficiência cardíaca. Custa em torno de 150 reais. Não causa hipoglicemia. Protege muito os rins. Análogo de GLP1: Liraglutida, semaglutida. Libera insulina de acordo com o nível glicêmico, e não faz hipoglicemia. Libera insulina glicose dependente. Vantagens: perda de peso, e melhora da resistência insulinica. Ação em muitos pontos do octeto de defronzo. Quanto maior a dose, maior a redução de hemoglobina glicada. A partir de 1mg caneta semanal, tem benefício do peso e não tem tanto benefício da glicada. Liraglutida é uma molécula que dura cerca de 10- 14horas, semaglutida tem uma meia vida de 140 horas, e por isso só aplica uma vez na semana. Melhora de esteatose hepatica, e reduz gordura visceral. Não faz sentido dar ozempic para aplicação todos os dias, já que o tempo de meia vida é muito grande de 140 horas. O aumento da gordura visceral pode causar infarto agudo do miocardio por acúmulo de gordura, assim, como os análogos do GLP1 diminuem a gordura visceral, protege de infarto e AVC. Melhora a função de rim, o inibidor de ISLG2 protege muito mais os rins. DM- Complicações agudas Complicações hiperglicemias agudas • Cetoacidose diabética (DM1) • Estado hiperglicêmico hiperosmolar (DM2). CAD pode levar uma mortalidade pequena, apenas de 5%, é uma situação totalmente tratável, não é para os pacientes morrerem de cetoacidose. EHH tem mortalidade maior, os pacientes tem outras comorbidades, apresentam nefropatia, e outros. O prognóstico vai depender muito das condições basais desses pacientes. Pior em idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas. Principais fatores desencadeantes: infecções, AVC, IAM, trauma, álcool e drogas, uso de corticoides, sempre haverá um fator desencadeante. Cetoacidose Emergência endocrinológico. É uma complicação aguda. Decorrente da deficiência de insulina, principal causa de hospitalização e morte em diabéticos <20anos. Primeira manifestação do DM1 em 15 a 67% dos casos. Fatores precipitastes Ausência absoluta de insulina: interrupção do uso ou uso inadequado, primo-descompensação. Ausência relativa de insulina: aumento da necessidade induzida por outros fatores (infecções, traumas, drogas, doenças agudas e partos). Fisiopatologia Glicose aumentada no sangue, e diminuída na célula, aumento dos hormônios contrareguladores (glucagon, GH, cortisol, catecolaminas), para tentar aumentar a quantidade de glicose para a célula. E a presença de hormônios contrarreguladores aumenta a glicose sanguínea, vai ter lipólise, formando ácidos graxos e glicerol, formando corpos cetônicos ácidos. Se tem lipólise a pessoa vai perder peso. E no fígado, vai ocorrer glicogenolise, gliconeogenese e citogenética. Vai ter hiperglicemia, vai ter uma eliminação de glicose na urina, e vai causar uma desidratação do paciente. A questão vai ser a insulinopenia do paciente DM1, ou Lada. Quadro clínico Poluiria, polidipsia, polifagia, emagrecimento. Náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal, fadiga, desidratação, sede, taquicardia, hipotensão, pode até chegar em choque. Taquipneico (hiperventilcao para tentar compensar a acidose metabólica). Hálito cetônico, normalmente não entra em choque. O paciente vai ter respiração de Kussmau. Pode ter alteração de consciência (da sonolência ao coma). Diagnóstico laboratorial Glicemia alta >250. Cetonemia ou cetonuria: vem em cruzes na urina. A cetonemia é mais sensível, um exame melhor, porém é menos disponível. Cetonemia é interessante para pacientes com DRC porque eles não urinam. Acidose metabólica, pH< 7,3 ou bicarbonato <18. Podemos fazer gasometria arterial (mais invasiva e para pacientes respiratórios na maioria das vezes), mas em geral fazemos gasometria venosa. Outros: eletrólitos, culturas, RX, etc. Se pedirmos urina tipo 1: vai aparecer se tem corpos cetonicos. Tratamento Hidratação venosa (o paciente está com êmese). E insulina. O ideal é que vá para terapia intensiva e fique em bomba de infusão, porque é muito mais seguro que colocar o paciente em soro. Não podemos deixar insulina no soro porque podemos causar hiperglicemia. E deve-se corrigir os eletrólitos que estão alterados. Devemos ter cuidado com os DRC. Insulina de ação rápida EV, quando sair da cetoacidose volto para a subcutânea basal bolus. Reposição de eletrólitos, ver esse paciente de hora em hora. Monitorar glicemia capilar e a cetonuria (toda vez que ele urinar) cetonemia de 1hora até correção da acidose. Dieta zero até melhorar da acidose e glicemia. Importante: bicarbonato somente em casos extremos! Tratar fatores desencadeantes. O ideal é tirar o paciente em 12horas dessa situação, mais que isso, é uma situação muito ruim, por quadro clínico do paciente devido a outras doenças O quadro evolui em 24hs. Estado hiperglicêmico hiperosmolar Acomete principalmente idosos, falta parcial de insulina, insuficiente para levar a utilização da glicose nos tecidos, mas suficiente para evitar lipólise e cetogenese. Sem cetose, hiperglicemia acentuada, desidratação. O pouco de insulina que tem consegue entrar na célula com glicose, não ativa a via de formar corpos cetonicos, nem lipólise. Vai ter uma glicemia muito alta. Paciente bem desidratado com uma glicemia de >600. Tem uma hiperglicemia importante mas não faz corpos cetonicos. Diagnóstico Hiperglicemia acentuada >600. Hiperosmolaridade acentuada. Ausência de acidose ou cetose importante: pH>7,5, HCO3> 15 mEq/l, cetonuria < 2+. Se tiver corpos cetonicos são poucos, é uma situação metabólica diferente. A hiperosmolaridade é grande tanto na CAD e no EHH, mas muito maior no EHH, devido a quantidade de glicose na circulação, tem uma glicemia muito maior. Pode durar semanas para evoluir o quadro, é mais insidioso. O paciente chega rebaixado e pouco consciente, quase em coma. Pode estar hipotenso ou chocado. Tratamento Vamos hidratar, e insulina. Não podemos deixar o soro aberto no paciente, vamos colocar em bomba de infusão, coloca na UTI, e além disso, ele tem outras comorbidades. Correção eletrólitos, tratar fatores desencadeantes. Em termos de glicemia, hidratação e glicemia e corrigir os eletrólitos. Lembrar que se não dermos insulina ele não sai do quadro. Complicações do tratamento do DM Hipoglicemia: uso de secretagogos (sulfonilureias), insulina. As sulfas atuam nos canais de potássio, liberando a secreção de grânulos de insulina. Lipodistrofia: uso de insulina. Inflamação crônica, que pode formar fibrose. E o tecido com lipodistrofia não vai absorver adequadamente, porque a insulina deve ser aplicada em tecido subcutâneo não em fibrose. Hipoglicemia Tríade de Whipple: glicose plasmática baixa, presença de sintomas de hipoglicemia, desaparecimento dos sintomas após ingestão ou infusão de glicose, nesse caso precisaria medir essa glicemia. Ex: sudoreico, estranho. A hipoglicemia só melhora quando ofertada a glicose. Causas: atraso da medicação e das refeições, exercício exagerado, erro da medicação. Contrarregulacao Dormindo, secreção basal de insulina. Jejum mais prolongado. Ex: sudorese profusa, vertigem, taquicardia. São ações de catecolaminas e de glucagon. Aumenta a secreção de GH, cortisol, e abaixo de 50 vamos ter alterações neurológicas, cognitivas, que já são mais sintomáticos. O que mais aumenta inicialmente são as catecolaminas (por isso os sintomas adrenergicos) e glucagon. São sintomas adrenergicos a partir de 70. E neuroglicopenicos abaixo de 50. Alguns pacientes podem fazer hipoglicemia assintomática, que não sentem mais os sintomas da catecolaminas. Sintomas adrenergicos: ansiedade, irritabilidade, sudorese, taquicardia, perda de concentração, tremores, palidez, fome. Sintomas neuroglicopenicos: cefaleia, confusão, distúrbios visuais, distúrbios comportamentais, amnésia, ataxia e parestesias, sonolência, letargia, convulsão e coma. Hipoglicemia leve: sintomas mais adrenergicos, que não são tão intensos, de 60-70. Hipoglicemia moderada: 50-60 pode ter sintomas neurológicos. Hipoglicemia grave: perda de consciência, e precisa de ajuda para sair da hipoglicemia, com 45-50 pode ser considerada severa. Tratamento Glicose VO (se possível, cognitivamente bem). Pode dar um suco de laranja e coca cola, chocolate e afins. Glicose endovenosa (ambiente hospitalar). Caso o paciente não consiga ingerir, é glicose 50%. E medir a glicose capilar em 15min, e se não subir repete o tratamento. Pacientes com uso de secretagogo de insulina e DRC não sai tão rápido da hipoglicemia. Glucagon intramuscular (na impossibilidade das anteriores), quando não consegue ingerir e não consegue pegar a veia do paciente. Para pacientes com hipoglicemia repetidas. Mas são medicamentos importados e mais caros. São para alguns pacientes específicos. Insulinoma Paciente que tem um tumor que produz insulina, tumor de células beta pancreáticas. Produz exclusivamente insulina. Se manifesta ao redor dos 50 anos. Pode fazer parte das neoplasias endócrinas múltiplas do tipo 1, quando acontece essa situação, os pacientes são diagnósticos mais jovens cerca de 20-30 anos. Normalmente é um tumor benigno, se for maligno é bem agressivo. Laboratório: jejum de 48h até 72 horas, glicemia baixa, insulina alta, peptídio C alto e pro-insulina alto. Em um jejum de 72 horas, ele vai ter bem no começo as manifestações clínicas. Supondo que o peptídeo C está baixo, e insulina alta, a pessoa está usando insulina exógena. Paciente injeta insulina e está fazendo hipoglicemia. Imagens: Eco endoscopia, RNM. Tenho que procurar o insulinoma. Lembrar que o pâncreas é retroperitoneal. Se tiver algum nódulo, deve fazer endoscopia. Tratamento: cirurgia. Benigno tirar o tumor e o paciente melhora. Se for maligno, as metástases podem produzir glicose. Os pacientes estão engordando e passam mal, porque eu tenho alta de insulina devido a esse tumor. Idoso X hipoglicemia O risco é aumentado, irregularidade da alimentação, desnutrição, interação medicamentosa, insuficiência renal. Pacientes diabéticos idosos evitar secretagogo de insulina. E se usar insulina, cuidados com a alimentação. Complicações da DM Diminui a expectativa de vida em 5 a 10 anos. A primeira causa é cegueira, depois pode progredir para DRC dialítica, amputações. Complicações micro e macrovasculares. Quando tem macrovasculares provavelmente já acontecer as microvasculares. Alterações microvasculares Correlação entre controle glicêmico e complicações microvasculares. Hiperglicemia crônica leva alterações no fluxo sanguíneo e permeabilidade vascular, oclusão capilar progressiva. Doença sistêmica e vascular. Doença renal do DM Se não for bem tratado pode evoluir com DRC, as complicações microvasculares ficam assintomática por um grande período. Vamos verificar as alterações por TFG e albuminuria. Pacientes com albuminuria aumentam o risco cardiovascular. O que dosar: ureia, creatinina e albuminuria. A glicose que está no organismo, vai sair pelos rins, isso vai lesar endotélio, deixando escapar a albumina na urina (albuminuria), esses poros vão ficar mais abertos e sair albumina, quando vamos avaliar, vamos pedir microalbuminuria. Com o tempo isso piora leva a um déficit de função renal, aumentando ureia e creatinina. O que temos que fazer é bloquear o processo para não chegar nesse estágio. Avaliação • Filtração glomerular (TFG) e excreção de albumina na urina. Ureia e creatinina. • Quando? Oto que diagnostica DM2 após 5 anos no DM1. Esse paciente deve ser acompanhado anualmente, a não ser que ele já tenha alguma complicação. Acompanhamento da TFG, micro albuminuria, controle rigoroso da PA, glicemia e lípides. Devemos deixar um LDL < 70 e PAS< 130mmHg. O melhor controle da glicemia retarda a evolução. Hbglicada <7%. Se existe microalbuminuria já tem indicação de entrar com IECA e BRA. E isso se ele já for HAS é mais indicado. HAS acelera a evolução, correlação entre os níveis de PA e a velocidade de declínio de função renal. Uso de IECA e BRA reduz a albuminuria e a evolução da nefropatia. • História natural da doença (nefropatia diabética) 10 a 15 ano. Normoalbuminuria- microalbuminuria (nefropatia diabética incipiente) – proteinúria (nefropatia diabética clinicamente manifesta) – DR terminal. Retinopatia diabética 90% dos pacientes com DM1 após 20 anos de evolução e 60% dos DM2. Todo diabético deve ter um oftalmologista, porque os vasos oculares refletem o que está acontecendo no resto do corpo. Muito útil fazer exame de fundoscopia, bom para avaliação. Dividida em: • Não proliferativa ou pre proliferativa: fase mais precoce. Se eu controlar melhor eu posso estacionar o processo. • Proliferativa: lesão instalada que coloca em risco a visão do paciente. Com oclusões de microvasos com áreas isquemicas, com proliferação vascular, são vasos doentes com microaneurismas. Maior frequência de descolamento de retina. Se a retinopatia não for tratada, metade dos casos evoluem para cegueira em 5 anos. Por isso o paciente precisa ir no oftalmo para ser avaliado e fazer fundoscopia. Hiperglicemia crônica vai levando alterações do endotélio, com espessamento da membrana basal, proliferação endotelial e microaneurismas, pode chegar a hipóxiae neovascularizacao. Pode ter catarata (aumento de glicose intraocular vai cristalizando o cristalino), glaucoma e edema de … Na fundoscopia se o indivíduo tiver alguma mácula ele pode evoluir para a cegueira. Podemos ter áreas de fotocoagulação que é indicada para tratamento das hemorragias nos vasos. Avaliação: deve-se fazer fundoscopia assim que diagnosticar paciente com DM2 e após 3-5 anos no DM1, não espera encontrar lesões nas crianças que abrem o quadro de DM1, isso porque o DM1 faz um quadro abrupto e até ele ter lesão pode demorar 3 a 5 anos. Controle: semestral ou anual no oftalmologista. Ou conforme orientação do oftalmologista. Tratamento: controle metabólico, fotocoagulação (proliferativa ou pré-proliferativa de alto risco), cirurgia, medicação tópica que diminui a proliferação vascular intraocular. Neuropatia diabética Afeta mais de 50% dos pacientes DM predominante nos DM2. Pode ser detectada no DM2, piora muito a qualidade de vida do paciente. Acomete SN somático…. O nervo vai perdendo a bainha de mielina por alterações vasculares, vai lesando a estrutura nervosa, microangiopatia porque é o vaso que irriga o nervo. Polineuropatia simétrica distal: sensitivo motora, início insidioso, mais frequente nos MMII, fibras grossas (tato e propriocepção) e finas (dor e temperatura). Fraqueza ocorre mais tardiamente. A queixa é a dor em queimação, formigamento, alteração da sensibilidade (luva e bota), úlceras plantares em fases avançadas. O paciente perde a sensibilidade do chão. Dor nas pernas de repouso, dor forte e muito incômoda. A dor de repouso é muito mais de neuropatia. Claudicação intermitente é como se fosse angina na perna, perdem a irrigação dos membros inferiores em atividade. As vezes o paciente pode ter as duas coisas e se manifesta em repouso e ao movimento. Quando o nervo vai sendo mais desgatado, vai perdendo a sensibilidade e o paciente vai parar de sentir dor, e na hora que perde sensibilidade perdeu o nervo e não tem como recuperar, a sensibilidade não vai voltar. Devemos fazer prevenção de problemas. Quando paciente ainda tem dor, o nervo ainda é viável. Diagnóstico: testar a sensibilidade dos pés com monofilamentos. Avaliação da sensibilidade tátil, térmica, dolorosa e reflexos. Podemos pedir eletro neuromiografia (ficam dando choques e espetadas nos membros do paciente). Tratamento: controle metabólico, prevenção e medidas farmacológicas. Se tiver perda de sensibilidade não tem como dar medicamentos. Se tiver muita dor pode dar Pregabalina e Gabapentina são medicações para nervos. Neuropatia autonômica: são diabéticos sem evolução bem mais tardio. Bexiga neurogênica (retenção urinária predisposição a ITU) tem que sondar o paciente que aumenta ainda mais a predisposição a ITU, em homens perguntar de disfunção erétil. Hipotensão postural (verificar se o paciente tem risco de cair), podem ter infarto sem dor, porque não tem nervos para estimular essa dor, podem ter morte súbita. Podem ter alterações gastrointestinais pode causar tanto obstipação como diarreia, o peristaltismo fica todo alterado, pode ficar com o alimento mais tempo no estômago, causando náuseas e vômitos e o paciente pode ter hipoglicemia porque o paciente não manda o alimento para frente. Diagnóstico: anamnese e exame físico, PA em pé e deitado. …. Tratamento: Pé diabético: alteração da neuropatia periférica, e alteração de circulação dos membros. Vai ter ulceração dos pés e pode alterar tecidos moles. Só 2/3 das lesões cicatrizam e 1/3 em amputações. Pode ter rearranjo dos ossos, formando o pé de Charcot e pode ter um perfurante plantar. O ideal é fazer ressonância dos pés. Cuidados com os pés: Tem que examinar o pé, ter cuidado com manicure. Lavar os pés em água morna, secar nem entre os dedos. Complicações macrovasculares Doença coronariana Doença arterial cerebral Resistência insulina + disfunção endotelial 4 a 6 vezes o aumento da doença coronariana. Tratar: HAS, dislipidemia, tabagismo, obesidade, sedentarismo. Não pode fumar, o fumo e o diabetes juntos aumenta muito o risco cardiovascular. Tratamento MEV. Antes de mandarmos ir caminhar temos que ver o risco de complicações vasculares que o paciente tem. Resumindo DM é de evolução progressiva, podendo levar a muitas complicações e piora na qualidade de vida. A melhora da resistência a insulina está associada a menor risco CV. Medicamentos Inibidor de ISGLT2 • Invokana: risco cardiovascular, numero de amputações 5 vezes maiores. 100mg e 300mg. • Forxiga: dapaglifozina. 5 a 10mg. • Jardiance: empaglifozida. 10 e 25mg. A maioria dos médicos prescrevem inibidor de DDP-4 não tem beneficio extraglicemico, e tem preço parecido com os inibidores da ISGLT2 então é um medicamento muito bom para o prognóstico do paciente. Ele reduz a hospitalização por insuficiência cardíaca, quando interna por IC tem um alto risco de morte. Melhora doença renal, impede a queda da TFG, diminui a microalbuminuria e impede o aumento da creatinina, e aumenta o tempo de sobrevida renal (tempo em que a pessoa não precisa fazer diálise). O efeito colateral mais importante desse remédio: infecção genital. Ex: paciente de 60 aos com infecção urinárias de repetição, e por isso, esse medicamento não vai ser o de nossa preferência. Quantos anos você tem de diabetes, teve infarto, teve AVC, microalbuminuria. Devemos fazer essas perguntas para saber quem é o paciente que estamos manejando. Análogo do GLP-1 Age nas células L no instestino e fazem um análogo as incretinas GLP-1. O efeito colateral mais comum são as náuseas e constipação intestinal, aumento o tempo de esvaziamento gástrico. Agindo em todo o TGI e com isso o instestino fica mais lento, causando constipação. 10% dos pacientes vão ter diarreia, porque o trânsito intestinal diminuído aumenta as bactérias colônicas que podem gerar diarreia. Age mais na aterosclerose. Protege mais os eventos duros: infarto e AVC. Perde bastante gordura visceral, melhorando esteatose hepática e diminui a quantidade de fibroses. Ex: Liraglutida (Victoza 1,8 ou Saxenda 2,3) inibe os centros da fome que são PONK e CART e Semaglutida (que tem maior potência de diminuir a Hbglicada). Podemos associar ISGLT-2 e GLP-1 Se o paciente tem ICC ou doença renal: vamos dar obrigatoriamente inibidores da ISGLT-2. Tudo que abaixa a glicemia muito rápido, pode piorar a oftalmopatia e causar hemorragia ocular. Demora 4 semanas para ter efeito. Liraglutida: não tem sentido de tomar a noite, de manhã ou na hora do almoço. Tem maior quantidade de não adesão ao tratamento. Curta duração, subcutâneo uma vez ao dia. Ozempic: não tem sentido aplicar todos os dias, é melhor aplicar uma vez por semana, porque tem uma meia vida de 140 horas, e a adesão ao tratamento é maior. Subcutâneo 1 vez por semana. Qual hipoglicemiantes eu devo usar? Ex: glicazida + inibidor de DPP-4 + metformina. Não usava ISGLT-2 porque tem infeccao genital. Quando damos inibidor de DPP-4 e vamos trocar o tratamento para análogo de GLP-1 devemos tirar o DPP-4, porque o DDP-4 não vai agir. Caso clínico 1 Paciente toma DPP-4 + glicazida + metformina. Glicemia de jejum 160. Foi para 127 e 6,5% de Hbglicada. Episódios de hipoglicemia <70 é associada a sudorese. O que devemos fazer? Devemos retirar a glicazida que é uma sulfonilureia que tem potencial de hipoglicemia. Caso clínico 2 Paciente oncológico com Hbglicada de 6,5%. IMC de 17. O que fazer ? Não precisamos tratar esse paciente. Mantem do jeito que está. Caso clínico 3 Paciente oncológico com IMC de 17, e com Hbglicada de 9%. O que fazer? Não vamos dar análogo do GLP-1 porque ele já está extremamente magro. Precisamos dar insulina para tratar essa Hbglicada super alta. o Paciente com Hbglicada de 7%:monoterapia. Ex:metformina ou análogo de GLP-1 ou ISGLT- 2. o Hbglicada >7,5%: GLP-1 e IGLT2. o Hbglicada > 9% tem sintomas de poli caso sim insulina com outros medicamentos (se você der outros medicamentos ele pode diminuir a quantidade de insulina o que aumenta a adesão do tratamento porque doses muito altas de insulina pode causar hipoglicemia). E se você não tiver sintomas de poli pode ter terapia dupla ou terapia tripla dos medicamentos. Insulinas Liberação de insulina de pessoas sem diabetes: Liberação basal e liberação em picos após alimentações. Temos que tentar imitar essa liberação em pacientes diabéticos. Insulinas rápida ou ultrarrápida; serve para fazer o pico. A rápida que tem no posto demora 30 min para começar a agir, ou seja, antes de comer eu preciso aplicar 30min antes de almoçar. Insulinas basais: NPH, aplicar antes do café da manhã, antes do almoço e ao dormir, imita muito mal a basal, temos a Degludeca dura um pouco mais que 24hs e aplica apenas uma vez ao dia, não tem no SUS. Caso clínico 4 Paciente de 35 anos, feminina, vem ao consultório com exames laboratoriais. Menstruação irregular e queda de cabelo. Glicemia 89 Hbglicada: 5,5% insulina 43 (13 normal). IMC de 35. Diagnóstico: SOP, ciclos irregulares, obesidade, alopecia androgênica (perda de cabelo masculina). Tratamento: vai tratar medicamentosamente a obesidade dessa garota (IMC>30 ou IMC>25 + comorbidade) vamos tratar com análogo de GLP-1. Melhor coisa é perder peso. Caso clínico 5 Mulher 45 anos, pais com DM2. Aumento de sede, glicemia 110 e Hb 6,3%. Paciente com pre diabetes, a sede não é polis. Polis acima de 200 apenas. Tratamento: metformina. Hipotireoidismo Alta prevalência de doenças tireoidianas. Células foliculares que formam folículos, preenchidos por coloide. Também apresenta as células parafoliculares (células C). Lembrar que precisam de iodo, que vai ser absorvido pelas células formando o T4 e T3, para o processo de organificacao é necessário a enzima peroxidase tireoidiana (TPO), na tireoidite de Hashimoto vamos ter o anticorpo anti-TPO que age contra a enzima. A maior parte dos hormônios tireoidianos na circulação é de T4 e depois transforma-se na periferia em T3. Vamos dosar TSH e T4 livre (não ligados a proteínas). Eixo hipotálamo- TRH- hipófise – TSH tireoide – T3 e T4. Não dosamos hormônios hipotalâmicos. Ação dos hormônios tireoidianos: aumenta a contratilidade do miocardio, aumento da FC, aumento da motilidade gastrointestinal, crescimento e maturação óssea, aumento da remodelação óssea. Hipotireoidismo: deficiência na produção adequada dos hormônios tireoidianos. Quadro clínico vai depender do tempo de instalação. Vamos classificá-lo como primário, central (secundário ou terciário), as vezes pode ser congênito. Síndrome de Sheehan: necrose por hemorragia pos parto da hipófise, isquemia da hipófise por contracao seguida de hemorragia. Ocorria isso muito pos partos, hoje a frequência disso é bem menor. Tratamento Levotiroxina. Em jejum sem outros remédios juntos, existem algumas drogas que interferem na absorção do T4, como o omeoprazol, pantoprazol. Começamos com 25-50mg e vamos analisar por 2 meses e verificar a resposta. Para pacientes sem tireoide: vamos dar 100mg. Pacientes idosos começamos com 12,5mg ou até 25mg e também para pacientes cardiopatas. Hipotireoidismo primário: tireoidite de Hashimoto. Lítio usado para doenças psiquiátricas (quadros bipolares). O lítio se parece com o iodo e a tireoide se confunde). Amiodarona (antiarritmico) uma droga que apresenta muito iodo na sua composição. O TRH e o TSH estão altos devido ao feedback negativo pela falta de T3 e T4. O TRH estimula a prolactina e pode ter uma hiperprolactnemia, não e tão intenso para causar galactorreia, mas pode causar ciclos menstruais irregulares. Tireoidite de Hashimoto Anti-TPO e anti-TG. Se os anticorpos estão ausentes não exclui Hashimoto, mas você confirma com os exames com anti-TPO e anti-TG. Mais frequente em mulheres, mas pode ser em qualquer faixa etária. Existe uma pré disposição genética. Tireoidite pos gestação Pacientes com depressão pos porto podem ser investigada com tireoidite (hipotireoidismo). Na gravidez a imunidade é menor. Pode ser por uma variante da Hashimoto. Pode ocorrer até 1 anos depois do parto ou abortamento. Tireoidite subaguda Paciente com dor no pescoço. Infecção viral de vias aéreas superiores, e depois o paciente começa a ter dor no pescoço, dor cervical. O vírus foi na tireoide e inflamou a tireoide, e os hormônios que estavam armazenados foram liberados, e com isso a pessoa vai ter excesso de hormônio circulante, vai ter sintomas de tireotoxicose. A suspeita clínica na maioria das vezes vai ser dado por dor cervical e sintomas virais. Aumento de VHS, VCS (aumento de prova inflamatória), aumento de T3 e T4 e baixa de TSH. Cintilografia: fecha diagnóstico. Em geral: fecha diagnostico pelo quadro clínico. Tratamento: anti-inflamatórios, corticoide, analgésico para dor. São quadros autolimitados. Tireoidite aguda Tem sinais flogisticos, bem mais raro, pode fazer abcesso, ocorre por bactérias. Tireoidite de Ridel Hipotireoidismo congênito Dosa-se através pelo teste do pesinho. Se essa criança for tratada até os 3 meses de vida fica normal, se não for tratada a criança vai ter déficit intelectual, baixa estatura. Assintomática algumas crianças. Mas pode ter alguns sintomas como hérnia umbilical, icterícia prolongada. Quadro clínico: insidioso, bócio, atraso na velocidade do crescimento, baixa estatura, atraso de dentição, sobrepeso em relação a altura, mas raramente obesos, letargia, intolerância ao frio. Hipotireoidismo subclinico Vamos ter um TSH alto com um T3 e T4 normal. A maior parte dos pacientes não serão tratados. Quem será tratado ? ➢ TSH>10. ➢ Gestantes. ➢ Pacientes com tireoidite de Hashimoto com anti-TPO e anti-TG. ➢ Cardiopatas com >65 anos. Coma mixedematoso Hipotireoidismo exuberante, ocorre em pacientes mais idosos, sintomas do hipotireoidismo muito exacerbado, vai ficar muito letárgico, rebaixamento do nível de consciência, e pode chegar até em coma. Vai para UTI, porque está bradicardico, se tiver disponibilidade dar levotiroxina EV, se ele estiver rebaixado, pode ter derrame pericárdico, o paciente vai ficar muito inchado. O paciente fica rebaixado, e se não tiver levotiroxina EV, pode dar VO mas tem que passar sonda nasogástrica porque ele pode broncoaspirar. O aumento de peso em hipotireoidismo não é muito significativo, cerca de 2-3kg que aumentam.