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22 Dispneia • É um sintoma, mas na clínica, é tratada como uma síndrome • O paciente relata um cansaço que pode ser uma síndrome dispneica ou astenia • É uma queixa subjetiva – falta de ar • Exames físicos e clínica do paciente • DPOC – o paciente relata como uma queixa inconsciente, haja vista que já se acostumou com esse processo Etiologia • Aquilo que diminui a troca de oxigênio do paciente Ar atmosférico – 21% de oxigênio • É o caso dos jogadores que apresentam uma variação de altitude, necessitando se acostumar com o local • Dispneia por descondicionamento - queixa frequente em pessoas que estão descondicionadas e iniciam um programa de exercícios Respiratória – doenças obstrutivas que impedem as trocas gasosas • Crise alérgica - sinais de edema facial bilateral, rubor e calor local • Obstrução da via aérea superior - aspiração de corpos estranhos, presença de sibilos • Fibrose do parênquima pulmonar • Trauma na caixa torácica • Pneumonia, tuberculose, neoplasia • O paciente apresenta aumento da frequência respiratória, utilização da musculatura acessória respiratória, tiragem supraclavicular e intercostal, cianótico, com sudorese intensa, estridor laríngeo e roncos Cardiológica – é causada pela elevação da pressão capilar pulmonar • Insuficiência cardíaca direita – dispneia associada a falta de sangue no pulmão, ou o sangue fica retido no pulmão, causando edema pulmonar • Insuficiência cardíaca esquerda Sistêmica • Obesidade – a pouca quantidade de músculo faz com que o paciente apresente dispneia ao esforço • Causa restrição pulmonar – excesso de carga do tórax dificulta a expansão da caixa torácica • Anemia – redução de hemoglobina, causando redução de oxigênio • Doenças tireoidianas – hipotireoidismo (edema) e hipertireoidismo (alteração direta do coração – arritmia) Psicogênica – pacientes com ansiedade, histórico de tratamento psiquiátrico, síndrome do pânico • Se queixam com frequência de dispneia, na maioria da vezes acompanhada de hiperventilação • Apresentam sintomas semelhantes aos de pacientes com obstrução de vias aéreas • A dispneia não parece apresentar correlação com o grau de atividade física • Fator precipitante - estresse emocional Neurológica – SNC ou SNP • A esclerose lateral miotrófica – dificuldade de expansão da caixa torácica • AVC Características semiológicas • Queixa principal - “Estou cansado”, falta de ar • Início • Súbito (causas vasculares – pulmão ou coração; infarto; TEP associado ao infarto pulmonar) ou incidioso (COVID) • Duração – aguda (menos de 1 mês - infecciosa, insuficiência cardíaca congestiva, asma e DPOC) ou crônica (mais de 1 mês – asma, DPOC, doenças intersticiais, disfunção miocárdica e obesidade ou descondicionamento) Yarlla Cruz 23 • Intensidade – mais intensa (emergência) • Leve • Moderada • Grave • Escala de Borg modificada – usada para avaliar o esforço e a partir desse padrão, é avaliado o grau do paciente • Fatores agravantes – ao sentar, ao deitar, crise alérgica • Fatores atenuantes • Evolução Tipos de dispneia Ortopneia - é a dispneia que piora com a posição deitada • Na insuficiência cardíaca congestiva (ICC), por redistribuição de fluxo sanguíneo na posição deitada, aumenta a pressão capilar pulmonar, gerando dispneia • O paciente dorme sentado e de rede - o padrão de distribuição melhora ao sentar • ICC, pericardite, DPOC, disfunção de musculatura respiratória, obesidade, gestantes, ascite, tumores de mediastino anterior e traqueomalácia Trepopneia - ao decúbito lateral o paciente tem incômodo na região contralateral em que está acometido • Doença parenquimatosa pulmonar unilateral, no derrame pleural unilateral, na obstrução brônquica intrínseca ou extrínseca unilateral, na DPOC e no pneumotórax Platipneia - dispneia ao assumir a posicão sentada e que melhora ao deitar-se • Quando o paciente assume a posição sentada, o desvio de fluxo sanguíneo para as bases contribui para o aumento no distúrbio ventilação-perfusão e consequente hipóxia Dispnéia paroxística noturna - é um padrão de ortopneia noturno ao decorrer do sono • Está relacionado a problemas cardíacos, edema pulmonar • Fazem o paciente se levantar para obter melhora do quadro • Dispneia ao esforço – pequeno esforço (insuficiência cardíaca ou respiratória), médio esforço, grande esforço • Dispneia ao repouso Sintomas associados • Tosse, expectoração • Sintomas cardíacos – síncope e lipotimia (sensação pré-desmaio, sintomas antes da síncope, sudorese, escurecimento da visão) • Sibilância • Dor torácica/precordialgia • Dor nos ápices pulmonares - pneumotórax espontâneo • Dor ao inspirar/ventilatório-dependente – doenças na pleura, pneumonias, TEP, trauma • Edema – inchaço de membros inferiores ou no corpo inteiro (anasarca) • Períodos longos de imobilização, hospitalização ou viagens longas podem predispor a estase em membros inferiores e consequente tromboembolismo pulmonar • Pode ser a causa da falta de ar • Excesso de líquido que dificulta a troca gasosa Exame físico geral • Paciente hipocorado, cianose central (cardiopatias congênitas, doenças pulmonares crônicas), rosto edemaciado • Fácie renal – dificuldade ao urinar; edema palpebral • Edemas assimétricos – problemas vasculares, como a trombose venosa profunda Yarlla Cruz 24 Exame físico respiratório 1 - Inspeção do tórax do paciente • Presença de tiragens Taquipneia - respiração rápida e superficial • Intoxicação por salicilato, doença pulmonar restritiva, dor torácica pleurítica e diafragma elevado Bradipneia (respiração lenta) – menor que 12 respirações por minuto Apneia – falta de respiração; sem incursões Hiperpneia - respiração rápida e profunda ocorre em resposta à demanda metabólica causada por condições como exercício, grande altitude, sepse e anemia Ritmo de Biot/atáxica - o paciente não possui um padrão de respiração, haja vista que há alternância de períodos de apneia e respirações profundas regulares, que param subitamente por breves intervalos • Meningite, depressão respiratória e lesões encefálicas (bulbo) Ritmo de Cantani - é comum em alterações neurológicas Ritmo de Kussmaul - é causado por acidose ou alcalose metabólica, na qual o padrão respiratório atinge o platô e decai • Padrão respiratório caracterizado por inspirações profundas seguidas por um período de apneia e uma expiração rápida e breve, acompanhado por outro período de apneia • Resulta da estimulação do centro respiratório cerebral e ocorre na acidose diabética Ritmo de Cheyne-Stokes - há alternância de períodos de respiração profunda e períodos de apneia (ausência de respiracão) é comum no paciente pós AVC • É normal em crianças e adultos mais velhos durante o sono • Insuficiência cardíaca, uremia, depressão respiratória induzida por medicamentos ou substâncias psicoativas e lesão encefálica (tipicamente nos dois hemisférios) 2- Palpação • Tórax escavado (pectus excavatum) - a compressão do coração e dos grandes vasos pode causar sopros • Tórax em tonel (em barril) - o diâmetro AP está aumentado • É normal nos primeiros anos de vida e acompanha o envelhecimento e a doença pulmonar obstrutiva crônica • Tórax carinado (pectus carinatum) - o esterno apresenta deslocamento anterior, aumentando o diâmetro AP Yarlla Cruz 25 • Expansibilidade – na região do trapézio e na base do pulmão, observar a simetria do tórax na inspiração • Frêmito toraco-vocal - colocar a ponta do dedo sobre o tórax e pedir para o paciente falar 33 (deve ser simétrico) 3 - Percussão • Claro pulmonar na extensão pulmonar – é o normal, som timpânico • Som maciço – éassociado a redução da passagem de ar, no hipocôndrio direito e esquerdo é normal ser mais maciço • No dorso é patológico a presença de macicez (algo obstruindo a passagem do ar) 4 - Ausculta • Murmúrio vesicular – pode estar diminuído ou ausente • Ruído adventícios • Estertores (crepitações) - são ruídos não musicais descontínuos que podem ocorrer no início da inspiração (como na DPOC), no fim da inspiração (como na fibrose pulmonar) ou podem ser bifásicos (como na pneumonia) • Sibilos - são típicos da asma, entretanto podem ocorrer em inúmeras doenças pulmonares e podem ser localizados em decorrência de um corpo estranho • Conforme as vias respiratórias ficam mais estreitas, os sibilos se tornam menos audíveis, culminando por fim no “tórax silencioso” da asma grave • Roncos - são variantes dos sibilos com um tom mais grave e desaparecem com a tosse • Estridor - é produzido quando o fluxo do ar passa por um estreitamento nas vias respiratórias superiores (estenose da traqueia decorrente de intubação, edema das vias respiratórias após a remoção de dispositivos, epiglotite, corpo estranho e anafilaxia) Exame físico cardiovascular • Inspeção – visualização da propulsão do ictus cordis no quinto espaço intercostal • A ausência não é patológico • Asculta – bulhas, sopros • Turgência de jugular – aumento do volume da jugular, aumento do retorno venoso • Em decúbito dorsal com angulação de 45 graus Exames complementares • Laboratoriais – ecocardiograma, teste ergométrico • Imagem • ECG; Ecocardiograma; Teste ergométrico • Rx tórax; TC tórax • Espirometria - função pulmonar • US doppler venoso MMII - trombose venosa profunda • Tromboembolismo pulmonar – arteriografia Yarlla Cruz