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Direito Processual Civil Teoria Geral das Provas

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Teoria Geral das Provas 
Fase instrutória ou probatória -> terceira fase do procedimento comum; audiência de 
instrução e julgamento. 
Segundo o CPC, prova pode ser o meio, atividade ou resultado de provar determinadas 
alegações, com o objetivo de influir no convencimento do juiz. 
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda 
que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e 
influir eficazmente na convicção do juiz. 
Art. 5º, LVI (CRFB/88) - inadmissibilidade das provas ilícitas. 
O principal momento de produção de prova oral é na audiência de instrução. 
Quanto a provas documentais, já devem ser apresentadas na inicial e na contestação. 
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e 
a vigência, se assim o juiz determinar. 
Em regra, somente os fatos devem ser provados -> excepcionalmente prova-se o direito, 
como em caso de “direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário”. 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
I - notórios; 
II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
III – admitidos no processo como incontroversos; 
IV – em cujo favor militar presunção legal de existência ou de veracidade. 
1. Fatos notórios: são de conhecimento comum dos litigantes. 
2. Fatos incontroversos: que não foram impugnados pela parte contrária. 
3. Fatos confessados pela parte contrária. 
4. Fatos presumidos: máximas de experiência; em cujo favor milita a presunção legal 
de existência ou de veracidade; baseia-se no que ordinariamente ocorre. 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessários ao julgamento 
do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente 
protelatórias. 
Deve-se requerer as provas na inicial e na contestação -> o juiz decidirá a respeito de quais 
serão produzidas no saneamento, e deferirá as provas de ofício. 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e 
indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. 
Princípio do convencimento motivado: o juiz formula a sua decisão com base e motivado 
pelas provas e fatos apresentados. 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que 
considerar adequado, observado o contraditório. 
Prova emprestada: o juiz poderá admitir o uso de prova produzida em outro processo. 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor; 
Compete ao autor provar o fato constitutivo do seu direito, e ao réu provar o fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
§1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à 
excessiva dificuldade de cumprir […] ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o 
juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, […] por decisão fundamentada […] deverá dar à parte a 
oportunidade de se desincubir do ônus que lhe foi atribuído. 
Distribuição dinâmica do ônus da prova: o juiz poderá distribuir o ônus da prova de modo 
diverso por meio de decisão fundamentada, dando à parte a opção de se desincumbir 
dessa obrigação, nas hipóteses: 
a. Previstas em lei; 
b. De peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou dificuldade de obter 
certa prova, ou à facilidade maior de um lado para provar o fato alegado. 
De acordo com cada caso, o juiz poderá dizer de quem é o ônus da prova -> porém, isso 
deverá ser informado à parte, antes da fase instrutória. 
§3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer pode convenção das partes, salvo quando: 
I – recair sobre direito indisponível da parte; 
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
A distribuição alternativa do ônus da prova pode ser convencionada entre as partes, sendo 
celebrada antes ou durante o processo. 
Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade. 
Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra se própria, incumbe à parte: 
I – comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado; 
II – colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada desnecessária; 
III – praticar o ato que lhe for determinado. 
A parte deve colaborar de forma a não produzir provas contra se mesma, como colocar-
se na posição em que o juiz possa admitir os fatos contra ela como confessos ou verídicos. 
Por isso mesmo, não se admite depoimento pessoal da própria parte -> solicita-se o 
depoimento pessoal da parte contrário. 
Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa: 
I – informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento; 
II – exibir coisa ou documento que esteja em seu poder. 
Assim como as partes devem colaborar, terceiros alheios ao processo ou intervenientes 
também devem fazê-lo, sob pena de multa ou outras medidas indutivas, coercitivas, 
mandamentais ou sub-rogatórias (parágrafo único). 
Produção antecipada da prova 
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: 
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na 
pendência da ação; 
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução 
de conflito; 
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação 
Cabível nas hipóteses de: 
1) Receio que se torna impossível ou excessivamente difícil a verificação de certos fatos 
ao longo do tempo da ação; 
2) A prova a ser produzida possa viabilizar a autocomposição ou outro meio alternativo 
de resolução de conflitos; 
3) O prévio conhecimento das provas justifique ou evite o ajuizamento da ação. 
Esse procedimento deve ser observado quando for almejado o arrolamento de bens, desde 
que destinado apenas à documentação (§1º). 
Também será observado quando o pretendido for a justificação de algum fato ou relação 
jurídica para simples documento, sem caráter contencioso: 
§ 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum fato ou relação 
jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua 
intenção. 
Aspectos procedimentais: 
1) Competência 
Deve ser proposta no foro da realização da ação ou no de domicílio do réu (§2º) 
Se na localidade não existir vara federal, a justiça estadual também terá competência para 
a produção antecipada da prova requerida em face da União, de autarquia ou de 
empresa pública federal (§3º) 
 Não previne a competência do juízo para a que a ação, eventualmente, seja proposta 
(§4º) 
2) Requisitos da petição em que é requerida a produção antecipada da prova 
Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova 
e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair. 
É indispensável apresentar as razões que fundamentem essa necessidade -> fatos a serem 
provados devem ser indicados com precisão. 
3) Citação 
§ 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova 
ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso. 
O juiz determinará ex officio ou a requerimento da parte a citação dos interessados na 
produção da prova ou no fato. 
A citação só é necessária se a ação tiver caráter contencioso. 
4) Aproveitamento da produção antecipada da prova por outros interessados 
§ 3º Os interessadospoderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que 
relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora. 
Interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no procedimento, desde 
que esteja relacionada ao fato e não cause excessiva demora. 
5) Defesa e recurso 
§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a 
produção da prova pleiteada pelo requerente originário. 
Em regra geral, não é admitida defesa ou recurso, exceto contra decisão que indeferir 
totalmente a produção da prova. 
6) Pronunciamento sobre o objeto da prova 
§ 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas 
consequências jurídicas. 
O juiz não poderá se pronunciar sobre a ocorrência ou não do fato, nem sobre as suas 
consequências jurídicas. 
7) Expedientes finais 
Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos 
interessados. 
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida. 
Os autos permanecerão durante um mês no cartório, para que os interessados, se 
desejarem, possam extrair cópias ou certidões. 
Ao fim desse prazo, os autos vão ser entregues àquele que requeriu a produção 
antecipada.

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