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04 ALIMENTOS - DIREITO DE FAMÍLIA - CONCURSO - OAB - RESUMO

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Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
 DIREITO DE FAMÍLIA 
ALIMENTOS 
INTRODUÇÃO 
 
ALIMENTOS -> Prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. 
Tem por finalidade fornecer a um parente, cônjuge ou companheiro o necessário à sua subsistência. 
 
Art. 1.694, CC: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos 
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender 
às necessidades de sua educação. 
 
O dever de prestar alimentos funda-se na solidariedade humana e econômica que deve existir entre 
os membros da família ou os parentes. Há um dever legal de mútuo auxílio familiar, transformado 
em norma, ou mandamento jurídico. 
- GONÇALVES, 2023 
 
→ As normas que cuidam dos alimentos são inderrogáveis pela convenção entre as partes 
→ O instituto dos alimentos é considerado de ordem pública 
→ Há pena de prisão contra o devedor de alimentos 
→ O instituto possui caráter assistencial e não indenizatório 
→ Os alimentos são direitos pessoais extrapatrimoniais (conteúdo patrimonial e finalidade pessoal) 
→ Em ação judicial, os alimentos são devidos a partir da citação (Súmula 277, STJ). 
 
➔ Os alimentos serão fixados de acordo com a condição socioeconômica do alimentante. 
 
 
 
 
 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
ESPÉCIES DE ALIMENTOS 
A classificação feita pela doutrina é: 
 
- QUANTO À CAUSA JURÍDICA 
• Legais: Decorrem da imposição de lei. 
• Voluntários: Decorrem da liberalidade do alimentante, que pode voluntariamente 
prestar auxílio a alguém, seja causa mortis ou inter vivos1 
• Indenizatórios: Provenientes da relação de parentesco ou da prática de ato ilícito. 
 
- QUANTO À NATUREZA 
• Naturais – Indispensáveis à satisfação das necessidades primárias2. 
Necessários à sobrevivência do alimentando (vida, cura, vestuário, habitação) 
• Civis – Destinam-se a manter a condição social do credor de alimentos. 
Nestes casos, os alimentos são quantificados em consonância com as condições 
financeiras do alimentante. 
 
• Compensatórios – Visam a evitar o desequilíbrio econômico do consorte 
dependente, impossível de ser afastado com modestas pensões mensais e que 
ocorre quando um dos cônjuges é muito mais pobre. 
- Cunho mais indenizatório 
 - Não tem duração ilimitada 
 - Perdura enquanto a desigualdade existir 
 - Não enseja a possibilidade de execução sob o rito de prisão (TJSP) 
- Serão quantificados em consonância com as condições patrimoniais 
do casal ao tempo da coabitação 
- Não são devidos quando o devedor constituiu patrimônio sem a ajuda 
do ex-cônjuge após a separação 
 
 
1 Os alimentos instituídos causa mortis são estabelecidos em testamento por quem pretende beneficiar determinada pessoa. 
2 “Destinados a assegurar tão somente o estritamente necessário para a subsistência do credor”. São os únicos alimentos aos quais o 
cônjuge culpado terá direito. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
Art. 1.694, CC: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos 
de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para 
atender às necessidades de sua educação. 
§2º Os alimentos serão apenas indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade 
resultar de culpa de quem os pleiteia. 
 
 
 
 
- QUANTO À FINALIDADE 
• Definitivos – Caráter permanente, podendo ser revistos. Estabelecidos em 
sentença. Substituem os alimentos provisionais, provisórios ou gravídicos, 
permanecendo estáveis até que seja ajuizada ação de exoneração ou revisão. 
 
• Provisórios – Fixados liminarmente em ação de alimentos 
 - Exigem prova pré-constituída do parentesco 
 - Fixados de acordo com o procedimento da Lei de Alimentos 
 - Podem ser fixados em hipótese de violência doméstica 
- Presunção de necessidade nos casos de filhos sob o poder 
familiar e dos filhos maiores incapazes 
- São devidos até o final da decisão, inclusive na pendência de 
recursos 
 
• Provisionais – Determinados em pedido de tutela provisória, preparatória ou 
incidental, de ação de separação judicial, de divórcio, de nulidade ou anulação de 
casamento ou de alimentos. 
 - Comprovação dos elementos da tutela de urgência 
 - Possui natureza cautelar 
- São irrepetíveis, tornando os valores prestados definitivos e 
irrecuperáveis, mesmo quando indevidos 
 - Devidos a partir da citação (Súmula 277) 
 - Conservam sua eficácia até o julgamento da ação 
 - Podem a qualquer tempo ser revogados ou modificados 
 - Podem ser fixados em hipótese de violência doméstica 
 
Alimentos civis 
Alimentos naturais 
Os alimentos provisórios 
e provisionais são 
fixados logo no início da 
demanda, a partir de 
quando são devidos. 
Tem sempre caráter 
precário e seu objetivo é 
a manutenção do 
alimentando ao longo da 
demanda. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
• Transitórios – Prestações devidas para que, em determinado período de tempo, o 
alimentando mantenha seu padrão de vida. 
São fixados até que se implemente determinada condição, sendo aceito em 
circunstâncias especiais pela jurisprudência. O objetivo principal é permitir que o 
alimentando consiga ter certa tranquilidade para buscar o seu próprio sustento. 
 - É possível a fixação de prisão do devedor 
 
- QUANTO AO MOMENTO EM QUE SÃO RECLAMADOS 
• Pretéritos – O pedido retroage ao período anterior ao ajuizamento da ação 
• Atuais – Os postulados a partir do ajuizamento 
• Futuros – Devidos somente a partir da sentença 
 
IMPORTANTE! O direito brasileiro apenas admite os alimentos atuais e os alimentos futuros. Ou seja, 
alimentos retroativos à data do ajuizamento da ação nunca serão devidos3. 
 
→ Os tribunais apenas admitem a prisão do devedor de alimentos com relação às necessidades atuais 
do alimentário, representada pelas três últimas prestações, devendo as pretéritas ser cobradas em 
procedimento próprio que não o de prisão, salvo nos casos de má-fé e desídia. 
 
OUTROS TIPOS DE ALIMENTOS MENCIONADOS NO LIVRO DO PROF 
→ Alimentos intuito familiae: O montante é fixado para todo um grupo, sem individualizar os beneficiários e 
eventual revisão ou exoneração não leva em conta simplesmente uma operação matemática, mas é de ser 
perquirida a situação não só do elemento do grupo que supostamente necessitaria mais, como também dos 
remanescentes. 
 
→ Alimentos gravídicos: São aqueles devidos à grávida pelo suposto pai do filho que ela espera, sendo 
necessários apenas indícios de paternidade para que sejam devidos. 
 
 
3 A justificativa é que, em tese, os alimentos servem para ajudar a sobrevivência do alimentando, Se até o ajuizamento da ação ele 
sobreviveu, não será preciso o pensionamento retroativo. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
→ Alimentos compensatórios e ressarcitórios4: Os alimentos compensatórios visam compensar a perda de 
posição social e a disparidade financeira do casal pós-divórcio. Já os ressarcitórios tem como escopo coibir o 
enriquecimento sem causa eventualmente advindo da colheita exclusiva de bem comum por um único cônjuge ou 
companheiro (art. 1.660, V, CC). 
 
OBRIGAÇÃO ALIMENTAR 
NOÇÕES GERAIS E CARACTERÍSTICAS 
 
OBRIGAÇÃO -> É o vínculo jurídico entre duas partes, impondo-lhes direitos e deveres reciprocamente. 
 
Para que alguém deva alimentos a outrem é fundamental a presença de três elementos: 
 
 
A obrigação alimentar decorre de lei e é fundada no parentesco (art. 1.694, CC), tendo por base a solidariedade familiar 
e ficando circunscrita aos5: 
 
• Ascendentes – Dever de sustento dos filhos com relação aos pais 
• Descendentes – Dever de sustento dos pais em relação aos filhos6 
• Colaterais até o segundo grau – Solidariedade familiar 
 
4 Nãose submetem ao binômio necessidade e possibilidade. 
5 Uma outra possibilidade de vinculação jurídica que gera o dever alimentar é a prática de ato ilícito. 
6 PRINCÍPIO DA PATERNIDADE RESPONSÁVEL -> Dele decorre o dever de assistir, educar, criar e cuidar dos filhos. Em contrapartida, os 
pais devem ajudar os pais na velhice. 
Alimentando Alimentante
Vínculação 
jurídica
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
 
Outros vínculos jurídicos que geram o dever de alimentar: 
 
• Ato ilícito 
• Sociedade conjugal (casamento ou união estável) – Dever de mútua assistência7 
• Filhos havidos fora do casamento 
 
O Estado transfere às pessoas que pertencem ao mesmo grupo familiar a obrigação jurídica de prestar auxílio 
aos que, por enfermidade ou por outro motivo justificável, dele necessitem. 
 
IMPORTANTE! Há diferença entre o dever de prestar alimentos e o dever familiar de sustento, assistência e socorro. A 
obrigação de prestar alimentos aqui tratada tem pressupostos diferenciadores, dependendo das possibilidades do 
devedor e apenas exigível se o credor estiver necessitado. 
 
O dever de sustento que incumbe ao marido toma, entretanto, a feição de obrigação de alimento, 
embora irregular, quando a sociedade conjugal se dissolve pela separação judicial, ocorrendo a 
mesma desfiguração em relação aos filhos do casal desavindo. No rigor dos princípios, não se 
configura, nesses casos, a obrigação propriamente dita, de prestar alimentos, mas, para certos 
efeitos, os deveres de sustento, assistência e socorro adquirem o mesmo caráter. 
- Gonçalves, 2023 
A obrigação alimentar possui diversas características. 
 
→ É pessoal: Surge a partir de características específicas da pessoa. 
 
→ É transmissível – ATENÇÃO! A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do 
devedor, na forma do art. 1.694 (art. 1700, CC). 
 
IMPORTANTE! Existe uma dúvida a respeito da transmissibilidade da obrigação alimentar. A 
discussão existente é: 
 
 
7 Gera o dever de alimentar nos casos de separação, desde que qualquer dos consortes necessite e o outro possa pagá-la. Este direito será 
negado ao cônjuge culpado pela separação (art. 1.072, CC). 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
o Se a transmissão ocorre apenas com relação às parcelas vencidas e não pagas, ou se 
se transfere a obrigação toda. 
 
o Se essa transmissão será medida na proporção das necessidades do reclamante e dos 
recursos da pessoa obrigada ou se está limitada às forças da herança. 
 
o Se dentro das forças da herança a transmissão ocorre apenas quando o alimentando 
não é herdeiro, já que sendo poderá pleitear a ajuda alimentar dos outros herdeiros 
ou demais parentes. 
 
o Se a obrigação pode ser judicialmente revista. 
 
o Se o direito alimentar é estendido aos parentes ou apenas aos cônjuges, tendo em 
vista que a transmissibilidade está prevista na Lei do Divórcio. 
 
 
No livro do professor Francisco, o posicionamento é o de que não se transfere a obrigação 
alimentar. No entanto, caso exista dívida alimentar ao tempo do falecimento do devedor, esta 
sim é transmissível, nos termos do art. 1.700 E 1.792, do CC. 
 
→ É divisível: Cada devedor responde por sua quota-parte, não existindo solidariedade (art. 1.698, CC). 
Assim, se existirem quatro filhos em condições de pensionar o ascendente, não poderá este cobrar 
de apenas um filho o quantum total da obrigação. 
 
IMPORTANTE! Se o parente que deve alimentos não estiver em condições de suportar 
totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os parentes de grau imediato, na proporção 
dos seus respectivos recursos, conforme a possibilidade de cada um, com valores desiguais se 
percebem rendimentos diferentes (art. 1.698) – litisconsórcio na ação de alimentos 
Trata-se de medida, defendida por Gonçalves, de modalidade de intervenção de terceiro. Para 
o autor, não se tratar de chamamento ao processo ou de denunciação à lide, uma vez que estes 
mecanismos são utilizados nos casos em que se discute obrigação solidária. 
 
SOBRE O IDOSO -> A lei prevê solidariedade nos casos em que se deve alimentos ao idoso, que 
pode escolher quem será o prestador de sua pensão alimentícia. 
Este dever, no entanto, apenas vai até o segundo grau de parentesco entre os transversais (art. 
1.697, CC). 
 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
→ É condicional: A obrigação de prestar alimentos tem sua eficácia subordinada a uma condição 
resolutiva. Somente subsiste tal encargo enquanto perduram os pressupostos objetivos de sua 
existência, representados pelo binômio necessidade- possibilidade, extinguindo-se no momento em 
que qualquer deles desaparece (art. 1.694, §1º). 
Se depois da fixação de alimentos o alimentando adquire condições de prover a própria mantença, 
ou o alimentante não mais pode fornecê-los, extingue-se a obrigação. Assim, existem as ações 
revisionais e de exoneração (art. 1.699). 
 
→ É recíproca: O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos 
os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros (art. 
1.696). 
O devedor de hoje (pai) pode ser o credor no futuro (filho). 
 
A obrigação de prestar alimentos é recíproca no direito brasileiro, uma vez que se estende em toda 
a linha reta entre ascendentes e descendentes, e na colateral entre os irmãos, que são parentes 
recíprocos por sua natureza. E é razoável que assim seja. Se o pai, o avô, o bisavô, têm o dever de 
sustentar aquele a quem deram vida, injusto seria que o filho, neto ou bisneto, abastado, não fosse 
obrigado a alimentar o seu ascendente incapaz de manter-se. 
- PONTES DE MIRANDA, 2003 
 
A reciprocidade da obrigação alimentar também implica na possibilidade de litisconsórcio passivo 
na ação de alimentos, nos termo do art. 1.698 do CC. Dessa forma, devem compor o polo passivo 
da ação de alimentos os coobrigados de grau imediato de parentesco, se o parente que deve 
alimentos não estiver em condições de suportar o encargo. 
 
IMPORTANTE! Parte da doutrina aponta que isso não é possível, tendo em vista que a condição 
financeira do obrigado apenas poderá ser verificada ao final do processo. Neste caso, apenas após 
esgotadas as fases probatórias e todas as instâncias recursais da demanda alimentar principal, 
teria cabimento chamar à lide os codevedores dos alimentos – Litisconsórcio facultativo ulterior 
simples 
 
Fica a critério do credor, no entanto, acionar supletivamente as demais pessoas obrigadas 
para com os seus alimentos. Acionados, a sentença deverá fixar o total da prestação a que cada 
um deles deverá concorrer na proporção dos seus recursos, depois de definitivamente estipulada a 
pensão devida pelos pais. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
 
→ É mutável: A obrigação de prestar alimentos pode ser alterada ao longo do tempo caso os 
pressupostos de constituição também se alterem (art. 1.699, CC. Assim, a lei prevê ação revisional 
e ação de exoneração, para que essas questões sejam analisadas. 
 
→ É alternativa: Não necessariamente os alimentos devem ser dados em dinheiro. O devedor pode 
dar ao alimentando hospedagem e sustento, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua 
educação (art. 1.701, CC). 
Fica a critério do julgador definir de qual maneira devem os alimentos ser prestados. 
 
IMPORTANTE! Apesar de ser uma obrigação alternativa, ela é incompensável (art. 1.707, CC). Dessa 
forma, o devedor deve pagar integralmente os alimentos fixados por provimentos judicial provisório 
ou regular, e não pode deixar de cumprir seu dever com a desculpa de compensá-lo com outros 
créditos, ou por conta de dívidas do alimentando que foram pagas pelo devedor. 
 
O alimentante não pode compensar liberalidades que fez para os filhos, ou para a ex-mulher, com a 
aquisição de vestuários, brinquedos,ou mesmo de alimentos, especialmente quando tem o dever de 
aportar mensalmente um valor certo de pensão alimentícia, sendo mais difícil de promover a abusiva 
compensação se a pensão for descontada em folha de pagamento. 
- Madaleno, 2023 
 
→ É irrepetível: A tradição doutrinária e jurisprudencial brasileira sedimentou o entendimento de que 
os alimentos são irrepetíveis. Isso quer dizer que o alimentando, em momento algum, deverá 
devolver os alimentos pagos pelo devedor. 
Mesmo quando arbitrados em sede de liminar, a irrepetibilidade será mentida até a eventual 
modificação judicial do montante alimentar provisória na segunda instância, não sendo devolvidos 
os valores vencidos durante a tramitação da ação alimentar, sofrendo alteração na sua 
quantificação apenas para o futuro (MADALENO, 2023). 
 
EXCEÇÃO À REGRA: Casos em que há enriquecimento ilícito do alimentando, o que ocorreu por meio 
de pagamento de pensão alimentícia indevida (art. 876, CC). Neste caso, fala-se em fraude e má-fé8. 
 
 
8 EXEMPLO: Ex-esposa continua recebendo pensão alimentícia mas constitui união estável e oculta isso do ex-cônjuge para não perder o 
pensionamento. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
IMPORTANTE!!! O STJ entende que não deve ser conferido efeito retroativo à decisão que reduziu o 
valor dos alimentos provisionais, não afetando a execução das prestações vencidas e não pagas. 
No entanto, quando majorados os alimentos da fase recursal, o valor alimentar fixado ao final do 
processo retroage à data da citação. 
 
Noutro lado, o direito a alimentos também possui características importantes: 
 
→ É um direito personalíssimo, intransacionável: Uma vez fixado em razão do alimentando e de 
suas características, trata-se de um direito pessoal, não podendo ser repassado este direito a 
outrem. Não pode ser pleiteado por outrem. 
 
→ É imprescritível: O direito de pedir alimentos pode ser exercido a qualquer tempo por quem passou 
a necessitar de alimentos, ainda que o alimentando nunca tenha exercitado seu direito por mais 
tempo que tenha passado (art. 1.707, CC). 
 
→ É irrenunciável, impenhorável e incessível: O direito aos alimentos é irrenunciável (art. 1.707, 
CC). A doutrina entende, no entanto, que a irrenunciabilidade apenas atinge os alimentos futuros, 
sendo os vencidos não pagos passíveis de renúncia (art. 775, CPC). 
 
o O crédito alimentar não pode ser cedido. Não pode ser objeto de negociação 
o O crédito alimentar não pode ser compensado (art. 373, II, CC) 
o Os alimentos são impenhoráveis 
 
OUTRAS OBSERVAÇÕES SOBRE ALIMENTOS 
 
Parentes obrigados -> O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os 
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros (art. 1.696). No mais, o art. 1.697 
discorre que, na falta dos ascendentes, cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão, e, faltando 
estes, aos irmãos. 
Existe um vínculo de solidariedade entre todos os familiares até o segundo grau, os quais são estão suscetíveis a pagar 
alimentos uns aos outros caso seja necessário. 
 
→ A lista dos parentes obrigados por lei é exaustiva 
→ Não há identificação entre o ônus alimentar e o benefício sucessório 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
Alimentos na família reconstituída -> Não há, por lei, criação de relação de direitos e deveres entre os parentes por 
afinidade (madrastas, padrastos). Madaleno (2023) critica fortemente esse posicionamento do legislador, apontando 
que não está a norma compatível com a realidade brasileira. 
Não obstante, a jurisprudência vem reconhecendo a existência de obrigação alimentar entre enteados e padrastos. 
 
IMPORTANTE! A Resolução CNJ 63/2017 regulamenta o reconhecimento da paternidade socioafetiva nestes casos, 
indicando que a paternidade ou maternidade, para gerar obrigações, deve ser estável e exteriorizada socialmente, como 
se filhos realmente fossem e não como se fossem enteados. 
 
Obrigação alimentar entre ascendentes e descendentes -> A obrigação alimentar é recíproca, de forma que os pais 
devem aos filhos e os filhos devem aos pais. 
 
IMPORTANTE! A Súmula 358 do STJ impõe que a obrigação alimentar não se extingue automaticamente com a 
maioridade civil, mas o alimentando deve comprovar que ainda necessita dos alimentos por frequentar curso 
profissionalizante ou universitário. 
 
Os alimentos do nascituro -> Os alimentos do nascituro surgem em razão do acompanhamento e dos cuidados 
necessários ao nascituro enquanto este ainda não nasceu. 
A Lei 11.804/2008 reconhece, por expresso texto legal, direito aos alimentos do nascituro, que fica garantido desde a 
sua concepção. 
 
→ Na constância do casamento, presume-se a paternidade. Assim, se a mulher, ao se separar, estar grávida, terá 
direito ao pleito de alimentos. No futuro, caso seja comprovado que a paternidade não era do ex-marido, este poderá 
buscar o ressarcimento moral ou material (art. 927, CC). 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
Além disso, caso a mulher agir de má-fé, poderá ser obrigada a devolver os alimentos recebidos. 
 
Os alimentos gravídicos -> Tratam-se dos alimentos devidos à mulher grávida, também em razão de sua situação e 
da necessidade de cuidados especiais durante a gravidez. Trata-se de direito previsto pelo art. 2º da Lei n. 11.804/2008. 
São alimentos devidos a partir da concepção e não a partir da citação do réu. Após o nascimento, os alimentos ficam 
convertidos em pensão alimentícia em favor do menor, até que uma das partes solicite a sua revisão. 
 
→ Basta a existência de indícios de paternidade para que o juiz fixe os alimentos gravídicos, que 
perdurarão até o nascimento da criança. O juiz não pode determinar a realização de exame de DNA. 
Após o nascimento, no entanto, o vínculo provisório da paternidade poderá ser desconstituído 
mediante ação de exoneração da obrigação alimentícia9. 
 
→ A legitimidade passiva é apenas do pai da criança, não se estendendo aos demais parentes. 
→ A gestante deve comprovar a necessidade de alimentos. 
→ Cabe prisão do devedor de alimentos gravídicos. 
 
PRESSUPOSTOS E FIXAÇÃO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR 
Nos termos do art. 1.694 do CC, são pressupostos da obrigação de prestar alimentos: 
 
a) A existência de um vínculo de parentesco; 
b) Necessidade do reclamante; 
c) Possibilidade da pessoa obrigada; 
d) Proporcionalidade. 
 
Art. 1.695, CC: São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem 
pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-
los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
 
 
9 Se comprovada a má-fé, a gestante pode ser obrigada a restituir os alimentos já pagos. 
Érika Cerri dos Santos 
erikacerridossantos@hotmail.com 
 
→ Em razão do casamento e da união estável, o direito do credor a alimentos cessa se tiver procedimento indigno 
em relação ao devedor (art. 1.708, CC) 
 
 
 
 
 
A regra principal para a fixação de alimentos é o binômio necessidade vs. possibilidade, nos termos do art. 1.694, CC. 
→ Análise da situação financeira do alimentante. 
 
IMPORTANTE! Os alimentos compensatórios e os ressarcitórios não se submetem a este binômino. 
 
MEIOS DE ASSEGURAR O PAGAMENTO DA PENSÃO 
 
a) Ação de alimentos – Lei n. 5.478/68 
b) Execução por quantia certa 
c) Penhora em vencimento de funcionários públicos 
d) Desconto em folha de pagamento 
e) Entrega de parte da renda líquida dos bens comuns – comunhão universal de bens 
f) Constituição de garantia real ou fidejussória e de usufruto 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PRISÃO DE DEVEDOR DE ALIMENTOS 
O Código Civil prevê a prisão de devedor de alimentos, sendo definido um rito próprio para isso. No entanto, apenas os 
alimentos legais pertencem ao rito de família. 
Dessaforma, a prisão civil pelo não pagamento somente pode ser decretada no caso dos alimentos previstos nos arts. 
1.566, III, e 1.694 e ss do CC. Ou seja, somente se admite como meio coercitivo para o adimplemento de pensão 
decorrente do parentesco ou do matrimônio, pois o preceito constitucional que excepcionalmente permite a 
prisão por dívida, nas hipóteses de obrigação alimentar, é de ser restritivamente aplicado. 
 
→ Não se admite prisão de devedor de alimentos por responsabilidade civil ex delito 
→ Não se admite a prisão de devedor de alimentos voluntários 
→ Constitui constrangimento ilegal a prisão nas hipóteses acima 
NECESSIDADE POSSIBILIDADE X

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