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APS PROCESSO DE CONHECIMENTO CIVIL

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Bianca Pires D’Occhio 
RA: 1757607 
 
 
 Atividade 1 - A vedação da assim denominada ‘decisão-surpresa’ encontra lastro no art. 
10, do CPC/15, reforçando não apenas o direito ao contraditório, mas o dever de diálogo (ou 
consulta) do julgador para com as partes, o que também é uma decorrência do direito à 
colaboração processual. À luz dessas considerações, o aluno deverá examinar criticamente o 
seguinte julgado, proferido no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, identificando se ele está 
adequado ao dispositivo legal mencionado (art. 10, CPC/15) e aos conceitos de causa de pedir, 
pedido e fundamentação da decisão: 
“O "fundamento" ao qual se refere o art. 10 do CPC/2015 é o fundamento jurídico - circunstância 
de fato qualificada pelo direito, em que se baseia a pretensão ou a defesa, ou que possa ter 
influência no julgamento, mesmo que superveniente ao ajuizamento da ação - não se confundindo 
com o fundamento legal (dispositivo de lei regente da matéria). A aplicação do princípio da não 
surpresa não impõe, portanto, ao julgador que informe previamente às partes quais os 
dispositivos legais passíveis de aplicação para o exame da causa. O conhecimento geral da lei é 
presunção jure et de jure” (STJ – Quarta Turma, EDcl nos EREsp 1280825, rel. Min. MARIA ISABEL 
GALLOTTI, j. 27.6.2017). 
 O EDL citado acima não esta adequado ao dispositivo legal mencionado 
no art. 10 do CPC/2015. A referida sustenta que a decisão consta que o art. 
933 do CPC/2015, veda a decisão surpresa assinalando que qualquer fato 
novo ainda não examinado, deverá o magistrado abrir vista, antes de julgar o 
recurso, para que as partes possam se manifestar. 
 “Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com 
base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade 
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.” 
 O artigo impõe ao juiz que, ao vislumbrar a possibilidade de aplicação, 
na sentença, de fundamento jurídico não alvitrado por qualquer das partes no 
processo, conceda, antes da prolação da sentença, prazo para que os 
litigantes se manifestem sobre a matéria inovadora, não sendo possível, do 
contrário, empregar tal fundamento na motivação do decisium, sob pena de 
invalidade do ato. 
 Na decisão desse EDL os ministros da quarta turma alegaram na 
hipótese do Tribunal de Origem, valendo-se de fundamento jurídico novo – 
prova documental acabou ocorrendo por conta do vício da decisão surpresa, 
justamente por adotar a tese, de situação do fato, sobre o qual a parte não 
teve oportunidade de se manifestar, no entanto mesmo se tratando de 
processo cooperativo não se fazia necessária a manifestação das partes 
quando a oitiva não puder influenciar na solução da causa ou quando o 
provimento não lhe for favorável em razão dos princípios da duração razoável 
do processo e da economia processual. 
 Logo após expor os seus argumentos no acórdão do Embargo de 
Declaração os ministros não estavam adequados ao dispositivo legal 
mencionado. 
 
 Atividade 2 - Afrânio está movendo ação indenizatória por danos materiais e morais em 
face de Roberto, por conta de acidente automobilístico provocado por este e que teria levado ao 
óbito da esposa de Afrânio. A inicial e a contestação foram instruídas com documentação 
relacionada à propriedade dos veículos e comprovando a ocorrência do acidente, bem como os 
danos materiais causados. Mediante requerimento de autor e réu, foi admitida e produzida prova 
pericial, analisando diversos aspectos sobre a dinâmica do acidente, tais como a velocidade 
desenvolvida pelo veículo conduzido pelo réu e a utilização do cinto de segurança pela falecida 
esposa do autor. Também foi produzida a prova testemunhal. Segundo as testemunhas arroladas 
pelo autor, o veículo conduzido pelo réu trafegava em alta velocidade e tentou ultrapassar o 
veículo conduzido pelo autor sem realizar a sinalização devida. Por sua vez, segundo as 
testemunhas arroladas pelo réu, o veículo por ele conduzido obedecia aos limites legais de 
velocidade, enquanto o veículo conduzido pelo autor mudou abruptamente de mão, sem a devida 
sinalização, provocando o acidente. Se você, como juiz, julgar procedente a demanda, quais 
provas terá de analisar? Responda o problema, analisando-o a partir dos dispositivos legais 
aplicáveis do Código de Processo Civil de 2015. 
 
 Julgaria a presente demanda de Afrânio por danos morais e danos 
materiais contra o réu Roberto por conta do acidente automobilístico, levando 
em conta a análise da prova pericial e oitiva de testemunhas que foram 
produzidas e apresentadas aos autos de forma lícita. 
 Para a tomada desta decisão pode se levar em conta os artigos 369 à 
374, do NCPC de 2015. 
 Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os 
moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos 
fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. 
 O art. 369 do Novo CPC trata, então, da prova judicial. E dispõe, desse 
modo, que as partes podem empregar todos os meios legais e moralmente 
legítimos para provar a verdade dos fatos. E assim fundamentar pedido ou 
defesa para a convicção do juízo. É preciso, contudo, discutir o que seriam os 
meios legais e moralmente legítimos. Os meios legais, na verdade, seriam os 
meios lícitos. Ou seja, provas produzidas dentro da conformidade da lei. 
 Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas 
necessárias ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis 
ou meramente protelatórias. 
Conforme o art. 370, Novo CPC, as provas podem ser produzidas de 
ofício ou a requerimento das partes. Portanto, o juiz poderá requerer a 
produção de prova judicial, caso entenda necessário ao julgamento, 
independentemente de pedido das partes. 
 Assim como pode requerer a produção de prova judicial, o juiz também 
poderá indeferir as diligência requeridas pelas partes quando considerá-las 
inúteis ao prosseguimento do processo ou quando forem manifestamente 
protelatórias. 
 Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito 
que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. 
 Apreciada a prova, então, o juiz deverá indicar na decisão as razões que 
o convencerão a considerar ou não a prova e a formar o seu juízo. 
 Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, 
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. 
 Ainda, segundo o art. 372 do Novo CPC, a prova não precisa ser 
obrigatoriamente produzida no processo em julgamento. O juiz pode admitir 
prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar 
adequado. 
 Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I. ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II. ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
§1oNos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à 
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à 
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da 
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar 
à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§2oA decisão prevista no § 1odeste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência 
do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 
§3oA distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, 
salvo quando: 
I. recair sobre direito indisponível da parte; 
II. tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.§4oA convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. 
 O art. 373, Novo CPC, rata do ônus da prova. Ou seja, do encargo de 
apresentar elementos que fundamentem as alegações, sejam elas dou autor ou 
do réu. 
 O ônus da prova costumas ser, então, classificado pela doutrina em: 
1. ônus perfeito: cuja inobservância gera consequência negativa ao 
onerado, 
2. ônus imperfeito: cuja inobservância pode gerar resultados negativos, 
mas a consequência não é certa. 
Assim, o ônus da prova incumbirá: 
1. ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
2. ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo 
do direito do autor. 
O parágrafo 1º do art. 373 do CPC/2015 traz, enfim,a hipótese de inversão 
ou redistribuição do ônus da prova conforme as particularidades do caso 
concreto, como a excessiva dificuldade em conseguir a prova ou a 
facilidade de conseguir a prova do fato contrário. 
 Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
I. notórios; 
II. afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
III. admitidos no processo como incontroversos; 
IV. em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 
O art. 374, Novo CPC, elenca, então, um rol de hipóteses em que os fatos 
dispensam prova judicial para sua confirmação. São eles, desse modo: 
1. fatos notórios, ou seja, de conhecimento geral; 
2. fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária, 
inclusive nos casos em que a revelia implica em confissão; 
3. fatos admitidos no processo como incontroversos; 
4. fatos em cujo favor milita presunção legal de existência ou de 
veracidade.

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