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Lesão Renal Aguda Definição Se refere a uma rápida perda da função renal, em razão de lesão dos rins, que se tratada de forma rápida, a função é restabelecida. O volume urinário pode estar normal, ou podem se observar alterações. As possíveis alterações consistem em não oligúria (superior a 800 mℓ/dia), oligúria (inferior a 0,5 mℓ/kg/h) ou anúria (inferior a 50 mℓ/dia) (Vritis, 2013). Fisiopatologia Causas Subjacentes: hipovolemia, hipotensão, redução do débito cardíaco e insuficiência cardíaca, obstrução do rim ou da via urinária inferior por tumor, coágulo sanguíneo ou cálculo renal e obstrução das vias bilaterais das artérias ou veias renais, que diminuem o fluxo sanguíneo para o rim e compromete a função renal. Algumas doenças calculosas hereditárias, os cálculos primários de estruvita e a urolitíase relacionada com a infecção, associada a anomalias anatômicas e funcionais da via urinária e à lesão da medula espinhal, podem causar surtos recorrentes de obstrução, bem como lesão das células epiteliais tubulares e das células renais intersticiais causada por cristais. O nível de ureia aumenta, continuamente, em uma taxa que depende do grau de catabolismo (decomposição da proteína), da perfusão renal e do aporte de proteína. Os níveis séricos de creatinina mostram se úteis para monitorar a função renal e a progressão da doença, e aumentam com a lesão glomerular. Com o declínio da TFG, da oligúria e da anúria, os pacientes correm alto risco de hiperpotassemia. O catabolismo proteico resulta na liberação de potássio celular nos líquidos corporais, provocando hiperpotassemia grave (níveis séricos elevados de potássio). A hiperpotassemia pode levar a arritmias, como taquicardia ventricular e parada cardíaca. As fontes de potássio incluem o catabolismo tecidual normal, o consumo nutricional, a presença de sangue no trato GI ou a transfusão de sangue e outras fontes (p. ex., infusões intravenosas, penicilina potássica e deslocamento extracelular em resposta à acidose metabólica). Ocorre acidose metabólica progressiva na doença renal, visto que os pacientes não conseguem eliminar a carga metabólica diária de substâncias de tipo ácido produzidas pelos processos metabólicos normais. Além disso, os mecanismos normais de tamponamento renal falham. Isso se reflete por diminuição do dióxido de carbono (CO2) sérico e do pH sanguíneo. Categorias de lesão renal aguda: ● Pré-renal: hipoperfusão do rim ● Intrarrenal: lesão tecidual renal ● Pós-renal: obstrução do fluxo de urina Fases da lesão renal aguda: ● Início: Tem início com agressão inicial e termina quando há desenvolvimento de oligúria. ● Oligúria: aumento da concentração sérica de substâncias( ureia, creatinina, ácido úrico, ácidos orgânicos e cátions intracelulares [potássio e magnésio]) ● Diurese: aumento gradual do débito urinário e estabilização dos valores laboratoriais e diminuição destes. ● Recuperação: melhora da função renal, levando de 3 a 12 meses. Valores laboratoriais normais. Classificação RIFLE Manifestações clínicas Desidratação, peles e mucosas secas. O sistema nervoso é afetado, apresenta sonolência, cefaléia, contrações musculares e convulsões. Diagnóstico Avaliação das alterações na urina, exames complementares(ultrassom, TC e RM) definem o contorno renal e uma variedade de valores laboratoriais. Tratamento O manejo consiste em eliminar a causa subjacente; manter o equilíbrio hídrico; evitar o excesso de líquidos; e, quando indicado, instituir uma terapia de substituição renal. Terapia farmacológica: Os níveis elevados de potássio podem ser reduzidos pela administração de resinas de troca catiônica (poliestirenossulfonato de sódio) por via oral ou por edema de retenção. O poliestireno sulfonato de sódio atua por meio da troca de íons sódio por íons potássio no intestino. Se o paciente estiver hemodinamicamente instável (pressão arterial baixa, alterações do estado mental, arritmia), pode se administrar glicose a 50% por via intravenosa, insulina e reposição de cálcio para deslocar o potássio de volta ao interior das células. Muitos medicamentos são eliminados por meio dos rins; por conseguinte, é preciso reduzir as dosagens quando o paciente apresenta LRA. Os exemplos de agentes comumente utilizados que necessitam de ajuste incluem medicamentos antibióticos (particularmente, aminoglicosídios), digoxina, fenitoína, inibidores da ECA e agentes que contêm magnésio. Terapia Nutricional: O suporte nutricional se baseia na causa subjacente da LRA, na resposta catabólica, no tipo e na frequência de terapia de substituição renal, na presença de comorbidades e no estado nutricional. A reposição de proteínas dietéticas é individualizada para proporcionar o benefício máximo e minimizar os sintomas urêmicos. As necessidades calóricas são supridas com refeições ricas em carboidratos, visto que estes têm um efeito de preservação das proteínas (i. e., em uma dieta rica em carboidratos, a proteína não é utilizada para atender às necessidades energéticas, porém é “poupada” para o crescimento e a cicatrização tecidual). Os alimentos e os líquidos que contêm potássio ou fósforo (p. ex., bananas, sucos e frutas cítricas, café) são restritos. Cuidados de enfermagem ● Monitoramento do equilíbrio hidreletrolítico ● Redução da taxa metabólica ● Promoção da função pulmonar ● Prevenção de infecção ● Prestação do cuidado cutâneo ● Prestação de apoio psicossocial Referência: Brunner & Suddarth : tratado de enfermagem médico cirúrgica / Janice L. Hinkle, Kerry H. Cheever ; revisão técnica Sônia Regina de Souza 14. ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2020. Questões 1. Um paciente com insuficiência renal aguda decorrente da obstrução do sistema coletor de urina, em qualquer ponto, desde os cálices até a saída da bexiga apresenta insuficiência renal A pós-renal. B intrarrenal. C pré-renal. D ultrarrenal. E infrarrenal. 2. A Lesão Renal Aguda – LRA (Insuficiência Renal Aguda) se refere a uma perda rápida da função renal, dentro de horas a dias, caracterizada por redução da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) e/ou do débito urinário, ocasionando retenção de escórias nitrogenadas, distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos. É dividida classicamente em pré-renal, renal intrínseca ou intrarenal e pós-renal. São causas da LRA pré-renal, EXCETO: A Hemorragia. B Hipovolemia. C Cálculo renal. D Hipotensão arterial. E Perda gastrointestinal. 3. Um paciente com Insuficiência Renal Aguda que apresenta diurese entre 401 a 1200 mL/dia é classificado com IRA A anúrica. B oligúrica. C poiúrica. D não-oligúrica. E hiperpoliúrica.
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