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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA FAZENDA PÚBLICA DA ___ VARA DO ESTADO DE SÃO PAULO ZETA Ltda, sociedade empresária, cnpj nº _________, localizada à (endereço)________, nº, bairro, cidade de ___ , SP, CEP _______, vem por meio de seu advogado ao final assinado, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor, com fundamento no artigo 1º da Lei 12.016/09 o presente: MANDADO DE SEGURANÇA Em face do Superintendente de Fiscalização do Estado de São Paulo, pelos atos praticados pelo Auditor Fiscal da Receita Estadual, que pertence ao quadro de servidores do Estado de São Paulo, pessoa jurídica de direito público, com sede à _____ (endereço), nº ___, Bairro _____, cidade de ___ - SÃO PAULO, CEP _______, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 1. DOS FATOS A impetrante é uma sociedade empresária e possui o objeto social de compra, venda e montagem de peças metálicas utilizadas em estruturas de shows e demais eventos. Ocorre que para o regular exercício de sua atividade, usualmente necessita transferir tais bens entre seus estabelecimentos, localizados entre diferentes municípios do Estado de São Paulo. Nessas operações não há transferência da propriedade dos bens, mas apenas seu deslocamento físico entre diferentes filiais de Zeta, todavia, o fisco do Estado de São Paulo entende que há incidência de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS nesse remanejamento. Diante da falta de recolhimento do imposto, o fisco já reteve por mais de uma vez, por meio de seus Auditores Fiscais, algumas mercadorias que estavam sendo deslocadas entre as filiais, buscando, assim, forçar o pagamento do imposto pela sociedade empresária. Com receio de sofrer novas cobranças de ICMS e novas retenções, e pretendendo a rápida liberação das mercadorias já apreendidas, uma vez que elas são essenciais para a continuidade de suas atividades, a sociedade empresária Zeta, tendo em vista que com um período de inferior ao de dois meses, ainda que, todas as provas necessárias já se encontram acostadas aos autos e que, o efetivo pagamento do tributo ou o depósito integral deste, obstaria a continuidade das operações da empresa que, ademais, não quer se expor ao risco de eventual condenação em honorários, no caso de insucesso na medida judicial a ser proposta, impetra este mandado de segurança. Vale ressaltar que entre a retenção e a constituição do advogado, há período inferior a 120 (cento e vinte) dias, e que, para a demonstração dos fatos, há a necessidade, apenas, de prova documental que está anexa aos autos. 2. DOS DIREITOS 2.1 - Da Incidência de ICMS Frente aos acontecimentos relatados, é crucial observar que não há margem para discussão quanto ao fato gerador do ICMS nas transferências de mercadorias entre estabelecimentos pertencentes ao mesmo titular. É importante ressaltar que, de acordo com a Súmula nº 166 do STJ, a mera movimentação das mercadorias de um estabelecimento para outro, ambos pertencentes ao mesmo contribuinte, sem configurar uma transação comercial, não justifica a incidência do imposto de ICMS. Portanto, o Estado em questão não teria embasamento legal para exigir o pagamento dos impostos, uma vez que as mercadorias pertencem à empresa Zeta. As mercadorias estavam sendo deslocadas de um local para outro, sem que houvesse qualquer transação envolvendo as mesmas. Assim, ao exigir a cobrança desse imposto, o Estado em questão estaria diretamente violando a Lei estabelecida na mencionada Súmula. 2.2 Da apreensão das Mercadorias Sobre a apreensão das mercadorias, importante analisar a Súmula nº 323 do STF, a qual versa: “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos” Isto posto, conclui-se que apreender a mercadoria para forçar o pagamento do imposto é caracterizado como confisco. Portanto, o ato de apreensão das mercadorias como método de obrigatoriedade do recolhimento de imposto ICMS traz à tona, de forma incisiva, o descumprimento da Lei perante as realizações do Estado. 2.3 Dos Requisitos da Liminar Diante do caso exposto, é necessário destacar, com urgência e necessidade, a presença do princípio de fumus boni iuris como fundamento para uma medida liminar solicitada, considerando a plausibilidade do direito alegado pela empresa Zeta. Além disso, é imprescindível enfatizar, também em caráter de urgência, a existência do princípio de periculum in mora, devido ao significativo risco enfrentado pela empresa em virtude de possíveis atrasos na concessão da providência jurisdicional solicitada. Sem o acesso às suas mercadorias, será impossível para a empresa manter-se em atividade. Por fim, mediante de todos os princípios e legislações aqui expostos, deve ser requerida a concessão do mandado de segurança, com a confirmação da liminar de liberação da mercadoria em definitivo, declaração de que não há incidência imposto de ICMS no caso concreto e a determinação de abstenção de novas retenções e cobranças futuras. 3. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a) Deferimento do Pedido Liminar b) Restitua as mercadorias já apreendidas; c) Abstenção da exigência do ICMS no caso, nos termos do disposto no artigo 151, inciso IV do CTN; d) Abstenção de nova retenção das mercadorias para forçar o pagamento do imposto; e) Procedência do pedido para a concessão do mandado de segurança; f) Confirmação da liminar, com a consequente liberação definitiva das mercadorias; g) Declaração de que não há incidência de ICMS no caso; h) Ordem de abstenção de novas retenções e cobranças futuras. i) Notificação da Autoridade Coatora para prestar informações; j) Cientificação do Estado de São Paulo; k) Intimação do Ministério Público; l) - Condenação do Estado de São Paulo nas custas processuais. Dá-se à causa o valor de R$ ________. Termos em que, Pede e espera deferimento. Local e Data Advogada OAB
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