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ANOTAÇÕES - A CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CRIANÇAS

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Teorias e técnicas psicoterápicas em psicanálise 
Gil Marcos - Psicologia 
 
A CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CRIANÇAS 
 
A CLÍNICA PSICANALÍTICA COM CRIANÇAS: 
UMA INTRODUÇÃO, ALGUNS QUESTIONAMENTOS... 
 
Psicanálise de Crianças: 
• “Receber em seus consultórios pacientes que não vêm por si mesmos, 
não apresentam as ‘condições necessárias à psicanálise’ mencionadas 
por Freud, nunca ouviram falar de psicanálise, nem um adulto jamais lhes 
falou dessa prática.” 
• “Chegam com seu sofrimento porque são trazidos ou desviados de um 
determinado meio social para outro, não costumam falar, como fazem os 
adultos, no mais das vezes brincam ou ficam em silêncio, e às vezes não 
querem vir.” 
FLESLER, 2012, p.7. 
• Uma criança chega ao consultório de um analista pelas ressonâncias que 
gera num adulto. 
• É importante, então, dar lugar e importância aos acordes singulares que 
uma criança pode despertar. 
• Neste sentido devemos pensar na criança como um SUJEITO – sujeito 
da linguagem e da sua história. 
• O objeto da Psicanálise não é o eu, nem o comportamento e nem os 
transtornos classificados pelo DSM-IV. O objeto da Psicanálise é o 
SUJEITO do INCONSCIENTE. 
FLESLER, 2012, p. 11 e 17. 
• A clínica psicanalítica com crianças visa trabalhar o sofrimento psíquico e 
obter mudanças psíquicas, ajudando o sujeito-criança no seu processo 
de desenvolvimento e crescimento emocional. 
• Auxilia as crianças a se tornarem mais livres emocionalmente, 
expressando e elaborando ansiedades e sentimentos. 
• É importante também considerar que o trabalho clínico com crianças está 
imerso na realidade que nos circunda e sofre alterações com as 
mudanças culturais, históricas e sociais. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 21 e 22. 
 
 
Teorias e técnicas psicoterápicas em psicanálise 
Gil Marcos - Psicologia 
A CLÍNICA INFANTIL: UM POUCO DA HISTÓRIA 
• A Psicanálise infantil nos remete a Freud? 
• “Freud ao observar seu neto, Ernest, brincando com um carretel, pensou 
na possibilidade de a criança elaborar suas angústias depressivas através 
do brinquedo”. 
• “Para elaborar o afastamento de sua mãe, o pequenino transformava 
ansiedade de separação vivida de forma passiva em algo ativo por meio 
de sua brincadeira.” 
• Simbolicamente, o carretel significava sua mãe, ele tinha o poder de 
colocá-lo longe (fort) ou perto (da) dele, minimizando assim sua angústia 
e impotência frente à separação. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 29. 
• A criança não chora com a partida da mãe, pelo contrário, transforma essa 
experiência em jogo. 
• Essa observação é a pedra inaugural do entendimento do brincar infantil 
como elemento básico para a compreensão das ansiedades da criança. 
• Em 1909 – o Caso Hans: a análise do pequeno Hans foi conduzida pelo 
seu próprio pai, supervisionado por Freud, que o orientava quanto às 
intervenções em relação à fobia do menino. 
• Esse atendimento pode ser considerado o primeiro modelo de uma 
psicoterapia infantil, e assim foi constatado que a INTERPRETAÇÃO era 
possível. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 29 e 30. 
 
ANNA FREUD E MELANIE KLEIN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta Foto de Autor Desconhecido está 
licenciado em CC BY 
Esta Foto de Autor Desconhecido está 
licenciado em CC BY-SA 
https://femmessavantes2.pressbooks.com/chapter/anna-freud-psychanalyste-1895-1982/
https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Melanie_Klein_1952.jpg
https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
Teorias e técnicas psicoterápicas em psicanálise 
Gil Marcos - Psicologia 
Em 1920... 
• “Dois nomes se impõem quando se fala em atendimento psicanalítico de 
crianças: Melanie Klein e Anna Freud. A primeira, pela sua apaixonada 
defesa da análise “pura” e por ter criado um novo modo de interpretação 
através do jogo; a segunda, pela sua firme convicção na necessidade de 
uma aliança entre psicanálise e pedagogia.” 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 31. 
 
• Klein defendia que o tratamento de uma criança poderia ser parte 
integrante de sua vida, visto que toda criança passava por uma neurose 
infantil. 
• Já Anna Freud achava que tratar era necessário somente quando a 
neurose se manifestava em sintomas e restringia o tratamento de crianças 
apenas à expressão do mal-estar parental. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 31 a 41. 
• Discordância e tensão entre as duas. 
• 1942 – Período de crises e controvérsias no seio da Sociedade Britânica 
de Psicanálise. 
• Críticas às teorias e práticas Kleinianas. 
• 1946 – Três grupos: kleinianos, annafreudianos e independentes. 
• No Grupo independente (middle group), surge outra figura importante na 
prática psicanalítica com crianças: DONALD WINNICOTT. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 31 a 41. 
• Enquanto Melanie Klein destaca o papel da mãe internalizada, o conceito 
de inveja, agressividade, voracidade e das experiências psicóticas do 
bebê, Winnicott prioriza a importância da relação da criança e sua mãe 
real, ou “mãe ambiente”, ou ainda, meio ambiente. 
• Mais tarde os franceses... 
• A Psicanálise na contemporaneidade. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 31 a 41. 
 
A CRIANÇA E O SEU ANALISTA 
A FORMAÇÃO DO ANALISTA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
1. Análise pessoal – estar tranquilo com os seus aspectos infantis e 
adolescentes. 
Teorias e técnicas psicoterápicas em psicanálise 
Gil Marcos - Psicologia 
2. Formação adequada: cursos, leituras, supervisão. 
3. Disponibilidade emocional para estar de fato com crianças e 
adolescentes. Precisamos gostar genuinamente deles, de estar e de 
trabalhar com eles. 
4. Seja espontâneo ao brincar, tenha disponibilidade afetiva e prazer com a 
atividade, como sentar no chão, entrar no mundo da criança. 
5. Brincar para valer! Facilita a comunicação. 
6. Seja criativo para buscar recursos, e não apenas os verbais que propiciem 
o acesso ao mundo simbólico do paciente. 
7. Apure um olhar psicanalítico voltado para a comunicação não-verbal que 
se dá através de toda a atividade lúdica, nos mínimos detalhes, em cada 
gesto, em cada movimento. 
8. Preserve a capacidade de tolerar o ataque dos pacientes e sobreviva a 
eles. Durante a infância e a adolescência, a manifestação dos 
sentimentos hostis é mais franca do que no adulto. 
9. Avalie sua disposição física. 
10. Flexibilidade para manejar situações inusitadas. 
11. Receba os pais na clínica. 
12. Esteja preparado para denunciar casos de abuso e maltrato. 
13. Levar em conta o horário extra consultório – idas a escola, falar com 
professores, profissionais de saúde em geral. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 42 a 53. 
 
A inserção dos pais na clínica psicanalítica com crianças 
• O tratamento implica em envolver os pais, a criança e o terapeuta. 
• Nas entrevistas os pais e a criança se entrelaçam em um campo 
transferencial único. 
• Manter, então, encontros periódicos com a família para auxiliar a 
diminuição das angústias e ansiedades dos pais, bem como se aproximar 
da história familiar, entendendo sua dinâmica, para fazer com que venham 
à tona segredos ou aspectos ocultos. 
• Saber separar a criança-sujeito dos seus pais também será 
imprescindível! 
• A criança tem uma vida psíquica própria, mesmo que atravessada pelas 
projeções e pela subjetividade dos seus pais. 
Teorias e técnicas psicoterápicas em psicanálise 
Gil Marcos - Psicologia 
• É necessário ouvir as diferentes demandas para retirar a criança de uma 
determinada função na estrutura familiar e possibilitar um espaço de 
escuta e acolhimento desse sujeito que tem um discurso próprio. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 122. 
• Devemos considerar que a busca de tratamento para um filho expõe seus 
pais a uma delicada situação de vulnerabilidade narcísica. 
• O analista deve ajudar os pais a tolerarem as dores e culpas causadas. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 128. 
• Os pais devem ser ouvidos com toda a atenção e acolhimento. 
• Não se deve negligenciar o discurso dos pais em tornodo adoecimento 
dos filhos para evitar o desligamento. 
• O analista deve ter o cuidado de não conduzir as entrevistas como 
interrogatórios / inquéritos que podem gerar ansiedades. 
• Ter atitudes compreensíveis e empáticas para proporcionar o discurso 
de temas delicados. 
CASTRO & STURMER, 2009, p. 129. 
 
REFERÊNCIAS 
CASTRO, Maria da Graça Kern; STURMER. Anie e Cols. Crianças e 
Adolescentes em Psicoterapia: A Abordagem Psicanalítica. Porto Alegre: 
Artmed, 2017. 
FLESLER, Alba. A Psicanalise de crianças e o lugar dos pais. Rio de Janeiro: 
Zahar, 2012.

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