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Áreas da Psicologia Jurídica

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Histórico e áreas da Psicologia Jurídica
Profa. Fátima França
Surgimento da Psicologia Jurídica no Brasil
No Brasil a Psicologia Jurídica surge com a área Criminal com adolescentes e adultos:
Anos 60 – alguns psicólogos estrangeiros atuavam, mas depois da formalização da profissão surgem voluntários na área criminal
Surgimento da Psicologia Jurídica no Brasil
	Na área criminal eram feitos estudos de criminosos principalmente aqueles que possivelmente haviam realizado crimes devido a transtornos mentais. Eram realizados psicodiagnósticos na área da Psicologia Forense. 
Surgimento da Psicologia Jurídica no Brasil
De acordo com Brito (2005), os psicodiagnósticos eram vistos como instrumentos que forneciam dados matematicamente comprováveis para a orientação dos operadores do Direito. Inicialmente, a Psicologia era identificada como uma prática voltada para a realização de exames e avaliações, buscando identificações por meio de diagnósticos. A psicologia vivia a ascensão da psicometria.
Surgimento da Psicologia Jurídica na Europa
Na Europa a Psicologia Jurídica ou Psicologia e Lei surge com o Psicologia do Testemunho.
“Psicólogos da Alemanha e França desenvolveram trabalhos empírico-experimentais sobre o testemunho e sua participação nos processos judiciais. Estudos acerca dos sistemas de interrogatório, os fatos delitivos, a detecção de falsos testemunhos, as amnésias simuladas e os testemunhos de crianças impulsionaram a ascensão da então denominada Psicologia do Testemunho (Garrido, 1994)”.
Voltando a Psicologia Jurídica no Brasil
“Esse histórico inicial reforça a aproximação da Psicologia e do Direito através da área criminal e a importância dada à avaliação psicológica”. 
 
Voltando a Psicologia Jurídica no Brasil
Esse histórico inicial reforça a aproximação da Psicologia e do Direito através da área criminal e a importância dada à avaliação psicológica. Porém, não era apenas no campo do Direito Penal que existia a demanda pelo trabalho dos psicólogos. O
Áreas de atuação
Áreas da Psicologia Jurídica
I - Psicologia Jurídica e as Questões da Família e Sucessões
Atuação do psicólogo como perito, Código Processo Civil.
Perito pode ser psicólogo judiciário funcionário do Tribunal de Justiça ou Psicólogo autônomo cadastrado no TJ. 
Importante: A diretriz do trabalho do psicólogo: o melhor interesse da criança.
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O Psicólogo perito ao fazer seu trabalho se depara com problemas subjacentes aos litígios, de ordem das relações entre partes. São sentimentos e comportamentos hostis entre eles, sentimentos de frustração, ódio, vingança, luto, entre outros, em virtude da separação do casal, os quais não foram superados. 
ANDAMENTO PROCESSUAL 
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Petição inicial  aceita  mandado  
 
audiência de conciliação
O Juiz nomeará perícia psicológica se por livre convencimento ou provocado pelo advogado de uma ou das partes. Indicado o perito, ambos advogados têm 15 dias para constituir assistente técnico e entregar quesitos (perguntas) a serem respondidas pelo perito. 
Se as partes entrarem em acordo via mediação ou não, o processo é interrompido e homologado o acordo.
Sem acordo, ocorre o litígio e começa a disputa entre as partes.
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PERÍCIA JUDICIAL
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Art. 465 do Novo CPC
Art. 465.  O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
indicar assistente técnico;
apresentar quesitos. 
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PERÍCIA JUDICIAL
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CONCEITO: Perícia é uma "vistoria técnica", um "exame ou vistoria" de caráter técnico e especializado, o exame feito por perito.
 TIPOS DE INVESTIGAÇÃO PERICIAL
EXAME: Inspeção feita por perito sobre pessoas e coisas
VISTORIA: Verificação que o perito faz sobre imóveis
 AVALIAÇÃO: É o exame pericial designado a verificar o valor do objeto, de coisa ou obrigação, estimado em dinheiro.
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PERÍCIA JUDICIAL
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Art. 464, caput, do Novo CPC
(1) Prova pericial é a prova produzida por perito, ou seja, profissional capacitado para exame, vitoria ou avaliação do objeto de discussão na lide. 
O juiz, contudo, indeferirá a perícia quando:
a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico; 
for desnecessária em vista de outras provas produzidas; 
a verificação for impraticável.
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Processos que ocorrem na Vara da Família e das Sucessões:
Disputa de guarda
Guarda compartilhada
Regulamentação de Visitas
Destituição do Poder Familiar
Anulação de Casamento
Mudança de Estado Civil
Interdição
Tutela 
 Curatela
Processo em que o Psicólogo costuma atuar.
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O psicólogo perito atua como assessor do Juiz, apontando o genitor mais apto à guarda da criança ou análise dos impedimentos das visitas;
Há profissionais e pesquisadores consideram que o psicólogo jurídico pode prestar orientações a respeito das visitas regulamentadas, realizar os encaminhamentos pertinentes , etc.... 
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Avaliação Psicológica como prova (aferição das habilidades e disponibilidades do genitor em atender as necessidades da criança);
Inicialmente na avaliação realizava-se a análise de cada membro familiar para avaliar com quem deveria ficar a criança, posteriormente focalizou o estudo da dinâmica familiar, buscando a identificação de impasses que prejudicavam a criança.
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Par a elaboração da perícia o psicólogo realizará entrevistas com as partes e a criança conjuntas e/ou individuais. Neste caso utilizará os recursos de avaliação pertinente a capacidade da criança como recursos lúdicos e testes projetivos.
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Testes projetivos também podem ser utilizados para a avaliação dos genitores. 
Obs.: Ao perito psicólogo não é obrigatório o uso de teste psicológico, aliás, legalmente é garantida a liberdade técnica do perito.
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II - Psicologia Jurídica e a Infância e Juventude : 
Os psicólogos jurídicos que atuam junto a infância da Vara da Infância e Juventude realizaram avaliações psicológicas a fim de assessorar as autoridades judiciais nas questões de guarda provisória, tutela, Adoção, colocação em instituição de acolhimento e/ou famílias substitutas e violência contra crianças e adolescentes.
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II - Psicologia Jurídica e a Infância e Juventude : 
“Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.” (ECA, art. 150);
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II - Psicologia Jurídica e a Infância e Juventude 
Competente à equipe interprofissional, dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.” (Art. 151).
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II - Psicologia Jurídica e a Infância e Juventude 
A Guarda (provisória ou permanente) é uma medida provisória, no entanto dependendo do caso pode haver desdobramentos para outras medidas mais definitivas como a adoção, por exemplo.
Como no caso da Tutela e do Acolhimento a equipe técnica deve manter o contato com a família de origem.
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II - Psicologia Jurídica e a Infância e Juventude 
Exemplos de casos que envolve Guarda Provisória:
1. Pais adolescentes,
2. Mulheres presas;
3. Crianças e adolescentes que moram com outros familiares;
OBS. Nos casos de Guarda os pais não perdem o poder familiar, que se refere ao direito, dever e responsabilidadelegal e natural dos genitores sobre seus filhos. A Guarda é renovável.
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II - Psicologia Jurídica e a Infância e Juventude 
Atuação do psicólogo nos casos de acolhimento.
O psicólogo analisará a dinâmica familiar, por meio de entrevistas conjuntas, mas também são realizadas entrevistas individuais. Além disso o psicólogo fará orientações , encaminhamentos necessários à rede. Pode ocorrer até o acompanhamento da família dependendo do caso. 
Pela características de seu trabalho o psicólogo deve conhecer política de assistência social e os equipamentos existentes.
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II - Psicologia Jurídica e a Infância e Juventude 
Atuação do psicólogo nos casos junto ao adolescente em conflito com a lei.
Na cidade de São Paulo o psicólogo jurídico atua na elaboração de perícia a fim de auxiliar o juiz da Vara Especial quanto à internação ou desinternação quanto aplicada a medida socioeducativa de internação.
Nas cidades do interior não há Vara Especial, portanto a equipe da Vara da Infância e Juventude também atende estas demandas.
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III - Psicologia Jurídica e Instituições Penais, Execução Penal 
Atuação do Psicólogo
1. Elaboração de Exame Criminológico;
2. Assistência ao preso e a seus familiares. Embora o psicólogo possa realizar estas atividades, o foco de sua atuação é pericial, fazer os exames criminológicos.
A assistência psicológica não constar no artigo 11 da LEP, leis estaduais garantem este tipo de assistência .
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III – Outras áreas da Psicologia Jurídica 
Psicologia do testemunho: análise de falsas memórias em depoimentos de testemunhas;
Psicologia Jurídica e Direito Civil: 
Programa de proteção a testemunhas;
Psicologia Juridica e Direito do Trabalho: realização de avaliação psicológica para aferir relação de nexo causal entre condições de trabalho e alterações psicológicas, assim aferir dano psíquico;
Avaliação psicológica mediante informação de terceiros (autópsia psicológica): análise em caso de mortes suspeitas para ver se houve suicídio ou homicídio.

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