Buscar

Gestão do esporte completo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 192 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 192 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 192 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
P
O
LÍ
TI
C
A
S
 P
Ú
B
LI
C
A
S
 P
A
R
A
 O
 E
S
P
O
R
TE
 N
O
 B
R
A
S
IL
 
GRATUITAESTA PUBLICAÇÃO NÃO PODE SERCOMERCIALIZADA
Políticas Públicas para
o Esporte no Brasil
Cássia Damiani 
Adriano César Carneiro Loureiro
1
Copyright © 2023 by Fundação Demócrito Rocha
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidente
Luciana Dummar
Diretor Administrativo-Financeiro
André Avelino de Azevedo
Gerente-Geral
Marcos Tardin
Gerente Editorial e de Projetos
Raymundo Netto
Gerente de Audiovisual
Chico Marinho
Gerente de Marketing & Design
Andrea Araujo
Coordenadora de Projetos Sociais
Lia Leite
Analistas de Projetos
Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Analista de Contas
Narcez Bessa
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Gerente Educacional
Prof. Dr. Deglaucy Jorge Teixeira
Coordenadora Pedagógica
Profa. Ms. Jôsy Cavalcante
Coordenadora de Cursos
Esp. Marisa Ferreira
Secretária Escolar
Iany Campos
Desenvolvedora Fron-End
Isabela Marques
Estagiárias em Mídias e tecnologia para Educação
Germana Cristina
Rebeca Azevedo
Estagiária em Pedagogia
Arielly Ribeiro
Este fascículo é parte integrante do projeto Programa de Capacitação para Gestão 
Multidisciplinar do Esporte, em decorrência do III Edital de Projetos Desportivos e 
Paradesportivos: incentivo ao esporte cearense. Processo nº 11403815/2019.
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
CEP 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel/WhatsApp: (85) 99123.1327
Site: fdr.org.br | e-mail: uane@fdr.org.br
Plataforma de cursos: cursos.fdr.org.br
P964 Programa de Capacitação para Gestão Multidisciplinar do Esporte/ 
vários autores ; organizado por Ricardo Catunda ; ilustrado por Carlus 
Campos. - Fortaleza : Fundação Demócrito Rocha, 2023.
 192 p. : il. : 26cm x 30cm.
 Inclui bibliografi a.
 ISBN Coleção: 978-65-5383-041-7
 ISBN F1: 978-65-5383-042-4
 1. Esporte. 2. Educação física. 3. Políticas públicas. 4. Formação. 
5. Pedagogia do esporte. 6. Gestão de projetos. 7. Gestão de pessoas. 
8. Esporte de rendimento. 9. Gestão fi nanceira. I. Catunda, Ricardo. II. 
Campos, Carlus. III. Título.
 2023-236 CDD 613.7
 CDU 796
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD 
Índice para catálogo sistemático:
1. Educação física 613.7
2. Educação física 796
GESTÃO MULTIDISCIPLINAR DO ESPORTE:
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO
Concepção e Coordenadora Geral
Valéria Xavier 
Coordenadores de Conteúdo
Ricardo Catunda e Valéria Xavier 
Coordenador Editorial e Revisor 
Raymundo Netto
Projeto Gráfico e Editora de Design
Andrea Araujo
Designer Gráfico
Welton Travassos
Ilustrador
Carlus Campos
Analista de Marketing
Henri Dias
Analista de Projetos 
Daniele de Andrade
Social Media
Letícia Frota
3
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
4
7
15
15
12
5
POLÍTICA PÚBLICA: O QUE 
É? PARA QUE SERVE?
O ESPORTE ENTRE AS 
POLÍTICAS DE ESTADO E AS 
POLÍTICAS DE GOVERNO
REFERÊNCIAS
CARACTERÍSTICAS DO 
ESPORTE COMO DIREITO
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
4
APRESENTAÇÃO
1
uma Política de Estado ser uma Polí-
tica democrática. Como esta Política é 
constituída? O que são os direitos so-
ciais? Como pensar as necessidades 
humanas? Qual a real função do Estado 
e qual a correlação de força existentes 
entre os governos e a população? Quais 
os elementos constitutivos de uma Po-
lítica de Estado? Como pensar e o que 
pensar quando se quer uma Política pe-
rene, que não atenda apenas interesses 
de alguns setores da sociedade? As-
sim, convidamos você para esta leitura 
e esperamos poder auxiliá-lo na refl exão 
sobre estas e outras questões.
Estudar e pensar em Política Públi-ca é essencial para compreender como lidar com as necessidades e 
direitos que são postos pela sociedade 
e que devem ser atendidos pelo Estado. 
Este texto foi elaborado para auxiliar as 
pessoas a pensarem sobre as Políti-
cas Públicas, entendendo esta Política 
não como ações pontuais, mas como 
ações com visão de permanência, de 
continuidade. O objetivo deste fascículo 
é trazer reflexões sobre elementos que 
irão auxiliar a pensar o que é a Política 
Pública para o Esporte, além de refl etir 
quais elementos são importantes para 
5
P
O
LÍ
TI
C
A
S
 P
Ú
B
LI
C
A
S
 P
A
R
A
 O
 E
S
P
O
R
TE
 N
O
 B
R
A
S
IL
 
POLÍTICA PÚBLICA: 
O QUE É? PARA 
QUE SERVE?
Para iniciar nossa conversa é pre-ciso entender o que são as Políti-cas Públicas e para que servem. 
Segundo Macêdo (2018), as Políticas 
Públicas são “ações e programas de-
senvolvidos pelo Estado para garantir e 
colocar em prática direitos que são pre-
vistos na Constituição Federal e em ou-
tras leis”. São medidas práticas, progra-
mas criados pelos governos, dedicados 
a garantir o bem-estar da população 
em geral, sendo caracterizado com uma 
necessidade fundamental. Assim, é pos-
sível dizer que o esporte está no rol de 
atividades relacionadas ao bem-estar da 
população. O esporte é, portanto, uma 
atividade inalienável do ser humano.
As Políticas Públicas estão relacio-
nadas às necessidades humanas e para 
tal compreensão Doyal e Gough (1991) 
trazem explicações a esse respeito, con-
siderando a existência de necessidades 
humanas básicas, intermediárias e de 
aspiração e desejos. A principal orien-
tação entre elas é apreciar elementos 
que considerem a integridade humana, 
evitando a ocorrência de prejuízos à vida 
material dos homens e à atuação destes 
como sujeitos, caso as necessidades 
humanas básicas nã o sejam adequada-
mente satisfeitas.
Deste modo, as necessidades bá-
sicas correspondem à preservação da 
sobrevivência física que assegura a exis-
tência das pessoas e à garantia da auto-
nomia que possibilita à s pessoas a par-
ticipação social e as escolhas legítimas, 
compreensíveis e democráticas. Com as 
necessidades básicas satisfeitas, todo o 
ser humano pode constituir-se como tal, 
diferindo-se dos animais, e realizar qual-
quer outro propósito socialmente reco-
nhecido (PEREIRA, 2011).
O esporte pode ser considerado 
como direito. Segundo Athayde et al.
(2016), o esporte pode ser considerado 
uma necessidade intermediária e, por-
tanto, é um dos componentes necessá-
rios para alcançar os direitos de cidada-
nia plena. 
As necessidades intermediárias, se-
gundo Doyal e Gough (1991), compõem 
um conjunto de variedades de satisfato-
res (bens, serviç os, atividades, relações) 
que, em maior ou menor grau, podem 
ser utilizados para satisfazer as neces-
sidades básicas. Apesar de universal, 
comum a todos, as necessidades bá-
sicas nã o sã o padronizadas na sua sa-
tisfação. Esses autores identifi cam as 
características de satisfatores que em 
qualquer lugar são reconhecidos como 
2
material dos homens e à atuação destes 
como sujeitos, caso as necessidades 
humanas básicas nã o sejam adequada-
mente satisfeitas.
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
6
fatores de melhoria da saúde física e da 
autonomia dos seres humanos.
Portanto, consideramos o esporte 
uma necessidade humana intermediária 
que, complementando as necessidades 
humanas básicas (segurança, alimenta-
ção, saúde, capacidade de tomada de 
decisão, entre outros), fazem parte da 
formação, do desenvolvimento integral 
e do conjunto de direitos humanos.
Desta forma, as Políticas Públicas 
resultam do empenho da população 
para conquistar projetos, programas, 
ações e serviços com o objetivo de aten-
der estas necessidades. Simplifi cando, 
as Políticas Públicas devem atender es-
tas necessidades humanas reconheci-
das pelo Estado e devem ser considera-
das um direito do cidadão. Nos Estados 
democráticos, estes direitos são reco-
nhecidos sem muitas difi culdades.
#FICAADICA
Uma boa dica de leitura é a Tese 
de Doutorado da professora Cás-
sia Damiani, do Programade Pó s-
-graduaç ã o em Ciência do Movi-
mento Humano da Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, inti-
tulado Contradições e tendências 
para a instituição de uma Polí tica 
de Estado de esporte no Brasil 
(2003 a 2015).
O trabalho é recente (2021) e faz 
uma abordagem Política e refl exiva 
sobre a trajetória recente das Polí-
ticas Públicas esportivas no país.
7
P
O
LÍ
TI
C
A
S
 P
Ú
B
LI
C
A
S
 P
A
R
A
 O
 E
S
P
O
R
TE
 N
O
 B
R
A
S
IL
 
CARACTERÍSTICAS 
DO ESPORTE COMO 
DIREITO
AConstituição Federal (CF) de 1988, denominada “Constituição Cidadã”, restaurou o Estado de di-
reito democrático em um clima de rede-
mocratização que transcorria em todo 
o paí s. Reconheceu como dever do Es-
tado o fomento das práticas esportivas 
formais e não formais, bem como esta-
beleceu o lazer como um direito social, 
e assim o acesso a ambos deve ser al-
cançado por toda a população brasileira. 
No Art. 217 da CF consta que “É 
dever do Estado fomentar práticas des-
portivas formais e nã o formais, como 
direito de cada um...”. Pela primeira vez, 
a expressão “é dever do Estado” apare-
ce no texto constitucional, referindo-se 
ao esporte. Isso atribuiu ao Estado uma 
responsabilidade sobre o esporte que 
até então inexistia.
Com esse espírito de democrati-
zação abriu-se a possibilidade para a 
ampliação de acesso às práticas espor-
tivas, quando se diferenciou o Esporte 
Educacional e o Esporte de Participa-
ç ã o como práticas esportivas nã o for-
mais e o Esporte de Rendimento como 
prática esportiva formal. Mais recente-
mente, em 2015, o Esporte de Formação 
também foi incluído na “Lei Pelé”.
TÁ NA LEI
Art. 217 da Constituição Federal de 
1998:
É dever do Estado fomentar prá-
ticas desportivas formais e não 
formais como direito de cada um, 
observados:
I - A autonomia das entidades des-
portivas dirigentes e associações, 
quanto à sua organização e funcio-
namento;
II - A destinação de recursos públi-
cos para a promoção prioritária do 
desporto educacional e, em casos 
específi cos, para a do desporto de 
alto rendimento;
III - O tratamento diferenciado para 
o desporto profi ssional e o não 
profi ssional;
IV - A proteção e o incentivo às ma-
nifestações desportivas de criação 
nacional.
§ 1º O Poder Judiciário só admiti-
rá ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas após es-
gotarem-se as instâncias da Justi-
ça Desportiva, regulada em Lei.
§ 2º A Justiça Desportiva terá o 
prazo máximo de sessenta dias, 
contados da instauração do pro-
cesso, para proferir decisão fi nal.
§ 3º O Poder Público incentivará o la-
zer, como forma de promoção social.
3
a expressão “é dever do Estado” apare-
ce no texto constitucional, referindo-se 
ao esporte. Isso atribuiu ao Estado uma 
responsabilidade sobre o esporte que 
até então inexistia.
zação abriu-se a possibilidade para a 
ampliação de acesso às práticas espor-
tivas, quando se diferenciou o 
Educacional
ç ã o como práticas esportivas nã o for-
mais e o 
 como práticas esportivas nã o for-
 como 
prática esportiva formal. Mais recente-
mente, em 2015, o Esporte de Formação 
também foi incluído na “Lei Pelé”.
TÁ NA LEI
Art. 3º da Lei Pelé (nº 9.615/98)
O desporto pode ser reconhecido 
em qualquer das seguintes mani-
festações:
I - desporto educacional, pratica-
do nos sistemas de ensino e em 
formas assistemáticas de educa-
ção, evitando-se a seletividade, 
a hipercompetitividade de seus 
praticantes, com a fi nalidade de 
alcançar o desenvolvimento inte-
gral do indivíduo e a sua forma-
ção para o exercício da cidadania 
e a prática do lazer;
 II - desporto de participação, de 
modo voluntário, compreenden-
do as modalidades desportivas 
praticadas com a fi nalidade de 
contribuir para a integração dos 
praticantes na plenitude da vida 
social, na promoção da saúde e 
educação e na preservação do 
meio ambiente;
I II - desporto de rendimento, pra-
ticado segundo normas gerais 
desta Lei e regras de prática des-
portiva, nacionais e internacio-
nais, com a fi nalidade de obter 
resultados e integrar pessoas 
e comunidades do país e estas 
com as de outras nações;
IV - desporto de formação, carac-
terizado pelo fomento e aquisição 
inicial dos conhecimentos des-
portivos que garantam competên-
cia técnica na intervenção despor-
tiva, com o objetivo de promover 
o aperfeiçoamento qualitativo e 
quantitativo da prática desportiva 
em termos recreativos, competiti-
vos ou de alta competição.
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
8
9
P
O
LÍ
TI
C
A
S
 P
Ú
B
LI
C
A
S
 P
A
R
A
 O
 E
S
P
O
R
TE
 N
O
 B
R
A
S
IL
 
Tais manifestações sã o signifi ca-
tivas para o entendimento do conceito 
de esporte e a concepção de “direito” 
que constam na legislação, ao mesmo 
tempo em que se criou a possibilidade 
de ampliação do acesso ao esporte à 
população. Em seu texto, a CF traz o 
esporte como direito de cada um, em 
vez de um direito de todos e todas. Essa 
compreensão abre espaço para uma 
discussão sobre o Estado poder facultar 
o acesso universal ao esporte, ao aten-
der os interesses individuais, conforme 
o desejo de cada um de praticá-lo. 
Na Constituinte, o debate esteve 
sob a infl uê ncia de alguns setores do 
esporte que tinham como questão cen-
tral, naquele momento, a autonomia das 
entidades representativas do Esporte de 
Rendimento, quanto à sua organizaç ã o 
e funcionamento internos. 
Vale destacar que consta também 
na CF orientações sobre a Justiça Des-
portiva, instância existente somente 
no Brasil e que está vinculada ao Es-
porte de Rendimento, uma vez que sua 
atuação é exclusiva a essa manifesta-
ção esportiva.
Percebemos também o enfraqueci-
mento da obrigatoriedade do Estado em 
garantir o acesso ao lazer como um di-
reito social de cidadania. Ao afi rmar que 
o Estado incentivará o lazer, a CF nã o 
aponta para qualquer mecanismo que 
o assegure. 
A legislação infraconstitucional do 
Esporte da década de 1990, composta 
pela “Lei Zico” (no 8.672/1993) e pela 
subsequente “Lei Pelé ” (no 9.615/98), 
infl uenciadas pelo contexto político e 
econômico vigentes nas décadas de 
1990 e 2000, tinha como preocupação 
a modernização do futebol profi ssional 
e a regulamentação dos dispositivos 
constitucionais. 
Na Lei Pelé , essas tendências fi ca-
ram mais evidentes, entre as leis regu-
lamentadas após a CF. Se considerar-
mos as manifestações esportivas que 
vigoram na Lei Pelé , temos as mani-
festações do Esporte Educacional, do 
Esporte de Participaç ã o, do Esporte de 
Rendimento e do Esporte de Formação 
que derivaram da Lei Zico, acrescidas 
da manifestação do Esporte Espetá -
culo. Considerando que a “espetacula-
rização” é característica do Esporte de 
Rendimento, esse acréscimo poderia 
ser entendido como redundante e como 
reafi rmação da tendência à priorização 
do Esporte de Rendimento na Lei. Pos-
teriormente, entretanto, houve exclusão 
da manifestação do Esporte Espetá culo.
Quanto ao conceito de esporte na 
legislação, percebemos que o Esporte 
de Rendimento é o mais regulamen-
tado e com maior predominância de 
dispositivos. Pimentel (2007) diz que 
há uma contradição entre o que consta 
na Lei vigente e o que ocorre na prática, 
pois caberia ao Estado priorizar as ma-
nifestações do Esporte Educacional e 
do Esporte de Participaç ã o, “tendo em 
vista os valores trazidos pela própria le-
gislação: cidadania, democratização e 
a função social do Estado, bem como o 
fato de o Esporte de Rendimento nã o ser 
o mais adequado para atender os refe-
ridos valores” (PIMENTEL, 2007, p.165). 
É importante entender que as 
Políticas Públicas são, na maioria das 
vezes, uma luta e conquista popular, 
mas também pode ser uma concessão 
a partir do olhar dos governantes. É in-
teressante destacar que em regimes 
políticos mais autoritários, com me-
nor participação popular na tomada 
de decisões, os recursos fi nanceiros e 
o acesso às muitas PolíticasPúblicas 
são mais difíceis. 
Dito isto, é importante discutir o 
que é de fato o esporte. Qual a sua real 
importância para a sociedade? Para re-
ver o conceito de esporte, partimos do 
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
10
reconhecimento de que foi um avanço 
constar na CF um conceito que abrange 
diferentes manifestações, além do Es-
porte de Alto Rendimento, e que prioriza 
o Esporte Educacional como dimensã o 
formativa, apesar de admitir que tal pre-
ceito nã o tenha se materializado de for-
ma satisfatória desde a sua sanç ã o. 
Podemos inferir que os conceitos 
das manifestaç õ es esportivas, da forma 
em que foram elaborados e que se apre-
sentaram como um avanço à época, 
nã o expressam, no atual momento, con-
tornos teó ricos claros, inconfundí veis, 
entre si. Tais conceitos mais se parecem 
com enunciados que tentam identifi car 
prá ticas com caracterí sticas diferentes. 
Além disso, com as várias modifi caç õ es 
sofridas pela Lei Pelé , identifi camos um 
amparo maior ao Esporte de Rendimen-
to. Alé m disso, a Lei fragmenta as for-
mas particulares de esporte, o que nã o 
refl ete a forma em que o esporte ocorre, 
na realidade. 
Nas resoluç õ es da II Conferência 
Nacional do Esporte (CNE), realizado 
em 2006, com mais de mil delegados 
representando diversos municípios de 
todas as unidades federativas do Brasil, 
declarou-se que, para a consolidação 
de um Sistema Nacional do Esporte 
(SNE), era preciso entender que as ma-
nifestaç õ es, ou dimensões esportivas, 
“nã o sã o excludentes entre si, mas ar-
ticuladas, de forma equânime, em uma 
estrutura aberta, democrá tica e des-
centralizada, que envolve municí pios, 
estados e Uniã o, nos â mbitos pú blicos 
e privados, primando pela participaç ã o 
de toda a sociedade” (BRASIL, 2009). 
Essas dimensões deveriam e deverão 
estar coerentes com a Política Nacional 
do Esporte (PNE) (BRASIL, 2005), apro-
vada no Conselho Nacional do Despor-
to (CND), em 2005, como resultado da I 
CNE, realizada em 2004. 
Deve-se, portanto, afi rmar, pela atu-
alidade do debate, os preceitos aprova-
dos na PNE, que trazem o entendimento 
do “Esporte como uma Polí tica de Es-
tado, com vistas ao desenvolvimento da 
naç ã o, ao fortalecimento da identidade 
cultural, da cidadania, da autodetermina-
ç ã o de seu povo e que visa à defesa da 
soberania do paí s” (BRASIL, 2005).
O que se pode extrair desse docu-
mento é que, no conceito de esporte 
abordado, o esporte e o lazer sã o tidos 
como dimensõ es insepará veis. Na PNE 
(BRASIL, 2005) e na segunda CNE (BRA-
SIL, 2009), por exemplo, há documentos 
que nos remetem a pensar o conceito de 
esporte de forma unitá ria, sem fragmen-
taç õ es entre o que é entendido como 
Esporte Educacional, Esporte de Partici-
paç ã o, Esporte de Rendimento e Esporte 
de Formação. 
Parece-nos falso a contraposição 
do “Esporte” Educacional e Participaç ã o 
“ao Esporte” de Alto Rendimento como 
polos opostos e excludentes. Para satis-
fazer as necessidades sociais, o Estado 
deve oferecer acesso ao esporte como 
direito de todos, que o acessarão de 
acordo com as suas possibilidades, de-
sejos e condições particulares. 
Portanto, a grande questã o que se 
impõ e é que, na sociedade atual, o es-
porte tornou-se uma mercadoria, e nã o 
um componente inalienável da constitui-
ção humana. É nisto que reside a con-
tradição: o uso que se faz do esporte 
torna-o dividido e, assim, na atualidade, 
determina, condiciona e explora sua 
face competitiva, impondo ní veis cada 
vez mais altos de desempenho, por meio 
de métodos também cada vez mais so-
fi sticados para dele se extrair lucro má-
ximo. Sob esse argumento, já vemos ser 
hipervalorizada e padronizada outra for-
ma particular do esporte, seja lúdica ou 
expressiva, como algumas atividades de 
lazer e de Esporte Educacional que tam-
bém alçou a condiç ã o de mercadoria. 
Enfi m, outras manifestações, além do 
rendimento, podem ser e são exploradas 
como mercadoria, tendo descaracteriza-
das as suas essências.
11
P
O
LÍ
TI
C
A
S
 P
Ú
B
LI
C
A
S
 P
A
R
A
 O
 E
S
P
O
R
TE
 N
O
 B
R
A
S
IL
 
Outro esforç o no sentido de discu-
tir e reformular o conceito de esporte 
ocorreu na elaboração da proposta do 
SNE, realizado em 2015, por Grupo de 
Trabalho, amplo e diversifi cado, sob a 
coordenação do Ministério do Esporte 
(ME). Foi um momento de construç ã o 
coletiva e de consolidação da partici-
paç ã o social, aos ní veis mais elevados, 
que tratou da defi nição conceitual do 
esporte. Isso porque assegurou a pre-
sença das principais representações do 
universo esportivo, bem como garantiu 
o conteúdo aprovado nas ediç õ es da 
CNE. Esse esforç o originou um consen-
so possível sobre o conceito de esporte 
construído com o conjunto de forças 
Políticas diversas dos segmentos es-
portivos (BRASIL, 2015). 
Desta forma, no Brasil, é fundamen-
tal a presença do Estado para assegurar 
o acesso aos direitos de cidadania, pro-
movendo Polí ticas Pú blicas de Esporte 
e Lazer, considerando os índices alar-
Fig. 1 - Mapa Mental de Alguns Benefícios da 
Prática Esportiva para a Sociedade
mantes de desigualdade social. Para 
ampliar e atualizar o conceito do espor-
te, coerentes com perspectiva presente 
na PNE e nos documentos referentes ao 
SNE (BRASIL, 2009), podemos admitir, 
com Athayde et al. (2016), que o esporte 
é uma das necessidades humanas que 
devem incidir no rol de direitos sociais 
atendidos pelo Estado, por meio de Po-
lí ticas Pú blicas, na perspectiva da cida-
dania ampliada. 
Talvez uma pergunta central seja 
por que o esporte é considerado um 
pilar básico de uma sociedade e deve 
ser fomentado pelo Estado como Políti-
ca Pública? Acima, é possível observar 
alguns dos benefícios, comprovados 
cientificamente, que demonstra o que a 
prática esportiva pode proporcionar para 
a população (Figura 1). Uma sociedade 
que consiga entender de fato a impor-
tância destes benefícios inclina-se a ser 
uma sociedade mais justa, livre, fraterna, 
igualitária, solidária.
Responsabilidade 
Coletiva
Liderança
Resolução 
de Confl ito Empatia Inspiração Disciplina Foco
Personalidade 
Dinâmica
Objetivos 
Maiores
Certifi cados
Medalhas e 
Troféus
CorpoMente Imunidade
Espiríto de 
Equipe
Desenvolvimento 
Social de Equipe
Comportamento 
de Grupo
Vontade 
de
Vencer
Saúde Física
Atitude
Benefícios dos 
Esporte para a
Sociedade
Instinto de 
Sobrevivência
Esportividade
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
12
Écrucial entender que o Estado é maior do que o governo. O Estado é a estrutura que deve ser adminis-
trada pelas diretrizes do governo, que 
por sua vez é formado por eleitos pelo 
voto popular. 
Partindo-se do conceito ampliado 
de Estado, passamos a tratar da noç ã o 
básica sobre o governo como um todo 
de pessoas que têm autoridade tem-
porária para conduzir, gerir Políticas e 
administrar o Estado. Do ponto de vista 
operacional, o Estado é a organizaç ã o 
polí tica e jurídica que, por meio de um 
esquema institucional, existe em uma 
sociedade, sendo que sua existência 
transcende vá rios períodos de governo. 
A Polí tica de governo conforma-se 
como uma orientação polí tica de um 
determinado governo, que assume e 
desempenha as funç õ es do Estado no 
tempo circunscrito do mandato que 
exerce. Tais polí ticas conjugam um con-
junto de programas e projetos que sã o 
propostos pela sociedade ao longo dos 
tempos (HÖ FLING, 2001). As Polí ticas 
de Estado sã o aquelas que conseguem 
ultrapassar os períodos de um governo. 
O ESPORTE ENTRE AS 
POLÍTICAS DE ESTADO E AS 
POLÍTICAS DE GOVERNO
4
No entanto, o que há de novo sobre a di-
ferenç a dos tipos de polí ticas é a manei-
ra como elas sã o institucionalizadas. 
Uma Política de Estado tem que 
estar assentada e reconhecida como di-
reito, constar na CF. Isto é fundamental,pois se esta não for reconhecida como 
direito, pode ser retirada a qualquer mo-
mento, e o que está descrito na CF pode 
ser reivindicado pela sociedade a qual-
quer momento. 
O que não está na Constituição, 
mesmo que se reivindique, não existe 
uma base legal que a sustente. Então, 
por exemplo, no caso do Brasil, num 
possível governo autoritário, mínimo, 
por exemplo, por mais que os dirigentes 
queiram retirar a saúde ou o esporte da 
população, não seria possível, pois saú-
de e esporte são reconhecidos como 
necessidades e direitos estabelecidos 
na Constituição.
Portanto, as Polí ticas de Estado nã o 
sã o descontinuadas, quando há alter-
nância de governos ou de governantes, 
devendo ser compulsoriamente cum-
pridas por eles, porque exigiram o en-
volvimento de vá rios setores e ní veis de 
poder para a sua consecução e a apro-
vação por meio de instrumentos legais. 
Existem alguns mecanismos de 
permanência, categorias, para estabe-
lecer as Políticas de Estado, presentes 
no estudo de Damiani (2021). As condi-
ç õ es necessá rias para a Polí tica de Es-
tado de Esporte sã o as categorias cap-
tadas e adensadas a partir das alusões 
e referê ncias presentes na literatura 
sobre os atributos que constitui uma 
Polí tica de Estado. 
São 7 (sete) as categorias que apon-
tam as condições necessárias para uma 
Polí tica de Estado de Esporte, a saber: 
(1) ser relevante* 
(2) permanente*
(3) contínua* 
(4) sustentável** 
(5) abrangente** 
(6) democrática** e 
(7) estruturada***
(*) MELO, 2007; OLIVEIRA, 2011; MEZZADRI, 
2011; ALMEIDA, 2018; CASTELLANI FILHO, 2019.
(**) BOSCHETTI; BEHRINGER, 2011; CARNEIRO; 
MASCARENHAS, 2018.
(***) SANTOS, 2013; MENDES; CODATO, 2015; 
ALMEIDA, 2018.
13
P
O
LÍ
TI
C
A
S
 P
Ú
B
LI
C
A
S
 P
A
R
A
 O
 E
S
P
O
R
TE
 N
O
 B
R
A
S
IL
 
A Política Relevante deve ser en-
tendida como uma necessidade tão evi-
dente para a vida da população que esta 
deve estar garantida na CF como uma 
Política de Estado. Ou seja, quando há 
o reconhecimento do direito ao esporte 
como uma necessidade humana a ser 
satisfeita pelo Estado que, por meio de 
um consenso ativo, conste como um 
valor proeminente da sociedade. Ade-
mais, ela contribui como propulsora do 
desenvolvimento cultural, social e eco-
nômico do paí s.
A Política Permanente signifi ca que 
um conjunto de leis infraconstitucionais 
(por exemplo: Lei Pelé, Lei do Bolsa Atleta, 
Lei de Incentivo ao Esporte, Estatuto do 
Torcedor) devem assegurar que o direito 
seja consolidado como Política Pública 
perene, com garantias irrefutáveis do 
direito ao esporte, sendo resistentes às 
alternâncias de poder dos governos, por 
terem conquistado institucionalidade na 
sociedade. Por isso, permanece por mui-
tos anos, independente do governo que 
está no poder, nã o podendo ser extinta 
ou ter a sua essê ncia alterada, mesmo 
com mudanças advindas das disputas 
presentes no percurso. Podemos ter, 
como exemplo, o Programa Bolsa Atle-
ta que, pela importância, tornou-se Lei, e 
oferece um valor em dinheiro diretamen-
te ao atleta que alcança os critérios pre-
vistos, garantindo condições para a sua 
manutenção e treinamento, de acordo 
com categorias, desde o atleta escolar 
até o atleta de alto rendimento. Tais pro-
gramas são tão importantes na disputa 
de recursos que são replicados em leis 
de vários estados e municípios.
VOCÊ SABIA?
Em 2003, foi criado o  Ministério 
do Esporte (ME). 
Com uma pasta específi ca no go-
verno federal, a gestão do esporte 
ganhou mais autonomia e diver-
sos programas. Três anos após 
a criação do ME, a Lei de Incen-
tivo ao Esporte (nº 11.438/2006) 
foi aprovada. Essa Lei seguiu os 
mecanismos de incentivo da Lei 
Federal de Incentivo à Cultura 
(Rouanet) e da Lei do Audiovisu-
al, que já haviam sido testados. 
Hoje,  pessoas físicas que  decla-
ram o Imposto de Renda podem 
incentivar o esporte com até 7% 
do seu imposto e empresas com 
até 2% do imposto devido.
A Polí tica Contínua é aquela com 
capacidade de seguir de forma conse-
cutiva e que, independentemente da 
vontade do governante, nã o seja inter-
rompida devido à sua relevância social e 
aos mecanismos e dispositivos legais 
que asseguram a sua continuidade. 
Isto é, ocorre quando as propriedades 
inerentes aos planos, programas, pro-
jetos e aç õ es sã o ininterruptas e cons-
tantes, asseguradas por meio de meca-
nismos democráticos com pactos entre 
os outros setores de polí ticas sociais e 
outros entes federados com garantias 
legais. Sã o polí ticas com alta capacida-
de de transversalidade e intersetoriali-
dade e de estabelecer relações com di-
versos ní veis federativos. São exemplos 
dessa Política, programas federais de 
inclusão social, denominados Progra-
ma Segundo Tempo (PST), voltado à 
formação esportiva para crianças e jo-
vens, e o Programa Esporte e Lazer da 
Cidade (PELC), orientado em atividades 
lúdicas e formação de lideranças es-
portivas, nos estados e municípios, por 
meio de parcerias.
Para se assegurar uma Polí tica 
Sustentável, fi nanceiramente é preciso 
instituir mecanismos que perenizem o 
fl uxo dos recursos pú blicos, e isso não 
está seguro pelo orçamento discricioná-
rio, devendo ocorrer por meio de um fun-
do nacional público e fundos estaduais/
municipais e de indexação de percentu-
al orçamentário ao Orçamento Geral da 
Uniã o destinado ao esporte. É também 
importante outras medidas que imple-
mentem formas de ampliação e diversi-
fi cação, como as leis de incentivo ao es-
porte, o patrocínio de empresas estatais 
e privadas, recursos advindos de loterias 
esportivas, entre outras que possibilitem 
crescimento ou manutenção do volume, 
sufi cientes e compatíveis para a cober-
tura dos benefícios devidos às Polí ticas.
Entretanto, a Política Sustentável 
deve ter também o reconhecimento da 
iniciativa privada. Em vários países do 
mundo, além do Estado, a iniciativa pri-
vada disponibiliza muito recurso para o 
esporte, tendo um impacto signifi cativo 
no Produto Interno Bruto (PIB). Assim, 
uma Política só pode ser consolidada 
de forma mais direta, se tiver um fundo 
independente, com regras, voltada para 
a maioria da população, sendo que este 
fundo deve garantir as atividades que não 
sejam atrativas para a iniciativa privada. 
Para se considerar uma Política de 
Estado, também é preciso ser uma Po-
lítica Abrangente. O principal dado que 
compõe esse indicador é o nú mero de 
pessoas benefi ciadas. Assim, esse in-
dicador deve sempre ser relacionado ao 
universo a que a polí tica e/ou programa 
deveria se destinar. Então, quando há 
um programa com todas as caracterís-
ticas de uma Política universal, mas esta 
não consegue atingir um percentual mí-
nimo do universo existente, isto é um de-
nominador para indicar que não houve 
consolidação desta Política. 
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
14 
A Política Democrática é reconheci-
da quando por um lado está organizada 
de forma multidimensional, que abrange 
diversos segmentos e a diversidade hu-
mana com relações intercomunicantes 
e, por outro, deve incorporar mecanis-
mos de interlocução e participação da 
sociedade para o estabelecimento de 
ações, assegurando o controle social. 
Os princípios da gestão democrá-
tica podem ser observados sob dois 
aspectos:
1º aspecto: refere-se à democrati-
zação da gestão, ou seja, a participação 
popular nas decisões do rumo da Polí-
tica. O que não indica, necessariamen-
te, que haverá intervenção na gestão do 
órgão administrador. O que importa é 
que a opinião da população vai pesar 
na decisão sobre o rumo da Política e 
na sua avaliação, com a realização de 
conferências nacionais, estaduais e mu-
nicipais, e, quando existentes, conselhos 
paritários e deliberativos, fóruns de de-
bates, entre outros. 
2º aspecto: diz respeito à demo-
cratização do acesso baseado na di-
versidade humana. Ou seja, que envolva 
idosos, crianças, adolescentes,adultos, 
pessoas com deficiência, mulheres, ne-
gros, LGBTQIA+ e outros segmentos da 
sociedade que devem ter acesso às Po-
líticas Públicas.
Um outro aspecto que caracteriza 
uma Política de Estado é que esta deve 
ser uma Política Estruturada, assentada 
no comando único de um órgão público 
próprio, com estrutura administrativa 
e quadro de servidores suficiente para 
formular, implementar e acompanhar a 
Política Pública, além de deter o plane-
jamento que garanta a sua continuidade 
ao longo do tempo. É muito importante 
ter uma estrutura forte. Por exemplo, 
recentemente, o Ministério do Esporte 
(ME), criado em 2003, foi extinto e redu-
zido à condição de Secretaria Especial 
do Esporte, dentro do Ministério da Ci-
dadania, e com isto houve redução drás-
tica do orçamento e, consequentemen-
te, a pulverização de vários programas 
que eram oferecidos. Atualmente, o ME 
foi recomposto e, com isto, temos uma 
retomada da trajetória para consolida-
ção das Políticas Públicas do Esporte.
SAIBA MAIS
A ciência já confirmou que o es-
porte é um fenômeno humano 
que proporciona diversos benefí-
cios para uma sociedade. 
Sua prática regular traz inúmeras 
vantagens para a vida e para a 
saúde (combate à violência; pro-
moção de saúde, prevenção e re-
abilitação de doenças, inclusive 
mentais; ganhos na capacidade 
de raciocínio e na função cogni-
tiva), em todas as suas dimen-
sões, naqueles em quem o prati-
ca, formando cidadãos críticos e 
colaboradores. Por isto, através 
do esporte, ocorre melhoria na 
qualidade de vida da população, 
sendo esse o motivo da sua im-
portância como Política Pública.
Em síntese, uma Política Pública 
para se tornar relevante, permanente, 
contínua, sustentável, abrangente, de-
mocrática e estruturada, tem que estar 
na Constituição, tem que ter força de Lei 
e ter movimentos sociais de luta para a 
consolidação do direito ao esporte, com 
entregas valorosas e ininterruptas de Po-
líticas à sociedade brasileira (Figura 2).
BOAS PRÁTICAS
O Centro de Liderança Pública 
(CLP), uma organização suprapar-
tidária, entende que Boas Práticas, 
dentro do conceito de Políticas 
Públicas, são atividades gover-
namentais que devem necessa-
riamente gerar resultados e alto 
impacto. Assim, elas devem ser 
replicáveis, consistentes, adaptá-
veis e com a facilidade de utilizar 
novos recursos e metodologias 
(https://www.clp.org.br).
Fig. 2 - Categorias 
Necessárias para Política 
de Estado de EsporteEstruturada
Abrangente
Sustentável
Contínua
Permanente
Relevante
Democrática
15
P
O
LÍ
TI
C
A
S
 P
Ú
B
LI
C
A
S
 P
A
R
A
 O
 E
S
P
O
R
TE
 N
O
 B
R
A
S
IL
 
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
Como refl exões sobre o texto, evi-dencia-se que as Políticas de Es-tado são necessárias para atender 
aos interesses da maioria da população. 
Percebe-se que é relevante a articulação 
entre setores públicos e privados, pois 
as entregas não devem ser somente de 
responsabilidade do Poder Público para o 
fortalecimento das Políticas Públicas de 
uma área, como o esporte. Outro aspecto 
que deve ser observado é a importância 
REFERÊNCIAS
ALMEIDA P. R. Polí ticas de Estado e polí ticas de 
governo. 2018. Disponí vel em: http://diplomati-
zzando.blogspot.com/2018/02/politicas-de-esta-
do-e-politicas-de.html. Acesso em: 21 jan. 2023. 
ATHAYDE, P. F. A. et al. O esporte como direito 
de cidadania. Pensar a prática, v. 19, n. 2, p. 489-
500, 2016. Disponível em: https://www.revistas.
ufg.br/fef/article/view/34049. Acesso em: 18 jan. 
2023. 
BOSCHETTI, I.; BEHRING, E. R. Polí tica social: 
fundamentos e histó ria. 8. ed. Sã o Paulo: Cortez, 
2011. 
BRASIL. Ministé rio do Esporte. Polí tica nacional 
do esporte. Brasí lia: ME, 2005. arquivo.esporte.
gov.br/arquivos/politicaNacional/politicaNacio-
nalCompleto.pdf 
BRASIL. Ministé rio do Esporte. Coletâ nea Es-
porte e Lazer: Polí ticas de Estado. Caderno II: 
Construindo o Sistema de Esporte e Lazer. 
(Documentos e Resoluç õ es da II CNE). Brasí lia: 
Ministé rio do Esporte; 2009. Disponí vel em: 
http://www.cev.org.br/arquivo/biblioteca.pdf. 
Acesso em: 10 jan. 2023. 
BRASIL. Ministé rio do Esporte. Secretaria Execu-
tiva. Departamento de Planejamento e Gestã o 
Estraté gica (GTSNE). Proposta do Projeto de 
Lei de Diretrizes e Bases do Sistema Nacional 
do Esporte. Acervo particular dos autores. Bra-
sí lia, 2015. 
CARNEIRO, F. H. S.; MASCARENHAS, F. O fi nan-
ciamento esportivo brasileiro: proposta de me-
todologia crí tica de aná lise. E-legis, v. 11, 2018. 
Nú mero especial: Pesquisas e Polí ticas sobre Es-
porte II. http://e-legis.camara.leg.br/cefor/index.
php/e- legis/article/viewFile/481/479. Acesso em: 
22 jan. 2023. 
CASTELLANI FILHO, L. A polí tica esportiva brasi-
leira: de ‘polí tica de estado’ ao ‘estado da polí tica’. 
Motrivivê ncia, Florianó polis, v. 31, n. 60, p. 1-18, 
out./dez. 2019. 
DAMIANI, C. Contradições e tendências para 
a instituição de uma polí tica de estado de es-
do planejamento das Políticas Públicas 
a partir de diagnósticos situacionais; le-
vantamento das condições estruturais, 
físicas, fi nanceiras; acesso aos sistemas 
informacionais e a pessoas qualifi cadas. 
É importante também o equilíbrio entre 
as várias manifestações esportivas na 
elaboração das Políticas Públicas. 
Por fi m, é interessante destacar a per-
tinência de Políticas democráticas para 
uma sociedade mais justa e igualitária.
5
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
16
porte no Brasil – 2003 A 2015. Tese (Doutorado 
em Ciência do Movimento Humano - Universida-
de Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 
2021. Disponível em:https://lume.ufrgs.br/bits-
tream/handle/10183/242258/001139673.pdf?se-
quence=1&isAllowed=y. Acesso em: 22 jan. 2023.
DOYAL, L.; GOUGH, I. A theory of human need. 
London: MacMillan, 1991.
HÖ FLING, E. M. Estado e polí ticas (pú blicas) so-
ciais. Caderno CEDES, v. 55, n. 21 nov. 2001. 
MACÊDO, S. Políticas Públicas: o que são e para 
que existem. Assembleia Legislativa do Estado de 
Sergipe, 2018. Disponível em: https://al.se.leg.
br/politicas-publicas-o-que-sao-e-para-que-
-existem/. Acesso em: 18 jan. 2023.
MELO, M. P. O chamado terceiro setor entra em 
campo: polí ticas pú blicas de esporte no governo 
Lula e o aprofundamento do projeto neoliberal 
de terceira via. Licere, Belo Horizonte, v. 10, n. 2, 
ago. 2007. 
MENDES, A.; CODATO, A. The institutional con-
fi guration of sport policy in Brazil: organization, 
evolution and dilemmas. Revista de Adminis-
traç ã o Pú blica, Rio de Janeiro, v. 49, n. 3, p.563-
593, maio/jun. 2015. 
MEZZADRI, F. M. Polí ticas Pú blicas para o Espor-
te e lazer: teorias e conceitos. In: MOTTA. A; TER-
RA, R. (ed.); Esporte, Lazer e polí ticas pú blicas 
na regiã o dos Lagos. Rio de Janeiro: Ventura, p. 
89-102, 2011. 
OLIVEIRA, A. A. B. et al. Ensinando e aprenden-
do esportes no Programa Segundo Tempo. 
Maringá : Eduem, v.1, 2011. 
PEREIRA, P. A. P. Necessidades humanas: subsí-
dios à crítica dos mínimos sociais. 6. ed. Sã o Pau-
lo: Cortez, 2011. 
PIMENTEL, E. S. O conceito de esporte no in-
terior da legislaç ã o esportiva brasileira: do 
Estado Novo até a Lei Pelé . 2007. Dissertaç ã o 
(Mestrado em Educaç ã o Fí sica) - Departamento 
de Educaç ã o Fí sica, Setor de Ciê ncias Bioló gi-
cas da Universidade Federal do Paraná , Curitiba, 
2007. Disponí vel em: https://acervodigital.ufpr.
br/handle/1884/11737. Acesso em: 19 jan. 2023. 
SANTOS, N. R. SUS, polí tica pú blica de Estado: 
seu desenvolvimento instituí do e instituinte e a 
busca de saí das. Revista Ciê ncia & Saú de Cole-
tiva, n. 18, p. 273-280, 2013. 
Cássia Damiani
Doutora em Ciências do movimento humano pela UFRGS, Mestre em Edu-
cação pela UFC, Licenciada em Educação Física pela UFMT, Professora As-
sociada 1 do Instituto de Educação Física e Esporte da UFC. Foi gestora do 
Ministério do Esporte (2005 a 2016), coordenou o Diagnóstico Nacional do 
Esporte e edições da ConferênciaNacional do Esporte, autora de várias publi-
cações sobre políticas públicas de esporte. Atualmente é Secretária Nacional 
de Esporte Educacional, Lazer e Inclusão Social, do Ministério do Esporte.
AUTORES
ILUSTRADOR
Adriano César Carneiro Loureiro
Pós-doutor em Fisiologia pela UFRJ, Doutor em Ciências (Fisiologia) pela 
UFRJ, Mestre em Ciências Fisiológicas pela UECE, Graduado em Educação 
Física pela UNIFOR, Professor Adjunto da UECE, Membro da Comissão de Edu-
cação Física e Saúde do CREF5 e ex-Conselheiro do CREF5, Membro do Time 
do Brasil em 3 Olimpíadas (Atenas, Pequim e Tóquio). Atualmente é Superin-
tendente do Centro de Formação Olímpica (CFO).
Carlus Campos
Artista visual que há mais de 30 anos é ilustrador do Jornal O POVO. Na pro-
dução de suas ilustrações, utiliza várias linguagens como: desenho, pintura, 
aquarela, gravura e fotografi a. Ao longo dos anos 90, além de ganhar diversos 
prêmios com arte gráfi ca, fez incursões pelas artes plásticas participando de 
diversos Salões de Arte. Desde 2014,a xilogravura ocupa considerável espaço 
em sua produção chegando a participar do coletivo IN-GRAFIKA .Em 2019 fun-
da, com mais 7 artistas cearenses, o Ateliê Coletivo Kraft.
Apoio: Patrocínio: Realização:
CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 5ª REGIÃO
17 
P
E
D
A
G
O
G
IA
 D
O
 E
S
P
O
R
TE
GRATUITAESTA PUBLICAÇÃO NÃO PODE SERCOMERCIALIZADA
Pedagogia
do Esporte
Antônio Ricardo Catunda de Oliveira
Lívia Marques Quixadá
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
19
CONCEPÇÕES PARA O ENSINO 
E FORMAÇÃO HUMANA PELA 
PEDAGOGIA DO ESPORTE
20
31
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O QUE É A PEDAGOGIA DO 
ESPORTE?
24
19 
P
E
D
A
G
O
G
IA
 D
O
 E
S
P
O
R
TE
1. APRESENTAÇÃO
1
Ao participar deste curso já deu um 
grande passo, pois se permitiu atualizar-
-se de práticas pedagógicas e rever as 
decisões didáticas, bem como ampliar 
suas possibilidades de utilização do es-
porte como uma preciosa e eficaz ferra-
menta sociocultural. É preciso valorizar 
a formação contínua para que seja capaz 
de proporcionar uma reviravolta nos am-
bientes diversos onde o esporte está pre-
sente, como: a escola, os projetos sociais, 
os clubes esportivos, os espaços de lazer, 
os centros de formação para atletas de 
alto rendimento, entre outros.
Assim, espero que ao concluir o mó-
dulo você possa demonstrar conheci-
mentos sobre os valores educativos do 
esporte para o desenvolvimento integral 
e para a formação humana; compreender 
como os processos aplicados por meio 
das estratégias encontradas nas diversas 
metodologias de ensino podem ser facili-
tadores para que se pratique o ensino de 
qualidade e a aprendizagem significativa; 
reconhecer na Pedagogia do Esporte uma 
forma de ensinar para a autonomia, para 
competência motora, para a compreen-
são, motivação, participação ativa e reco-
nhecimento do esporte como catalisador 
de competências para a vida e mundo do 
trabalho; utilizar a competição como for-
ma de educar para o respeito às regras, 
para a superação, vencer desafios, apren-
der a lidar com as alegrias e frustrações, 
demonstrar empatia, perseverança; ser 
capaz de planejar uma aula ou treina-
mento utilizando estratégias inovadoras 
e eficazes para a aprendizagem dos alu-
nos e atletas.
O esporte é um dos grandes aliados da educação de crianças e adoles-centes. 
A ONU faz uso regular dos valores 
mobilizadores do esporte para realizar 
missões em ações que englobam a me-
lhoria da saúde e da educação, opor-
tunidades de geração de empregos e a 
promoção da tolerância e respeito pelos 
direitos humanos (Unesco, PNUD, Unicef). 
Pensar o desenvolvimento de uma abor-
dagem contemporânea e pedagógica do 
esporte requer a compreensão de que 
seu uso se dá como ferramenta, logo, re-
quer a intervenção humana qualificada.
Para a formação integral das novas 
gerações, por meio do esporte podemos 
desenvolver valores éticos e morais para 
a participação social, a solidariedade, a 
disciplina, a cooperação entre iguais e 
diferentes e o espírito de equipe, dentre 
outros, desde que trabalhados com essa 
intencionalidade, visto que, o esporte em 
si não desenvolve esses aspectos. O es-
porte poderá, desde que assuma a inten-
cionalidade quando está sendo ensinado, 
contribuir para o desenvolvimento de ha-
bilidades distintas, pois trata-se de uma 
manifestação social e cultural complexa 
e multifacetada, tendo a necessidade de 
ser abordada didática e pedagogicamen-
te para que prevaleça referenciais técni-
co, tático e socioeducativo (RODRIGUES et 
al., 2013). 
É com esse olhar que o(a) convido a 
fazer um exercício que requer adaptabili-
dade e flexibilidade de pensamento, pois 
você fará uso de conhecimentos para 
ampliar a compreensão e a capacidade 
de intervir nesse cenário recheado de 
imprevisibilidade, desafios e conquistas. 
Você se sente preparado? 
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
20 
VOCÊ SABIA?
A prática esportiva desenvolve 
respeito, liderança, tolerância, 
persistência, paciência, cumpri-
mento às regras e o jogo limpo, 
portanto, saber ganhar ou perder 
sem impor suas alegrias ou frus-
trações aos adversários (TUBINO, 
2017). Quando bem desenvolvido, 
o esporte melhora a saúde e com-
bate o sedentarismo, melhora a 
postura e aumenta a consciência 
corporal, a imunidade e a resis-
tência muscular, e desenvolve a 
coordenação motora e o sistema 
cognitivo, melhorando o desem-
penho em todas as disciplinas. 
Auxilia no desenvolvimento car-
diorrespiratório, circulação san-
guínea, oxigenação do cérebro, no 
combate ao estresse e à ansie-
dade e proporciona sensação de 
bem-estar.
21 
P
E
D
A
G
O
G
IA
 D
O
 E
S
P
O
R
TE
2
CONCEPÇÕES PARA O 
ENSINO E FORMAÇÃO 
HUMANA PELA 
PEDAGOGIA DO ESPORTE
O momento atual do Brasil é favorá-vel ao desenvolvimento do esporte por meio das políticas públicas que 
geram programas e projetos capazes de 
atender as camadas menos assistidas da 
população, com a retomada de um Minis-
tério exclusivo para o desenvolvimento de 
ações e com uma gestão que torne o es-
porte acessível a toda a população.
Essas intenções se dirigem direta-
mente a você que é professor de educa-
ção física e/ou participa de programas 
e projetos na área esportiva, em que a 
dimensão educacional não privilegia 
apenas o treinamento dos gestos e fun-
damentos esportivos para os mais ha-
bilidosos. Concebido na perspectiva de 
uma prática pedagógica de qualidade, 
o esporte ensina muito mais que mo-
vimentos e técnicas, proporcionando a 
alunos(as) e atletas o desenvolvimento 
de conhecimentos, habilidades e compe-
tências que ampliam a capacidade para 
a tomada de decisão, resolução de pro-
blemas, pensamento estratégico, valori-
zação de objetivos coletivos, convivência 
pacífica com as diferenças, formação de 
uma cultura de paz, cidadania ativa, além 
da aquisição de valores como justiça, so-
lidariedade e respeito, essenciais para a 
convivência humana. 
Para que a Pedagogia do Esporte seja 
eficaz, uma premissa é que haja a parti-
cipação inclusiva de todos, o tempo todo 
e de todas as formas nas diversas etapas 
do ensino. Os participantes agem sobre a 
sua própria aprendizagem, analisando as 
melhores opções e formas de realização 
e aplicação do que aprendem durante as 
aulas ou treinos, desenvolvendo, inclusi-
ve, uma visão tática e estratégica de jogo. 
Esse aspecto merece destaque ao trazer 
ações pedagógicas centradas na aprendi-
zagem e inclusão dos alunos. Você con-
corda com essa afirmativa? Esses fun-
damentos pedagógicos se alinham com 
os seus? Como lida com a aplicação dos 
métodos de ensino?
SEJA CURIOSO(A)
Busque, inicialmente, o máximo de 
informações por meio de recursos 
como livros ou tecnologias digitais 
sobre o que é Pedagogia do Es-
porte. Importante o conhecimento 
prévio e o hábito de pesquisar.
No livro Recomendação para a Edu-
cação Física Escolar, publicação do Con-
selho Federal de Educação Física/Confef 
(CATUNDA, LAURINDOe SARTORI, 2014), 
essas ações são destacadas ao recomen-
dar para os professores: 
(1) Reconhecer que todos os alunos po-
dem aprender, e que todas as diferenças 
podem ser compreendidas; 
(2) Atender a todos os alunos, respeitan-
do suas diferenças e estimulando-os ao 
maior conhecimento de si e de suas po-
tencialidades, num exercício de ética e 
cidadania; 
(3) Adotar um modelo ativo e inclusivo de 
ensino, que busca o desenvolvimento da 
autonomia, cooperação, participação so-
cial e afirmação de valores e princípios 
éticos e democráticos, qualificando os ní-
veis de aprendizagem; 
(4) Ter a devida consciência e competên-
cia para que as práticas não sejam exclu-
sivas, onde se privilegia os “talentosos” 
em detrimento dos “menos habilidosos”.
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
22 
O QUE É?
Cidadania Ativa
Exige a possibilidade da partilha 
entre os elementos de uma comu-
nidade, com benefício mútuo, mas 
também em prol de uma ideia de 
sociedade que se quer promover 
(DARMANIN, 2012). Tomando o 
“Ser Ativo” como o objeto e alvo 
da Educação Física, isso supõe ter 
iniciativa, com decisão, por boas 
causas, sempre enquadradas por 
valores, pressupondo uma dimen-
são atitudinal que se contrapõe à 
inércia, apatia e indolência (SO-
BRAL LEAL, 2016). Implica a dis-
ponibilidade e o desejo individual 
para assumir responsabilidades 
para com o seu desenvolvimento 
pessoal, do meio ambiente, e o da 
sociedade em que se integra.
FICA A DICA
Pedagogia dos Esportes: 
Jogos Coletivos de Invasão
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=Pcz4Zb0mKl4
Esporte: um grande aliado 
da educação
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=QGX9UhE-7kw
Você está sendo convidado(a) a par-
ticipar de uma viaGem pela Pedagogia 
do Esporte, iniciando pela compreensão 
do valor da Educação, do Professor e da 
Educação Física, como os três pilares in-
tervenientes nesse processo. 
2.1. A Educação
É um processo contínuo para o desen-
volvimento humano e se consolida como 
uma ação social e parte da vida do ser 
humano. Assim sendo [...] qualquer coisa 
que se espere dos jovens quando adul-
tos, deve ser vivida na escola (Dewey). 
A educação funda-se precisamente na 
preocupação de enraizar uma cultura de 
apreço, de valorização e fruição da vida, 
afirma Bento (2015), que relaciona aspec-
tos próprios do esporte à educação, iden-
tificados como um princípio educacional 
a existência do movimento, suor, esforço, 
gols, cestas, pontos, arremessos. Quando 
se corre, salta e luta. Quando agir, fazer 
e experimentar são os verbos preferidos. 
Quando se enfrentam e ultrapassam bar-
reiras e obstáculos. Quando os corpos 
grandes, pequenos, gordos e magros, 
forte e débeis, velozes e lentos são iguais 
no gosto pela ação e pelo uso do esporte. 
Quando há desejo, gosto e oportunidade 
de exercitar e aprender. Quando se vence 
receios, complexos e medos. Quando há 
otimismo e empenho. Tudo isto contribui 
para que, assim como a educação, a prá-
tica esportiva se torne uma necessidade 
vital. E isto é possível! 
https://www.youtube.com/watch?v=Pcz4Zb0mKl4
https://www.youtube.com/watch?v=Pcz4Zb0mKl4
https://www.youtube.com/watch?v=QGX9UhE-7kw
https://www.youtube.com/watch?v=QGX9UhE-7kw
23 
P
E
D
A
G
O
G
IA
 D
O
 E
S
P
O
R
TE
tiva, as inteligências múltiplas, a ética e a 
estética. A distribuição de papéis, o conví-
vio com as regras, a relação estabelecida 
entre a vitória e o fracasso e, por fim, a 
rivalidade e a cooperação cultivam valo-
res e comportamentos condizentes com 
as próprias bases democráticas da so-
ciedade contemporânea (Unesco, 2013). 
O esporte, devido ao seu potencial para 
o desenvolvimento individual e coletivo, 
é componente essencial para uma edu-
cação de qualidade. Por outro lado, sua 
inobservância ergue barreiras ao fortale-
cimento do tecido social. (Unesco, 2015).
2.3. A Educação Física
A educação física integra os currículos 
desde que a escola foi criada. Existem 
referências sociais e culturais da educa-
ção física no cotidiano de todos os paí-
ses que constituem representações das 
atividades físicas e esportivas, conferin-
do siginificado social, o que lhe impõe a 
condição de legitimada e parte obriga-
tória nos currículos. A educação física 
escolar promove circunstâncias socioe-
ducativas para a formação de jovens fi-
sicamente ativos, capazes de optar por 
uma vida saudável, participar de ativida-
des socialmente relevantes, como o es-
porte, apresentar uma boa autoestima e 
motivação, um maior engajamento como 
cidadã e cidadão, além de proporcionar 
maiores níveis de aprendizagem em to-
das as disciplinas escolares (CATUNDA, 
MARQUES, 2017).
Para o desenvolvimento do esporte 
nas aulas, o protagonismo do aluno deve 
ser real e desafiador, independentemente 
do cenário onde as atividades serão de-
senvolvidas. Com uma intensa interação 
proposta pelos professores, o rompimento 
com o modelo de ensino tradicional, cen-
tralizado no conhecimento e pensamen-
to do professor, aos poucos dá lugar ao 
modelo ativo e reflexivo de ensino, onde o 
aluno, sob mediação atenta e qualificada, 
produz conhecimento e relaciona o que 
aprende como algo significativo e aplicável 
em sua realidade.
Quando aprende as atividades mo-
toras para o esporte, dando o devido 
significado e aplicando-as dentro da im-
previsibilidade com tomada de decisões 
positivas e exitosas, o(a) aluno(a) ou atle-
ta adquire confiança e motivação para 
uma prática esportiva vitalícia. Para uma 
aprendizagem do esporte que valoriza 
os processos educativos, os professores 
agem pela Pedagogia do Esporte. Você 
a conhece? Pois é o que vamos discutir 
nesse módulo, visando ampliar suas pos-
sibilidades didáticas.
2.2. O Professor
O professor pertence à corporação mais 
necessária, generosa e civilizadora de 
quantos que trabalham para satisfazer 
as exigências de um estado democrá-
tico (SAVATER). Pensar uma Pedagogia 
para o Esporte como atividade multicul-
tural impõe sensibilizar e qualificar os 
professores de educação física e técni-
cos desportivos. O esporte é capaz, sob 
orientação especializada, de confrontar 
os participantes com desafios capazes de 
contribuir para o desenvolvimento de ha-
bilidades e competências motoras, poten-
cializar a relação interpessoal e socioafe-
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
24 
A Pedagogia do Esporte, para Sca-glia (2014), tem como objeto de estudo e intervenção o processo 
de ensino, vivência, aprendizagem e 
treinamento do esporte, promovendo um 
conhecimento significativo a respeito da 
organização, sistematização, aplicação 
e avaliação das práticas esportivas em 
diversos sentidos e manifestações. São 
ações e intervenções com exigências 
pedagógicas, com a intencionalidade da 
resolução das relações entre teoria e prá-
tica. E sintetiza: “A Pedagogia do esporte 
assume o porquê, o para que, o que e o 
como ensinar esporte em diferentes ce-
nários para distintas faixas etárias”.
Oriunda da Pedagogia Geral e das 
Ciências do Desporto, a Pedagogia do Es-
porte visa compreender, à luz pedagógi-
ca, as diferentes formas de manifestação 
do esporte. É responsável por estudar as 
possibilidades intencionais e funcionais 
da educação por meio do movimento, do 
jogo e do esporte (FERREIRA, 2009). As-
sim, como uma área que interpreta numa 
perspectiva pedagógica as práticas es-
portivas, ocupa-se dos seus movimentos, 
dos jogos e dos aspectos que permeiam o 
ensino, a aprendizagem, o treino, a com-
petição (BENTO, 2006).
O QUE É A PEDAGOGIA 
DO ESPORTE?
PARA REFLETIR
Qual seu posicionamento sobre a 
competição?
Especialmente da Educação Fí-
sica, têm-se apontados os bene-
fícios da atividade esportiva na 
infância, ao mesmo tempo que 
também alertam para o aspecto 
demasiadamente competitivo, 
muitas vezes imputado a essa 
prática. No entanto, por acreditar 
que o esporte favorece o desen-
volvimentohumano, ele pode ser 
considerado como importante ele-
mento da cultura, com relevância 
nos programas educativos, mas 
também como um elemento de 
comparação, seleção e competi-
tividade, que conduz, em certas 
circunstâncias, a excessos, sub-
metendo as crianças, durante a 
atividade esportiva, a assumir 
responsabilidades de adultos 
para as quais elas podem não es-
tar preparadas.
3
Continua Scaglia (2014), lançan-
do mão de conhecimentos específicos, 
como: Sociologia, Psicologia do Esporte, 
Aprendizagem Motora, Biomecânica, Teo-
rias e Métodos de Ensino, a Pedagogia do 
Esporte permite reflexões sobre o ensino 
e a aprendizagem dos gestos esportivos, 
das relações interpessoais, como tam-
bém das questões técnicas, táticas, fisio-
lógicas e motoras. A Pedagogia do Espor-
te aborda o mesmo enquanto fenômeno 
sociocultural, e seu trato pedagógico é 
defendido a partir de três referenciais: o 
técnico-tático, o socioeducativo e o histó-
rico-cultural.
25 
P
E
D
A
G
O
G
IA
 D
O
 E
S
P
O
R
TE
TÉCNICO-TÁTICO SOCIOEDUCATIVO HISTÓRICO-CULTURAL
 ÎEstratégias; 
 ÎAspectos táticos ofensivos, 
defensivos e de transição;
 ÎHabilidades motoras gerais; 
 ÎFundamentos especializados; 
Capacidades biomotoras.
 ÎPromover a discussão de 
princípios, valores e modos de 
comportamento; 
 ÎPropor a troca de papéis ao 
colocar-se no lugar do outro 
(empatia); 
 ÎPromover a participação, 
inclusão, diversificação, a coe-
ducação e a autonomia; 
 ÎConstruir um ambiente favo-
rável para desenvolvimento de 
relações intrapessoais e inter-
pessoais (coletivas); 
 ÎEstabelecer relações entre o 
que acontece na aula de es-
portes com a vida em comu-
nidade.
 ÎHistória das modalidades es-
portivas; 
 ÎEvolução das modalidades; 
 ÎRegras e contexto de suas 
alterações; 
 ÎPrincipais competições em 
nível local, regional, nacional e 
internacional; 
 ÎPersonalidades de cada mo-
dalidade; 
 ÎOutros saberes necessários 
para a compreensão da mo-
dalidade.
O que será definidor para que haja 
motivação, compreensão e conhecimento 
do esporte como atividade multicultural 
capaz de influenciar a formação integral 
das crianças e adolescentes é a condição 
de que os professores e técnicos primem 
por uma qualificação permanente, que 
possibilite a transposição didática do que 
é ensinado para a aplicação cotidiana. 
Que transformem atitudes e comporta-
mentos, promovendo aprendizagem sig-
nificativa para que alunos(as) e atletas 
consigam valorizar o que foi aprendido 
por encontrar relação direta com a apli-
cação no campo real, bem como para o 
desenvolvimento de suas capacidades.
Fonte: Adaptado de Galatti, Darido e Paes (2010), Machado (2012) e Machado, Galatti e Paes (2014)
SAIBA MAIS
Transposição Didática dos Saberes
Uma ideia originária do sociólogo 
Michel Verret (1975) se concretiza 
como um conjunto de ações que 
torna um saber sábio em saber 
ensinável: “Um conteúdo do sa-
ber que foi designado como saber 
a ensinar sofre, a partir daí, um 
conjunto de transformações adap-
tativas que vão torná-lo apto para 
ocupar um lugar entre os objetos 
de ensino. O trabalho que transfor-
ma um objeto do saber a ensinar 
em objeto de ensino é denominado 
de transposição didática” (CHE-
VALLARD, 2001: 20).
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
26 
Um Imperativo: O esporte só será 
praticado se for devidamente ensinado e 
aprendido. A aprendizagem não ocorrerá 
de forma natural, precisando de estímu-
los específicos e sob orientação do pro-
fissional de educação física, em um pro-
cesso que se inicia na escola nas aulas de 
educação física e poderá se estender na 
participação em projetos e programas so-
ciais, centros de treinamento, clubes es-
portivos ou fazer parte de um lazer ativo.
SAIBA MAIS
Princípios da Pedagogia dos 
Esportes Coletivos
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=QRBHRD5i5jM
Pedagogia do Esporte – Prof. Dr. 
Ademir Costa
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=6Omw07GwSXI.
Pedagogia do Jogo na Educação 
Física Escolar - Prof. Dr. Scaglia
https://www.youtube.com/wat-
ch?v=WDU_VD-QpA8
IMPORTANTE
Em trabalhos de iniciação esporti-
va não se pode simplesmente copiar 
modelos de propostas de atividades 
ou de qualquer programa de treina-
mento, pois, são universos diferentes. 
A Pedagogia do Esporte que funda-
menta a orientação esportiva deve 
cuidar para que não seja projetado 
aos iniciantes um modelo ideal de 
atleta que desrespeite as caracterí-
siticas individuais e os sonhos dese-
nhados pelos integrantes.
3.1. Por qual razão a 
Pedagogia do Esporte 
tem na escola um espaço 
privilegiado?
 Î A maioria dos escolares (80%) se 
concentra nas instituições públicas, 
tendo neste ambiente o único espaço 
para a prática orientada e aprendiza-
gem significativa pelo esporte; 
 Î Todos os jovens frequentam obriga-
toriamente a escola; 
 Î Na escola estão os profissionais qua-
lificados para a educação dos jovens; 
 Î A idade escolar representa o me-
lhor período crítico de aprendizagem 
para aquisição de habilidades e com-
petências motoras e sociais; e 
 Î Na escola existe a disciplina de Edu-
cação Física, parte integrante e obri-
gatória do currículo, sendo espaço 
considerado ideal para programas 
com objetivos educativos por meio 
do esporte (CATUNDA, 2015; MAR-
QUES, 2010, MARTINS, 2014).
FIQUE POR DENTRO...
Esporte Educação
https://www.youtube.com/watch?-
v=DbXQmW1wX-U
 
SE LIGA
Orientação pedagógica aos pro-
fessores e técnicos: parte do seu 
olhar cuidadoso e sábio sobre os 
intertesses e as necessidades de 
cada aluno ou atleta, das carac-
terísiticas específicas correspon-
dentes a cada fase da vida espor-
tiva, da compreensão de como o(a) 
aluno(a) aprende e da interpreta-
ção de uma avaliação processual.
https://www.youtube.com/watch?v=QRBHRD5i5jM
https://www.youtube.com/watch?v=QRBHRD5i5jM
https://www.youtube.com/watch?v=6Omw07GwSXI
https://www.youtube.com/watch?v=6Omw07GwSXI
https://www.youtube.com/watch?v=WDU_VD-QpA8
https://www.youtube.com/watch?v=WDU_VD-QpA8
https://www.youtube.com/watch?v=DbXQmW1wX-U
https://www.youtube.com/watch?v=DbXQmW1wX-U
27 
P
E
D
A
G
O
G
IA
 D
O
 E
S
P
O
R
TE
3.2. Fases dos Movimentos 
Especializados Necessário 
para o Ensino dos Esportes
Sendo a fase reconhecida como madu-
ra para a aprendizagem dos esportes, 
Gallahue (2005) dividiu esta importante 
etapa da vida em estágios:
3.2.1. Estágio Transitório
A partir de 7 anos, a criança começa a 
combinar e aplicar habilidades motoras 
fundamentais ao desempenho especiali-
zado. A família e professores(as) devem 
ajudar as crianças a aumentar o controle 
e competência motora em inúmeras ati-
vidades. Há apenas aplicação dos mo-
vimentos fundamentais de forma mais 
específica e complexa. As crianças estão 
muito ativas e não se deve restringir os 
movimentos.
3.2.2. Estágio de Aplicação: 
Ocorre entre 11 e 13 anos, provocando mu-
danças interessantes. A criança demons-
tra maior satisfação cognitiva, já apresen-
tando a capacidade de tomar decisões e 
fazer escolhas de aprendizado, inclusive, 
escolher ou evitar praticar habilidades 
esportivas, como também a possibilidade 
de fazer autoexame de forças e fraquezas, 
oportunidades e restrições.
3.2.3. Estágio de Utilização 
Permanente
A partir de 14 anos, caso haja aprendiza-
gem no tempo certo, no auge do processo 
de desenvolvimento motor. Etapa carac-
terizada pelo uso de repertório de movi-
mentos adquirido pelo indivíduo ao longo 
de sua vida. É dependente de fatores ex-
ternos, como a igualdade de oportunida-
des de prática, diminuição das barreiras 
sociais e orientação qualificada dos pro-
fissionais de educação física.
REFLEXÃO PARA 
UMA PEDAGOGIA DO 
ESPORTE
 Î Você tem dúvidas quanto à função 
educacional do esporte?
 Î Está claro para você que as 
crianças e adolescentes têm no 
esporte um meio para aprendi-
zagem de valores, de desenvol-
vimento da competência motora 
e a possibilidade de exercerema 
cidadania ativa?
 Î Para você, o enfoque educativo 
está bem definido e é assumido 
também pelos gestores escolares 
e do esporte?
 Î Qual a sua posição sobre compe-
tição? Os(As) professores(as) pre-
param os jovens para o esporte 
de competição, compreendendo 
como algo inerente à prática es-
portiva?
O balizador para as  intenções 
educativas é oferecer a todas as 
crianças experiências desafiadoras, 
que possam contribuir para a afir-
mação de suas competências (RE-
VERDITO et al., 2008). Para além da 
aprendizagem dos gestos motores, o 
esporte prepara para a vida, como é 
caso das competências consideradas 
importantes para o mundo do traba-
lho e que são possíveis de serem de-
senvolvidas quando se utiliza a Peda-
gogia do Esporte como princípio. Veja: 
trabalho em equipe e comunicação; 
tomada de decisões e liderança; re-
solução de problemas e criatividade; 
gestão do tempo e recursos.
SEJA UM(A) 
PROFESSOR(A) 
REFLEXIVO(A
Você consegue identificar durante as 
aulas e treinamentos esportivos os 
momentos em que essas competên-
cias são exercitadas? Consegue defi-
nir quais delas está experimentando? 
A esse comportamento do(a) profes-
sor(a) denominamos intencionalidade. 
Você planeja definindo qual inten-
cionalidade pretende trabalhar? Identi-
ficando, como faz para avaliar se os(as) 
alunos(as) e atletas estão tendo êxito 
para que possam evoluir nos níveis de 
complexidade das atividades? Concor-
da que esses são aspectos que asse-
guram a existência de aprendizagem?
Para que ocorra a aprendizagem 
dos esportes, é necessário que o ensino 
seja eficaz, promova o desenvolvimento 
das habilidades motoras fundamentais 
e dialogue com a transição para as habi-
lidades motoras especializadas que, ao 
serem desenvolvidas, são aspectos es-
senciais para a aprendizagem do esporte. 
A seguir, a definição desses importantes 
conceitos para o desenvolvimento har-
monioso das crianças e adolescentes:
 Î Movimentos fundamentais: são ten-
tativas orientadas para que as crian-
ças experimentem a capacidade mo-
tora dos seus corpos. Esse período 
é essencial para as descobertas de 
movimentos combinados, por exem-
plo: correr, pular, arremessar, apa-
nhar, andar com firmeza e equilíbrio.
 Î Movimentos especializados, são to-
talmente dependentes de fases ante-
riores. Se aplicam a atividades diárias, 
brincadeiras e nos esportes. Nesta 
etapa, os movimentos básicos estão 
refinados, combinados e elaborados 
para situações de maior exigência.
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
28 
REFLITA
Seria possível a aprendizagem dos 
esportes sem a devida aprendizagem 
e aplicação das habilidades motoras 
especializadas? Você sabia que a per-
cepção de competência motora é fun-
damental para a motivação de apren-
der e praticar um esporte?
Pesquise sobre esse conceito e re-
flita sobre a importância em desen-
volver essas competências para a 
aprendizagem dos esportes.
3.3. Metodologias 
Empregadas para o Ensino 
do Esporte
Agora você verá algumas possibilidades 
metodológicas com o objetivo de provo-
car interesse que possa gerar transfor-
mações positivas ou justificar as suas 
práticas pedagógicas atuais. Importa 
motivar sua criatividade e capacidade 
de adaptação a realidades diversas para 
suas aulas ou treinos, que o(a) possibilite 
fazer escolhas eficazes que levem ao êxi-
to no ensino, motivação, compreensão e 
a aprendizagem dos seus(uas) alunos(as) 
e atletas. 
TREINANDO...
Após o estudo, escolha a metodologia 
que mais se aproxima de sua concep-
ção pedagógica e prepare uma aula ou 
treino e experimente. 
Em seguida, escreva sobre a ex-
periência, identificando aspectos posi-
tivos e negativos.
SE LIGA
Não haverá metodologia ou mo-
delo únicos que deem conta de 
um ensino de qualidade.
3.3.1. Método Tradicional ou Analítico/
Tecnicista
Tendo como base os estudos de Scaglia 
(2014), este método é influenciado pelas 
teorias empiristas e inatistas, tendo a 
preocupação principal com o desenvol-
vimento e aperfeiçoamento das técnicas 
do jogo e dos movimentos, por vezes es-
tereotipados. Segundo o autor, o tecnicis-
mo fragmenta o jogo em partes, utilizan-
do o ensino dos fundamentos técnicos 
descontextualizados com a realidade da 
prática esportiva sendo treinados e auto-
matizados pelos(as) alunos(as) e atletas. 
Podemos apresentar como exemplos: en-
fileirar alunos e treinar o passe com ên-
fase na execução do gesto técnico, com 
base em padrões motores de excelência 
de baixa efetividade para iniciantes; for-
mar fila de alunos para realização de 
chutes a gol, arremessos ou bandeja com 
marcações no solo para sincronização 
dos passos.
3.3.2. Novas Tendências em Pedagogia 
do Esporte 
Apresenta uma posição de ruptura com o 
pensamento e modo tradicional de ensi-
no. Para tal mudança, pressupõe-se um 
profissional habilitado e capacitado a 
transformar uma ação motora em pro-
cesso cultural, social e educativo. Expe-
rimentar essas novas tendências, exigirá 
do(a) professor(a) a capacidade de ensi-
nar por meio de competências, como des-
taca Scaglia (2014), requerendo que haja 
análise do processo com base nas com-
petências para o jogo, na inteligência 
interpretativa e na tomada de decisão. 
Isso coloca a ampliação das condutas 
motoras como aspecto prioritário para a 
participação emancipada nos esportes, 
sendo o(a) aluno(a) um(a) participante ati-
vo(a), tendo a consciência de suas ações. 
Para o autor, as diferentes propostas 
metodológicas concebidas em meio às 
influências advindas das novas tendên-
cias em Pedagogia do Esporte tendem a 
valorizar o jogo, sendo os procedimen-
tos didático-metodológicos baseados 
nas relações de cooperação e oposição, 
individuais e coletivas. Existe assim uma 
lógica de que o jogo possibilita a apren-
dizagem pela experimentação perma-
nente e associada às habilidades apren-
didas no próprio contexto vivenciado nas 
aulas ou treinos.
SAIBA MAIS
A Pedagogia do Esporte e as novas 
tendências metodológicas
por Alcides José Scaglia (2014)
https://novaescola.org.br/con-
teudo/246/a-pedagogia-do-es-
porte-e-as-novas-tendencias-
-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogia-do-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogia-do-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogia-do-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogia-do-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
29 
P
E
D
A
G
O
G
IA
 D
O
 E
S
P
O
R
TE
3.3.3. Modelo de Educação Desportiva 
Para Mesquita (2012), há simulação de 
aspectos fundamentais dos contextos 
desportivos, nos quais os(as) alunos(as) e 
atletas assumem gradualmente respon-
sabilidades à medida em que avançam 
na aprendizagem. O(A) professor(a) aplica 
estratégias de instrução mais informais, 
valorizando a dimensão humana e cultu-
ral do esporte, reconhecendo a importân-
cia de democratizar a competição, quan-
do assume o compromisso pedagógico 
entre inclusão, competição e aprendiza-
gem. O modelo tem como premissa um 
esporte plural, onde cada um participa de 
acordo com suas possibilidades e interes-
ses. Entende que a competição tem um 
valor esportivo insubstituível, sendo esta 
uma prioridade natural para quem treina.
3.3.4. Teaching Games for 
Understanding (TGfU)
Os autores Bunker e Thorpe (1982) pro-
puseram na Inglaterra a implementação 
de uma proposta pedagógica a partir da 
insatisfação com os modelos pedagógi-
cos esportivos que tinham o tecnicismo 
como principal característica. Apresenta-
ram uma nova concepção para o ensino, 
baseada no entendimento, compreensão, 
reflexão e problematização de elementos 
estruturais dos próprios jogos. A seguir, a 
proposta em seis etapas:
a. De acordo com o nível dos alunos, será 
introduzida uma forma completa ou 
simplificada do jogo, a fim de promo-
ver uma maior apropriação de seu 
funcionamentoe o envolvimento inicial 
dos praticantes com os seus proble-
mas;
b. Corresponderá à reflexão sobre 
lógica interna do jogo (regras, dinâ-
mica, funcionamento), na qual os(as) 
próprios(as) alunos(as) fariam suas 
considerações sobre a prática;
c. Referente à conscientização tático-
-estratégica, os(as) alunos(as) seriam 
estimulados(as) a refletir, identificar e 
propor soluções práticas para os pro-
blemas de ataque e defesa do jogo;
d. Compreenderá a contextualização 
da tomada de decisão, por exemplo, 
definições sobre o que se fazer com ou 
sem a posse da bola; onde se colocar 
em determinada situação; como fazer 
determinados movimentos etc.; 
e. Indicará o desenvolvimento das técni-
cas de jogo necessárias para um bom 
desempenho a partir dos problemas 
encontrados em etapas anteriores;
f. Será realizada a avaliação da perfor-
mance dos(as) alunos(as) e a prepara-
ção de um jogo, com maior complexi-
dade, para o início de um novo ciclo.
3.3.5. Modelo Ativo e Reflexivo de 
Ensino (Mare)
Desenvolvido com base em teorias di-
versas da educação e pelo ensino aberto, 
problematizado e híbrido das metodolo-
gias ativas com a intenção de aplicação 
em todos os conteúdos da educação fí-
sica, em particular no ensino do esporte 
(CATUNDA, 2019). Apresenta como obje-
tivo criar um ambiente educativo adequa-
do e desafiador, que permita desenvolver 
a literacia física para o pleno uso das ca-
pacidades e competências necessárias, 
para que alunos(as) e atletas tenham mo-
tivação, compreensão e confiança para 
aprender e praticar e treinar o esporte 
que desejar. Suas principais característi-
cas são:
a. Traduzido em um modo de ensinar por 
trilhas flexíveis e criativas;
b. Apresenta alta interação para motiva-
ção e engajamento constante dos(as) 
alunos(as);
c. Centrado na realização e cocriação de 
tarefas mediadas pelo(a) professor(a);
d. Valoriza desafios constantes a profes-
sores(as) e alunos(as);
e. Inclusão de todos(as), o tempo todo 
e de todas as formas no processo de 
aprendizagem; 
f. Organização das atividades prioritaria-
mente em grupos, com variações nas 
quantidades de participantes e condi-
ções de desenvolvimento;
g. Aprendizagem por times, incluindo a 
escolha de lideranças pelos(as) alu-
nos(as);
h. Oportunidade permanente para a 
tomada de decisão e resolução de 
problemas;
i. Controle do tempo e manutenção do 
foco para realização das tarefas;
j. Possibilidade aberta e híbrida de es-
tratégias, métodos, técnicas e estilos 
de ensino, mantendo os objetivos a se-
rem alcançados na aula ou no treino;
k. Atenção aos níveis de atividade física e 
engajamento dos alunos.
PARA REFLETIR
Como professor(a) ou técnico(a) 
desportivo(a) é preciso levar em 
consideração o que é imprevisível 
no esporte. Compreender para to-
mar decisões sobre a complexida-
de existente nos jogos, não sendo o 
centro do processo, mas um(a) fa-
cilitador(a) ativo(a), capaz de mo-
bilizar os(as) alunos(as) para o foco 
e resolução coletiva dos desafios 
da prática esportiva.
FU
N
D
A
Ç
Ã
O
 D
E
M
Ó
C
R
IT
O
 R
O
C
H
A
 | 
U
N
IV
E
R
S
ID
A
D
E
 A
B
E
R
TA
 D
O
 N
O
R
D
ES
TE
30 
AÇÃO POSITIVA +
Durante a prática, proporcione oportu-
nidades para que os(as) alunos(as) e 
atletas pensem e organizem as ações 
para além da execução de movimen-
tos desconectada da realidade e em 
sintonia com a utilização exitosa em 
favor do jogo, do coletivo, do êxito de 
seu grupo e do jogar bem por saber 
fazer a transposição entre o aprendi-
do e o aplicado. 
É preciso fazê-los(as) pensar nas si-
tuações táticas dos jogos e tomar 
decisões positivas e autorais. Não se 
concebe mais, nos dias de hoje, um(a) 
professor(a) direcionando a atividade 
e os(as) alunos(as) somente executan-
do sem a capacidade de interpretação 
dos problemas e as suas formas de 
resolução, criando suas próprias es-
tratégias, que já deveriam ter sido ob-
jeto de experimentação nas aulas ou 
treinos. 
O ensino de forma transmissiva, 
em caso de opção dos(as) professo-
res(as), deverá ser misturado com 
estratégias mais ativas, que possibi-
litem a eles(as) o desenvolvimento 
de autonomia e a capacidade de de-
cisão durante a prática dos esportes.
SAIBA MAIS
Metodologia do Ensino/treinamen-
to dos Esportes Coletivos
https://www.youtube.com/watch?-
v=N5dNtwEPbrc
PARA REFLETIR
É fundamental controlar as ambi-
ções e as ansiedades dos adultos 
pais, técnicos, dirigentes esporti-
vos e todos os demais envolvidos 
com a prática das modalidades 
esportivas, no sentido de impedir 
a criação de um conjunto de unida-
des e forças que venham interferir 
no desenvolvimento da criaça no 
esporte (NISTA-PICCOLO, 1999).
FIQUE ATENTO(A)!
Respeitar as dimensões sensíveis 
dos atletas, presentes nos momen-
tos de treino e de competição, é um 
princípio pedagógico importante 
para o crescimento e continuidade 
da carreira esportiva.
https://www.youtube.com/watch?v=N5dNtwEPbrc
https://www.youtube.com/watch?v=N5dNtwEPbrc
31 
P
E
D
A
G
O
G
IA
 D
O
 E
S
P
O
R
TE
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
CATUNDA, R. Relatório de Estágio Pós-Dou-
toral. Universidade de Lisboa, Pt. 2019.
CATUNDA, R., LAURINDO, E. SARTORI, S. Reco-
mendações para a Educação Física 
Escolar. CONFEF, Rio de Janeiro, 2014.
CATUNDA, R., MARQUES, A. Educação Física 
Escolar: referenciais para o ensino de qua-
lidade. Belo Horizonte, Casa da Educação Fí-
sica, 2017.
FREIRE, J. B., SCAGLIA, A. J. Educação como 
Prática Corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C; GOODWAY, J. D. 
Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7 
ed. Porto Aalegre-RS: Artmed, 2013.
MOREIRA, W.W., BENTO, J.O. (Orgs.) Citius, Al-
tius, Fortius: Brasil, esportes e jogos olímpi-
cos. Belo Horizonte: Casa da Educação Física, 
2014. In. Os Jogos Olímpicos na Perspectiva 
da Pedagogia do Esporte no Brasil. NISTSA-
-PICOLO, V.L., NUNOMURA, M.
Neste módulo, você recebeu conhe-cimentos sobre os valores educa-tivos do esporte quando trabalha-
do com a intencionalidade de formação 
integral. O esporte, compreendido como 
fenômeno social e cultural, pode ser uti-
lizado com importante ferramenta para 
o desenvolvimento humano. Identifica-
mos que a Educação, o(a) Professor(a) 
e a Educação Física são reconhecidos 
como os três pilares intervenientes no 
processo de ensino dos esportes. Vimos 
também os principais conceitos, tendên-
cias e definições sobre o que é a Pedago-
gia do Esporte. Tivemos a oportunidade 
de comparar as diversas metodologias, 
modelos e estratégias, comparando o 
ensino centrado no tecnicismo e tam-
bém conhecer as novas tendências pe-
dagógicas para o esporte.
E o melhor ainda está porvir. 
Acompanhe!
REFERÊNCIAS
REVERDITO, R. S., SCAGLIA, A. J. Pedagogia do 
Esporte. São Paulo: Phorte, 2009.
SCAGLIA, A. J. O Futebol e as Brincadeiras de 
Bola. São Paulo: Phorte, 2011. 
_____________ . A Pedagogia do Esporte 
e as Novas Tendências Metodológicas. Pu-
blicado em NOVA ESCOLA Edição 273, 01 de 
junho | 2014. https://novaescola.org.br/con-
teudo/246/a-pedagogiado-esporte-e-as-no-
vas-tendencias-metodologicas
TANI, G., BENTO, J. O., PETERSEN, R. D. S. Pe-
dagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2006.
UNESCO. Carta Internacional da Educação Fí-
sica, da Atividade Física e do Esporte, 2015. 
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/
pf0000235409_por
UNESCO. Valores do Esporte. Brasília: Funda-
ção Vale, Unesco, 2013. 
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogiado-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogiado-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://novaescola.org.br/conteudo/246/a-pedagogiado-esporte-e-as-novas-tendencias-metodologicas
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000235409_por
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000235409_por
AUTORES
Antônio Ricardo Catunda de Oliveira
Possui graduação em Educação Física e 
mestrado em Educação em Saúde, am-
bos pela Universidade de Fortaleza (Uni-
for). Doutor em

Continue navegando