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@guria.dodireito Direito do Trabalho II Cessação/extinção do contrato de trabalho Cessação do contrato de trabalho é a terminação do vínculo de emprego com a extinção das obrigações para os contratantes Por decisão do empregador Dispensa do empregador sem justa causa = quando o empregador dispensa o funcionário sem justa causa, deverá ser pago as reparações econômicas necessárias: Aviso prévio 13º salario proporcional Férias vencidas e proporcionais Saldo de salários Saques do FGTS Indenização de 40% Direito ao seguro desemprego Dispensa do empregador sem justa causa Quando o empregador dispensar o empregado sem justa causa deve pagar o 13º salário proporcional, férias vencidas e proporcionais, saldo de salários, levantamento do FGTS e indenização de 40%. Quando o contrato de trabalho por prazo indeterminado dos empregados da Administração Pública direta, fundações, autarquias, etc. pode ser rescindido nas seguintes hipóteses: (a) Pratica de falta grave (b) Insuficiência de desempenho (c) Acumulação ilegal de cargos (d) Necessidade de redução do quadro pessoal Dispensa do empregador por justa causa = o empregador poderá dispensar o empregado que comete falta grave. A justa causa é o procedimento incorreto do empregado tipificado em lei que do motivo para romper o vínculo empregatício. A justa causa é prevista em lei e se encontra no art. 482 da CLT (é considerado taxativo) e no parágrafo único do art. 240 da CLT. Os elementos da justa causa são classificados de duas formas: (a) objetivos (b) subjetivos (a) Objetivos = justa causa tipificada em lei, ou seja, não haverá justa causa que não a expressa em lei + gravidade do ato praticado + efeito entre a falta praticada e a dispensa. (b) Subjetivos = vontade do empregado por culpa ou por dolo. A imediação é o principal requisito objetivos pois a pena deve ser aplicada o mais rápido possível. Assim como o empregador não poderá aplicar duas vezes a sanção pela mesma falta. A falta por obvio deve ter conexidade com o serviço. O ônus da prova nesse caso, cabe exclusivamente ao empregador, por s e tratar de fato impeditivo as verbas rescisórias. As hipóteses legais da rescisão do contrato de trabalho por justa causa estão elencadas no art. 482 da CLT e são eles: @guria.dodireito (a) Ato de improbidade (b) Incontinência de conduta ou mau procedimento (c) Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o (d) empregado, ou for prejudicial ao serviço; (e) Condenação criminal do empregado (f) Desídia no desempenho das funções (g) Embriaguez habitual ou no serviço (h) Violação de segredo da empresa (i) Ato de indisciplina ou de insubordinação (j) Abando de emprego (k) Ato lesivo a honra ou da boa fama (l) Pratica constantes de jogo de azar (m) Perda de habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão em decorrência da conduta dolosa do empregado A improbidade trata-se da imoralidade, ou seja, o ato ensejador da falta grave que cause prejuízos ao patrimônio do empregador A incontinência de conduta ou mau procedimento trata de ato imoral praticado pelo empregado com violação da moral sexual A “negociação habitual por conta própria ou alheia sem a permissão do empregador” significa dizer que o trabalhador efetiva a concorrência ao empregador vendendo ou fazendo propaganda de serviços que concorram com o patrão no mercado. Já quando constituir “ato de concorrência a empresa para qual trabalha o empregado” significa dizer que o trabalhador está negociando produtos ou serviços no momento em que deveria estar trabalhando, prejudicando o serviço, não importa o produto ou serviço. A condenação criminal é quando o empregado foi condenado com sentença transitada em julgado e que não tenha concedido suspensão da pena. Se a sentença ainda estiver em fase recursal não caracteriza justa causa. A desídia é quando o empregado trabalha com negligencia, má vontade, desleixo etc. a desídia pode ser considerada também como pequenos atos faltosos repetitivos que demonstram a omissão do empregado no serviço. A embriaguez pode-se configurar de duas formas: a embriaguez habitual ou a embriaguez em serviço. Se o empregado se embriaga fora do serviço, transparecendo esse fato dentro do ambiente de trabalho se considera falta grave. Já se a embriagues não é habitual mas é realizada dentro do ambiente de trabalho a justa causa também será observada. Para ser considerado embriaguez habitual é necessário à sua repetição, já a embriaguez no serviço pode ser caracterizada apenas por uma falta A violação de segredo de empresa ocorre quando o empregado divulga marcas, patentes e formulas do empregador sem seu consentimento e que configure prejuízo a empresa. A indisciplina diz respeito a insubordinação e o descumprimento de ordens gerais de serviço. Já a insubordinação esta relacionada ao descumprimento de ordens pessoais ordens essas passadas pelo chefe ou encarregado que sejam ligadas ao serviço. Em suma, é quando o empregado não realiza o serviço que foi lhe designado. Quando a ordem é imoral ou ilegal não se configura a insubordinação. Para que haja o abandono de emprego é preciso que haja faltas ao serviço durante certo período de tempo além de se verificar a clara intenção do empregado em não retornar mais ao emprego. É preciso que haja a prova do abandono em razão do principio da continuidade do trabalho. A orientação jurisprudencial fixa que o período a ser considerado como abandono de emprego é de 30 dias conforme sumula 32 do TST. O fato do empregador não atender a comunicação publicada na imprensa pelo empregador pedindo o seu retorno sob pena de justa causa não revela o animus de abando, deve então o empregador mandar uma carta com aviso de recebimento ou telegrama. O ato lesivo à honra e a boa fama é a justa causa praticada pelo empregado ao ferir a honra @guria.dodireito do empregador ou de superiores hierárquicos salvo na hipótese de legitima defesa própria ou de outrem. Os atos mencionados podem ser calunia, injuria e difamação sendo praticados por palavras ou por gestos. A pratica constante de jogos de azar ocorre quando o empregado pratica de forma continua jogos de azar. Se a pratica é isolada (ocorrendo uma vez ou poucas vezes) não é considerada justa causa. A perda de habilitação para o exercício do cargo é quando o empregado perde a capacitação para o exercício do cargo. Por decisão do empregado O empregado pode pedir a cessação do contrato de trabalho de três formas: Pedindo demissão Por rescisão indireta Por aposentadoria No pedido de demissão o empregado faz um aviso ao empregador de que não deseja mais trabalhar na empresa, é um ato unilateral e não há necessidade de que o empregador aceite o pedido. Não se confunde com a dispensa pois aqui é o empregado que pede para sair e não o empregador que o dispensa de seus afazeres. No pedido de demissão o empregado não tem direito a indenização, nem levantamento do FGTS ou guias de seguro de desemprego. Nesse caso o empregado somente tem direito ao 13º salário proporcional, a férias vencidas e proporcionais. Na rescisão indireta ou dispensa indireta é a forma de cessação do contrato por decisão do empregado em virtude da justa causa praticada pelo empregador. A única maneira de se verificar a justa causa, cometida pelo empregador é quando o empregado ajuizar a ação rescisória na Justiça do Trabalho. As hipóteses de rescisão indireta estão elencadas no artigo 483 da CLT: a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei,contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato; b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo; c) correr perigo manifesto de mal considerável; d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama; f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. A primeira hipótese seria a exigência de serviços superiores as forças do empregado, são serviços superiores a capacidade normal do empregado. P.ex.: mulheres ou menores que empregam força muscular de 25 kg quando o máximo é 20 kg. Ainda é considerado nesse inciso a exigência de serviços contrários aos bons costumes como serviços que contrariem a moral, p.ex.: se uma recepcionista de hotel fosse obrigada a ter conjunção carnal com cada hospede do hotel. A segunda possibilidade é quanto ao rigor excessivo por parte do empregador ou de seus superiores hierárquicos em relação ao empregado. P.ex.: quando o empregador punir excessivamente um empregado e em relação a outro nada fazer. Sumula 157 do TST = A gratificação instituída pela Lei nº 4.090, de 1962, é devida na resilição contratual de iniciativa do empregado Sumula 171 do TST = Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses Sumula 261 do TST = O empregado que, espontaneamente, pede demissão, antes de completar doze meses de serviço, não tem direito a férias proporcionais. @guria.dodireito A terceira hipótese ocorre com a exigência de serviços proibidos por lei, p.ex.: o menor que exerce serviços perigosos, insalubres ou de trabalho noturno que são vedados pelo art. 7°, XXXIII da CF. A quarta possibilidade ocorre quando o empregador exige do empregado serviços alheios ao contrato de trabalho, p.ex.: o empregado que é pedreiro e em determinado dia o empregador exige dele o serviço de carpintaria. A quinta hipótese é quando o empregador ou seus prepostos ofendem a honra ou a boa fama do empregado ou de alguém de sua família. A sexta hipótese se refere a ofensa física do empregador contra o empregado salvo em caso de legitima defesa própria ou de outrem. A sétima hipótese se refere ao empregador reduzir o trabalho do empregado sendo por peça ou tarefa, de modo a afetar de forma sensível e considerável aos salários Por desaparecimento das partes A primeira possibilidade de cessação do contrato de trabalho por desaparecimento das partes é a morte do empregado. Falecendo o empregado e havendo herdeiros certos direitos serão transferíveis como o FGTS, o saldo de salários, as férias vencidas e as férias proporcionais e o 13º salário. A morte do empregador também é uma possibilidade de cessação o contrato de trabalho, outra possibilidade de cessão do contrato de trabalho é a extinção de empresa, ou se uma de suas filiais. Na falência do empregador, o empregado fará jus a todos os direitos trabalhistas como se fosse dispensado. Por culpa reciproca A cessação do contrato de trabalho pode ser decorrência de uma falta praticada por ambas as partes. Havendo culpa reciproca, a indenização devida ao empregado será reduzida a metade e ele terá direito a 50% do aviso prévio bem como férias e 13 º proporcional. Aviso prévio O aviso prévio é a comunicação que uma parte do contrato de trabalho deve fazer a outra que pretende rescindir o contrato de trabalho sem justa causa. Ele serve para o empregador providenciar a substituição do empregado demissionário por outro, e, ao empregado encontrar outro emprego para continuar a prover sua subsistência O aviso prévio tem tríplice natureza: De comunicar a outra parte do contrato que não há mais interesse em continuar com o contrato De ser o tempo mínimo que a lei determina para que seja avisada a parte contraria sobre a rescisão do contrato. Quanto ao pagamento que será realizado pelo empregador ao empregado pela prestação de serviços durante o restante do contrato de trabalho. O aviso prévio é um direito irrenunciável do empregado, conforme sumula 276 do TST, o aviso prévio não exime o empregador de pagar o valor respectivo salvo se o empregado ter obtido um novo emprego. A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar o saldo de salários correspondentes ao prazo respectivo inclusive em relação ao domestico. O aviso prévio é cabível nos contratos por prazo indeterminados conforme art. 487 da CLT, para que ocorra o aviso prévio é necessário que o contrato também se rescinda ou por pedido Sumula 276 = O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego @guria.dodireito de demissão ou na dispensa por parte do empregador. O aviso prévio então não é cabível quando há contrato por tempo determinado, mas pode ser cabível quando há contrato de experiencia, conforme sumula 163 do TST O aviso prévio possui vários efeitos, o primeiro deles é o tempo de serviço pois o pacto laboral não encerra com a declaração do aviso prévio e sim somente depois que cumprido. O segundo efeito do aviso prévio é o reajuste salarial, pois se houver reajuste salarial coletivo o empregado que estiver no aviso prévio também será beneficiado. Quando tratamos de aviso prévio é devido 50% em caso de culpa reciproca segundo o entendimento da sumula 14 do TST A lei não estabelece uma forma para o aviso prévio, admite-se o aviso prévio verbal pois até mesmo o contrato de trabalho pode ser feito desta forma, porem recomenda-se que o aviso prévio seja dado de forma escrita para que não fique duvidas. Quanto ao prazo, o aviso prévio será de 30 dias, conforme art. 7º, XXI da CF, prazo esse que vale inclusive para o domestico. O aviso prévio indenizado ocorre quando o empregador, ao despedir o empregado sem justa causa, não deseja mantê-lo em serviço durante o período de aviso, preferindo dispensá-lo imediatamente, pagando-lhe o valor de remuneração normal correspondente a tal período. Quando o aviso prévio é indenizado os 30 dias integrará ao tempo de serviço conforme acórdão do TRT de SP. O art. 488 da CLT estabelece que o horário de trabalho do empregado será reduzido em 2 horas inclusive se o trabalho for noturno sem prejuízo ao salario ou para o empregado que optar em trabalhar normalmente sem redução podendo faltar no serviço por 7 dias corridos sem prejuízo algum no salario. Vale ressaltar que ambas as propostas valem para o domestico. Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) O FGTS é um deposito bancário destinado a formar uma poupança para o trabalhador que poderá ser sacado nas hipóteses previstas em lei, principalmente quando é dispensado sem justa causa. O empregador deverá depositar, até o dia 7 de cada mês, a importância devida a título de FGTS do mês anterior, tomando-se como base a remuneração do empregado, e não apenas seu salário. Crédito na conta do empregado até 10º dia. De acordo com a sumula 63 do TST, a contribuição incide sobre a remuneração mensal A lei do FGTS, no seu art. 18, §1º impõe ao empregador uma multa de 40% na dispensa sem justa causa e na rescisão indireta, e de 20% na culpa recíproca e na força maior, ou, na rescisão por mútuo acordo do art. 484-Ada CLT. A aposentadoria, atualmente, não é causa de extinção automática do contrato de trabalho, cabendo ao empregador, se não desejar que o empregado aposentado continue trabalhando para si, dispensá-lo sem justa causa e pagar as Sumula 1 = Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais. Sumula 163 = Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT Sumula 63: A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais. @guria.dodireito verbas rescisórias cabíveis, inclusive aviso prévio e multa de 40% do FGTS. (V. art. 453, CLT). Estabilidade A estabilidade como o aviso prévio e a indenização é uma limitação ao poder de despedir do empregador. A estabilidade é o direito do trabalhador permanecer no emprego mesmo contra a vontade do empregador, e, só podendo ser dispensado “por justa causa”, pelo cometimento de falta grave contratual prevista em lei São situações específicas em que a lei proíbe que o empregador promova a dispensa arbitrária, ou sem justa causa, do empregado, até que cesse a excepcionalidade ou o prazo que a Lei determina. As principais hipóteses são: 1. Estabilidade de gestante = a empregada gestante não pode ser dispensada sem justa causa desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto 2. Estabilidade de acidente de trabalho = o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida pelo prazo de 12 meses a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa após a cessação do auxilio – doença e não havendo esse benéfico o acidentado não faz gozo dessa estabilidade. 3. Estabilidade de dirigentes sindicais = o dirigente sindical e de associação não pode ser dispensado desde a sua comunicação a candidatura até um ano depois do termino de seu mandato 4. Estabilidade de membros da CIPA = os titulares da representação dos empregados nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes não podem sofrer dispensa arbitraria senão for fundada em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. 5. Estabilidade de membro das comissões de conciliação previa = é vedada a dispensa dos representantes dos empregados até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave. 6. Membro do conselho curador do FGTS = só os representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, desde a nomeação até um ano após o término do mandato de representação 7. Membro do conselho nacional da previdência social (CNPS)= só os membros representantes dos trabalhadores, titulares ou suplentes, em atividade, desde a nomeação até o término da representação 8. Empregados eleitos direitos de sociedades anônimas= empregados de empresas que sejam eleitos como diretores de sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, gozarão das garantias asseguradas aos dirigentes sindicais pelo art. 543 da CLT. O mandato definido no estatuto da cooperativa não pode exceder 4 anos. A Estabilidade cessa nas hipóteses de: Morte do Empregado (não se transmite a estabilidade a herdeiros) Aposentadoria espontânea do empregado Ocorrência de Força Maior Falta Grave cometida pelo empregado Pedido de Demissão do Empregado Extinção do estabelecimento onde o empregado trabalha