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APOSTILA TRANSTORNO MENTAL E AUTISMO

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1 
 
 
A)Quatro a seis 
 
TRANSTORNO MENTAL E AUTISMO 
 2 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho 
de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de 
cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma 
entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. 
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co-
nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na 
sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos 
científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, 
transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publi-
cações e/ou outras normas de comunicação. 
Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, 
de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, ex-
celência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar 
o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de quali-
dade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
1. TRANSTORNO MENTAL ............................................................... 4 
1.1 Como as doenças mentais são classificadas? ............................ 5 
1.2 Quais as causas das doenças mentais? ........................................ 6 
1.3 Tipos mais comuns de transtornos mentais ................................ 7 
2. TRANSTORNO MENTAL E AUTISMO ........................................ 29 
2.1 Transtorno do neurodesenvolvimento .......................................... 30 
2.2 Autismo e suas origens ................................................................ 32 
3. REFERÊNCIAS: ........................................................................... 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
1. TRANSTORNO MENTAL 
Transtornos mentais são alterações do funcionamento da mente que 
prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, na vida social, na vida 
pessoal, no trabalho, nos estudos, na compreensão de si e dos outros, na 
possibilidade de ter prazer na vida em geral. Alterações nas relações sociais, 
pessoais e profissionais são comuns nesses casos, o que afeta negativamente 
a qualidade de vida. 
Especialistas e definem como uma disfunção significativa no pensamento 
emocional e comportamento de alguém, o que muitas vezes compromete sua 
habilidade de se relacionar com outros e de administrar as várias atividades do 
dia a dia. 
 
Imagem: 1 
Os transtornos mentais não têm nada a ver com fraqueza ou falha de 
personalidade. Profissionais da área têm tratado com sucesso vários tipos de 
transtornos mentais. Por isso, o primeiro passo é ter uma avaliação completa de 
um profissional de saúde com experiência em tratar distúbios mentais. 
 5 
 
 
Mas as doenças mentais têm condições específicas que as caracterizam 
como patologias. Elas são definidas como alterações na química cerebral que 
geram particularidades intelectuais, emocionais e/ou comportamentais. 
A gravidade dos sintomas pode variar de duração e intensidade, 
dependendo da pessoa e das circustâncias. Os transtornos mentais podem 
afetar qualquer pessoa, independentemente de sexo, idade, cultura, raça 
religião, nível educacional ou renda, e não têm nada a ver com fraqueza ou falha 
de personalidade. Com os cuidados médicos apropriados, a pessoa pode levar 
uma vida produtiva e gratificante. 
É importante entender que todos nós temos pensamentos, percepções, 
emoções e comportamentos incômodos de vez em quando, mas isso não 
significa uma doença psiquiátrica. 
 
1.1 Como as doenças mentais são classificadas? 
 
 
Imagem: 2 
 
Segundo o DSM 5, existem mais de 300 tipos de transtornos mentais 
catalogados. 
 6 
 
 
Eles são classificados em grupos, como: 
► Transtornos neurocognitivos: Parkinson, Alzheimer ou outras 
demências 
► Transtornos do neurodesenvolvimento: autismo, déficit de atenção 
(TDAH) 
► Transtornos psicóticos: esquizofrenia, transtorno delirante 
► Transtornos ansiosos: fobias, Síndrome do Pânico, ansiedade 
generalizada 
► Transtornos depressivos: depressão maior, distimia 
► Transtornos de personalidade: anti social, borderline, transtorno 
bipolar 
► Transtornos relacionados ao uso de psicoativos: como álcool, 
cigarro e drogas ilícitas 
► Transtornos do sono: insônia, hipersonolência, entre outros. 
 
1.2 Quais as causas das doenças mentais? 
 
Entre os principais fatores de risco para transtornos mentais, estão: 
Fatores ambientais: estilo de vida estressante, condições de trabalho 
impróprias, hábitos alimentares inadequados 
Fatores sócio-culturais: contexto político e econômico, problemas 
financeiros, questões religiosas 
Fatores genéticos: histórico de doenças mentais na família 
Fatores químicos: desequilíbrios químicos no cérebro, como baixa 
concentração de serotonina. 
Muito importante também é a forma como cada pessoa reforça a sua 
capacidade de gerir pensamentos e emoções. 
 7 
 
 
 
1.3 Tipos mais comuns de transtornos mentais 
 
Transtorno Depressivo 
 
Consiste em um transtorno de humor comum e de curso crônico, 
associada a altos níveis de incapacitação. Se caracteriza pela redução de 
comportamentos ocasionados por situações prazerosas e aumento da 
sensibilidade a estímulos adversos, sendo assim, um padrão de comportamento 
de indivíduos com depressão se apresenta pelo aumento de comportamentos 
de sofrimento estando este mais sensível a situações de adversidade e perda 
de sensibilidade a situações em que antes ocasionavam prazer (LOMBARDO, 
2020). 
De acordo com o DSM-V, o diagnóstico da depressão é realizado a partir 
de cinco ou mais sinais e sintomas, descritos abaixo: 
1) Um tom emocional constante de tristeza, vazio ou sofrimento; 
2) Perda generalizada de interesse; 
3) Perda de sensibilidade a estímulos; apetitivos (prazerosos); 
4) Autoavaliação de inutilidade ou culpa, perda ou excesso de apetite, 
insônia ou hipersonia, inibição ou agitação psicomotora; 
5) Fadiga constante; 
6) Inibição cognitiva em termos de atenção, concentração, tomada de 
decisão e pensamento em geral; 
7) Ideias de morte, ideação suicida ou mesmo planos ou tentativas de 
suicídio. 
O transtorno Depressivo maior ou Depressão, como é mais comumente 
conhecido, assim como qualquer outro tipo de transtorno de adoecimento 
emocional tem causas multifatoriais, diante disso, o modelo de etiológico se 
caracteriza por relações causais de ordem biológica, comportamental e cultural. 
Em relação a ordem biológica, o modelo mais amplamente utilizado, e que 
sustenta uso de várias drogas psicoativas, é a redução de neurotransmissores 
responsáveis pelas sensações de prazer, bem-estar e disposição, que são: a 
serotonina, a dopamina e a noradrenalina.A redução desses neurotransmissores 
 8 
 
 
pode gerar também um baixo nível de prazer, fadiga constante e alterações 
emocionais que caracterizam por sensação constante de tristeza, culpa, 
incapacidade e infelicidade (BELUJON; GRACE, 2017). 
O tratamento para depressão deve ser entendido de uma forma 
globalizada levando em consideração o ser humano como um todo incluindo 
dimensõesbiológicas, psicológicas e sociais. Portanto, a terapia deve abranger 
todos esses pontos e utilizar a psicoterapia, mudanças no estilo de vida e a 
medicamentos, quando necessário. Deve-se mencionar que não se trata 
“depressão” de forma abstrata, mas sim pacientes deprimidos, contextualizados 
em seus meios sociais e culturais e compreendidos nas suas dimensões 
biológicas e psicológica. 
Segundo Souza (1999) o tratamento antidepressivo farmacológico deve 
ser realizado considerando os aspectos biológicos, psicológicos e sociais do 
paciente. Na média, não há diferenças significativas em termos de eficácia entre 
os diferentes antidepressivos, mas o perfil em termos de efeitos colaterais, 
preço, risco de suicídio, tolerabilidade varia bastante o que implica em diferenças 
na efetividade das drogas para cada paciente. A conduta, portanto, deve ser 
individualizada e avaliada por um médico psiquiatra competente que acompanhe 
o caso. A prescrição de antidepressivos irá depender da intensidade e frequência 
dos episódios depressivos. O risco de suicídio dever ser sempre avaliado e os 
efeitos colaterais da medicação em relação as condições de sofrimento do 
paciente. 
Não há antidepressivo ideal, entretanto, atualmente existe uma 
disponibilidade grande de drogas atuando através de diferentes mecanismos de 
ação o que permite que, mesmo em depressões consideradas resistentes, o 
tratamento possa obter êxito. 
É importante que o médico sinalize ao paciente os possíveis efeitos 
colaterais do uso de antidepressivos e realize junto com o paciente avaliação se 
o mesmo da conta de lidar com tais situações de desconforto, verificando assim 
uma conduta medicamento mais adequada pra cada caso, pois a principal 
variável relacionada à não adesão dos pacientes são os efeitos colaterais. 
Portanto, a redução dos efeitos colaterais é fundamental para o êxito do 
tratamento (Souza, 1999). 
 
 9 
 
 
Transtorno de ansiedade 
 
Antes de falarmos de transtornos de ansiedade, devemos primeiramente 
compreender o que é a ansiedade em si, de forma sucinta podemos 
compreender a ansiedade como uma emoção. Para Brandão (2019), em sua 
manifestação mais simples a emoção é uma expressão de um ato motor, de 
natureza motivacional, desencadeado por sensações oriundas de estímulos 
sensoriais de onde o indivíduo esteja. Ainda pode incluir pensamentos e planos 
sobre o que já ocorreu, está ocorrendo ou ocorrerá e manifestações de 
expressões faciais, podendo ocorrer ainda outras alterações fisiológicas. 
A ansiedade tem importantes bases para proteção do indivíduo, 
evolutivamente tem função de resguardar o sujeito de perigos (BRAVIN; DE-
FARIAS, 2010). Durante a evolução, esses mecanismos foram e são muito 
importantes para preservação e sobrevivência de várias espécies. Contudo, 
devido às condições da vida moderna, os processos fisiológicos relatados 
podem ser mais prolongados, uma vez que as situações de perigo nem sempre 
são remetidas à fuga ou luta, necessitando que seja preciso refletir sobre as 
possíveis situações de perigo (BRANDÃO, 2019). 
O DSM em sua primeira versão agrupava os transtornos de ansiedade 
em 7 classificações, atualmente o DSM-5 apresenta 11 Classificações para os 
quadros de ansiedade, sendo elas: 
1) Transtorno de Ansiedade de Separação; 
2) Mutismo Seletivo; 
3) Fobia específica; 
4) Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social); 
5) Transtorno de Pânico; 
6) Agorafobia; 
7) Transtorno de Ansiedade Generalizada; 
8)Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância/Medicamento; 
 9) transtorno de Ansiedade devido a Outra Condição Médica; 
10) Outro Transtorno de Ansiedade Especificado e 
11) Transtorno de Ansiedade Não Especificado. 
 
 
 10 
 
 
Saiba mais! 
 
1) Transtorno de Ansiedade de Separação: O transtorno de ansiedade de 
separação é caracterizado por medo ou ansiedades excessivas ou impróprios 
envolvendo a separação com alguém com a pessoal tenha apego. Não se trata 
apenas de apego a alguém, nessa condição a pessoa pode desenvolver 
preocupação e sofrimento constantes com a possibilidade de afastamento ou 
perda da figura de apego, insônias, queixas somáticas (cefaleia, náuseas ou 
vômitos) entre outros sintomas. 
 
 
Imagem: 3 
 
 
2) Mutismo Seletivo: O Mutismo Seletivo é uma condição onde há uma 
dificuldade do indivíduo se comunicar verbalmente e em determinadas 
situações, as primeiras manifestações podem ser verificadas nas escolas com 
crianças de 3 a 6 anos, em casa elas podem se comunicar normalmente, cabe 
observar que não trata-se de timidez, nessa fobia a criança é incapaz de se 
comunicar, ocorrendo fracassos persistentes na tentativa de comunicação. 
 
3) Fobia específica: Na fobia específica o medo ou ansiedade são 
direcionados para um objeto ou situação (agulhas, animais, alturas, etc.). A 
pessoa pode reconhecer que seu medo é irracional e/ou excessivo, mas tem 
 11 
 
 
muita dificuldade enfrentar, por isso muitas vezes evita o objeto fóbico ou quando 
suporta é com muito sofrimento. 
 
4) Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social): Na Fobia social a 
ansiedade e/ou medo são direcionadas os para interações sociais, nessa 
condição há um medo irracional e acentuado em uma ou mais condições da vida 
social. A possibilidade de avaliações por outras pessoas torna-se pavoroso. As 
interações sociais cotidianas são prejudicadas pelo medo excessivo e 
preocupação em ser julgado ou humilhado. 
 
 
Imagem: 4 
 
 
5) Transtorno de Pânico: O transtorno do pânico é caracterizado por 
crises de ansiedade recorrentes e inesperadas. Nas crises ocorrem ataques de 
pânicos, os ataques de pânicos podem ser descritos como surto abrupto de 
medo ou desconforto intenso, ele ocorre alcança seu pico em alguns minutos, 
são comuns os seguintes sintomas: coração acelerado, sudorese, tremores, 
sensações de falta de ar ou sufocamento, sensações de asfixia, dor ou 
desconforto torácico, medo de perder o controle ou “enlouquecer”, medo de 
morrer, entre outros. 
 
 12 
 
 
6) Agorafobia: A Agorafobia é um transtorno de ansiedade que está 
relacionado ao medo de lugares ou situações onde seja difícil escapar ou 
conseguir auxilio de alguém caso seja necessário diante de sintomas de pânico 
ou outros sintomas incapacitantes. 
 
7) Transtorno de Ansiedade Generalizada: Nesse transtorno a ansiedade 
e preocupação excessivas, ocorrem na maioria dos dias e apresentam prejuízos 
em diversos eventos ou atividades do indivíduo, para eles são difíceis controlar 
a preocupação. São comuns nesses quadros os seguintes sintomas: Inquietação 
ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade em 
concentrar-se ou sensações de “branco” na mente, irritabilidade, tensão nos 
músculos e perturbação do sono. 
 
8) Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância/Medicamento: Os 
transtornos de ansiedade podem ainda ter origem ou sendo resultado do 
uso/abuso de substância. Intoxicações por estimulantes do sistema nervoso 
central como cocaína, anfetaminas e cafeínas, podem alterar a fisiologia do 
corpo. Da mesma forma como Cannabis e abstinência de depressores como 
álcool podem levar provocar um ataque de pânico. 
 
 
Imagem: 5 
 
 13 
 
 
 
 
Transtorno bipolar 
 
O DSM 5 traz algumas espécies de transtorno bipolar. No tipo 1, os sinais 
da mania são: 
 
► humor elevado e tipicamente anormal; 
► autoestima inflada; 
► sentimentos de grandiosidade; 
► diminuição drástica da necessidade de dormir; 
► envolvimento em atividades impulsivas e arriscada (por exemplo, 
apostas milionárias mesmo sem ter dinheiro). 
 
Para uma melhor compreensãodo Transtorno Bipolar é necessário 
primeiramente entendermos que ele se refere a um dos tipos de transtorno de 
humor. A seguir será apresentado os conceitos e sintetizado a diferença entre 
Humor e Transtorno do Humor. 
Humor é o estado emocional de uma pessoa em determinado momento. 
Baseado nos sentimentos, o humor e suas alterações interferem diretamente nas 
relações pessoais, sociais, de trabalho e familiares. Há evidências de que 
episódios de tristeza gerados a partir de acontecimentos negativos, não 
permanecem por períodos longos, pois o cérebro humano trabalha para 
equilibrar as emoções que geram desconforto (KUTCHER et al, 2014). 
Para Bastos e Fleck (2016) alteração do humor, de modo geral faz 
referência a mudanças no estado afetivo percebidos como moderada, de fácil 
controle e menos nocivo então podemos afirmar que a alteração do humor se 
apresenta como alteração dentro de padrões considerados saudáveis diferente 
do transtorno do Humor é quando a oscilação de humor se apresenta de modo 
mais acentuado, marcado por mudanças extremamente profundas e que geram 
impacto nas relações sociais e pessoais tais como escola, trabalho, família e 
amizades. 
Segundo a OMS, entre os anos de 1996 e 2013 houve um aumento de 
quase 50% no número de pessoas comprometidas por algum transtorno do 
 14 
 
 
humor, atualmente 10% da população mundial é afetada de alguma forma por 
essa patologia (PASSOS et al, 2019). 
Os transtornos do humor estão entre as doenças neuropsicológicas mais 
frequentes (BASTOS; FLECK, 2016). 
O Transtorno Bipolar é uma doença grave e que pode se tornar crônica. 
A pessoa apresenta oscilações entre estados patológicos do humor denominado 
mania, hipomania, depressão e estado de humor misto. Essas condições afetam 
além do humor, o pensamento, o comportamento e o ritmo biológico (sono, 
apetite, libido) da pessoa. (PASSOS et al, 2019). 
Estados patológicos do humor no TB para Kutcher et al ( 2014) 
• Mania 
• Humor: Eufórico, exaltado, irritado. 
• Pensamento: Acelerados com redução do juízo crítico 
• Comportamento agitado, tanto ao falar quanto inquietação física 
• Ritmo Biológico: Mudanças nos hábitos de sono, aumento ou diminuição 
do apetite, se tornando bastante sexualizado ou, diminuir. 
 
• Hipomania: 
• Estado menos intenso do quadro maníaco 
 
• Depressão: 
• Tristeza, pensamentos sobre a morte, indecisão excessivo 
 
• Misto: 
• Sintomas de mania (ex: muita energia) associado a sintomas 
depressivos (como tristeza, pensamentos sobre a morte, indecisão 
excessiva) 
• Oscilações de humor podem ser muito evidentes ou sutis, dificultando 
sua identificação. 
 
• Incidência do TB 
O TB acomete cerca de 2 a 4% da população mundial, acredita-se que a 
 15 
 
 
prevalência entre homens e mulheres seja a mesma. Estudos apontam 
que pelo menos 40% da população com Tb necessitará de internação em algum 
momento da vida (PASSOS et al, 2019). 
Segundo Kutcher et al (2014) um estudo recentemente apontou que a 
frequência do Tb na infância e adolescência pareceu muito semelhante a 
encontrada em adultos, ficou evidente que entre os adolescentes a frequência é 
maior quando comparada as crianças. 
 
 Causas 
► Fatores Genéticos; 
► biológico; 
► psicológicos; 
► ambientais e familiares tem se mostrado principais causas do TB. 
Os fatores genéticos tem sido considerados o de maior importância, 
sendo responsáveis por cerca de 70% das possibilidades de a pessoa 
desenvolver os sintomas de TB (KUTCHER et al, 2014). 
 
Esquizofrenia 
 
Esse transtorno é denominado pelo protocolo clínico de diretrizes 
terapêuticas (2013) como: um grupo de distúrbios mentais graves caracterizados 
por distorções do pensamento e da percepção, por inadequação e embotamento 
do afeto sem prejuízo da capacidade intelectual (embora ao longo do tempo 
possam aparecer prejuízos cognitivos). 
 
 16 
 
 
 
Imagem: 6 
 
Em muitos conceitos encontramos o termo psicose, que se denomina 
como perda do contato com a realidade, a título de curiosidade a esquizofrenia 
foi considerada por muito tempo como “única psicose”. 
De acordo com o DSM-V, mundialmente, a prevalência da esquizofrenia 
é de 1%, esta prevalência é equiparada entre homens e mulheres e 
relativamente constante entre culturas. 
Porém, alguns são os fatores de risco, entre eles temos: 
 ► Vida Urbana 
 ► Trauma na infância 
 ► Negligência e infecções pré-natais 
 ► Predisposição genética 
 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico de esquizofrenia é clínico realizado por um médico 
psiquiatra e baseado nos critérios da CID-11. Existem alguns critérios que devem 
ser atendidos, estes combinam história, sinais e sintomas do paciente e o médico 
é responsável pela avaliação de tais critérios, devemos evitar autodiagnostico, 
assim como automedicação. 
 
 
 17 
 
 
Principais sintomas: 
► delírios; 
► alucinações; 
► discurso desorganizado; 
► comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico; 
► sintomas depressivos. 
 
Mas saiba que, apesar de a esquizofrenia ser, dentro dos transtornos 
psicóticos, o mais preocupante, ela também pode ter vários graus e tipos de 
prejuízos. Por exemplo, algumas pessoas podem ser impossibilitadas de 
trabalhar, por apresentar bastante dificuldade de convivência no trabalho e na 
família. No entanto, há muitos casos que, seguindo o tratamento direitinho, 
podem ter uma vida normal. 
Os sinais e sintomas dependem muito da fase do transtorno que o 
paciente se encontra, muitos demoram a procurar avaliação médica. O início do 
quadro de esquizofrenia (delírios e alucinações) pode ser repentino em questão 
de dias e semanas, ou lento que vai evoluindo de acordo com a fase no decorrer 
dos anos. 
Para Silva (2006), os aspectos mais característicos da esquizofrenia são 
alucinações e delírios, transtornos de pensamento e fala, perturbação das 
emoções e do afeto, déficits cognitivos e avaliação. 
Os delírios envolvem mudança de pensamento, comportamento e linguagem, 
esta mudança de pensamento é facilmente percebida pelo discurso do paciente. 
Segundo a autora os distúrbios do comportamento na esquizofrenia incluem 
comportamento grosseiramente desordenado e comportamento catatônico. Um 
ponto que queremos enfatizar quando falamos de esquizofrenia é a questão de 
comportamentos violentos apresentados por alguns pacientes, sim esse é um 
distúrbio de comportamento possível, porém no DSM-V encontramos que a 
esquizofrenia tem risco relativamente pequeno para comportamento violento. 
Ameaças de violência e acessos de agressividade são mais comuns do que 
comportamentos realmente perigosos. 
Segundo o manual, os esquizofrênicos costumam ser menos violentos do 
que pessoas sem esquizofrenia. 
 
 18 
 
 
 Tratamento 
O tratamento da esquizofrenia é medicamentoso e psicoterápico, os 
remédios são antipsicóticos e o acompanhamento médico é fundamental. A 
assistência psicoterapêutica auxilia o indivíduo nas relações sociais e pessoais, 
isto envolve, aceitação, tratamento e prognóstico. Enquanto a medicação pode 
reduzir os sintomas positivos e prevenir recaídas psicóticas, o apoio 
psicoterapêutico e o treinamento de estratégias de enfrentamento e manejo de 
situações de vida ajudam o paciente a adaptar-se ao ambiente e a enfrentar o 
estresse, sendo que as intervenções familiares e sócio-profissionais modificam 
fatores ambientais de acordo com a capacidade do paciente. (SILVA, 2006, p. 
276, 277). 
Esse acompanhamento de uma equipe multiprofissional vai de acordo 
com a necessidade do paciente, este tem de forma singular e única suas 
necessidades e o profissional precisa reconhecê-las. 
Um acompanhamentoapós o tratamento também é necessário segundo 
o Protocolo clínico e diretrizes Terapêuticas, pois este tratamento não tem tempo 
determinado e o paciente precisa de reavaliações médicas periódicas de no 
máximo de 6 em 6 meses. 
 
Transtorno de estresse pós-traumático ( TEPT) 
 
O transtorno do estresse pós-traumático é uma síndrome psicológica no 
qual a pessoa "revive" algum acontecimento perturbador ou violento no passado. 
Constituise de lembranças recorrentes intrusivas de um evento traumático 
opressivo; as lembranças duram por mais de 1 mês e começam em até 6 meses 
depois do evento. Alguns exemplos podem ser: ter sido assaltado, ter sofrido 
violência doméstica, abuso sexual, ter participado de uma guerra, catástrofes 
naturais ou provocadas pelo homem são as causas comuns, entre outros. 
 
 19 
 
 
 
Imagem: 7 
 
 Geralmente, eventos susceptíveis de provocar TEPT são aqueles que 
invocam sentimentos de medo, impotência ou horror. Esses eventos podem ser 
experimentados diretamente (exemplo: como uma lesão grave ou a ameaça de 
morte) ou indiretamente (exemplo: testemunhar outros sendo seriamente feridos, 
mortos ou ameaçados de morte; ter conhecimento dos eventos que ocorreram a 
membros familiares ou amigos íntimos). Vale lembrar que o medo é uma reação 
normal do organismo, durante e após essas situações, no entanto, o estresse 
pós-traumático pode causar um medo excessivo, constante e patológico para 
realizar as atividades do dia a dia, como ir ao supermercado ou outro lugar 
público ou então ficar sozinho em casa, mesmo quando não existe perigo 
aparente. 
Este transtorno pode trazer consequências para a vida da pessoa, 
incluindo problemas com a família, amigos, no trabalho ou na escola, além de 
haver uma maior possibilidade de abuso de substâncias psicoativas. Por isso, é 
importante que o psicólogo seja consultado quando os sintomas de estresse pós-
traumático forem notados. 
 
 
 
 
 
 20 
 
 
Principais sintomas do transtorno de estresse pós-traumático 
 
Os sintomas do TEPT podem ser subdivididos em categorias: intrusões, 
esquiva, alterações negativas da cognição e do humor e alterações da excitação 
e da reatividade. Mais comumente, os pacientes têm memórias indesejadas 
frequentes que reproduzem o evento desencadeante. Pesadelos com o evento 
são comuns. 
Estados dissociativos transitórios durante a vigília são menos comuns, 
nos quais os eventos são revividos como se estivessem acontecendo 
(lembranças vívidas), às vezes fazendo os pacientes reagirem como se 
estivessem na situação original (p. ex., ruídos altos como fogos de artifício 
podem desencadear uma lembrança vívida de estar em combate, que por sua 
vez pode levar o paciente a procurar abrigo ou se jogar no chão para buscar 
proteção). Pacientes evitam estímulos associados ao trauma e muitas vezes se 
sentem emocionalmente entorpecidos e desinteressados em relação a 
atividades diárias. 
Depressão, outros transtornos de ansiedade e abuso de substâncias são 
comuns entre pacientes com TEPT crônico. Além de ansiedade específica 
ao trauma, os pacientes podem sentir culpa por causa de suas ações durante o 
evento ou porque sobreviveram quando outros não. 
Em resumo, os sintomas podem ser: 
► Recordações intensas 
► Pensamentos assustadores ou pesadelos constantes 
 ► Ansiedade frequente 
 ► Dificuldade para dormir 
► Ataques de raiva 
►Evitar ir a lugares que recordem a situação traumática 
 ► Evitar pensar sobre o ocorrido 
 ► Sentir menor interesse por atividades agradáveis e prazerosas 
 ► Sentir culpa 
 ► Pensamentos negativos sobre si. 
 
Estes sintomas devem estar presentes por pelo menos 1 mês e não serem 
 21 
 
 
causados por outra possível doença orgânica para que possa ser 
considerado o diagnóstico do estresse pós-traumático. 
 
Possíveis causas do transtorno de estresse pós-traumático 
 
► Ter vivido um evento traumático 
► Exposição repetida a detalhes de um evento traumático, como viver 
junto de um hospital e ver as ambulâncias com pessoas feridas, por exemplo 
► Presenciar um evento traumático que aconteceu a outra pessoa 
(sequestro ou agressão, por exemplo); 
 ► Saber sobre um evento traumático que aconteceu com alguém 
próximo. 
 ► Quando o evento traumático está relacionado com lesões físicas como 
espancamentos, queimaduras e violência sexual, por exemplo. 
 
O transtorno do estresse pós-traumático pode surgir desde os 6 anos de 
idade até a vida adulta e são mais frequentes em mulheres sendo os principais 
fatores relacionados com o seu desenvolvimento. 
 
Diagnóstico do transtorno de estresse pós-traumático 
 
O principal fator para diagnosticar o transtorno de estresse pós-traumático 
é o antecedente de um evento traumático que tenha posto a vida do indivíduo 
em risco, o que deve ser avaliado por um psicólogo ou psiquiatra. 
O psiquiatra pode também solicitar outras avaliações para descartar 
doenças orgânicas como o abuso de álcool e de substâncias e outros transtornos 
psicológicos, como depressão ou síndrome do pânico, os quais podem ter 
sintomas similares ao do estresse pós-traumático. 
Para atender os critérios para o diagnóstico, os pacientes devem ter sido 
expostos direta ou indiretamente a um evento traumático e devem ter os 
sintomas de cada uma das seguintes categorias durante o período de mais ou 
igual a 1 mês. 
 
 
 22 
 
 
Sintomas de intrusão 
 
► Ter memórias recorrentes, involuntárias, intrusivas e/ou perturbadoras. 
►Ter sonhos perturbadores recorrentes, por exemplo, 
pesadelos do evento. 
► Agir ou sentir como se o evento estivesse acontecendo de novo, desde 
flashbacks até perda total de consciência do ambiente atual. 
► Sentir sofrimento psicológico ou fisiológico intenso ao lembrar o evento 
(p. ex., aniversários do evento, sons semelhantes àqueles ouvidos durante o 
evento). 
 
Efeitos negativos sobre a cognição e o humor 
 
► Perda de memória para partes significativas do evento (amnésia 
dissociativa); 
► Convicções ou expectativas negativas persistentes e exageradas 
sobre si mesmo, outros ou o mundo; 
► Pensamentos distorcidos persistentes sobre a causa ou 
consequências do trauma que levam a culpar a si mesmo ou outros; 
► Estado emocional negativo persistente (exemplo: medo, horror, raiva, 
culpa vergonha); 
► Diminuição acentuada do interesse ou participação em atividades 
significativas; 
► Sensação de distanciamento ou estranhamento em relação a outras 
pessoas; 
► Incapacidade persistente de experimentar emoções positivas 
(exemplo: felicidade, satisfação, sentimentos amorosos). 
 
Tratamento 
 
O tratamento do estresse pós-traumático sempre deve ser orientado e 
avaliado por um psicólogo ou psiquiatra, pois precisa ser adaptado a cada 
pessoa. Na maior parte dos casos, o tratamento é iniciado com sessões de 
psicoterapia, que deve começar o mais rápido possível. O psiquiatra também 
 23 
 
 
pode recomendar o uso de medicamentos para ajudar a aliviar os sintomas do 
transtorno do sono e ataques de pânico, além de aliviar os sintomas de 
ansiedade. Além do paciente praticar o autocuidado. 
 
 O transtorno do espectro autista (TEA) 
 
 
Imagem: 8 
 
É um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por 
desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na 
comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e 
estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e 
atividades. 
A etiologia do transtorno do espectro autista ainda permanece 
desconhecida. Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas 
sim a interação de fatores genéticos eambientais. A interação entre esses 
fatores parecem estar relacionadas ao TEA, porém é importante ressaltar que 
“risco aumentado” não é o mesmo que causa fatores de risco ambientais. 
Os fatores ambientais podem aumentar ou diminuir o risco de TEA em 
pessoas geneticamente predispostas. Embora nenhum destes fatores pareça ter 
forte correlação com aumento e/ou diminuição dos riscos, a exposição a agentes 
químicos, deficiência de vitamina D e ácido fólico, uso de substâncias (como 
 24 
 
 
ácido valpróico) durante a gestação, prematuridade (com idade gestacional 
abaixo de 35 semanas), baixo peso ao nascer (< 2.500 g), gestações múltiplas, 
infecção materna durante a gravidez e idade parental avançada são 
considerados fatores contribuintes para o desenvolvimento do TEA. 
 
A criança apresenta déficits na comunicação e na interação social, tendo, 
por exemplo: 
 
► dificuldade em estabelecer conversas; 
► falta de habilidade em reconhecer as emoções das outras pessoas; 
► ausência de interesse por amizades; 
► falta de certas habilidades comportamentais; 
► movimentos motores repetitivos; 
► interesses fixos que são anormais em intensidade. 
 
Cada indivíduo dentro do espectro vai desenvolver o seu conjunto de 
sintomas variados e características bastante particulares. Tudo isso vai 
influenciar como cada pessoa se relaciona, se expressa e se comporta. 
 
 
Imagem: 9 
 
A confirmação costuma acontecer quando criança possui as 
características principais do autismo: deficiências sociais, dificuldades de 
 25 
 
 
comunicação, interesses restritos, fixos e intensos e comportamentos repetitivos 
(também chamados de estereotipias). A condição pode se apresentar em 
distintos graus, o que faz com que os sinais também possam ter essas variações. 
Em casos de autismo leve, por exemplo, o transtorno pode demorar mais tempo 
para ser diagnosticado, pois costuma ser confundido com outros 
comportamentos, como timidez, excentricidade ou falta de atenção. 
O DSM-5 também reconhece que indivíduos afetados pelo TEA podem 
apresentar sintomas associados em diferentes graus, como uma habilidade 
cognitiva fora do normal (para mais ou para menos), atrasos de linguagem ou 
alta habilidade de linguagem expressiva, surtos nervosos e agressividade, 
padrões de início, além de outras condições associadas. 
O diagnóstico permite que a criança receba um tratamento personalizado 
de acordo com as particularidades do seu quadro. Com o acompanhamento 
médico multidisciplinar, os sintomas tendem a ser amenizados ao longo da vida, 
melhorando a qualidade de vida do indivíduo e da sua família. 
 
Tratamento 
 
O tratamento associa diferentes terapias para testar e melhorar as 
habilidades sociais, comunicativas, adaptativas e organizacionais. A rotina de 
cuidados pode incluir exercícios de comunicação funcional e espontânea; jogos 
para incentivar a interação com o outro; aprendizado e manutenção de novas 
habilidades; e o apoio a atitudes positivas para contrapor problemas de 
comportamento. É muito popular a adoção das abordagens terapêuticas Análise 
Aplicada do Comportamento (conhecido como método ABA) e Terapia 
Cognitivo-Comportamental. 
Frequentemente, as terapias são combinadas com remédios para tratar 
condições associadas, como insônia, hiperatividade, agressividade, falta de 
atenção, ansiedade, depressão e comportamentos repetitivos. As avaliações 
são realizadas a cada 3 ou 6 meses para entender a necessidade de mudanças 
na abordagem ou intensidade do tratamento. 
 
 
 
 26 
 
 
Demência 
 
A demência é uma síndrome que consiste na deterioração da memória, 
do pensamento, do comportamento e da capacidade de realizar atividades 
cotidianas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 
É um conjunto de sintomas que afetam diretamente a qualidade de vida 
da pessoa, levando a problemas cognitivos e afetando, também, a linguagem e 
o comportamento e alterando a personalidade do indivíduo. 
 
Causas 
Diversas doenças estão por trás das causas da demência. 
 Veja exemplos: 
Demências irreversíveis (degenerativas) 
► Doença de Alzheimer 
► Demência com corpos de Lewy, cujos sintomas são similares aos do 
Alzheimer e cuja incidência é a segunda maior entre as demências (perdendo 
apenas para o próprio Alzheimer) 
► Demência vascular, resultante de uma série de pequenos acidentes 
vasculares cerebrais (AVC) 
► Demência frontotemporal, que é uma degeneração que ocorre no 
lóbulo frontal do cérebro e que pode se espalhar para o lóbulo temporal. 
 
Demências reversíveis 
► Tumores cerebrais 
► Demências de causa metabólica, em que há alterações nos níveis de 
açúcar, sódio e cálcio no sangue 
► Baixos níveis de vitamina B12 
► Hidrocefalia normotensiva 
► Uso de determinados medicamentos, principalmente alguns para tratar 
colesterol 
► Abuso crônico do álcool. 
 
Outras demências 
►Traumatismo craniano 
 27 
 
 
► Doença de Parkinson 
► Esclerose múltipla 
► Doença de Huntington 
► Doença de Pick 
► Paralisia supranuclear progressiva 
► Infecções que podem afetar o cérebro, como HIV/AIDS e doença de 
Lyme 
► Doença de Creutzfeldt-Jakob. 
 
Sinais 
Sintomas de demência variam, dependendo da causa, mas os mais 
comuns incluem: 
 
► Perda de memória 
► Dificuldade de planejar e executar tarefas 
► Problemas com a fala e a escrita 
►Alteração do humor 
► Dificuldade em compreender informações 
► Desorientação sobre o lugar e espaço 
► Apatia 
► Perda ou diminuição temporária de algumas habilidades cognitivas e 
motoras. 
 
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade 
 
É um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na 
infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se 
caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é 
chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). 
Sintomas 
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas 
 
1) Desatenção 
2) Hiperatividade-impulsividade 
 28 
 
 
 
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) 
 
As características são: 
► pensamentos que surgem de repente e podem se manifestar por frases 
ou imagens; 
► comportamentos podem ser atos repetitivos logo após o pensamento 
(lavar as mãos) ou, ainda, atos mentais (repetir orações). Eles são praticados 
pra ajudar a lidar com a ansiedade. 
 
Sintomas 
A pessoa com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) tem obsessões – 
pensamentos, imagens ou impulsos que ocorrem frequentemente, mesmo que 
ela não queira. Essas obsessões surgem mesmo quando a pessoa está 
pensando e fazendo outras coisas. Além disso, as obsessões normalmente 
causam grande angústia e ansiedade. As obsessões normalmente envolvem 
pensamentos de dano, risco ou perigo. 
 
As obsessões comuns incluem: 
 
► Preocupação com contaminação (por exemplo, supor que tocar em 
maçanetas provocará alguma doença); 
► Dúvidas (por exemplo, supor que a porta da frente não foi trancada); 
Preocupação com objetos que não estão perfeitamente alinhados ou 
uniformes; 
► Uma vez que as obsessões não causam prazer à pessoa, 
frequentemente ela tenta ignorá-las e/ou controlá-las. 
 
Compulsões (também chamadas de rituais) são uma forma que a pessoa 
tem de responder às suas obsessões. Por exemplo, elas sentem vontade de 
fazer algo - repetitivo, propositado e intencional - para evitar ou aliviar a 
ansiedade causada pelas obsessões. 
 
 
 29 
 
 
2. TRANSTORNO MENTAL E AUTISMO 
 
Deste que as pessoas se reconhecem enquanto pessoas, existe a 
percepção de comportamento normal, padrão ecomportamento desviante. Em 
diferentes momentos da história, esses comportamentos desviantes receberam 
vários nomes e classificações. 
Para os antigos, alguns desses comportamentos eram vistos como sinais 
de deuses, tanto positivos quanto negativos. Alguns casos de esquizofrenia, por 
exemplo eram vistos como sinais de profetas. Com a influência do cristianismo 
na cultura ocidental, esses mesmos comportamentos passaram a ser vistos 
como sendo negativos e influenciados por demônios. A depressão, por exemplo, 
dizia-se que era influenciada pelo demônio do meio-dia. Como a Igreja tinha 
bastante influência na sociedade, essas pessoas eram ou abandonadas por 
estarem possuídas ou eram levadas a igrejas para serem exorcizadas. 
No final da idade média e início do Renascimento, pessoas que 
apresentavam esses comportamentos eram deixados de lado pela sociedade. 
Eles eram chamados de loucos e muitas vezes eram trancados com criminosos 
para afastar suas influências das pessoas ditas normais. 
Sigmund Freud, por exemplo, com ajuda de Jean-Martin Charcot, utilizou 
inicialmente a hipnose para mostrar que a histeria, doença até então misteriosa 
que afetava principalmente mulheres e causava paralisias entre outros sintomas, 
era uma doença psicogênica, ou seja, de origem psicológica ou mental. 
Carl Jung, psiquiatra suíço que trabalhou no hospital psiquiátrico de 
Burgholzli na suíça, mostrou através de testes de associação de palavras a 
existência de complexos autônomos reprimidos e inconscientes, comprovando 
assim a tese de Freud. Ele também contribuiu no desenvolvimento do 
diagnóstico de esquizofrenia, elaborado por seu professor e mentor Eugene 
Bleuler, doença até então chamada de demência precoce. 
No século XX, houveram muitos avanços na psiquiatria e na 
psicopatologia, como ficou conhecida a área de estudos das doenças mentais. 
Durante a Primeira Guerra Mundial houveram importantes avanços na 
área da psicometria, ou de testes psicológicos. Eles eram utilizados inicialmente 
para selecionar os melhores soldados e depois para selecionar os melhores 
 30 
 
 
empregados para as indústrias. Com os testes psicológicos começaram as 
classificações de inteligência. Com isso alguns casos de transtornos mentais 
passaram a ser classificados como retardos mentais ou déficits de inteligência. 
Pessoas com QI entre 80 e 120 eram consideradas normais, pois estavam na 
média. Pessoas com QI abaixo de 80 eram consideradas com atraso no 
desenvolvimento mental e taxadas como retardadas mentais. 
A 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) da 
Organização Mundial da Saúde (OMS), que entrou em vigor neste ano, teve sua 
última atualização publicada dia 11 de fevereiro de 2022. 
A CID 11 reuniu todos os transtornos que fazem parte do espectro do 
autismo, como o autismo infantil, a Síndrome de Rett, a Síndrome de Asperger, 
o transtorno desintegrativo da infância (F84.3) e o transtorno com hipercinesia, 
por exemplo, em apenas um único diagnóstico: o TEA (Transtorno do Espectro 
do Autismo). 
Hoje, a CID é considerada uma das principais ferramentas de trabalho 
para médicos do mundo todo. Além disso, ela também é capaz de monitorar a 
incidência e prevalência de enfermidades, apresentando um panorama completo 
da realidade de muitos países e das suas populações. 
 
2.1 Transtorno do neurodesenvolvimento 
 
Segundo DSM-5 transtornos do neurodesenvolvimento são condições 
alteradas desde o início do período do desenvolvimento neurológico. Estes 
transtornos tipicamente se manifestam cedo, durante o crescimento e 
desenvolvimento, frequentemente, antes da criança ingressar na escola. 
Os transtornos do neurodesenvolvimento são caracterizados por déficits 
no desenvolvimento que trazem prejuízos no funcionamento pessoal, social, 
acadêmico/pedagógico e, posteriormente, profissional. 
Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas 
na aprendizagem ou no controle de funções executivas (p, ex. planejamento e 
execução de atividades, incluindo iniciação de tarefas, memória de trabalho, 
atenção sustentada) até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência. 
 31 
 
 
A avaliação clínica utiliza critérios para realizar possíveis diagnósticos e 
inclui análise de sintomas tanto de excesso quanto de déficits e atrasos em 
atingir os marcos esperados para respectiva idade. Por exemplo, o transtorno do 
espectro autista somente é diagnosticado quando os déficits característicos de 
comunicação social são acompanhados por comportamentos excessivamente 
repetitivos, nteresses restritos e insistência em mesmas coisas. 
Não existe cura para Transtornos de Neurodesenvolvimento. O 
tratamento para transtornos do neurodesenvolvimento incluem abordagem para 
reduzir danos e melhorar a parte cognitivo-comportamental. 
 
Os Transtornos do Neurodesenvolvimento incluem as Deficiências 
Intelectuais, os Transtornos da Comunicação (Transtorno da Linguagem, 
Transtorno da Fala, Gagueira, Transtorno da Comunicação Social, Transtorno 
da Comunicação sem outras especificações), o Transtorno do Espectro Autista 
(TEA), O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH – 
Apresentação Combinada, Predominantemente Desatenta,, 
Predominantemente hiperativa/impulsiva ), o Transtorno Específico da 
Aprendizagem (com prejuízo na leitura, com prejuízo na escrita, com prejuízo na 
matemática), os Transtornos Motores (Transtorno do Desenvolvimento da 
Coordenação e Transtorno do Movimento Estereotipado), os Transtornos de 
Tique (Transtorno de Tourette, Transtorno de Tique Motor ou Vocal Crônico e 
Transtorno de Tique Transitório) e Outros Transtornos do 
Neurodesenvolvimento, com e sem especificações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
 
 
2.2 Autismo e suas origens 
 
 
 
Imagem: 10 
 
 
Uma das principais características do TGD é um pequeno grau de 
interação social, comportamento e comunicação, a complexidade dos sintomas 
e a diversidade das explicações perpetuam até hoje. Diferentes autores 
concordam em citar o autismo como uma questão que apresenta grandes 
controvérsias, uma vez que engloba, dentro dos seus conceitos, uma gama 
bastante variada de doenças com diferentes quadros clínicos que tem como fator 
comum o autismo. 
 A primeira vez que a nomenclatura autista foi utilizada em 1906, por 
Plouller, identificando como a perda de contato com a realidade que por 
consequência acarreta uma dificuldade e até mesmo uma impossibilidade de 
comunicação e interação social. (GAUDERER, 1997, p. 6). 
 Arrisca-se até em afirmar que é um mundo impenetrável, o 
relacionamento com uma pessoa com autismo é muito complexo e de difícil 
compreensão e explicação. Por isso tanto divergências a respeito do próprio 
conceito de autismo, vários pesquisadores entram em conflito quando visa à 
conceituação deste transtorno, de forma que o estudo do mesmo é comparado 
como se fosse uma pesquisa de antropológica em Marte. Sendo o autismo um 
 33 
 
 
mundo desconhecido, sem um início e um fim, afirma também o autor que a 
incidência poderia ser cinco vezes mais comum que a própria síndrome de Down 
e três vezes mais comuns que os diabetes. (OLIVER, 1995, p. 09). 
A necessidade de imutabilidade é uma das características típicas entre as 
pessoas com autismo, que tem, diga–se de passagem, a fascinação por 
movimentos circulares, repetição de movimentos incansavelmente como ficar 
rolando caneta entre os dedos ascender e apagar a luz ou até mesmo ficar 
observando o movimento de um ventilador durante horas. 
Entretanto, os autistas têm uma ótima memória, gravando com muita 
facilidade datas, nomes, fatos que são repetidos com precisão após umdeterminado tempo semanas. Alguns dos movimentos dessas pessoas são 
considerados estereotipados como sacudir as mãos, autoninar, girar objetos 
compulsivamente. São ótimos também atividades como montagem de quebra-
cabeças, mas apresentam dificuldade se nessa tarefa for requerido compreender 
o significado, como, por exemplo, compreender uma sequência de imagens que 
contenham uma história. (PEETERS, 1998, p.10). 
 
[...] eles sentem, ouvem e veem, mas seu cérebro administra estas 
informações de maneira peculiar (por este motivo a definição do autismo 
no Manual de Diagnostico e Estatística de Distúrbios Mentais - DSM IV 
é relacionada com desajustes qualitativos na comunicação e interação 
social (PEETERS, 1998, p.10). 
 
 
 
Imagem: 11 
 
 
 34 
 
 
O autismo mesmo com os avanços tecnológicos não se pode chegar a 
um diagnostico preciso, uma série de condições tem sido descritas e estudada, 
visando assim uma maior compreensão do significado do ser autista. Conhecido 
desde a década de 40 quando foi descrita por Leo Kanner que publicou em 1943 
nos Estados Unidos em sua obra “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo”, que 
identificou entre os autistas uma grande diferença entre os demais pelo 
comportamento peculiar com dificuldade extrema de manter relações 
interpessoais consistindo esse conjunto de sinais a relação direta com o quadro 
de esquizofrenia. (GAUDERER, 1997, p.6). 
Autores, como Barack, reforçam a ideia do déficit cognitivo, frisando que 
o autismo tem sido, nos últimos anos, enfocado sob a ótica desenvolvimentista, 
sendo relacionado à deficiência mental uma vez que cerca de 70 a 80% das 
pessoas com autismo o são. No entanto, pela penetração e abrangência dos 
conceitos, somos obrigados a nos reter ao autismo a partir de sua constelação 
comportamental, para que possa ser explorado minuciosamente e para que 
possam ser estabelecidas conexões causais dentro das possibilidades atuais 
(BARACK, 1992, p 324). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
 
 
3. REFERÊNCIAS: 
 
BELUJON, P.; E GRACE, A.A. (2017). Dopamine system dysregulation in 
major depressive disorders. Internacional Jornal of Neuropsychopharmacology. 
2012. 
GAUDERER, E. C. (1997 - 2ª edição). Autismo. São Paulo: Revinter Ltda. 
LOMBARDO, M. A. A. Eficácia e efetividade da ativação comportamental 
para transtorno Depressivo maior: a resposta está dentro e no passado. Cap 2. 
OLIVER, S. (1995). Um Antropólogo em Marte: Sete histórias paradoxais. 
São Paulo: Companhia das letras. 
PEETERS, T. (Janeiro- abril - 2007). Autism: From Theoretical 
understanding to educational intervention. Whurr Publishers. Revista Científica 
Brasileira de Informática na Educação V. 15, nº 01. 
Publicação em Transtornos Psicológicos: Terapias Baseadas em 
Evidências/ editores Paulo R. Abreu, Juliana H.S.S. Abreu- 1 ed – Santana de 
Parnaíba [SP]: Manole, 2021. 
SILVA, R.C.B. Esquizofrenia: Uma Revisão. Psicologia USP. 2006. 
SOUZA, F. G. Tratamento da depressão. Braz. J. Psychiatry 21 (suppl 1). 
Maio 1999.

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