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PROCESSO CIVIL - RESUMO COMPLETO - TUTELA DE URGÊNCIA

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Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
TUTELA PROVISÓRIA 
INTRODUÇÃO E CONCEITO 
 
Danos marginais – Danos causados em razão da demora na entrega da tutela jurisdicional. 
 
O tempo pode gerar danos irreversíveis ao resultado útil do processo, uma vez que, as vezes, o Poder Judiciário 
tutela direitos que se perecem de forma rápida. Reconhecendo essa fragilidade, o sistema jurídico desenvolveu 
mecanismos que impedem o processo de ficar inofensivo à realidade temporal. 
Tratam-se das técnicas processuais que permitem obter a tutela jurisdicional de forma mais célere, corrigindo 
ou prevenindo determinadas situações em que o próprio processo ou o direito por ele tutelado estejam ameaçados. 
Tais técnicas permitem: 
→ Sumarização da cognição 
→ Técnica de inversão do momento do contraditório 
→ Técnica de efetivação imediata dos provimentos antecipados. 
 
A regulação dos efeitos da passagem do tempo sobre os direitos controvertidos é um dos 
fundamentos para a criação das tutelas jurisdicionais diferenciadas. Para cumprir sua 
finalidade, o processo reclama adequação objetiva e subjetiva ao direito material [...] A 
diferenciação das tutelas processuais compreende a disposição de procedimentos de 
cognição plena e exauriente e de formas típicas de tutela sumária, modeladas de acordo com 
as particularidades do direito substancial controvertido. 
- Arruda Alvim, 2028 
 
São duas as formas encontradas com o fim de diminuir os efeitos do tempo sobre as demandas judiciais. A primeira 
diz respeito a sumarização do processo em si – SUMARIEDADE SUBSTANCIAL, sem prejuízo à cognição plena e 
exauriente do juiz, permitindo o contraditório e a ampla defesa de forma completa. A segunda forma pretende a 
sumarização da cognição – SUMARIZAÇÃO PROCESSUAL. 
 
Duas técnicas fundamentais de diferenciação são empregadas para enfrentar a propensão do 
processo judicial à demora. A primeira consiste nas providências que visam imprimir 
celeridade ao processo sem o sacrifício da atividade cognitiva do juiz. Sumariza-se, neste 
caso apenas o PROCEDIMENTO.. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
A segunda técnica abrange providências que retiram do juiz o conhecimento completo da matéria 
litigiosa. Sumariza-se a própria COGNIÇÃO [...] 
- Arruda Alvim, 2018- 
 
TUTELA PROVISÓRIA -> Conjunto de técnicas que permite ao magistrado, na presença de determinados 
pressupostos, prestar tutela jurisdicional com base em decisão instável apta a assegurar e/ou satisfazer, desde logo, 
a pretensão autoral. Depende da existência dos pressupostos da urgência e da evidência. 
 
[...] conjunto de técnicas que permite ao magistrado, na presença de determinados pressupostos, 
que gravitam em torno da presença da ‘urgência’ ou da ‘evidência’, prestar tutela jurisdicional, 
antecedente ou incidentalmente, com base em decisão instável apta a assegurar e/ou 
satisfazer, desde logo, a pretensão do autor, até mesmo de maneira liminar, isto é, sem prévia 
oitiva do réu. 
- Cassio Scarpinela Bueno, 2022 
 
No CPC/2015, a tutela provisória pode ser esquematizada da seguinte maneira: 
 
 
 
 
→ O CPC/2015 afasta o critério da especificidade, aplicando a tutela provisória antecipada em qualquer 
procedimento (procedimento genérico), apesar de exemplificar alguns procedimentos específicos em seu art. 
301. 
TUTELA 
PROVISÓRIA
Urgência
Cautelar
Antecedente
Incidental
Antecipada
Antecedente
Incidental
Evidência Incidental
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
COMO ERA NO CPC/73? – BREVE ESCORÇO HISTÓRICO 
 
A doutrina antes do CPC/2015 entendia que a tutela provisória não era gênero de tutela jurisdicional, mas sim uma 
espécie classificatória inerente à tutela de urgência (LAMY, 2018). Ou seja, a tutela provisória era uma tutela de 
caráter satisfativo e antecipatório, que poderia vir a se confirmar1. Estas medidas, no entanto, eram previstas 
apenas em alguns procedimentos bem específicos – tutela específica. 
Contrária à tutela provisória, existia a tutela temporária, de caráter cautelar2. 
 
CPC/73 -> Processo cautelar -> REFORMAS DE 94 E DE 2002 -> Tutela antecipada 
 
O CPC/73 ANTES DE 94 – PROCESSO CAUTELAR -> Inicialmente, o CPC/73 apenas contava com o processo 
cautelar. Tradicionalmente, este procedimento era um gênero processual autônomo, e tinha como objetivo o 
asseguramento de uma pretensão diferente da medida tomada3. 
Apenas podia ser administrada de forma preparatória, ou seja, antes do ajuizamento da ação principal. 
No entanto, este mecanismo era utilizado, erroneamente, muitas vezes como forma de obter o que hoje 
chamamos de tutela antecedente/antecipada. Ou seja, buscava-se, com o processo cautelar, a obtenção de um 
resultado final principal, exaurindo-se o objeto da demanda por meio do processo cautelar, desvirtuando o caráter do 
procedimento – medidas cautelares satisfativas. 
 
A necessidade de sumarização cognitiva, advinda da busca de uma tutela jurisdicional efetiva em 
face de situações de perigo, levou à utilização da tutela cautelar como instrumento destinado à 
satisfação antecipada da pretensão que só poderia ser veiculada através da chamada “ação 
principal”. 
- Marinoni, 1994 
 
Segundo Donaldo Armelin, o que ocorria era uma distorção do procedimento cautelar, identificada de diversas 
formas, como: 
 
1 Tutela provisória = tutela antecipada 
2 Nos casos em que se propunha a tutela cautelar, a certeza era a de que a sentença final NÃO daria ao requerente a medida pedida a 
título de cautela. As medidas cautelares servem apenas para assegurar um resultado final pretendido. 
 
3 Tutela jurisdicional preventiva, apta a evitar a consumação de lesões e a imunização de ameaças. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
→ Exagerada extensão que se deu à tutela cautelar, suprimindo-se a tutela satisfativa, deixando de 
ser cautelar para assumir outra função que a desnatura; 
 
→ Perda de sua autonomia, transformando-se em medida meramente antecipatória da eficácia 
executiva do processo satisfativo; 
 
→ Concessão indiscriminada, independente da presença dos requisitos previstos; 
 
→ Facilidade com que se admitem contra-cautelas. 
 
Importante ressaltar que, para que a tutela cautelar seja aplicada de forma adequada, é imprescindível que a tutela 
não satisfaça a pretensão própria do processo principal para que possa adquirir o perfil de cautelar. Isso 
porque a tutela cautelar deve proteger um direito, não dá-lo ao interessado – REFERIBILIDADE. 
 
CPC/73 APÓS 94 – LEI 8.952/94 – TUTELA ANTECIPADA -> Estabelece-se o instituto da tutela antecipada, 
permitindo-se ao juiz, com base num juízo de probabilidade do direito do demandante, conceder, desde logo, uma 
tutela provisória, da mesma natureza daquela que muito provavelmente será outorgada ao final. 
A partir dessa nova reforma, a tutela antecipada deixa de ser aplicada apenas em procedimentos específicos, 
para ser aplicada em todo e qualquer procedimento. 
Outra mudança importante é que a tutela cautelar passou a ser aplicável também de forma incidental, assim como a 
tutela antecipada. 
 
CPC ANTES DE 94 CPC DEPOIS DE 94 
 Tutela antecipatória apenas em procedimentos 
específicos 
 
 Tutela cautelar apenas de forma 
antecedente/preparatória 
 Tutela antecipada inominada/genérica, aplicável 
a diversos procedimentos 
 
 Tutela cautelar aplicável de forma incidental e 
antecedente, assim como a tutela antecipada 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
Após as reformas de 94, o CPC/73 ficou da seguinte forma: 
 
O CPC/2015 acrescentou a tutela da evidência como uma das possíveis. 
 
 
 
 
TUTELA 
PROVISÓRIA
Urgência
Cautelar
Antecedente
Incidental
Antecipada
Antecedente
Incidental
Evidência Incidental
CPC/73
TUTELA DE 
URGÊNCIA
CAUTELAR
INCIDENTE
ANTECEDENTE
ANTECIPADA INCIDENTE
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
CARACTERÍSTICAS DA TUTELA PROVISÓRIA 
São característicasda tutela provisória: 
 
❖ SUMARIEDADE: A tutela provisória é analisada e concedida de forma sumária, sem qualquer certeza 
sobre o que está sendo decidido e sobre todos os limites da causa. 
 
Humberto Theodoro Jr. traça uma diferenciação entre sumariedade processual e sumariedade material. 
 
SUMARIEDADE MATERIAL -> Tem como objetivo simplificar o rito, sem abdicar 
da finalidade de compor o mérito definitivamente. 
 
SUMARIEDADE PROCESSUAL -> Visa à simplificação do procedimento apenas 
para atender a uma emergências do caso concreto, sem a pretensão de dar uma 
solução definitiva ao litígio. 
 
As tutelas provisórias apresentam a sumariedade processual. Dessa forma, elas simplificam o 
procedimento para que as emergências da parte sejam atendidas, mas não dão fim ao litígio. 
 
❖ PROVISORIEDADE: A tutela provisória não se destina à resolução definitiva do conflito. Dessa forma, 
ela poderá ser posteriormente substituída pela decisão definitiva que dar fim ao processo 
(sentença). A decisão proferida em sede de tutela provisória terá caráter provisório, podendo ser 
revogada ou modificada a qualquer tempo. 
No caso de proferimento de sentença, afirma-se que a cognição sumária será exaurida com a cognição 
exauriente. 
 
Significa essa provisoriedade, mais precisamente, que as tutelas têm duração temporal limitada 
àquele período de pendência do processo, conservando sua eficácia também durante o período 
de eventual suspensão da ação, salvo decisão judicial em contrário. Além disso, por estarem 
sujeitas ao regime do cumprimento provisório da sentença, revestindo-se de caráter de solução 
não definitiva, são passíveis de revogação ou modificação, a qualquer tempo, mas sempre por 
meio de decisão fundamentada. 
- Humberto Theodoro Jr., 2021 
 
❖ PREVENTIVIDADE: A tutela provisória cautelar tem como objetivo prevenir o objeto final do 
processo. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
 
❖ REFERIBILIDADE E A TUTELA CAUTELAR: A tutela cautelar é um direito material que se refere a 
outro direito material. 
A tutela cautelar existe para que seja protegido outro direito material, o qual é o objeto mediato do processo 
civil. Existe, portanto, para se referir a outro direito. 
Por exemplo, determina-se que o imóvel do réu seja gravado com ônus real, para que ele não dilapide o bem. 
O que se pretende proteger é o patrimônio executável. A tutela cautelar, dessa forma, refere-se ao direito 
do exequente de ter seu crédito adimplido. 
 
É O DIREITO COMO O GARANTIDOR DE UM DIREITO -> A tutela cautelar sempre vai garantir o direito final 
do processo. 
 
→ A referibilidade está no plano do direito material 
 
IMPORTANTE!!! Watanabe indica em seu livro que alguns procedimentos que exigem cognição de natureza 
cautelar não necessariamente precisam se referir a um direito. São aquelas ações que não necessitam de 
análise probatória profunda, porquanto o direito é incontestável. Nestes casos, a ação cautelar seria 
autônoma e não dependente de um processo principal. 
Para o autor, casos como a violação a direitos da personalidade se enquadram nessa categoria. 
 
Este processualista estabeleceu um critério para a determinação da dispensabilidade eventual do 
processo principal. Para tanto, frisou o conceito de referibilidade, apresentado por Ovídio. 
Estabeleceu Watanabe que a referibilidade apresenta graus de intensidade e que somente quando 
a causa de pedir da ação cautelar, no seu dado remoto, contém ou deve conter afirmação relativa 
à ação principal, é que esta se faz de imperiosa propositura [...] 
- Marinoni, 1997 
 
Este posicionamento, no entanto, não é pacífico na doutrina. A maior parte dos processualistas, inclusive 
Marinoni, defendem que, se não há referibilidade, é porque há satisfatividade. Ou seja, não se estaria falando 
de tutela cautelar, e sim satisfativa. 
 
IMPORTANTE!! Para Didier Jr. (2016), a tutela cautelar não possui provisoriedade, mas sim 
temporariedade. Isso quer dizer que possui sua eficácia limitada no tempo, durando o tempo necessário à 
preservação a que se propõe. Cumprida sua função acautelatória, perde a eficácia, tendendo a extinguir-se 
com a obtenção da tutela satisfativa definitiva. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
Isso não ocorre com a tutela antecipada, por exemplo, que apenas perde a eficácia quando é substituída por 
outra decisão que a confirma, modifica ou revoga. 
 
 Ao contrário das tutelas provisórias, a tutela cautelar é DEFINITIVA. Ou seja, não possuem 
provisioriedade. A temporariedade da tutela cautelar não exclui sua definitividade. 
Temporários são apenas os seus efeitos práticos, mas a decisão é definitiva. Não será substituída 
posteriormente, sendo a decisão final para a questão cautelar. 
 
 Há cognição exauriente do mérito cautelar. Apenas a cognição do direito material acautelado é 
que é sumária. Assim, há formação da coisa julgada – Didier Jr. (2016) 
 
Não achei posicionamento semelhante em nenhuma outra doutrina. Humberto Theodoro Jr. diz 
que a temporariedade diz respeito ao fato de que todas as decisões conservam sua eficácia na 
pendência do processo, o que é comum a todas as tutelas e não apenas à cautelar. 
Sobre a formação da coisa julgada, Marinoni explica que a tutela cautelar não possui condão 
para tal. Há, no entanto, possibilidade de preclusão da matéria cautelar, razão pela qual decisão 
não poderá ser discutida enquanto não acontecer alguma mudança factual. 
 
❖ REVOGABILIDADE E MODIFICABILIDADE (precariedade): A tutela provisória está sempre sujeita à 
revogação ou à modificação, segundo a regra do art. 296 do CPC4. 
Essa característica diz respeito à possibilidade de o próprio juiz que prolatou a decisão modifica-la ao longo 
do processo, por algum motivo. Alterados os fatos, modifica-se a base da decisão, a qual, ao tentar amoldar-
se a eles, pode exigir modificação, ou até mesmo ser revogada. 
 
MODIFICAR -> Substituir, no todo ou em parte, uma medida por outra ou convertê-la em outra. 
 
REVOGAR -> Subtração total da eficácia da medida. 
 
Existe uma discussão a respeito da possibilidade de modificar de ofício a decisão que defere a tutela 
antecipada56. A doutrina restringe essa possibilidade, mas a jurisprudência vem aceitando-a, especialmente 
quando há fixação de tese que modifica o entendimento a respeito da tutela de urgência deferida. 
 
4 Importante ressaltar que essa modificabilidade não tem relação com o resultado de eventuais recursos. Neste caso, a característica diz 
respeito à possibilidade de o próprio juiz que proferiu a decisão modifica-la, a qualquer tempo. 
5 O juiz defere uma medida e, posteriormente, com novas provas e novas circunstâncias, a modifica ou a revoga de ofício. 
6 Não se pode deferir de ofício a tutela antecipada depois que ela foi indeferida. No caso das cautelares, no entanto, isso pode ocorrer, à 
medida em que o julgador perceber que há alguma possibilidade de prejuízo ao objeto mediato do processo/pedido principal. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
Nos casos de tutelas cautelares, admite-se que o juiz vá diminuindo o rigor da tutela, à medida em que for 
notando a ausência de necessidade de garantia do direito. 
 
❖ FUNGIBILIDADE: O CPC institui regimes diferenciados para a concessão das tutelas de urgência 
antecedentes antecipada ou cautelar. No entanto, reconhece-se a dificuldade existente em diferenciar a 
tutela antecipada da cautelar, razão pela qual previu o legislador a fungibilidade entre ambas as tutelas. 
Assim, prevê o art. 305, parágrafo único, do CPC, que, uma vez requerida tutela cautelar em caráter 
antecedente, caso o juiz entenda que sua natureza é satisfativa, poderá assim recebê-la. 
 
❖ PODER GERAL DE CAUTELA: Pode o juiz, com fulcro no poder geral de cautela, conceder medida 
característica de tutela provisória para assegurar o resultado útil do processo, independentemente de 
pedido da parte.ATENÇÃO!! Sobre o art. 297 do CPC, o professor falou que não se trata de poder geral de cautela, e sim 
poder geral de cautela de efetivação. Este é caracterizado por medida concedida após prévio 
requerimento do interessado, ao contrário do poder gera de cautela stricto sensu, que é exercido 
de ofício. 
Além disso, o poder geral de cautela não pode ser utilizado como ferramenta para antecipação de tutela. 
 
 
COMPETÊNCIA 
As questões de competência são discutidas pelo art. 299 do CPC. 
 
TUTELA INCIDENTE -> Juízo da causa 
TUTELA ANTECEDENTE -> Juízo competente para julgar o pedido principal 
TRIBUNAIS -> Juízo competente para decidir o mérito. 
 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
CLASSIFICAÇÕES E FUNDAMENTOS DA TUTELA PROVISÓRIA 
 
TUTELA PROVISÓRIA -> A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou em evidência, a depender do caso 
concreto. 
 
TUTELA INCIDENTAL OU TUTELA ANTECEDENTE -> O momento em que o pedido será realizado indicará se a tutela é 
antecedente ou incidente. Será incidente caso apresentado o pedido logo na petição inicial ou mais a frente no 
processo. Noutro lado, será antecipado se o pedido for apresentado antes do ajuizamento da ação. 
O pedido incidental não apresenta dificuldades, uma vez que será feito por simples petição nos autos, sem 
necessidade sequer de pagamento de custas. No entanto, deverá o interessado comprovar os requisitos legais para 
que seja concedida a medida. 
 
TUTELA CAUTELAR OU TUTELA ANTECIPADA -> A tutela cautelar será aquela deferida com o objetivo de assegurar o 
objeto final da demanda. Neste caso, o autor não obtém o resultado pretendido, mas tão somente uma medida que 
garante que ao final do processo o pedido será atendido no caso de procedência da ação. 
Noutro lado, a tutela antecipada busca a antecipação do final do processo, obtendo o autor o resultado final 
pretendido com o processo7. Esta modalidade de tutela tem utilidade quando há risco ao próprio direito subjetivo 
material da parte, que não se acha em condições de aguardar o desfecho natural do processo ordinário. 
 
Nessa perspectiva, a tônica distintiva, destarte, parece recair na aptidão de a tutela provisória 
poder satisfazer ou apenas assegurar o direito do requerente. Satisfazendo-o, é antecipada; 
assegurando-o, é cautelar. 
- Cassio Scarpinella Bueno 
 
TUTELA CAUTELAR TUTELA ANTECIPADA 
Busca proteger o resultado final. Busca a antecipação do resultado final pretendido. 
 
A identificação da medida adequada vai depender do caso concreto e do objeto processual. 
Importante ressaltar que tanto a tutela antecipada quando a tutela cautelar dependem dos requisitos do perigo de 
dano e da probabilidade do direito. 
 
7 Alguns doutrinadores não concordam com essa distinção. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
A COGNIÇÃO NO PROCESSO CIVIL 
Em linhas gerais, a cognição é o nível de conhecimento que possui o juiz a respeito do processo. O provimento 
jurisdicional é, basicamente, o resultado da atividade cognitiva do juiz. 
 
Resulta ela (a cognição) muito mais da própria natureza da atividade do juiz, que para conceder a 
prestação jurisdicional precisa, na condição de terceiro que se interpõe entre as partes, conhecer 
primeiro das razões para depois adotar as providências voltadas à realização prática do direito da 
parte [...] 
- Watanabe 
 
Ao analisar a cognição, é preciso se ter em mente que, levando-se em conta a pretensão de direito material, é 
possível concluir-se, através da adequação da cognição que lhe é própria, qual a forma de tutela que lhe é mais 
compatível (MARINONI, 1992). 
 
CLASSIFICAÇÃO DA COGNIÇÃO NO SENTIDO HORIZONTAL 
COGNIÇÃO PLENA Conhecimento a respeito de todas as questões processuais. 
COGNIÇÃO SUMÁRIA Conhecimento básico. Cognição limitada. 
COGNIÇÃO RAREFEITA Conhecimento quase nulo. 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
→ No plano horizontal, a cognição será parcial ou plena, a depender do conhecimento que o juiz possui a 
respeito do conflito de interesses existente na demanda. 
 
Exemplo: Nas demandas possessórias, ao admitir-se a concessão de medida liminar, está ocorrendo a 
sumarização do procedimento no plano horizontal, à medida em que se dispensa o conhecimento total a 
respeito do conflito de interesses – A cognição, portanto, é parcial. Nesse sentido, a cognição apenas é plena 
quando se instaura com sucesso o contraditório no processo. 
 
 
 
 
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Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
COGNIÇÃO PLENA 
- Independe de cognição exauriente 
- Alta profundidade a respeito dos fatos e da lide 
COGNIÇÃO LIMITADA 
(Sumária ou rarefeita) 
- Baixo conhecimento a respeito dos fatos e da lide 
- Própria de alguns procedimentos, em função da fixação de um 
determinado objeto litigioso ou da amplitude de defesa8. 
- Independe de cognição sumária9. 
 
→ Já no plano vertical, a cognição tem relação com a intensidade de relação entre o juiz e o objeto da causa. 
 
COGNIÇÃO EXAURIENTE 
- O objeto da cognição não pode mais ser objeto 
de cognição em outro processo. Formação de 
coisa julgada. 
- Valoração e análise das alegações e provas 
apresentadas pelas partes. 
- Característica do processo de conhecimento. 
- Leva ao proferimento de sentença. 
COGNIÇÃO SUMÁRIA 
- Cognição menos aprofundada no sentido 
vertical. 
- Própria das situações de aparência. 
- Consequência das situações de perigo. 
- Recai sobre a afirmação do fato. 
- Juízo de verossimilhança e probabilidade 
COGNIÇÃO SUPERFICIAL - Juízo puro de verossimilhança 
 
Não se confunde cognição sumária com procedimento sumaríssimo: O processo de cognição sumária é 
aquele que não permite um conhecimento aprofundado do objeto cognoscível. No entanto, o procedimento 
sumaríssimo possibilita tal conhecimento, mas isso ocorre de forma mais rápida (MARINONI, 1992). 
A cognição sumária não permite carga declaratória o suficiente para a produção de coisa julgada material. 
Por isso, não se pode construir um procedimento de cognição sumária autônomo. 
 
 
8 É o que ocorre nos casos das ações possessórias, das ações cambiárias e das ações de desapropriação por utilidade pública. Nestes 
casos, há uma limitação na matéria que pode ser arguida defensivamente, por exemplo. Na desapropriação, apenas se pode impugnar o 
valor ofertado a título de indenização, o que torna a cognição parcial. No entanto, ela será exauriente no plano vertical. 
9 Nas ações de desapropriação, a cognição é parcial. No entanto, não há limitação no sentido vertical, de forma que a cognição também é 
exauriente. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
Análise de mérito e 
sentenciamento. 
Superficial 
 - Tutelas de urgência 
Profunda 
A tutela provisória é responsável pela entrega da 
efetividade do processo (resultado) antes da 
cognição exauriente, ainda na cognição sumária, 
quando existe apenas um conhecimento 
superficial sobre as questões de fato e de direito 
relacionadas ao processo. 
A tutela de urgência, na maioria das vezes, é concedida em sede de cognição sumária. Inclusive, a 
situação de aparência, quando ligada a uma situação de perigo, é o que legitima a tutela de urgência. 
 
A cognição pode ser analisada em suas perspectivas horizontal (extensão e amplitude) e vertical (profundidade). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANO HORIZONTAL 
Amplitude de conhecimento 
Análise de questões processuais e 
condições da ação (preliminares). 
Análise de pedido liminar. 
Cognição limitada Cognição plena 
Cognição exauriente 
Cognição sumária 
PLANO VERTICAL 
Profundidade da cognição 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
REGIME JURÍDICO DA TUTELA PROVISÓRIA 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
FUNDAMENTOS 
Art. 294: A tutela provisória de urgência pode fundamenta-se em urgência ou evidência. 
Parágrafo único: A tutela provisória deurgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em 
caráter antecedente ou incidental. 
 
CAPUT -> Os fundamentos da tutela provisória podem ser -> URGÊNCIA ou EVIDÊNCIA. 
 
→ Tutela de urgência – demonstração de perigo de dano e probabilidade de direito 
→ Tutela da evidência – pressupõe a demonstração de que as afirmações de fato estejam 
comprovadas10 
→ IMPORTANTE! A tutela de evidência sempre será satisfativa. 
 
PARÁGRAFO ÚNICO -> A tutela provisória pode ser -> CAUTELAR (visa a proteção de um direito) ou ANTECIPADA 
(visa antecipar os efeitos do processo). 
Quando ao momento de requerimento, pode ser ANTECEDENTE (antes do ajuizamento da demanda principal) ou 
INCIDENTAL (no momento do ajuizamento da ação). 
Caso seja requerida em caráter incidental, independe do pagamento de custas11. 
 
Art. 296: A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas. 
 
EFICÁCIA 
Art. 296: A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a 
qualquer tempo, ser revogada ou modificada. 
Parágrafo único: Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará sua eficácia 
 
10 Parte da doutrina entende que é possível a concessão da tutela de evidência independentemente da comprovação do perigo de dano. 
Este, no entanto, não é um posicionamento adotado pelo professor. Assim como Humberto Theodoro Jr., o professor disse que existe um 
binômio (probabilidade de direito/perigo de dano), que deverá existir para a concessão da tutela. 
11 Dispositivo muito criticado pelo professor. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
durante o período de suspensão do processo. 
 
A tutela provisória produz efeitos enquanto o processo estiver tramitando, inclusive nos períodos de suspensão, 
mas pode ser modificada a qualquer momento (REVOGABILIDADE e MODIFICABILIDADE). 
 
OBS.: Essa característica que manter sua eficácia enquanto tramitar o processo, para Humberto Theodoro Jr. é a 
temporariedade. 
 
PODER DE CAUTELA PARA EFETIVAÇÃO 
Art. 297: O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela 
provisória. 
Parágrafo Único: A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao 
cumprimento provisório da sentença, no que couber. 
 
CAPUT -> O juiz poderá estabelecer medidas cautelares para que a tutela provisória deferida seja efetivamente 
cumprida, como a incidência de multa ou demais medidas coercitivas. Trata-se do poder de cautela para efetivação, o 
que é exercido após deferida a medida requerida pela parte. 
 
PARÁGRAFO ÚNICO -> Ao ser deferida a tutela provisória, sua efetivação deverá ser de acordo com o cumprimento 
provisório de sentença, no que couber. 
 
FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA 
Art. 298: Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará 
seu convencimento de modo claro e preciso. 
 
A necessidade de fundamentação adequada decorre do fato de a medida provisória ser deferida a partir de uma 
instrução sumária, havendo inversão da sequencia natural e lógica entre os atos de debate, acertamento e decisão. 
 
 
 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
TUTELA DE URGÊNCIA 
 
Observações 
→ Pode ser cautelar ou satisfativa 
→ Não é preciso a presença simultânea de ambos os requisitos (DIDIER, 2016). É preciso a presença simultânea 
de ambos os requisitos (THEODORO JR., 2023). 
 
CABIMENTO 
Art. 300: A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
Probabilidade do direito -> Plausibilidade de existência desse mesmo direito. A análise será feita por meio de juízo 
de verossimilhança, não por juízo de certeza, efetuado sumária e provisoriamente. 
É necessária a verossimilhança fática, com a constatação de que há um considerável grau de plausibilidade em torno 
da narrativa dos fatos trazida pelo autor. Junto a isso, deve haver uma plausibilidade jurídica, com a verificação de 
que é provável a subsunção dos fatos à norma invocada, conduzindo aos efeitos pretendidos. 
 
Perigo da demora -> Perigo que a demora processual representa de dano ou o risco ao resultado útil do processo. É 
o risco de perecimento, destruição, desvio, deterioração, ou de qualquer mutação das pessoas, bens ou provas 
necessárias para a perfeita e eficaz atuação do provimento final do processo. 
O que justifica a tutela provisória de urgência é o perigo concreto, atual e grave. Além do mais, o dano deve ser 
irreparável ou de difícil reparação. 
 
Estes requisitos se aplicam tanto às tutelas satisfativas quanto às tutelas cautelares. 
 
O art. 300 não deixa duvida sobre a necessidade da ocorrência cumulativa dos dois 
requisitos, dispondo que a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciam a probabilidade do direito E o perigo de dano. Ambos, portanto, terão de ser 
objetivamente demonstrados pela parte no respectivo requerimento, e pelo juiz, na 
fundamentação do decisório que deferir a tutela emergencial. 
- Humberto Theodoro Jr, 2023 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
GARANTIA 
Art. 300, §1º: Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução 
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, 
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
 
Em algumas hipóteses, com o fim de evitar a possibilidade de perigo de dano inverso, poderá o juiz exigir caução real 
ou fidejussória para ressarcir eventuais danos que a parte adversa possa a vir suportar em razão do deferimento da 
medida. 
 
MOMENTO DA CONCESSÃO 
Art. 300 §2º: A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
 
Liminarmente -> Antes de o réu ser ouvido/citado. Neste caso, o réu não se manifesta sobre a pretensão do autor. 
O que justifica essa possibilidade, segundo Theodoro Jr. (2023), é a possibilidade de o dano se consumar antes da 
citação, qualquer que seja o motivo. Dessa forma, é necessária a imposição de um provimento imediato. 
 
Justificação prévia -> A justificação prévia é uma audiência realizada com o fim de ouvir o autor da ação, uma vez 
que a prova documental não foi o bastante para o convencimento do juiz e deferimento da medida. Nestes casos, 
podem ser ouvidas as testemunhas da parte autor, se necessário. 
Não se trata de um procedimento em separado, mas sim uma parte integrante da própria medida proposta, como um 
simples ato do processo. 
A justificação prévia também está prevista nas tutelas possessórias, como forma de garantir, liminarmente, ao autor, 
a posse do bem objeto do processo. 
 
DO CRITÉRIO DA REVERSIBILIDADE – TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA 
Art. 300 §3º: A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver 
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
A tutela antecipada é aquela que antecipa o resultado final pretendido pelo autor. O dispositivo em comento determina 
que ela apenas será concedida quando a antecipação poderá, em caso de sucumbência, ser revertida em favor do réu 
vencedor. Lembrando que, nos termos do art. 302 do CPC, a parte deverá responder pelo prejuízo que a efetivação da 
tutela de urgência causar à parte adversa. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
Conceder a tutela provisória satisfativa irreversível seria conceder a própria tutela definitiva – uma 
contradição em termos. Isso prejudicaria os direitos do réu quanto à ampla defesa e ao contraditório. 
 
[...] exige-se que os efeitos da tutela provisória satisfativa (ou antecipada) sejam reversíveis, que 
seja possível retornar-se ao status quo ante caso se constate, no curso do processo, que deve ser 
alterada ou revogada. Essa é a marca da provisoriedade/precariedade da referida tutela. 
 
- Didier, 2016Como identificar se a medida é reversível ou não? – Theodoro Jr. (2023) indica que somente é reversível a 
medida caso a providência assegure ao juiz as condições de restabelecimento pleno, caso necessário, da situação 
anterior do réu, dentro do mesmo processo. 
Em aula, o professor falou que a reversibilidade é analisada pela solvência da parte beneficiada. 
 
IMPORTANTE! A reversibilidade, na tutela de urgência antecipada, será cumulada com os critérios de periculum in 
mora e probabilidade de direito. 
 
→ Para que seja concedida a tutela provisória antecipada, é preciso que sejam analisados os critérios de 
proporcionalidade e razoabilidade, devendo os bens jurídicos em discussão serem analisados e sopesados. 
Segundo Didier (2016), sempre que forem constatados a probabilidade do direito e o perigo da demora da 
prestação jurisdicional resultantes da sua não-satisfação imediata, deve-se privilegiar o direito provável, 
adiantando sua fruição, em detrimento do direito improvável da contraparte. 
 
→ O réu não deve suportar perigo. A tutela provisória não se presta a deslocar, ou transferir risco de uma parte 
para a outra – periculum in mora inversum. 
O perigo de mora inverso ocorre quando o deferimento da medida de urgência, ao afastar o perigo de dano 
irreparável enfrentado pelo requerente, acaba por impor ao requerido que suporte risco igual ou maior, como 
consequência imediata da própria providência emergencial decretada. 
 
MEDIDAS CAUTELARES POSSÍVEIS 
Art. 301: A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, 
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea 
para asseguração do direito. 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
Este dispositivo revela o poder cautelar do juiz, que pode determinar medidas para que a tutela de urgência cautelar 
seja efetivada. No entanto, o Código não prevê procedimento específico para a realização dessas medidas cautelares, 
cabendo à doutrina indicar quais procedimentos são possíveis. 
 
→ Não se trata de rol taxativo, podendo ser utilizada qualquer medida para ser garantida a efetivação da tutela. 
 
RESPONSABILIDADE DA PARTE PELOS EFEITOS DA TUTELA 
Art. 302: independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo 
que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: 
I – a sentença lhe for desfavorável; 
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para 
a citação do requerido no prazo de 5 dias; 
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. 
 
Parágrafo único: A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, 
sempre que possível. 
 
A parte que for beneficiada pela tutela de urgência será responsabilizada pelos danos que causar à parte adversa se, 
por alguma razão, a sentença que for proferida nos autos lhe for desfavorável. Trata-se de uma maneira de garantir á 
parte adversa de que não será vítima de abuso de direito. 
 
[...] Se manteve a orientação doutrinária exposta: em regra, a tutela de urgência, cautelar ou 
antecipatória, deverá ser requerida pela parte, mesmo porque, a respectiva execução corre por 
sua conta e risco, configurando hipótese legal de responsabilidade civil processual objetiva. 
- Humberto Theodoro Jr., 2023 
 
I e IV – Situações em que o direito de cautela ou o direito material acautelado não é, ao final do processo, 
reconhecido. 
II – Hipótese em que o beneficiário não promove a continuação do feito. Segundo Didier (2016), neste caso, a 
responsabilidade deve restringir-se ao dano causado ao réu no período em que não esteve no processo. 
III – Decisão revista, invalidade ou reformada. 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE 
A tutela antecipada requerida em caráter antecedente é aquela em que a parte pretende a antecipação do direito 
pretendido antes da formulação do pedido de tutela final. 
 
CABIMENTO E PETIÇÃO INICIAL 
Art. 303: Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial 
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a 
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil 
do processo. 
 
De acordo com o dispositivo em comento, para o cabimento do pedido, a urgência deve ser contemporânea à 
propositura da ação. A situação de urgência irá justificar que o autor apresente petição mais enxuta, explicando 
sumariamente os fundamentos que indicam a necessidade de se obter a tutela provisória. 
Além disso, a petição deve conter os seguintes elementos: 
 
→ Pedido de antecipação da tutela 
→ Indicação do pedido de tutela definitiva 
→ Breve exposição da lide 
→ Breve exposição do direito 
→ Comprovação dos elementos para a concessão da tutela provisória 
→ Valor da causa, devendo levar em consideração o pedido da tutela final (art. 303, §4º). 
 
SE NÃO CONCEDIDA A TUTELA POR AUSÊNCIA DE ELEMENTOS 
Art. 303, §6º: Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão 
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 dias, sob pena de ser indeferida e 
o de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 
 
Neste caso, a emenda da petição inicial é necessária para que o autor complemente sua causa de pedir, confirme seu 
pedido de tutela definitiva e traga documentos indispensáveis à propositura da demanda ainda ausentes. 
 
 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
SE CONCEDIDA A TUTELA 
Art. 303, §3º: Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: 
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada 
de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 dias ou em outro prazo maior 
que o juiz fixar; 
II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 
334. 
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. 
 
I – Procedimento tomado para que seja dado prosseguimento ao feito, uma vez que a tutela provisória antecedente 
permite que o autor deixe de observar alguns requisitos necessários à petição inicial. A partir desse aditamento, a 
parte terá a oportunidade de trazer mais clareza a seus argumentos, possibilitando a apreciação judicial. 
 
→ O aditamento será feito nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais (art. 303, 
§3º) 
 
→ Caso o autor não faça o aditamento da inicial, o feito será suspenso (art. 303, §2º). 
 
II e III – O juiz deverá determinar que o réu seja citado e intimado. 
 
IMPORTANTE! O prazo para apresentação de resposta do réu apenas pode começar a contar a partir da ciência do 
aditamento da petição inicial do autor, para que se garanta o direito de contestar à demanda do autor em sua 
inteireza. 
 
ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA 
 
Art. 304: A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão 
que a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
 
A estabilização da tutela ocorre quando ela é concedida em caráter antecedente e não é impugnada pelo réu, 
litisconsorte ou assistente simples. 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
A estabilização da tutela antecipada representa uma generalização da técnica monitória para 
situações de urgência e para a tutela satisfativa, na medida em que viabiliza a obtenção de 
resultados práticos a partir da inércia do réu. 
- Didier, 2016 
 
Os objetivos da estabilização são: 
 Afastar o perigo da demora 
 Oferecer resultados efetivos e imediatos diante da inércia do réu 
 
Os pressupostos necessários à estabilizaçãoda tutela são: 
 
→ A tutela requerida deve ser a tutela antecipada antecedente, expressamente 
requerida pelo autor12. 
Para que o processo tenha continuidade, o autor deve declarar 
expressamente em petição inicial que não deseja a estabilização da tutela. 
Essa opção pode ser vantajosa para que ele consiga, ao final do processo, a 
proteção da coisa julgada. 
 
→ É preciso que haja decisão concessiva da tutela provisória satisfativa 
 
→ É necessária a inércia do réu diante da decisão que concede a tutela 
antecipada antecedente. 
 
IMPORTANTE! Em que pese o dispositivo indicar a necessidade de se interpor recurso (agravo de instrumento), por 
questões de economia processual, a jurisprudência vêm aceitando qualquer forma de impugnação, desde que 
completa e idônea a impedir os efeitos da estabilização da tutela, como uma contestação, por exemplo. 
 
Se, no prazo de recurso, o réu não o interpõe, mas resolve antecipar o protocola da sua defesa, 
fica afastada a sua inércia, o que impede a estabilização – afinal se contesta a tutela antecipada e 
a própria tutela definitiva, o juiz terá que dar seguimento ao processo para aprofundar sua 
cognição e decidir se mantém a decisão antecipatória ou não. Não se pode negar ao réu o direito a 
uma prestação jurisdicional de mérito definitiva, com aptidão para coisa julgada. 
 
12 Segundo Didier, não se pode admitir que esse pedido seja formulado em sede de emenda, pois esse momento pode coincidir com o 
prazo para recurso. Dessa forma, isso poderia prejudicar o réu que, confiando na possibilidade de estabilização, deixará de recorrer. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
- Didier, 2016 
Além disso, a estabilização não ocorrerá se o réu foi citado por edital ou por hora certa ou se for presou ou se for 
incapaz sem representante. Nestes caso, será necessária a designação de curador especial que terá o dever de 
promover sua defesa. 
 
→ Uma vez estabilizada a tutela, o processo será extinto (art. 304, §1º). 
 
Art. 304, §1º: No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
 
Se o réu não impugnar a concessão da medida e ela for estabilizada, o processo deverá ser extinto. 
 
A não impugnação pode ser benéfica para o réu em algumas hipóteses – Segundo Didier (2016), não impugnar a 
inicial apresentada pode ser vantajoso ao réu, uma vez que há diminuição ao custo do processo (art. 701, caput e §1º) 
 
Imagine um caso em que um estudante, que ainda não havia concluído o ensino médio, tenha sido 
aprovado no vestibular para um curso superior, A instituição de ensino, segundo determinação do 
Ministério da Educação, não realizou a matrícula. O estudante vai a juízo e obtém uma tutela 
satisfativa liminar, ordenando a matrícula. Para a instituição de ensino, pode ser que não haja 
qualquer interesse em contestar a medida – ela somente não matriculara o aluno, porque o 
Ministério da Educação proibia. 
- Didier, 2016 
 
→ Após o processo ser extinto, a tutela antecipada continuará produzindo efeitos, até que seja revista. 
 
Art. 304, §3º: A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou 
invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o §2º. 
 
→ Após a estabilização da tutela, poderá ser ajuizada ação autônoma de impugnação, no prazo de 2 anos. 
 
Art. 304, §2º: Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou 
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. 
[...] 
§5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no §2° deste artigo, 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
extingue-se após 2 anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do 
§1º. 
 
Estabilizada a decisão, qualquer das partes pode ajuizar ação autônoma para impugnar a estabilização, dentro do 
prazo de 2 anos, com pedido de revisão, reforma ou invalidação. Apenas dessa forma a decisão poderá parar de 
produzir efeitos. 
 
IMPORTANTE! O autor poderá ajuizar ação para confirmar os efeitos da tutela, por meio de cognição exauriente, para 
que possa ser obtida a proteção da coisa julgada. 
 
▪ Uma vez que não houve coisa julgada, não caberá ação rescisória, e sim ação revisional. 
 
→ A estabilização da tutela não gera coisa julgada. 
 
Art. 304, §6º: A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos 
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em 
ação ajuizada por uma das partes, nos termos do §2º deste artigo. 
 
Não houve reconhecimento judicial do direito do autor, mas tão somente concessão de medida provisória. 
TU
TE
LA
 A
NT
EC
IP
AD
A 
AN
TE
CE
DE
NT
E
DEFERIDA
Intimação para 
aditamento
Extinção caso o autor não adite
Citação/intimação do 
réu
Apresenta defesa Prosseguimento normal
Não apresenta 
defesa
ESTABILIZAÇÃO
Extinção do 
processo
INDEFERIDA
Intimação para 
aditamento em 5 dias
Não há estabilização
Extinção caso não haja o 
aditamento
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE 
Trata-se de tutela provisória requerida dentro do mesmo processo em que se pretende, posteriormente, formular o 
pedido de tutela definitiva, cautelar e satisfativa. 
Trata-se de tutela autônoma em relação à tutela satisfativa, contendo mérito próprio. Dessa forma, o julgamento da 
demanda cautelar não influencia no resultado do julgamento da demanda principal, podendo aquela ser procedente ou 
improcedentes por seus próprios fundamentos. 
São algumas observações importantes sobre a tutela cautelar: 
→ Possui referibilidade 
→ Possui temporariedade 
→ Não é provisória, mas sim definitiva13 
→ Cognição exauriente14 
→ Forma coisa julgada cautelar 
 
PETIÇÃO INICIAL 
Art. 305: A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar antecedente indicará a 
lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano 
ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
Parágrafo único: Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o 
juiz observará o disposto no art. 303. 
 
Para que seja dado início ao procedimento da tutela cautelar requerida em caráter antecedente, é preciso que a 
petição inicial contenha: 
→ Requerimento de concessão da tutela 
→ Indicação da lide 
→ Indicação do direito 
→ Exposição sumária da probabilidade do direito que se busca acautelar 
→ Demonstração do perigo da demora 
→ Opcional (art. 308, §1º): Pedido principal15. 
 
13 A tutela cautelar é temporária, mas não é provisória, pois nada virá em seu lugar da mesma natureza, sendo ela a tutela assecuratória 
definitiva e inalterável daquele bem da vida. 
14 Um exemplo: Para deferir definitivamente o arresto (medida cautelar), é necessário que julgador examine, de forma exauriente, o 
preenchimento dos pressupostos legais do pedido de cautela. 
15 Nesta hipótese, a tutela cautelar será requerida em caráter incidental, não em caráter antecedente. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
 
Da fungibilidade: O parágrafo único do art. 305 prevê a fungibilidade entre a tutela antecipada e a tutela cautelar. 
Dessa forma, uma vez requerida a tutela cautelar em caráter antecedente, caso o juiz entenda que sua natureza é 
satisfativa, poderá assim recebe-la, seguindo o rito correspondente. 
 
DA CITAÇÃO E DEFESA DO RÉU 
Art. 306: O réu será citado para, no prazo de 5 dias, contestar o pedido e indicar as provas que 
pretende produzir. 
 
Art. 307: Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo 
réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 dias. 
Parágrafo único: Contestado o pedido do prazo legal, observar-se-á o procedimento comum. 
 
Uma vez apresentada a petição inicial, o réu deverá ser citado para apresentação de defesa. 
Em contestação, o réu deve alegar toda matériade defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o 
pedido da medida cautelar e especificando as provas que pretende produzir. 
Neste caso, se não haver apresentação de contestação, estará configurada a revelia, sendo considerados verdadeiros 
todos os fatos alegados pelo autor, de forma que o juiz deverá decidir a matéria cautelar. 
 
IMPORTANTE!!! A decisão que defere a tutela cautelar, se não impugnada, não gera a estabilização da 
demanda. 
 
 
[...] A medida cautelar, por restringir direito, sem dar composição alguma ao litígio, não pode se 
estabilizar, fora ou independentemente da prestação jurisdicional definitiva; só a medida de 
antecipação de tutela pode, eventualmente, estabilizar-se, porquanto nela se obtém uma sumária 
composição da lide, com a qual os litigantes podem se satisfazer. 
- Humberto Theodoro, Jr. 2023 
 
Lembrando que a análise da tutela cautelar é exauriente, de forma que não será possível modificar a decisão 
enquanto não houver mudanças no contexto fático que ensejou sua concessão. 
 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
→ Aplicam-se, no mais, as regras gerais previstas para a tutela de urgência. Dessa forma, é possível, por 
exemplo, a concessão da tutela cautelar de forma liminar ou após a justificação prévia. 
 
CONCESSÃO DA TUTELA 
Art. 308: Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo 
de 30 dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela 
cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais. 
 
§2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. 
 
§3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para audiência de conciliação ou de 
mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova 
citação do réu. 
 
§4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335. 
 
Após concedida a tutela, deverão ser tomadas algumas providências. 
 
 
 
CESSAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA 
Art. 309: Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se: 
CONCESSÃO DA MEDIDA
Efetivação da medida 
(prazo de 30 dias)
Intimação do autor para 
reformulação da inicial em 
30 dias. 
Aditamento da causa de 
pedir
Após o aditamento, as 
partes participarão de 
audiência de 
autocomposição
Não havendo acordo, o 
prazo para defesa passa a 
contar nos termos do art. 
334, sem necessidade de 
nova citação.
Prosseguimento do feito 
pelo procedimento comum, 
até a prolação da sentença.
Na sentença, será julgada a 
tutela cautelar, para 
confirmá-la, modificá-la ou 
revogá-la. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II – não for efetivada dentro de 30 dias; 
III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem 
resolução de mérito. 
Parágrafo único: Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à aprte 
renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. 
 
Deste dispositivo, extrai-se que o autor, obrigatoriamente, deve promover a efetivação da tutela concedida dentro do 
prazo máximo de 30 dias. 
O pedido de tutela cautelar não poderá ser renovado se a medida perder a eficácia. 
 
 
INDEFERIMENTO DA TUTELA 
Art. 310: O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, ne 
influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência 
ou de prescrição. 
 
Neste caso, a tutela que se buscava em caráter provisório e não exauriente, transmuda-se em definitiva e exauriente, 
pondo fim, de uma só vez, tanto à pretensão preventiva como à definitiva. 
 
TUTELA PROVISÓRIA DA EVIDÊNCIA 
 
EVIDÊNCIA -> Fato jurídico processual que autoriza que se conceda uma tutela jurisdicional, mediante técnica de 
tutela diferenciada. Evidência é um pressuposto fático de uma técnica processual para a obtenção da tutela. 
É uma técnica processual que diferencia o procedimento, em razão da evidência com que determinadas alegações se 
apresentam em juízo. 
 
CABIMENTO 
Art. 311: A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de 
dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: 
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; 
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese 
Érika Cerri dos Santos 
UFES 2023/1 
 
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de 
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa; 
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do 
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. 
 
Parágrafo único: Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
 
Segundo Fredie Didier Jr. (2016), a tutela de evidência poder ser concedida independentemente do perigo de dano.

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