Buscar

ANÁLISE DE CUSTOS 5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TÉCNICAS AVANÇADAS DE 
ANÁLISE DE CUSTOS 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Neide Borscheid Mayer 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, você será apresentado a um método de simplificação do 
processo de apuração de volumes de produção em um cenário que contém um 
mix de vários produtos no processo fabril, e que também pode ser utilizado para 
fins de controle e gestão dos custos unitários de transformação a partir de bases 
comparativas em uma única unidade de medida. O método que abordaremos 
chama-se de Unidade de Esforço de Produção (UEP). 
 Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Como já vimos nas demais aulas desta disciplina, a adequada gestão e 
controle dos custos de produção é fundamental para as organizações, no sentido 
de contribuir com o alcance de seus objetivos estratégicos. Porém, quando 
consideramos um cenário produtivo que envolve vários produtos com 
características individuais diferentes entre si, a apuração dos volumes totais de 
produção e a própria apuração do custo unitário pode ser de difícil mensuração 
e controle. 
Nesse sentido, foi criado o método UEP, que tem como propósito principal 
a unificação da unidade de medida de todos os produtos do mix com base nos 
seus consumos dos esforços de produção, viabilizando a simplificação da 
apuração do volume total de produção. Outra funcionalidade desse método é a 
apuração dos custos unitários de transformação e a medição facilitada de 
indicadores de performance relacionados à eficiência, eficácia e produtividade 
dos postos operativos e do processo de produção como um todo, cujo conceito 
será apresentado ao longo dos temas da aula. 
 Assim como a maioria dos métodos de apuração e alocação de custos, o 
método UEP apresenta pontos positivos e negativos, os quais serão abordados 
no tema 5. 
TEMA 1 – OBJETIVOS E NOÇÕES INICIAIS DO MÉTODO DA UNIDADE DE 
ESFORÇO DE PRODUÇÃO (UEP) 
O Método da Unidade de Esforço de Produção (UEP) foi desenvolvido na 
França por Georges Perrin, na época da Segunda Guerra Mundial (Bornia, 
2009), com o propósito de unificar a medição da produção industrial, de maneira 
 
 
3 
a obter uma homogeneidade frente aos diferentes produtos e serviços 
produzidos pelas organizações (Pereira, 2015). Nesse método, são 
considerados os níveis de esforços “consumidos” em cada etapa do processo 
produtivo. 
No Brasil, o método passou a ser mais estudado e disseminado a partir 
de 1978, por uma empresa de consultoria de Blumenau – SC, e depois de 1986, 
com a intensificação de estudos e pesquisas pelos estudiosos da Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul (UFRGS) (Bornia, 2009). 
Para Martins e Rocha (2010), a UEP refere-se a uma unidade de medida 
de trabalho e recursos utilizados e alocados na produção de bens e serviços, ou 
seja, “é uma metodologia de medição dos esforços empregados na produção em 
uma mesma unidade de medida, em ambientes de produção diversificada, com 
foco no conceito de custos de transformação” (Pereira, 2015, p. 62). 
 Nesse método, são trabalhados exclusivamente os custos de 
transformação, ou seja, aqueles gerados para transformar a matéria-prima em 
produto ou serviço, sendo considerados, nesse caso, a mão de obra direta e os 
custos indiretos de fabricação. Em outras palavras, isso significa que o custo da 
matéria-prima não está incluído na análise desse método e, por isso, deve ser 
tratado separadamente (Bornia, 2009). 
 Outro destaque importante é que o objetivo principal desse método é o de 
medir o volume de produção, não sendo seu foco principal a alocação de custos 
aos produtos e serviços em si (Pereira, 2015). Ele é utilizado como “um 
instrumento gerencial que converte os esforços de uma produção diversificada 
em uma única, para mensurar e comparar a produtividade de diferentes 
períodos” (Martins; Rocha, 2010, p. 57). Isso não significa que ele não possa ser 
utilizado para alocação de custos, uma vez que ele dispõe de ferramentas que 
viabilizam a mensuração e alocação de custos por produto ou serviço (Pereira, 
2015). 
 O propósito, então, de tudo o que ponderamos até o momento, é o de 
simplificar o controle e gestão da empresa. Se a empresa apresenta somente 
um tipo de produto ou serviço, a medição do desempenho, ou seja, da eficiência, 
eficácia e produtividade, é muito fácil de ser realizada, podendo ser apurada, por 
exemplo, dividindo o custo total de produção pelo volume de produção do 
período (Bornia, 2009): 
 
 
4 
 Custo unitário = Custos totais do período / Produção no período 
 No entanto, quando se trata de uma empresa que tem um mix 
diversificado de produtos ou serviços, o processo se torna mais complexo, 
porque não podemos simplesmente somar os volumes de produção. Em função 
disso, o UEP procura simplificar o controle, gerando uma única unidade de 
medida que pode ser utilizada para todos os produtos do mix da empresa 
(Bornia, 2009). 
 Para exemplificar, vamos adaptar o exemplo de Bornia (2009). 
Imaginemos que determinada empresa produz 3 produtos semelhantes, que 
chamaremos de A, B e C, sendo a única diferença entre eles o fato de A ser 
pequeno, B, médio, e C, grande. Consideremos que os custos totais de 
transformação desse período são de R$ 100.000. 
Tabela 1 – Quantidades produzidas por produto e período 
 
Fonte: elaborado com base em Bornia, 2009. 
 Se aplicássemos o mesmo cálculo de uma empresa que produzisse 
somente um produto, o custo unitário seria: 
 Custo unitário em janeiro = R$ 100.000 / 1.800 = R$ 55.56 
 Custo unitário em fevereiro = R$ 100.000 / 1.820 = R$ 54,95 
 Custo unitário em março = R$ 100.000 / 1.830 = R$ 54,65 
 
 Dessa forma, estaríamos considerando os custos de transformação iguais 
para todos os produtos e chegaríamos a um custo unitário que estaria 
decrescendo no tempo. Essa seria uma conclusão equivocada, porque, por mais 
que os produtos possam ter a mesma matéria-prima, tecnologia e 
funcionamento, pelo fato de serem de tamanhos diferentes, exigirão um tempo 
de produção diferente, ou seja, o esforço para produzir cada um deles é 
diferente. 
 Para situações como essa, surgiu o método UEP, que transforma todos 
esses volumes de produção em uma única unidade de medida com base na 
informação “sobre os trabalhos necessários para fabricar os três artigos, ou no 
Produtos Janeiro Fevereiro Março
A 500 600 700
B 600 550 500
C 700 670 630
Total 1800 1820 1830
 
 
5 
mínimo, das relações entre tais trabalhos, o que exige conhecer as relações 
entre os trabalhos gerados pelos processos de transformação” (Bornia, 2009, p. 
139). Nos próximos temas, detalharemos como isso ocorre. 
TEMA 2 – UNIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO PELA UEP E DETERMINAÇÃO DOS 
ESFORÇOS DE PRODUÇÃO 
 Como vimos no tema 1, o método UEP parte da unificação da produção 
com base no seu esforço de produção. Mas o que é esforço de produção? 
 “Os esforços de produção representam todo o esforço despendido no 
sentido de transformar a matéria-prima nos produtos acabados da empresa”. 
(Bornia, 2009, p. 141). 
 Nesse sentido, são considerados todos os processos e trabalhos 
realizados diretamente nas atividades produtivas da empesa, ou seja, as 
atividades envolvidas na fabricação dos produtos e serviços em si. (Bornia, 
2009). Podemos usar como exemplos: a mão de obra direta e indireta, o 
consumo de energia necessário para que se consiga utilizar as máquinas e 
equipamentos e os processos de controle de qualidade. 
 Nesse método, então, a produção é dividida em Postos Operativos. Para 
Bornia (2009, p. 141), um “posto operativo é um conjunto formado por uma ou 
mais operações produtivas, as quais devem apresentar características de serem 
semelhantes para todos os produtos que passam pelo posto operativo”. De 
acordo com Wernke (2005, p. 63, citado por Pereira, 2015): 
Um posto operativo pode ser uma máquina ou um posto de trabalho. 
No caso deposto de trabalho, este pode ser apenas uma fase de 
transformação do produto que não utilize uma máquina, mas apenas 
esforços humanos. Por outro lado, uma máquina pode comportar dois 
ou mais postos operativos, desde que as operações realizadas nos 
produtos sejam suficientemente diferentes. Além disso, um posto 
operativo pode englobar duas ou mais máquinas se as operações 
executadas nos produtos forem assemelhadas. 
 Dessa forma, entendemos que as atividades desenvolvidas em cada 
posto operativo são as mesmas, mas o tempo gasto para cada produto é 
diferente. Por isso, cada posto operativo consegue gerar ou repassar uma 
quantidade diferente de esforço de produção, o que chamamos de potencial 
produtivo. Esse potencial produtivo é medido com base em uma hora de 
produção no posto operativo, ou seja, UEP/h (Bornia, 2009). 
 E como se dá o processo de determinação das relações de esforços? 
 
 
6 
 Para que possamos determinar as relações de esforços, são utilizadas as 
informações de custos por hora de cada posto operativo, considerando todos 
aqueles que forem relevantes. Esses custos são apuradores, normalmente com 
a ajuda da equipe de engenharia, considerando-se efetivamente a quantidade 
consumida no posto operativos (Bornia, 2009), lembrando que estamos nos 
referindo aos custos indiretos de fabricação e à mão de obra direta e indireta. 
 Com essa informação, apura-se um índice de custos para cada posto 
operativo. Bornia (2009, p. 143) faz a analogia desse índice como uma fotografia 
da “estrutura de custos das operações produtivas no momento da implantação 
do sistema”, considerando o funcionamento típico ou normal do processo 
produtivo. Esses índices e suas relações são considerados constantes, uma vez 
que os postos operativos não mudarão ao longo do tempo. 
 Então, ainda de acordo com esse autor, “quando um produto passa por 
um posto operativo, ele ‘absorve’ esforços de produção. Tomando os tempos de 
passagem dos produtos pelos postos operativos, os esforços de produção (UEP) 
são alocados aos produtos”. 
TEMA 3 – ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO DO MÉTODO DA UEP 
A implantação do método UEP, de acordo com Bornia (2009), deve ser 
realizado em cinco etapas: 
• Definição e divisão dos postos operativos. 
• Definição dos índices ou custos horários. 
• Definição dos produtos base. 
• Cálculo dos potenciais de produção. 
• Determinação dos equivalentes dos produtos. 
Na sequência, detalharemos cada uma dessas etapas. 
3.1 Definição e divisão dos postos operativos 
De acordo com o conceito de Postos Operativos (PO) que vimos no tema 
anterior, o primeiro passo para implantação do método UEP é definir os postos 
operativos a serem considerados no processo de fabricação. Esse posto 
operativo, então, pode ser um “conjunto de operações, podendo ser diferente de 
um posto de trabalho ou máquina” (Bornia, 2009, p. 144). 
 
 
7 
Dessa forma, podemos, por exemplo, ter a seguinte situação: um posto 
operativo contém várias máquinas em uma produção de injeção de plástico, e 
um posto operativo pode ser formado por várias máquinas injetoras. Da mesma 
forma, uma única máquina pode ter mais de um posto operativo caso uma 
injetora seja modificada de forma que, além, de realizar o próprio processo de 
injeção, ela também efetue outra atividade considerada significativa na 
composição dos custos, como estampagem ou algo do gênero. 
3.2 Definição dos índices ou custos horários 
A definição dos índices ou custos horários no método UEP são chamados 
de Foto-Índices (Bornia, 2009), ou Foto-Índice do Posto Operativo (FIPO), e se 
refere à metodologia de cálculo sugerida para esse método. “FIPO é o custo de 
uma hora de operação de determinado processo operativo, obtido pelo 
somatório de todos os custos de transformação” (Pereira, 2015, p. 67). 
A definição de índice, de acordo com Bornia (2009), deve ocorrer de 
“baixo para cima”, ou seja, considerando inicialmente os insumos efetivamente 
consumidos no posto operativo, com excessão da matéria-prima como já 
mencionamos anteriormente, e não partindo do total de custos com atribuição 
por meio de rateios. Posteriormente, esse índice será utilizado para viabilizar a 
estimativa de potenciais produtivos de cada PO. 
O propósito, nesse momento, é entender a parte conceitual de o que se 
refere ao foto-índice. No tema 4, detalharemos a operacionalização do método 
em si. 
3.3 Definição dos produtos base 
Produto base é àquele a ser utilizado como referência para representar 1 
UEP. De acordo com Bornia (2009, p. 144), “ele pode ser um produto realmente 
existente, uma combinação de produtos ou mesmo um produto fictício, devendo 
representar a estrutura produtiva da empresa”. Esse autor sugere que se utilizem 
os “tempos médios de passagem dos produtos pelos postos operativos como 
produto base” (p. 145). 
Outra possibilidade seria a de escolher o produto que passa por uma 
quantidade maior de postos operativos ou aquele que transita pelos principais 
(Pereira, 2015). 
 
 
8 
3.4 Cálculo dos potenciais de produção 
Os potenciais de produção representam “o custo, em unidade de esforço 
de produção, de uma hora de funcionamento de determinado posto operativo” 
(Pereira, 2015, p. 69) e são obtidos dividindo-se o valor dos foto-índices pelo 
custo do produto base, ou seja, o potencial de produção representa quantas 
UEPs podem ser produzidas por hora no posto operativo. Vamos utilizar o 
mesmo exemplo dado por Bornia (2009): digamos que os foto-índices de dois 
postos operativos sejam de R$ 20.000 por hora e R$ 30.000 por hora e que o 
custo do produto base seja de R$ 1.000. Nesse caso, os potenciais de produção 
desses PO seriam: 20 UEP/h (R$ 20.000 / R$ 1.000) e 30 UEP/h (R$ 30.000 / 
R$ 1.000). 
3.5 Determinação dos equivalentes dos produtos 
Com base em todas essas definições apresentadas, podemos, então, 
compreender que “os produtos, ao passarem pelos postos operativos, absorvem 
os esforços de produção, de acordo com os tempos de passagem” (Bornia, 2009, 
p.145). Usando o exemplo dado por esse autor, digamos que um PO tem a 
capacidade ou o potencial de produção de 50 UEP/h e determinado produto 
gasta 0,1 h para passar por esse PO, absorvendo, portanto, 5 UEP na operação. 
 O mesmo processo é realizado com todos os postos operativos pelos 
quais esse produto passar até que esteja finalizado ou totalmente pronto. Ao 
final, basta somar todos os UEPs absorvidos nos PO´s para que se apure o seu 
UEP equivalente total. 
TEMA 4 – OPERACIONALIZAÇÃO DO MÉTODO DA UEP 
Agora que já conhecemos os principais conceitos e objetivos pretendidos 
com esse método, explicaremos como efetivar a implementação e a 
operacionalização do processo. 
O primeiro passo para implementação é definir o tipo de informação que 
se pretende gerar, as principais aplicabilidades. De acordo com Bornia (2009), 
são as seguintes: mensuração da quantidade produzida, cálculo dos custos de 
transformação e medidas de desempenho. 
No que diz respeito à mensuração da quantidade produzida, o princípio 
para utilização é o de simplificar o processo para empresas que tenham um mix 
 
 
9 
diversificado de produtos. O método ajudaria a transformar as quantidades em 
uma única unidade de medida. Vamos utilizar o exemplo de Bornia (2009, p.146) 
para que essa questão fique mais clara: 
Tabela 2 – Cálculo da quantidade produzida 
 
Fonte: elaborado com base em Bornia, 2009. 
 Pelo exemplo apresentado, é possível perceber que o volume de 
produção da empresa em UEP foi obtida pela multiplicação das quantidades de 
cada produto que efetivamente foram produzidas pelos seus equivalentes em 
UEP. 
 Quando se fala em utilizar o método UEP para efetuar o cálculo dos 
custos unitários de transformação, o cálculo também é muito simples, pois, 
uma vez que já se saiba quais são os valores dos custos de transformação do 
período, que são os custos indiretos de fabricação e a mãode obra direta, e os 
volumes de produção em UEP, basta dividir um pelo outro. Vamos seguir 
utilizando o exemplo de Bornia (2009, p.147) para mostrar como isso ocorre. 
 Digamos que a empresa apurou, conforme quadro apresentado 
anteriormente, o volume de produção total de 5.250 UEP e que essa mesma 
empresa apurou, no mesmo período, o total de custos de transformação de R$ 
105.000, Assim, o custo de transformação unitário seria de R$ 20,00 / UEP (R$ 
105.000,00 / 5.250 UEP). 
Por sua vez, se a empresa pretende calcular o custo unitário para cada 
produto, o cálculo parte desse custo unitário por UEP apurado com base no total, 
multiplicando esse valor pelo UEP equivalente a cada produto. Vamos usar o P2 
como exemplo, nesse caso, ficaria: (1,1 UEP x R$ 20,00 / UEP) = R$ 22,00 / 
UEP. 
A utilização do método para medidas de desempenho tem a finalidade 
de contribuir com o controle e monitoramento da produção em relação ao que foi 
previsto para o período. Bornia (2009) sugere três indicadores para essa 
finalidade: eficiência, eficácia e produtividade horária. 
Produtos
Quantidades 
Produzidas
UEP´s Equivalentes
Volume de Produção em UEP
(Qtdes x UEP equivalente)
P1 1.000 1 1.000 
P2 1.500 1,1 1.650 
P3 2.000 1,3 2.600 
 5.250 Produção total da empresa no período
 
 
10 
A eficiência, de acordo com esse autor, representa quanto foi produzido 
no período em relação à capacidade normal de produção para esse mesmo 
período, ou seja: 
Eficiência = Produção real / Capacidade normal 
Já a eficácia tem relação com a excelência do trabalho, porque leva em 
consideração somente o período que o PO estava efetivamente produzindo, ou 
seja, são descontadas as paradas inesperadas (Bornia, 2009): 
Eficácia = Produção real / Capacidade utilizada 
E “a produtividade horária é a produção do período dividida pelo tempo de 
trabalho” (Bornia, 2009, p.147): 
Produtividade = Produção real / Horas trabalhadas 
Os indicadores de desempenho podem ser utilizados para a produção 
como um todo ou para um único posto operativo. 
Agora que já sabemos quais são os tipos de informação que podem ser 
gerados por meio do método UEP, desenvolveremos um exemplo completo, 
adaptando o exemplo apresentado por Bornia (2009). 
Divisão da empresa: a Delta produz 3 produtos (P1, P2, P3) e, para 
implantação do método UEP, dividiu a produção em 3 postos operativos (PO1, 
PO2, PO3). 
Cálculo dos foto-índices: para calcular os foto-índices por posto 
operativo, foram divididos os custos de transformação pela quantidade de horas 
de trabalho. Como custos de transformação, foram considerados a mão de obra 
direta e indireta, a energia elétrica, a depreciação e os materiais de consumo. 
Na tabela a seguir, demonstramos esses valores: 
Tabela 3 – Distribuição dos custos de transformação por PO (R$ / h) 
 
Fonte: elaborado com base em Bornia, 2009. 
P01 P02 P03
MOD 5 5 15
MOI 10 5 10
Energia Elétrica 2 2 10
Depreciação 5 5 15
Materiais de Consumo 7 7 10
TOTAL 29 24 60
ITEM DE CUSTO
Índices de Custos ($/h)
 
 
11 
 Determinação do foto-custo para o produto base: esse cálculo é 
realizado multiplicando o tempo de passagem do produto base pelo posto 
operativo, pelo valor do foto-índice desse posto operativo, apresentado na tabela 
anterior. 
Tabela 4 – Tempos de passagem (em horas) dos produtos pelos postos 
operativos 
 
Fonte: elaborado com base em Bornia, 2009. 
 Como já temos o tempo que cada produto consumiu da PO e o valor ou 
foto-índice da PO por horas, basta realizar a multiplicação. 
Tabela 5 – Alocação do custo (UEP) aos produtos 
 
Fonte: elaborado com base em Bornia, 2009. 
 Para o exemplo da empresa Delta, o produto P2 será utilizado como 
produto base na implantação do método UEP, sendo o custo base, nesse 
caso, R$ 3,63, obtido por [(0,03 x 29) + (0,04 x 24) + (0,03 x 60)]. 
 Cálculo dos potenciais produtivos: para conseguirmos apurar os 
potenciais de produção de cada posto operativo, basta dividir os foto-índices de 
cada PO pelo custo base:. 
Tabela 6 – Potenciais produtivos por postos operativos 
 
Fonte: elaborado com base em Bornia, 2009. 
Produtos / Postos Operativos PO1 PO2 PO3
P1 0,03 0,20 0,03 
P2 0,03 0,04 0,03 
P3 0,05 0,05 0,05 
Produtos / Postos Operativos PO1 PO2 PO3
UEP R$ total 
por produto
P1 0,87 4,80 1,80 7,47 
P2 0,87 0,96 1,80 3,63 
P3 1,45 1,20 3,00 5,65 
Postos Operativos PO1 PO2 PO3
Foto-índice (R$ / h) 29,00 24,00 60,00 
Custo base da UEP (R$ / h) 3,63 3,63 3,63 
Potenciais Produtivos (UEP / h) 8 7 17 
 
 
12 
 Determinação dos equivalentes dos produtos: para encontrarmos os 
equivalentes dos produtos, multiplicamos a capacidade de cada posto operativo 
pelo tempo que o produto leva nesse mesmo posto. Como o produto do nosso 
exemplo passa pelos 3 postos operativos, deve-se realizar o mesmo processo 
para cada PO e somar os totais. 
Tabela 7 – Equivalentes dos produtos (em UEP) 
 
Fonte: elaborado com base em Bornia, 2009. 
 Com a apuração dos equivalentes de produção de cada produto, bastaria 
trabalhar a informação para a finalidade da informação que a empresa pretende 
gerar, que, como vimos no início do tema, pode ser de mensuração da 
quantidade produzida, de cálculo dos custos de transformação e de medidas de 
desempenho. 
TEMA 5 – MÉTODO DA UEP E NECESSIDADES DA EMPRESA MODERNA 
Ao longo desta aula, vimos que o método UEP tem como propósito 
principal a simplificação na apuração das informações de volume e custos de 
produção, além de outras vantagens. Porém, da mesma forma que identificamos 
pontos positivos na implementação do método, há alguns aspectos que podem 
vir a se tornar negativos e que também precisam ser tratados. 
A simplicidade da operacionalização em função da apuração dos 
potenciais produtivos e os equivalentes de UEP possibilitam um 
acompanhamento facilitado do desempenho da produção ao longo dos períodos. 
Isso acontece porque as medidas de desempenho são geradas por meio de uma 
linguagem simples e clara que permite esse acompanhamento sem 
necessidades de grandes esforços para interpretação, o que torna os resultados 
comparáveis, em termos de custos, demonstrando a importância de cada uma 
(Bornia, 2009). 
Como ponto limitação na utilização do método UEP, destacamos a falta 
do registro de desperdícios, uma vez que todos os custos são alocados aos 
postos operativos, que, por sua vez, referem-se exclusivamente às operações 
Produtos / Postos Operativos PO1 PO2 PO3
Equivalente 
UEP
P1 0,24 1,32 0,50 2,06 
P2 0,24 0,26 0,50 1,00 
P3 0,40 0,33 0,83 1,56 
 
 
13 
produtivas. As operações não produtivas, também chamadas de auxiliares, que 
consomem custos de transformação e que geram perdas, acabam não sendo 
monitoradas individualmente. Seus custos estão agrupados nos postos 
operativos (Bornia, 2009). 
Como forma de minimizar o efeito dessa limitação, Bornia (2009) sugere 
a criação de postos operativos improdutivos, que envolveriam aqueles postos 
que trabalham diretamente com os produtos (por exemplo: movimentação, 
inspeção etc.). Já os postos que não atuariam diretamente com o produto 
continuariam sendo alocadosnos demais postos operativos. 
Ainda em relação ao controle de desperdícios, outra limitação do método 
destacada por Bornia (2009) é o controle do consumo de esforços por meio de 
tempos médios que acabam não evidenciando os tempos desperdiçados. 
 Outro aspecto importante a ser observado é o de que as organizações se 
encontram em constante modificação e aperfeiçoamento. Nesse caso, os 
padrões de tempo e consumo de esforços de produção precisam ser revistos e 
atualizados sempre que essas mudanças levarem a diferenças significativas na 
apuração dos resultados pelo método, para que, dessa forma, se consiga 
efetivamente apurar a “fotografia” real da estrutura de custos da empresa. E, 
caso essas atualizações ocorram de maneira muito frequente, o custo e o 
esforço para atualização dos padrões podem inviabilizar a continuidade na 
utilização do método UEP. 
TROCANDO IDEIAS 
 Imagine que você seja o profissional responsável pela implementação do 
método UEP para apuração do volume de produção e dos custos unitários de 
transformação de uma empresa que fabrica camisas. Discuta com seus colegas 
quais serão os custos que devem ser considerados como custos de 
transformação e como o processo de produção pode ser dividido em postos 
operativos. 
NA PRÁTICA 
Para praticarmos um pouco com base nos conceitos vistos ao longo desta 
aula, utilizaremos um exercício adaptado de Bornia (2009, p.155). 
 
 
14 
 Uma empresa produz três produtos e usa o método das UEPs para 
calcular os custos unitários de transformação. As equivalentes em UEPs dos 
produtos A, B e C são, respectivamente, 2 UEP, 1 UEP e 3 UEP. Sabendo que, 
no período, foram produzidos 100 produtos A, 200 B e 300 C e que, nesse 
mesmo tempo, os custos totais de transformação totalizaram R$ 45.000, quais 
foram os custos de transformação unitários dos 3 produtos? 
FINALIZANDO 
O objetivo desta aula foi desenvolver a metodologia UEP para apuração 
dos volumes de produção em um ambiente fabril com uma linha diversificada de 
produtos e prepará-los para contribuir com as organizações em que atuarão com 
o conhecimento do método em si, bem como a percepção dos pontos positivos 
e negativos que podem vir a ser observados na implantação do método, 
deixando-os aptos a ponderar sobre a viabilidade de implantação em diferentes 
processos e ambientes de produção. 
No tema 1, tratamos dos aspectos conceituais do método UEP e 
verificamos que se trata de “um instrumento gerencial que converte os esforços 
de uma produção diversificada em uma única, para mensurar e comparar a 
produtividade de diferentes períodos” (Martins; Rocha, 2010, p.57) e que 
também pode ser utilizado para apuração do custo unitário de transformação 
desses produtos. Já no tema 2, vimos como ocorrem a alocação do esforço de 
produção por Postos Operativos e a divisão da produção em POs. Ao longo dos 
temas 3 e 4, verificamos todas as etapas do processo de implementação e 
operacionalização do método, além de compreendermos as terminologias 
técnicas utilizadas. E finalizamos a aula tratando de determinados pontos 
positivos e negativos que podem ser observados em relação a outras 
metodologias que visam a apuração desses tipos de informação. 
 Como o método UEP é totalmente voltado para a operacionalização do 
processo de produção, ele pode contribuir com as organizações no processo de 
melhoria contínua, visando sempre atingir melhores performances e resultados. 
 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas 
modernas. 3. ed. São Paulo: Altas, 2010. 
CREPALDI, S. A. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: 
Atlas, 2004. 
KASPCZAK, M. C. de M.; SCANDELARI, L.; FRANCISCO, A. C. de. Sistema de 
custos: importância para tomada de decisões. II Encontro de Engenharia e 
Tecnologia dos Campos Gerais, 2006. Disponível em: 
<http://www.pg.utfpr.edu.br/ppgep/anais/artigos/eng_producao/30%20SISTEM
A%20DE%20CUSTOS%20IMPORT%20PARA%20TOMADA%20DECISOES.p
df>. Acesso em: 5 jun. 2018. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 
______. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Altas, 2010. 
MARTINS, E.; ROCHA, W. Métodos de custeio comparados: custos e 
margens analisados sob diferentes perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010. 
OLIVEIRA, D. de P. R. de. Sistemas, organização e métodos: uma abordagem 
gerencial. São Paulo: Atlas, 2009. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de 
informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de; COSTA, R. G. Gestão estratégica de 
custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
SCHIER, C. U. da C. Gestão de custos. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2011. 
UNIVERSIDADE Literis. Descomplicando a gestão do conhecimento. 
Disponível em: <https://literis.com.br/blog/descomplicando-a-gestao-do-
conhecimento/>. Acesso em: 5 jun. 2018. 
WERNKE, R. Análise de custos e preços de vendas: ênfase em aplicação e 
casos nacionais. São Paulo: Saraiva, 2005. 
PEREIRA, S. I. M. Custeio por atividades (ABC) e unidade de esforço de 
produção (UEP): similaridades, diferenças e complementariedades. 
Dissertação (Mestrado em Controladoria e Contabilidade) – Universidade de São 
Paulo, 2014. Disponível em: 
http://www.teses.usp.br/index.php?option=com_jumi&fileid=17&Itemid=160&id=17A7D3380A31&lang=pt-br
 
 
16 
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-21012016-103844/pt-
br.php.>. Acesso em: 5 jun. 2018.

Continue navegando